Sim. Tenho um filho de 7 anos com síndrome de down que está na 1ª série novo fundamental (antiga alfabetização), ele faz também kumon de matemática e português. Todas as atividades que vem na agenda dele ele faz comigo, as vezes ele tem dificuldade, mas acaba fazendo. E quanto as atividades da escola quando ele não faz alguma lá, ele faz comigo em casa. Outro dia na praia conheci a mãe de um adolescente portador de síndrome de down que está fazendo turismo aqui em São Luís. Veja a repostagem abaixo que peguei na internet.
Uma Entrevista com um Down Universitário
Pablo Piñeda Ferrer é um jovem espanhol, natural de MálagaPablo Piñeda Ferrer é um jovem espanhol, natural de Málaga. Sempre freqüentou escolas normais e foi um dos primeiros portadores de Síndrome de Down a ser atendido desde o início do Projeto Roma, há 7 anos atrás. Hoje - aos 23 anos - cursa o terceiro ano de magistério (nível universitário), devendo se formar em 1998.
O Projeto Roma é um sistema de acompanhamento individualizado dos portadores de Síndrome de Down, que visa sua inclusão no sistema comum de ensino, sem adaptações de currículo. O acompanhamento é feito por mediadores e coordenadores, que assistem às aulas freqüentadas pelos Down, uma a duas vezes por semana e observam seu desempenho escolar, suas relações sociais e desenvoltura no espaço físico. O mediador não interfere no comportamento do aluno em classe, mas, a partir da observação, propõe reforços, novos materiais ou novas alternativas pedagógicas para o professor, os familiares ou terapeutas, de modo que as eventuais dificuldades do portador de Síndrome de Down possam ser superadas. O objetivo é tornar a vida escolar, familiar e social do Down o mais normal e autônoma possível.
Jose Miguel Lopes Melero, o educador que coordena o projeto Roma em Málaga, define assim o princípio que norteia seu trabalho: "O desenvolvimento da inteligência está condicionado pelo contexto, ou melhor, pela `qualidade' do contexto, em princípio familiar e depois escolar e social".
Durante o VI Congresso Mundial de Síndrome de Down, Pablo Piñeda concedeu a seguinte entrevista a Liana John, do Espaço XXI:
P- Com que idade você começou a freqüentar escolas normais?
Pablo- Eu sempre cursei escolas normais. Nasci em Málaga e fiz a escola elementar (pré-escola e primário) numa escola pública. Depois fui para outras escolas, sempre normais, sempre em Málaga.
P- E havia outros portadores de Síndrome de Down nas escolas que freqüentou?
Pablo- No início não, eu era o único.
P- E como a escola e os colegas te tratavam?
Pablo- A escola tende a homogeneizar todas as pessoas e portanto o fato de ter Síndrome de Down no colégio não é normal, infelizmente. O que seria "normal" seria colocar todos os Síndrome de Down juntos e todos os normais juntos. Na sociedade, em geral, se passa o mesmo: prefere-se juntar as pessoas iguais. Mas, aos poucos, é cada vez menos assim. Estão notando que o mundo é diversificado e é uma bobagem excluir.
P- E você percebe o preconceito de que forma?
Pablo- Há 20 anos, quando comecei a ir à escola, a desinformação era maior e tudo o que era novo era um campo aberto para todo tipo de abuso. Agora a mentalidade é distinta e a sociedade tende a assumir melhor as diferenças. Mas ainda custa.
P- Quando você percebeu que tinha Síndrome de Down?
Pablo- Aos 8 ou 9 anos. Eu estava no colégio público e Miguel (Jose Miguel Lopes Melero) me perguntou se eu sabia que tinha Síndrome de Down. Eu respondi que sim, mas eu não sabia. Ele começou então a me explicar o que era Síndrome de Down, que era uma questão genética e foi, como se diz, dourando a pílula. E eu que percebo as coisas a fundo e já percebia, interrompi e lhe perguntei: Miguel, sou idiota? E Miguel disse que não, que eu era diferente. A partir daí continuou as explicações.
P- E o que significou para você saber que tinha Síndrome de Down?
Pablo- Naqueles anos imediatos não me preocupou muito. Mas pouco a pouco fiquei mais consciente da responsabilidade que tinha e resolvi levantar a bandeira da Síndrome de Down. Participei de um vídeo para que se deixassem integrar os Síndrome de Down na escola. Era para a televisão, uma reportagem sobre Síndrome de Down em Málaga e só tinha eu na escola pública.
P- Quando foi isso?
Pablo- Em 1985, eu tinha 9 anos.
P- E nesta época você tinha condições de responder a questões que profissionais ou outros pais dirigiam a você ou eles falavam mais com seus pais?
Pablo- Primeiro eles falavam muito com meus pais. Eram pais de outros Síndrome de Down. Eles perguntavam muito. Teve um boom destas questões e aos poucos os olhos se dirigiam a mim e agora tanto os pais como os profissionais dirigem-se mais a mim do que aos meus pais.
P- Você tem uma boa autonomia na sua vida? Tem por exemplo, conta em banco, carteira de motorista?
Pablo- A autonomia não é total, mas cada vez mais conquisto mais autonomia. Estou num processo. Tenho conta no banco, mas ainda não dirijo.
P- Você tem irmãos? Mora com seus pais?
Pablo- Somos 4 irmãos. Dois vivem em Madri e 2 na casa dos nosso pais. Eu sou o caçula e moro na casa dos meus pais com meu terceiro irmão.
P- Você pretende morar sozinho?
Pablo- Agora ainda não. Não tenho independência total, estou muito jovem. Mas daqui a um tempo terei que viver sozinho.
P- Do seu ponto de vista, uma vez que as escolas da Espanha já aceitam os portadores de Síndrome de Down, o que é mais importante trabalhar agora, no seu país?
Pablo- A partir de agora o mais importante é substituir a mensagem de integração pela normalização.
P- E qual a diferença, para você, entre integração e normalização?
Pablo- É a filosofia. Os deficientes mentais tiveram que se adaptar à escola para se integrar. A escola não mudou, as pessoas tiveram de se adaptar. Na normalização é normal que um Síndrome de Down esteja na escola. A escola tem de se adaptar às pessoas. Assim é também com a sociedade: a sociedade tem que se adaptar à minha presença. Muda o discurso.
P- Você está no último ano de magistério e vai se formar professor. Em que você gostaria de trabalhar?
Pablo- Gostaria de ensinar a crianças do secundário com Síndrome de Down, já integradas na escola, como um professor de apoio dentro do projeto Roma.
P- E porque o secundário? O que te atrai?
Pablo- A partir do secundário é quando se percebe melhor que se tem Síndrome de Down. Os preconceitos também são maiores. Quando as crianças são pequenas elas te aceitam, mas quando são adolescentes não. Mesmo aqueles que brincavam com você no começo, agora ficam distantes. O medo de não conseguir também é maior. Porque se você não conseguir fazer - uma prova, uma tarefa - muda a aceitação. Então acho que aí posso ser mais útil, porque além de ajudar posso servir de exemplo, como Síndrome de Down e professor.
Neste momento, Daniel, portador de Síndrome de Down, de 3 anos, filho da entrevistadora, entrou na sala e interrompeu a conversa. Pablo pegou Daniel no colo e disse:
O futuro está aqui. Nas novas gerações. Por isso levantei a bandeira da Síndrome de Down.
E Pablo abaixou a voz para sussurrar confidencialmente:
Para preparar a grande invasão dos Síndrome de Down!!
2006-10-13 02:33:04
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answer #1
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answered by Karen Oliveira 3
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Olha, não sou a pessoa mais indicada para responder.
Mas me parece que não.
E não me parece ser uma questão de discriminação, impiedade, maldade contra o portador, preconceito. Nada disso.
Simplismente seria dificil para alguem com dificuldade cognitiva acompanhar adequadamente um curso. Muito dificil.
Mas se levarmos em consideração a monstruosa precariedade da maioria dos cursos no Brasil, talvez seja possível...até analfabeto entra em faculdade...
E não estou brincando.
2006-10-12 18:16:12
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answer #6
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answered by padre ivan 4
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