Por que eu não voto em Lula
André Luiz Lacerda Deschamps
Vivemos em um momento crucial na história de nossa nação. A série de escândalos do nosso governo trouxe uma apatia geral, um desencanto pela política e uma crise moral e ética. Muitos não crêem mais na via política e preferem se abdicar; a verdade, porém, é que o nosso futuro passa irremediavelmente por ela. A situação é crítica, mas pode indicar um novo começo, como declamou T. S. Eliot, "No meu fim está o meu início". Tudo isso foi necessário para abrirmos os olhos e, como os prisioneiros na caverna de Platão, deixarmos de ser iludidos. Não dá mais! Não é só (!) a corrupção, há graves motivos para não votar em Lula e repensar uma nova sociedade. A minha reflexão perpassa todas as instâncias do meu ser.
Como pai de família lutando para sustentar dignamente minha família, sofro na carne a conseqüência da irresponsabilidade político-econômica do governo petista. Ando e posso até sentir nas costas o fardo dos juros e impostos que tenho que pagar. A carga tributária no governo Lula foi a maior na história do Brasil, alcançando 37,7% do PIB. Enquanto na gestão de FHC a taxa real de juros anualizada era de 5,81%, na era Lula é de estratosféricos 12,64%. Com isso, o crescimento brasileiro têm sido pífio, apesar do cenário externo favorável. Sim, o Brasil foi quem menos cresceu na América Latina, depois do Haiti, por razões óbvias. O país perde assim um momento propício de verdadeiramente lançar bases para o progresso. Analistas já indicaram que se o rumo da economia e das despesas públicas continuarem, as verbas para os programas sociais - a única bandeira desse desgoverno - não serão mais suficiente. Falando em programas sociais, Lula aumentou em 60% o orçamento do Bolsa Família somente no mês de julho, nas vésperas da eleição. Um desrespeito total à democracia, pois ele teve três anos e meio para fazer isso. Nem vou citar a total ausência de investimentos na infra-estrutura e a falta de planejamentos estratégicos.
Como professor, vivencio os males do uso de programas sociais que geram uma cultura mendicante e alienante nas camadas sociais mais pobres. Se isso não bastasse, temos o péssimo exemplo de descaso pela educação do Exmo. Presidência da República, PhD em Mediocridade. Sua capacidade de argumentar é medíocre, sua lógica é medíocre, seu uso da língua é medíocre (quem analisou o debate da Band com cuidado, sabe do que estou falando). Não seria de espantar, pois sempre que pode se gaba de não ter cursado uma universidade, de ser um "operário". Não faltaram oportunidades, não faltou dinheiro, o que faltou?... É claro seu desprezo pelos professores ao culpá-los pelos fracassos da escola brasileira, pois, segundo "nosso guia", se o aluno não aprendeu o professor não soube ensinar. Pois é, depois da arrogância acadêmica de FHC, temos de suportar a arrogância burra de Luís Inácio. Seu governo retardou o quanto pôde a aprovação do FUNDEB no Congresso. O ministro Cristovam Buarque teve de pedir demissão ao perceber a clara indisposição de Lula pela educação. E pensar que os professores em massa apoiavam essa corja...
Como cidadão, é impossível não sentir náusea diante do descalabro ético desse que já foi o guardião da ética na política brasileira. (os fatos comprovam que isso sempre foi um mito: não! o PT não se desvirtuou, sempre foi assim) Escândalos, escândalos, escândalos... Não preciso nem citar os inúmeros casos envolvendo a cúpula do governo, que derrubaram cinco ministros, a direção do PT e os assessores mais próximos do presidente. É lógico que ele não sabia, mas mentir descaradamente ele sabe. Só para tocar nos assuntos levantados no debate: o cartão corporativo e o Aerolula. Como noticiado no JB de 11/10, o cartão corporativo, criado no governo Fernando Henrique, em 2000, nasceu com o objetivo de facilitar pequenas contas. Tudo corria na legalidade, com as faturas discriminadas enviadas ao Tribunal de Contas. O governo ético de Lula abandonou a prática. Só informam agora o valor total das contas - gordas, por sinal. Em 2003, o governo gastou quase R$4 milhões com cartões, 37% a mais do que o antecessor. No ano seguinte, O TCU é acionado, pudera: as compras beiraram os R$6 milhões. Sem comentários. Bem, e o Aerolula? Lula torrou R$ 54 milhões na compra do Aerolula feito sem concorrência. Isso é mais do que o governo federal gastou em saneamento básico em 2004.
Dois fatores tornam os dados da corrupção muito mais graves que outros já cometidos: as ligações com criminosos e a desfaçatez moral. A partir do escândalo do envolvimento de José Dirceu com o jogo do bicho e a denúncia de apoio financeiro do narcotráfico colombiano na campanha lulista de 2002, começamos a desconfiar que o fedor indicava podridão bem maior. Agora descobrimos a ligação ignominiosa. No discurso presidencial de 2 de julho de 2005, pronunciado na celebração dos quinze anos de existência do Foro de São Paulo e reproduzido no site oficial do governo, http://www.info.planalto.gov .br/download/discursos/pr812a .doc, Lula revela para quem quiser saber o escopo do Foro de São Paulo, entidade por ele fundada em união com Fidel Castro e Hugo Chavez, com a colaboração de organizações como o MIR chileno, seqüestrador de brasileiros, e as Farc, narcoguerrilha colombiana. Para saber mais, vide site do filósofo Olavo de Carvalho: http://www.olavodecarvalho.org/semana/050926dc.htm. Esse é sem dúvida o maior escândalo deste governo terrorista. Além disso, ao afirmar que o PT faz o mesmo que vem sendo feito ininterruptamente na história política brasileira pelos outros partidos, o presidente-filósofo abre um perigoso procedente moral: "Todo mundo faz, nós também fazemos". E o pior é que artistas e colunistas de projeção endossam tal posição, fazendo invejar o próprio Maquiavel, ao afirmarem que pra fazer política, "tem que meter a mão na m.".
Como pensador e pesquisador, cansei-me do discurso (e da prática) da esquerda. Há algum tempo, desde os tempos da graduação e do mestrado em Letras, venho refletindo sobre a doutrinação marxista que sofremos nas escolas e universidades. Desde os tempos da escola, somos levados a pensar o mundo sob a ótica marxista-materialista. A Igreja, o capitalismo e os militares: eis os infames vilões. Os revolucionários, os comunistas, Lênin, Stalin, Che e Fidel: eis os heróis da resistência. Um pouco de estudo revela que esses regimes, idolatrados pelo Lula e o PT até hoje, foram os mais sangrentos e autoritários de todos os tempos. Comparadas sem preconceitos, as crueldades, os números de vítimas e as implacáveis perseguições políticas e religiosas desses regimes superam astronomicamente o que aconteceu na ditadura militar no Brasil e na Inquisição. Entretanto, os pobres comunistas, tão perseguidos, agora se tornam milionários no compassivo governo socialista tupiniquim de Lula. A revista Veja de 11 out. 06 (edição 1977) publicou que a conta das indenizações para anistiados políticos já passa dos R$ 3 bilhões. Os principais favorecidos já embolsaram cifras no valor de três a quatro milhões de reais cada. No entanto, ninguém agora defende as Forças Armadas, enfraquecidas e desarmadas. Jornal algum denuncia o massacre que os cristãos sofrem até hoje na China, em Cuba e nos países muçulmanos.
A verdade é que, apesar de o brasileiro ser, como revelou pesquisa, um povo conservador, ele tem votado na esquerda. Por quê? Como já comentei acima, somos doutrinados com um pensamento de esquerda, não só na área política, mas também culturalmente, através da ditadura do relativismo, de um pensamento "politicamente correto". É chique, dá um quê de intelectual, ser da esquerda. E ai daqueles que não o são - reacionários e atrasados! Essas eleições comprovaram isso: o candidato à reeleição é do principal partido socialista do Brasil, dois outros saíram do PT - um, pregando a revolução doce, e a outra, a radicalização, e o que concorre agora no segundo turno é do PSDB, partido de centro-esquerda. Dos males o menor.
Como católico, com uma vivência dos valores e do poder do Evangelho, não posso compactuar com tudo isso já citado. Para piorar ainda mais a situação, Lula mentiu para a CNBB e a sociedade. Em dezembro de 2004, Lula colocou oficialmente a legalização do aborto entre as prioridades do seu governo. Em abril de 2005, comprometeu-se com a ONU, oficialmente, a legalizar o aborto no país. Em agosto, escreveu uma carta à CNBB negando oficialmente qualquer intenção de levar a cabo as resoluções de sua campanha e o compromisso com a ONU. Em setembro, começou a realizar ambas, enviando à Câmara um projeto de lei que descriminalizava oficialmente o aborto. Em dezembro, incluiu oficialmente a legalização do aborto entre as diretrizes do seu programa de governo para o segundo mandato. A posição do PT em relação ao aborto é bem clara como se percebe na moção do 13º Encontro Nacional do partido, que pode ser encontrada no link do PT: http://www.pt.org.br/site/noticias/noticias_int.asp?cod=42954 . Ao ler o texto, manifesta-se a feição autoritária destes que governam o país. Não é de se surpreender, pois um partido que viola o sigilo bancário de um caseiro é capaz de tudo. Capaz até de denunciar a Igreja à Justiça Eleitoral por ela falar a verdade, que a candidata ao senado da coligação PT-PCdoB era autora do projeto de legalização do aborto. Num ato covarde, a Justiça invade a Arquidiocese e o próprio gabinete do Cardeal para descobrir panfletos contra a Jandira. Nem no tempo da ditadura essas coisas aconteciam. No final das contas, D. Eusébio estava certo, Lula não é católico, é caótico.
Contrariando a boataria do PT, vou votar no Alckmin sem medo e deixar bem claro as razões que me motivam a isso.
2006-10-18 04:50:59
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answer #7
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answered by Anonymous
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