*Rolf Kuntz
Ninguém pode afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva só tenha dito mentiras em sua campanha. Ele disse pelo menos uma verdade, embora de forma involuntária: "O povo vai escolher se quer voltar ao passado ou se quer continuar a conquistar direitos." Por enquanto, as promessas mais concretas do presidente e de seus companheiros apontam para o passado. Eles falam em responsabilidade fiscal, diante de algumas platéias. Mas só se esforçam, de fato, na maior parte do tempo, para explicar por que não será possível cortar a despesa pública. O discurso da oposição é desqualificado, quase sempre, como se a contenção do gasto só fosse possível com a redução dos programas sociais e com o sacrifício dos aposentados.
Se o presidente e seus companheiros quisessem discutir o assunto com alguma seriedade, levariam em conta os estudos publicados, nos últimos dois anos, por bons economistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério do Planejamento. Conheceriam bons argumentos a favor de uma arrumação das contas públicas em quatro ou cinco anos - sem redução, mas apenas com o controle de gastos e com a reestruturação do Orçamento.
O presidente e seus conselheiros têm evitado uma conversa mais séria sobre o tema. Seus planos conhecidos até agora não incluem uma efetiva política de responsabilidade. Num raro pronunciamento sobre o assunto, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, propôs um prazo de 10 a 15 anos para a redução da alíquota da CPMF de 0,38% para 0,08%. O tempo seria contado a partir de 2008.
Essa redução só poderá ocorrer se o governo diminuir sua dependência desse tributo. Para isso será preciso conter o gasto público ou arrecadar mais com outros impostos. Plano de contenção com prazo de 10 a 15 anos é uma piada. É tão sério quanto a promessa de largar a bebida ou o cigarro numa segunda-feira qualquer, nos próximos anos. Quem estará no governo em 2018, ou, pior, em 2023? Ou mesmo a partir de 2011, quando chegará ao Planalto o sucessor do presidente eleito no próximo dia 29?
O presidente-candidato está prometendo, de fato, apenas quatro anos de gastança, como se essa fosse a maneira de sustentar e de ampliar os direitos da população pobre. Ele sabe, ou deveria saber, que o governo não cria a riqueza necessária à manutenção de seus gastos.
O governo só poderá gastar de forma sustentável em saúde, educação e transferência direta de renda, nos próximos anos, se a economia crescer mais velozmente e se for possível, ao mesmo tempo, mexer na estrutura do Orçamento público.
Se o crescimento brasileiro ficar em 3,5% em 2006, o País terá acumulado uma expansão média de 2,8% em quatro anos. É um desempenho miserável, numa fase de prosperidade mundial e de grande liquidez (é preciso levar em conta este detalhe, ao fazer comparações com a década passada).
O desempenho médio não será muito melhor, nos próximos anos, sem redução do peso e mudança da composição dos impostos. O problema não é apenas uma carga tributária próxima de 40% do Produto Interno Bruto. É também a qualidade da tributação, que onera o investimento e afeta duramente o poder de competição e de criação de empregos. Mas não há como discutir seriamente a questão tributária - nem a dos juros, nem a do investimento público - sem tratar da eficiência do gasto governamental.
O falatório sobre os direitos é vazio, quando se desprezam as condições concretas da economia. Não se trata de esperar o crescimento para distribuir. Ao contrário: não há economia competitiva, hoje, sem prioridade para a educação. Só cresceram regularmente, no últimos 25 ou 30 anos, países que foram capazes de eleger e de escalonar no tempo, sem demagogia, as prioridades educacionais e as formas de absorver e de criar tecnologia.
O governo petista foi incapaz disso. Dispersou e desperdiçou recursos e não há indício de que possa mudar, se for reeleito. O presidente-candidato continua a falar em multiplicação de universidades, num país em que só um terço dos pobres que iniciam o curso fundamental consegue concluí-lo.
Seu discurso não é apenas o da gastança. É também o do desperdício de dinheiro escasso, num país em que a tributação atinge mais cruelmente os mais pobres. Serão estes os mais prejudicados, se não se criarem condições para um crescimento mais veloz e durável. Os outros terão mais chances, mesmo que a inflação, alimentada pela irresponsabilidade, volte a corroer os salários.
*Rolf Kuntz é jornalista
Oesp-12/10/06
2006-10-13 13:26:38
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answer #1
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answered by Luiz Antonio de G 5
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Essa é boa! MAS VC ACHA QUE A SOLUÇÃO E SAIR MATANDO, TIPO BUCH?? `Por acaso não é isso que os estados unidos querem??? VER O CIRCO PEGAR FOGO? e depois vir apagar como estão fazendo no IRAK???
2006-10-13 20:31:02
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answer #2
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answered by msfbrpr 6
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Lula foi fraco, deixou uma imagem fraca do Brasil no exterior. Aqui ele é valente, faz acusações, pq tem o povo enganado que o defende. Lá fora, é só alguém falar mais alto, que ele abaixa a crista e pede desculpas, como fez a Geraldo Alckmin pelas sandices que o PT falou da família dele. Fica tentando comparar Alckmin a Bush, mas não pensa que prejudicou muito o Brasil com sua falta de pulso....resumindo: é um covarde, defecaria.
2006-10-13 20:34:41
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answer #3
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answered by joanaeleitora 1
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Nos dias de hoje já não é mais preciso dar tiro no peito do inimigo! Mas nós brasileiros gostaríamos muito de ver o Presidente Lula, defendendo nossos interesses com afinco e determinação, mesmo contra a Bolívia que é um país muito pobre, mas exorbitou de sers direitos! Lula sempre responde com o mesmo discurso, de que somos superiores e eles coitadinhos ! Acabou virando piada internacional e chacota para Hugo Chavez e Evo Morales. O que fazer?
2006-10-13 20:33:56
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answer #4
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answered by Anonymous
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Caro Leonardo registro aqui resposta já enviada a outro colega do YO, para ver se consegues entender-me.
Não existe a possibilidade do Sr. Alckmin ser eleito.
O Povo brasileiro, o qual a elite dita politizada, faz questão de menosprezar e insistentemente chama-los de analfabetos; pode até em sua maioria não terem boa escolaridade, mas não são realmente masoquistas e memórias curta. Ainda não esqueceram os governos faraônicos dos militares e os dois mandatos entreguistas de FHC=PSDB=PFL=Alckmin. E se hoje existe esta leva de maus instruÃdos no paÃs nada mais é do que o malvado plano diabólico dos polÃticos acima supra citados. Não que a administração federativa que aà está seja a correta, de forma nenhuma, deixaram muito a desejar, e não vejo outra opção a não ser votar no Lula, mesmo que a contra-gosto.
E se o Brasil quiser (seja quem for o presidente da república) cometer a mesma idiotice que já cometeu no passado seguindo conselhos de nações oportunistas (recordar da “chacina” injustamente imposta aos irmãos paraguaios) se dará muito mal. Nossas forças militares, infelizmente para uma nação tão importante que nem o Brasil, encontra-se completamente desaparelhada para qualquer conflito internacional.
2006-10-13 20:31:07
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answer #5
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answered by Toni 3
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Ele se acovardou pra não bater de frente com ninguém, é isso. E o povo que se dane mais uma vez.
2006-10-13 20:29:29
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answer #6
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answered by Hazinha 4
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Claro, meu sobrinho Geraldinho PCC é que é bom. TACAVA logo uma bomba e matava os hermanos todos. Ai, Geraldinho, meu sobrinho arrogante! Sempre foi um menino exibido! O FHC, padrinho dele, foi melhor ainda. Deixou o SUCATÃO, as FORÇAS ARMADAS todinha sucateada, faltava até comida nos quartéis. Veio este LULA, reequipou tudo. Mas Geraldinho, se bem conheço meu sobrinho, acaba com tudo rapidinho. Aqui em SP ele destronchou a Segurança Pública. Sabe que tive que contratar um negão pra me defender do PCC?
2006-10-13 20:28:54
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answer #7
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answered by GERALDA PAFÚNCIA A 1
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