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Mitologia Grega
Características da Mitologia Grega, principais mitos e lendas, deuses gregos, Minotauro, Medusa, Hércules, a influência da religião na vida política, econômica e social dos gregos

Minotauro : figura da mitologia grega
Introdução.
Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos. Portanto, para buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.

Grande parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são importantes fontes de informações para entendermos a história da civilização da Grécia Antiga. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, econômicos, materiais, artísticos, políticos e culturais.

Entendendo a Mitologia Grega.
Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.

Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram :

- Heróis : seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos : Herácles ou Hércules e Aquiles.
- Ninfas : seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.
- Sátiros : figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.
- Centauros : corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.
- Sereias : mulheres com metade do corpo de peixe, atraíam os marinheiros com seus cantos atraentes.
- Górgonas : mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo : Medusa
- Quimeras : mistura de leão e cabra, soltavam fogo pelas ventas.
O Minotauro
É um dos mitos mais conhecidos e já foi tema de filmes, desenhos animados, peças de teatro, jogos etc. Esse monstro tinha corpo de homem e cabeça de touro. Forte e feroz, habitava um labirinto na ilha de Creta. Alimentava-se de sete rapazes e sete moças gregas, que deveriam ser enviadas pelo rei Egeu ao Rei Minos, que os enviavam ao labirinto. Muitos gregos tentaram matar o minotauro, porém acabavam se perdendo no labirinto ou mortos pelo monstro.
Certo dia, o rei Egeu resolveu enviar para a ilha de Creta seu filho, Teseu, que deveria matar o minotauro. Teseu recebeu da filha do rei de Creta, Ariadne, um novelo de lã e uma espada. O herói entrou no labirinto, matou o minotauro com um golpe de espada e saiu usando o fio de lã que havia marcado todo o caminho percorrido.
Deuses gregos
De acordo com o gregos, os deuses habitavam o topo do monte Olimpo, principal montanha da Grécia Antiga. Deste local, comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Os deuses gregos eram imortais, porém possuíam características de seres humanos. Ciúmes, inveja, traição e violência também eram características encontradas no Olimpo. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e acabavam tendo filhos com estes. Desta união entre deuses e mortais surgiam os heróis.
Conheça os principais deuses gregos :
Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu.
Afrodite - deusa do amor e da beleza.
Poseidon - deus dos mares
Hades - deus dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.
Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.
Apolo - deus da luz e das obras de artes.
Artemis - deusa da caça.
Ares - divindade da guerra..
Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de Atenas
Hermes - divindade que representava o comércio e as comunicações
Hefestos - divindade do fogo e do trabalho.

Mitologia
conceito
Aristóteles, em sua Poética, referindo-se ao teatro e à poesia, diz que o homem se compraz em imitar: "Ao que parece, duas causas, e ambas naturais, geraram a poesia. O imitar é congênito no homem ... e os homens se comprazem no imitado." (p 243). Com acerto, o mestre grego também poderia dizer que ao homem é próprio o desejo de registrar; registrar o que vê, o que ouve, o que sente, o que vive. A pré-história é muito mais longa que a história porém o homem começou a elaborar seus registros muito antes de ter inventado a escrita e o primeiro dos livros, certamente, foi a memória, esta faculdade psíquica, livro compartilhado pela fala em linguagem articulada, código transmissor de lembranças, conhecimento que assim transita entre as mentes e atravessa gerações. A forma mais primitiva de expressão e manutenção deste conhecimento é a elaboração do MITO.
O vocábulo grego mythos significa narrativa, relato. Ainda em Aristóteles, o mito é definido como "uma trama de fatos". Outros autores referem-se a mito e fábula como sinônimos e, neste caso, fábula é "narração alegórica, lenda, enredo" (Dicionário Aurélio). O filósofo renascentista italiano, Giambatista Vico, acredita que a composição dos mitos foi o primeiro instrumento intelectual posto à serviço do conhecimento cumulativo, que permitiu à humanidade transpor os limites de uma existência animal e evoluir para a racionalidade e para a civilização. Vico defende a hipótese de que os primeiros falantes foram poetas e "cantantes"; que o verso surgiu antes da prosa, o canto, antes do discurso e que todo conhecimento, toda ciência passa por um tratamento poético que resulta em narrativas exemplares denominadas "MITOS". Os mitos contêm ensinamentos e explicações. Em seu código alegórico, linguagem repleta de símbolos que ocultam múltiplos significados, os mitos, especialmente os arcaicos, oferecem respostas para numerosas inquietações do ser humano.



eu ja li bastante sobre isso e muito interessante..

2006-10-12 07:03:58 · answer #1 · answered by welblack 2 · 0 0

Mitologia grega
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Portal de Mitologia greco-romana Mitologia Helênica é uma das mais geniais concepções que a humanidade produziu. Os gregos, com sua fantasia, povoaram o céu e a terra, oADÔNIS



A figura de Adônis, estreitamente vinculada a mitos vegetais e agrícolas, aparece também relacionada, desde a antiguidade clássica, ao modelo de beleza masculina. Embora a lenda seja provavelmente de origem oriental - adon significa "senhor" em fenício -, foi na Grécia Antiga que ela adquiriu maior significação. De acordo com a tradição, o nascimento de Adônis foi fruto de relações incestuosas entre Smirna (Mirra) e seu pai Téias, rei da Assíria, que enganado pela filha, com ela se deitou. Percebendo depois a trama, Téias quis matá-la, e Mirra pediu ajuda aos deuses, que a transformaram então na árvore que tem seu nome. Da casca dessa árvore nasceu Adônis. Maravilhada com a extraordinária beleza do menino, Afrodite (a Vênus dos romanos) tomou-o sob sua proteção e entregou-o a Perséfone (Prosérpina), deusa dos infernos, para que o criasse. Mais tarde as duas deusas passaram a disputar a companhia do menino, e tiveram que submeter-se à sentença de Zeus. Este estipulou que ele passaria um terço do ano com cada uma delas, mas Adônis, que preferia Afrodite, permanecia com ela também o terço restante. Nasce desse mito a idéia do ciclo anual da vegetação, com a semente que permanece sob a terra por quatro meses. Afrodite e Adônis se apaixonaram, mas a felicidade de ambos foi interrompida quando um javali furioso feriu de morte o rapaz. Sem poder conter a tristeza causada pela perda do amante, a deusa instituiu uma cerimônia de celebração anual para lembrar sua trágica e prematura morte. Em Biblos, e em cidades gregas no Egito, na Assíria, na Pérsia e em Chipre (a partir do século V a.C.) realizavam-se festivais anuais em honra de Adônis. Durante os rituais fúnebres, as mulheres plantavam sementes de várias plantas floríferas em pequenos recipientes, chamados "jardins de Adônis". Entre as flores mais relacionadas a esse culto estavam as rosas, tingidas de vermelho pelo sangue derramado por Afrodite ao tentar socorrer o amante, e as anêmonas, nascidas do sangue de Adônis.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de
s mares e o mundo subterrâneo de Divindades Principais e Secundárias. Amantes da ordem, instauraram uma precisa categoria intermediária para os Semideuses e Heróis. A mitologia grega apresenta-se como uma transposição da vida em zonas ideais. Superando o tempo, ela ainda se conserva com toda a sua serenidade, equilíbrio e alegria. A religião grega teve uma influência tão duradoura, ampla e incisiva, que vigorou da pré-história ao século IV e muitos dos seus elementos sobreviveram nos Cultos Cristãos e nas tradições locais. Complexo de crenças e práticas que constituíram as relações dos gregos antigos com seus deuses, a religião grega influenciou todo o Mediterrâneo e áreas adjacentes durante mais de um milênio. Os gregos antigos adotavam o Politeísmo Antropomórfico, ou seja, vários deuses, todos com formas e atributos humanos. Religião muito diversificada, acolhia entre seus fiéis desde os que alimentavam poucas esperanças em uma vida paradisíaca além túmulo, como os heróis de Homero, até os que, como Platão, acreditavam no julgamento após a morte, quando os justos seriam separados dos ímpios. Abarcava assim entre seus fiéis desde a ingênua piedade dos camponeses até as requintadas especulações dos Filósofos, e tanto comportava os excessos orgiásticos do culto de Dioniso como a rigorosa ascese dos que buscavam a purificação. No período compreendido entre as primeiras incursões dos povos helênicos de origem Indo-européia na Grécia, no início do segundo milênio a. C., até o fechamento das escolas pagãs pelo imperador bizantino Justinianus, no ano 529 da era cristã, transcorreram cerca de 25 séculos de influências e transformações. Os primeiros dados existentes sobre a religião grega são as Lendas Homéricas, do século VIII a. C., mas é possível rastrear a evolução de crenças antecedentes. Quando os indo-europeus chegaram à Grécia, já traziam suas próprias crenças e deuses, entre eles Zeus, protetor dos clãs guerreiros e senhor dos estados atmosféricos. Também assimilaram cultos dos habitantes originais da península, os Pelasgos, como o oráculo de Dodona, os deuses dos rios e dos ventos e Deméter, a deusa de cabeça de cavalo que encarnava o ciclo da vegetação. Depois de se fixarem em Micenas, os gregos entraram em contato com a civilização cretense e com outras civilizações mediterrâneas, das quais herdaram principalmente as divindades femininas como Hera, que passou a ser a esposa de Zeus; Atena, sua filha; e Ártemis, irmã gêmea de Apolo. O início da filosofia grega, no século VI a.C., trouxe uma reflexão sobre as crenças e mitos do povo grego. Alguns pensadores, como Heráclito, os Sofistas e Aristófanes, encontraram na mitologia motivo de ironia e zombaria. Outros, como Platão e Aristóteles, prescindiram dos deuses do Olimpo para desenvolver uma idéia filosoficamente depurada sobre a divindade. Enquanto isso, o culto público, a religião oficial, alcançava seu momento mais glorioso, em que teve como símbolo o Pártenon ateniense, mandado construir por Péricles. A religiosidade popular evidenciava-se nos festejos tradicionais, em geral de origem camponesa, ainda que remoçada com novos nomes. Os camponeses cultuavam Pã, deus dos rebanhos, cuja flauta mágica os pastores tentavam imitar; as ninfas, que protegiam suas casas; e as nereidas, divindades marinhas. As conquistas de Alexandre o Grande facilitaram o intercâmbio entre as respectivas mitologias, de vencedores e vencidos, ainda que fossem influências de caráter mais cultural que autenticamente religioso. Assim é que foram incorporadas à religião helênica a deusa frígia Cibele e os deuses egípcios Ísis e Serápis. Pode-se dizer que o sincretismo, ou fusão pacífica das diversas religiões, foi a característica dominante do período Helenístico.

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A mitologia grega compreende o conjunto de mitos, lendas e entidades divinas e/ou fantásticas, (deuses, semideuses e heróis) presentes na religião praticada na Grécia Antiga, criados e transmitidos originalmente por tradição oral, muitas vezes com o intuito de explicar fenômenos naturais, culturais ou religiosos - como os rituais - cuja explicação não era evidente. As fontes remanescentes da mitologia grega ou são transcrições dessa oralida de criação.

Os historiadores da mitologia grega têm, muitas vezes, de se basear em dados fragmentários, descontextualizados (fragmentos de obras literárias, por exemplo) ou através de indícios transmitidos na iconografia grega (principalmente, os vasos) para tentarem reconstituir a riqueza narrativa e conceptual de uma das mitologias mundiais que mais interesse desperta.

Nas suas várias lendas, histórias e cânticos, os deuses da antiga Grécia são descritos como quase humanos em aparência, porém imunes ao tempo e praticamente imunes a doenças e feridas, capazes de se tornarem invisíveis, de viajarem grandes distâncias quase que instantaneamente e de falarem através de seres humanos sem o conhecimento destes.

Cada um dos deuses tem sua própria forma física, genealogia, interesses, personalidade e sua própria especialidade. Essas descrições, no entanto, têm variantes locais que nem sempre estão de acordo com as descrições usadas em outras partes do mundo grego da época. Quando esses deuses eram nomeados em poesias ou orações, eles se referiam a uma combinação de seus nomes e epítetos, com estes os identificando, distinguindo-os de outros deuses. Atualmente, apenas o povo Kalasha, do Paquistão, mantém como religião viva o panteão grego.

Índice [esconder]
1 Natureza da mitologia grega
2 Visão geral
2.1 A era dos deuses
2.2 Os deuses do Olimpo
3 Panteão
4 Genesis
4.1 Os Titãs
4.2 A Titanomaquia
4.3 O Olimpo
4.4 Os Olímpicos
5 Ver também
6 Ligações externas



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Natureza da mitologia grega
Enquanto todas as culturas através do mundo têm suas próprias mitologias, esse termo é de cunhagem grega e teve um sentido específico nessa cultura. Ele deriva de mythologia:

mythos, que no grego homérico significa superficialmente um discurso ritualístico de um chefe, um poeta ou um sacerdote;
logos, que no grego clássico significa "uma história convincente, um argumento em ordem";
Originalmente, então, a mitologia é uma tentativa de trazer sentido às narrativas estilizadas que os gregos recitavam em festivais, sussurravam em locais sagrados e espalhavam em banquetes de aristocratas.

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Visão geral
O espectro da mitologia grega é enorme. Abrange desde os crimes mais cruéis dos primeiros deuses e as sangrentas guerras de Tróia e Tebas, à infância de Hermes e o sofrimento de Deméter por Perséfone.

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A era dos deuses
Assim como seus vizinhos, os gregos acreditavam num panteão de deuses e deusas que eram associados a específicos aspectos da vida. Afrodite, por exemplo, era a deusa do amor, enquanto Ares era o deus da guerra e Hades o dos mortos.

Algumas deidades como Apolo e Dionísio revelavam personalidades complexas e uma variedade de funções, enquanto outros como Helios ("sol") eram pouco mais que personificações. Existiam também deidades de lugares específicos, como deuses de rios e ninfas de nascentes e cavernas. Tumbas de heróis e heroínas locais eram igualmente veneradas.

Apesar de centenas de seres poderem ser considerados deuses ou heróis, alguns não representavam mais que folclore ou eram honrados somente em lugares (Trophonius) e/ou festivais específicos (Adonis).

Rituais de maior abrangência e os grandes templos eram dedicados, em sua maioria, a um seleto círculo de deuses, notadamente os quinze do Olimpo, Heracles e Asclepio. Estas deidades eram o foco central dos cultos pan-Helênicos.

Muitas regiões e vilas tinham seus próprios cultos a ninfas, deuses menores ou ainda a heróis e heroínas desconhecidos em outros lugares. A maioria das cidades adoravam os deuses maiores com rituais peculiares e tinham para estes lendas igualmente próprias.

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Os deuses do Olimpo

ZeusZeus
É o senhor do Olimpo. Destronou Cronos, o seu pai, para reinar no Olimpo. Representa a ordem e a vitória da humanidade sobre as forças selvagens da natureza(No caso,representadas pelos titãs) É ele quem distribui o bem e o mal e governa toda a humanidade. O seu símbolo é o trovão e a águia. Zeus devorou a sua primeira esposa, Métis, quando esta estava grávida de Atena, a deusa da sabedoria, com medo de que a criança viesse a ser um dia mais poderosa do que ele. No entanto, Atena acabou por irromper da cabeça de Zeus quando Hefesto lhe abriu ao meio com um machado. Hera foi a sua segunda esposa, apesar de Zeus ter gerado filhos de muitas deusas e mulheres. Entre os seus descendentes contam-se Apolo, Ártemis, Dionisio,Hércules,graças,musas,Quíron,Perséfone,Hebe Hermes, Minos, Perseu, Perséfone, Castor e Pólux entre outros.

Hera
Equivalente, em Roma, a Juno, deusa protectora das mulheres e do casamento e do nascimento. É irmã e esposa de Zeus, e mãe dos deuses Hefesto e Ares.

Atena
Deusa da guerra justa, da sabedoria, das artes, da estratégia e ofícios, equivalente, em Roma, a Minerva. Atena era filha de Zeus, tendo nascido da sua cabeça, já completamente desenvolvida. Na Odisseia, de Homero, é a protetora de Ulisses e do seu filho Telémaco. O seu principal centro de culto era a cidade de Atenas, disputada para ser adorada por Atena e Posseidon. Posseidon ofereceu uma fonte de agua salgada para os habitantes da cidade, enquanto que Atena ofereceu uma oliveira. Os atenienses optaram pela deusa e assim a cidade passou a se chamar Atenas. O Partenon, situado na acrópole da cidade é o maior templo dedicado à deusa e até hoje atrai visitantes de todo o mundo. O mito do nascimento de Atena é de particular importância para entendermos a mentalidade dos gregos. Zeus tomara Métis (Sabedoria, Prudência) como primeira esposa. Estando ela grávida de Atena, o deus a engoliu, para que ela não tivesse um filho mais poderoso que o pai. Atena nasceu, então, da cabeça de Zeus quando este foi atingido na cabeça durante uma batalha. Nesse momento a deusa Atena saiu de dentro do ferimento da cabeça do pai, completamente desenvolvida e armada, pronta para defender seu pai.

Eros
Filho de Ares e Afrodite, em algumas versões considerado filho do Caos, sua versão romana é a de Cupido, ele é o deus do amor.

Posídon
Posídon é o deus do mar, e o terceiro filho dos titãs Cronos e Réia e irmão de Zeus e Hades. O deus equivalente na mitologia romana é Neptuno. Támbem conhecido como deus dos terremotos e dos cavalos. O simbolo mais asosiato ao Posídon e o tridente.

Héstia
Filha de Cronos e Réia, irmã de Hera, Zeus, Posídon, Hades e de Deméter, deusa virgem da lareira e do lar, seu nome romano é Vesta.

Apolo
Segundo as mitologias grega e romana, é o deus da luz do Sol, da música, da poesia e da profecia, e ainda o protector das musas. É irmão gémeo de Ártemis, filho de Zeus e Latona. Apolo é representado nas estátuas da antiguidade como um deus muito belo, personificando o ideal grego de beleza masculina. Eram particularmente importantes os cultos que lhe eram prestados em Delos, onde teria nascido, e em Delfos, onde se situava o seu principal santuário. Apolo é constantemente confundido com Helios.

Ártemis
Segundo a mitologia grega, a deusa da castidade, dos animais selvagens, da luz da Lua e da caça (a romana Diana). Irmã gêmea de Apolo, era adorada em centros de culto espalhados um pouco por todo o mundo grego, sendo um dos maiores o templo de artemis que se situava em Éfeso. Este enorme templo, várias vezes reconstruído nos tempos da antiguidade clássica, era uma das Sete Maravilhas do Mundo. Ártemis é constantemente confundida com Selene.

Deméter
Filha de Cronos e Réia é a deusa da colheita. Seu nome do grego significa mãe da terra (de=terra, meter=mãe). Deusa responsavel pelas estações. Teve uma linda filha com Zeus, chamada Persefone. Hades deus dos infernos(sub-mundo) ficou encantado com a sua beleza e resolveu raptá-la para levá-la para seu reino. Após o rapto de Persefone, Demeter saiu em sua busca durante 9 dias e 9 noites, mas em vão, já que ninguem sabia onde estava a sua filha. Então Helios, o deus que tudo vê, lhe contou o que tinha acontecido. Zeus ficou indiferente, então, Demeter, passou a viver na terra, em Attica, e decidiu que não só ela ficaria de luto pela perda da filha, como toda a natureza também. Todas as plantas começaram a morrer e as pessoas começaram a morrer de fome. Zeus ficou preocupado e instruiu Íris para conversar com Demeter, mas de nada adiantou. Zeus então enviou Hermes para conversar com Hades. Hades concordeou em liberar Persefone, mas lhe deu uma semente para comer. Com esse truque de lhe dar uma comida do sub-mundo ele conseguiu garantir que Persefone voltaria para ele. Quando ela voltou para a sua mãe as flores brotaram e toda a terra foi coberta de verde e assim foi por 8 meses, enquanto Perséfone ficou junto da sua mãe, mas nos 4 meses seguintes ela retornou ao sub-mundo e por la permaneceu por 4 meses, nesse periodo sua mãe entrou de luto e com ela toda a natureza. Todo ano esse ciclo se repete.

Hermes
Equivalente, em Roma, a Mercúrio. Filho de Zeus e Maia, tinha a função de mensageiro dos deuses. Usava sandálias com asas, um chapéu de abas largas, e segurava uma vara (caduceu) onde se enrolavam duas serpentes. Hermes era o protector dos ladrões, viajantes e mercadores.

Dionísio
Na mitologia grega, o deus do vinho é filho de Sémele e de Zeus, e também do excesso orgiástico. Era servido por mulheres, as ménades, de quem se dizia serem capazes de despedaçar um animal apenas com a força dos seus braços, quando sob a influência do deus. Foi identificado com o deus romano Baco, cujos ritos eram menos cruéis e deram origem às bacanais.

Afrodite
Segundo a mitologia grega, é a deusa do amor e da beleza. Por vezes, considera-se que é filha de Zeus (por exemplo, nos textos de Homero), outras vezes diz-se que nasceu da espuma do mar (como nos textos de Hesíodo). Casada com Hefesto, o deus do fogo, era-lhe infiel. É a mãe de Hermafrodito (com Hermes), Eros o deus do amor, Anteros, Fobos, Deimos e Harmonia (com Ares), Hymenaios e Priapo (com Dionísio) e Enéias (com o mortal Anquises). A deusa equivalente na mitologia romana é Vénus.

Hefesto
Deus do fogo, dos metais e da metalurgica, filho de Zeus e Hera. Trabalhava admiravelmente os metais e construiu inúmeros palácios de bronze, além da esplêndida armadura de Aquiles e o cetro e a égide de Zeus. Segundo uma tradição, nasceu coxo, pelo que sua mãe lançou-o do alto do monte Olimpo, foi recolhido por Tétis e Eurínome, com as quais permaneceu durante nove anos. Voltando ao Olimpo, ao defender Hera contra Zeus, este atirou-o do céu e, precipitando durante um dia inteiro, caiu na ilha de Lemos. Suas forjas, com vinte foles, foram depois do Olimpo colocadas no Etna, onde tinha os Ciclopes como companheiros de trabalho.

Ares
Deus da Guerra. Seu símbolo era o cão ou o Arbutre. Pai de Rômulo e Remo, que fundaram Roma.Era mais cultuado pelos romanos do que pelos gregos. Ele se preocupava com a querra e a batalham,e entrava rápidamente em uma briga. Marte em Roma.

Hades
Irmão de Zeus e Posídon, Hades divide com eles o domínio do Universo. Enquanto o primeiro detém os Céus e o segundo os Mares, Hades é o senhor do mundo subterrâneo, a morada dos mortos, que comporta o Inferno ou Hades, local genérico para a moradia dos mortos, o Tártaro, abrigo dos grandes criminosos e inimigos dos deuses, e o os Campos Elíseos, habitação dos bem-aventurados, virtuosos e benquistos dos deuses, as pessoas evitavam dizer seu nome, e diziam "apelidos", como Plutão, que deu nome ao deus romano.

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Panteão
Os deuses da mitologia grega representam forças e fenômenos da natureza e também impulsos e paixões humanas. Moram no Monte Olimpo e de lá controlam tudo o que se passa entre os mortais. O Panteão Grego inclui semideuses, heróis e inúmeras entidades, como os sátiros e Ninfas, espíritos dos bosques, das águas ou das flores..

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Genesis

O mundo primordial, segundo a Mitologia GregaNo princípio havia o Caos, e em algum momento surgiu Erebus, o lugar desconhecido onde a morte mora, e Nix. Havia apenas silêncio e vazio. Então, Amor nasce produzindo um início de ordem, e se faz Luz e Dia, e a terra (Gaia) aparece. Erebus e Noite copulam e dão nascimento a Éter, a luz celestial, e Dia, a luz terrena. Gaia, por si só, gera Urano, o céu. Urano torna-se o esposo de Gaia e a cobre por todos os lados. Da união de Urano e Gaia surgem todas as criaturas, Titãs, Ciclopes, e Hecatonquiros.

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Os Titãs
Os Titãs foram doze dos filhos dos primitivos senhores do universo, Gaia e Urano. Seis eram do sexo masculino - Oceano, Ceo (pai de Leto), Crio, Hipérion, Jápeto (pai de Prometeu) e Cronos - e seis do feminino - Téia, Réia (mãe dos deuses do olímpo), Têmis (a justiça), Mnemósine (a memória), Febe (deusa da Lua cheia) e Tétis (deusa do mar). Tinham por irmãos os três hecatonquiros, monstros de cem mãos e cinqunta cabeças, e os três Ciclopes, que forjavam os relâmpagos.

Urano não gostava dos Ciclopes e dos Hecatonquiros por isto os prendeu no Tartáro. Gaia então instigou entre seus filhos a revolta. Foi Cronos, o mais jovem, que assumiu a liderança da luta contra Urano e, usando uma foice oferecida por Gaia, castrou seu pai. O sangue de Urano, ao cair na terra, gerou os gigantes; da espuma que se formou no mar, nasceu Afrodite.

Com a destituição de Urano, os titãs libertaram os outros irmãos e aclamaram rei a Cronos, que desposou sua irmã Réia e voltou a prender os hecatonquiros e os ciclopes no Tártaro.

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A Titanomaquia
Cronos foi advertido de que assim como aconteceu com seu pai ele também seria destronado por um de seus filhos, então passou a devora-los quando nasciam; assim ele o fez com Deméter, Hera, Hades, Héstia e Poseidon. Quando Zeus nasceu, Réia deu uma pedra para Cronos no lugar do seu sexto filho, que ocultou numa caverna na ilha de Creta. Ao atingir a idade adulta, Zeus decidiu destronar o pai, conforme a antiga profecia.

A primeira aliada de Zeus foi a titânida Métis, deusa da prudência. Métis enganou Cronos, fazendo-o beber uma poção que o obrigou a vomitar Héstia, Deméter, Hera, Hades e Posídon, os filhos engolidos. Zeus conseguiu ainda libertar os ciclopes, seus tios, que se juntaram a ele e aos irmãos.

Armado com o relâmpago (presente dos ciclopes) e recoberto com a égide (possivelmente a pele da cabra Amaltéia, já morta), Zeus enfrentou Cronos e os outros titãs. Do lado de Zeus, além dos irmãos e dos tios (os ciclopes), estavam as oceânides Métis e Estige, os filhos de Estige (Zelo, Niké, Cratos e Bias) e Prometeu, filho de Jápeto. Do lado dos titãs, as operações foram conduzidas por Atlas.

Após dez anos de luta, a um conselho de Gaia, Zeus libertou também os poderosíssimos hecatônquiros. Com mais esses aliados, os titãs foram finalmente derrotados e expulsos do céu.

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O Olimpo
Com a vitória, Zeus se tornou o soberano dos Deuses e passou a governar o universo no Monte Olimpo, uma montanha mistica que se estendia além da terra. A Poseidon ele concedeu o domínio sobre as águas e a Hades o inferno de Tártaro.

O novo soberano prendeu os titãs vencidos no Tártaro, eternamente vigiados pelos hecatônquiros, e condenou o poderoso Atlas a sustentar eternamente a abóbada celeste.

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Os Olímpicos
Dentre os principais deuses olímpicos, doze eram mais importantes e mais poderosos que os demais: seis filhos do titã Crono, seis filhos de Zeus e uma deusa, Afrodite, nascida do sêmen de Urano.

O principal deus é Zeus, o pai e rei dos deuses e dos homens. Cultuado em toda a Grécia, é o guardião da ordem e dos juramentos, senhor dos raios e dos fenômenos atmosféricos. Hera, irmã e esposa de Zeus, preside os casamentos, os partos, protege a família e as mulheres. Atena, ou Palas Atena, nasce da cabeça de Zeus, já completamente armada. É a deusa da inteligência, das artes, da indústria e da guerra organizada. Héstia Filha de Cronos e Réia, deusa da lareira e do lar. Apolo, filho de Zeus e da deusa Leto, é o deus da luz do sol, da música, da adivinhação e da medicina. Artemis, irmã gêmea de Apolo, é a deusa-virgem, símbolo da vida livre, das florestas e da caça. Afrodite, deusa da beleza, do amor e da volúpia sexual, é casada com Hefesto ou Hefaísto, filho de Zeus e de Hera, feio e disforme, protetor dos ferreiros e dos ofícios manuais. Hares (Ares), filho de Zeus e Hera, é o deus da guerra violenta. Poseidon ou Posídeon, irmão de Zeus, é o deus do mar. Hades, irmão de Zeus, governa a vida após a morte e a região das trevas - Hades governa o tártaro, o mundo inferior, para onde se dirigem todos os mortos. Deméter é a deusa da colheita. Dionísio, deus da videira e do vinho. Hermes, filho de Zeus e da ninfa Maia, é o mensageiro dos deuses, protetor dos pastores, dos negociantes, dos ladrões e inspirador da eloqüência. Eros Filho de Afrodite e de Ares (ou do Caos), jovem alado com o arco do amor, deus do amor.

No Olimpo, os deuses passavam o tempo em maravilhosos palácios, eternamente em festa. Comiam a ambrósia e bebiam o néctar, alimentos exclusivamente divinos, ao som da lira de Apolo, do canto das Musas e da dança das Cárites.

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Ver também
Deuses gregos
Heróis da mitologia grega
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Ligações externasAFRODITE



Afrodite, na mitologia grega, era a deusa da beleza e da paixão sexual. Originário de Chipre, seu culto estendeu-se a Esparta, Corinto e Atenas. Seus símbolos eram a pomba, a romã, o cisne e a murta. No panteão romano, Afrodite foi identificada com Vênus. A mitologia oferecia duas versões de seu nascimento: segundo Hesíodo, na Teogonia, Cronos, filho de Urano, mutilou o pai e atirou ao mar seus órgãos genitais, e Afrodite teria nascido da espuma (em grego, aphros) assim formada; para Homero, ela seria filha de Zeus e Dione, sua consorte em Dodona. Por ordem de Zeus, Afrodite casou-se com Hefesto, o coxo deus do fogo e o mais feio dos imortais. Foi-lhe muitas vezes infiel, sobretudo com Ares, divindade da guerra, com quem teve, entre outros filhos, Eros e Harmonia. Outros de seus filhos foram Hermafrodito, com Hermes, e Príapo, com Dioniso. Entre seus amantes mortais, destacaram-se o pastor troiano Anquises, com quem teve Enéias, e o jovem Adônis, célebre por sua beleza. Afrodite possuía um cinturão mágico de grande poder sedutor e os efeitos de sua paixão eram irresistíveis. As lendas freqüentemente a mostram ajudando os amantes a superar todos os obstáculos. À medida que seu culto se estendia pelas cidades gregas, também aumentava o número de seus atributos, quase sempre relacionados com o erotismo e a fertilidade.

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APOLO



Figura complexa e enigmática, que transmitia aos homens os segredos da vida e da morte, Apolo foi o deus mais venerado no panteão grego depois de Zeus, o pai dos céus. Os santuários dedicados a essa divindade, sobre cuja origem - oriental ou indo-européia - existem dúvidas, se estendiam por todo o Mundo Helênico; a ele era consagrado o templo de Delfos, o de maior importância na Grécia, mencionado já na Ilíada. Nesse santuário, centro do culto "Apolíneo", a Pítia, ou Pitonisa, aspirava os vapores que saíam de uma fenda na terra e, em profundo êxtase, pronunciava o oráculo sob a influência do deus. Apolo e sua irmã gêmea Ártemis (identificada pelos romanos com Diana) eram filhos de Zeus e Leto, da estirpe dos Titãs. Segundo a lenda, os dois nasceram na ilha de Delos, outro dos lugares importantes de seu culto, onde Leto se havia refugiado, perseguida pelo implacável ciúme de Hera, esposa de Zeus. Apolo, com um ano de idade e armado de arco e flechas, perseguiu a serpente Píton, também inimiga de sua mãe, até o lugar sagrado de Delfos, e ali a matou. Zeus recriminou o filho pela profanação do santuário e, em memória da serpente, instituiu os Jogos Píticos. O poder de Apolo se exercia em todos os âmbitos da natureza e do homem. Por isso, suas inovações eram múltiplas e variadas. Além de ser por excelência o deus dos oráculos e fundador de importantes cidades, sua proteção - e sua temível ira - abarcava desde a agricultura e o gado até a juventude e seus exercícios de ginástica, assim como os marinheiros e navegantes. Tinha poder sobre a morte, tanto para enviá-la como para afastá-la, e Asclépio (o Esculápio Romano), o deus da medicina, era seu filho. Considerado também o "Condutor das Musas", tornou-se deus da música por ter vencido o deus Pã em um torneio musical. Seu instrumento era a lira. A identificação de Apolo com o Sol - daí ser chamado também Febo (brilhante) - e o ciclo das estações do ano constituía, no entanto, sua mais importante caracterização no mundo helênico. Apolo, que durante o inverno vivia com os hiperbóreos, mítico povo do norte, regressava a Delos e Delfos a cada primavera, para presidir às festas que, durante o verão, eram celebradas em sua honra. O culto de Apolo também teve grande amplitude em Roma. As numerosas representações que dele fizeram artistas de todos os tempos, tanto na antiguidade Greco-Romana como nos períodos Renascentista e Barroco, mostraram-no como um deus de beleza perfeita, símbolo da harmonia entre corpo e espírito.



AE 17 de bronze (16,0 mm), de Felipe II, cunhado em 359/336 a.C. na Macedônia.
Anverso: Busto de Apolo com tiara, à direita.
Reverso: Jovem vitorioso sobre o cavalo, à direita, segurando longa folhagem de palmeira com a mão direita.
Inscrição: FILIPPOU




Moeda de bronze (8,1 gr.), cunhada pelos Mamertines, em 200/38 a.C. em Messana na Sicília/Itália.
Anverso: Busto de Apolo, à direita.
Reverso: Vitória em pé, à esquerda, segurando uma coroa com a mão direita e uma palma com a esquerda.




Unidade Quádruplo de bronze (10,2 gr), de Apollodotos I, cunhado em 174/165 a.C. na Bactria.
Anverso: Apolo em pé, à esquerda, segurando uma flecha com a mão direita e um arco com a esquerda.
Inscrição: BASILEWS APOLLODOTOU SWQHROS
Reverso: Tripé.
Inscrição: escrita kharoshthi: "Maharajasa tratarasa Apaladatasa" - (o rei salvador apollodotos)

(Após a chegada dos indo-gregos a população local com o seu recente adquirido reinado, já vinha usando moedas com formas retangulares/quadradas e marcas de punção usadas para muitas transações. Eventualmente este fato influenciou os indo-gregos a emitirem formas quadradas de moedas, com cunhagem bilíngüe (grego e indiano), que poderia ser aceita prontamente por mercadores e população local.)




AE26 de bronze (8,3 gr.), de Maximus, cunhado em 235/238 d.C. em Deultum (Trácia).
Anverso: Busto de Maximus.
Inscrição: CAIVS IVLIVS VERVS MAXIMVS CAESAR
Reverso: Apolo em pé à esquerda, segurando ramo com a mão direita e com o braço esquerdo repousado sobre uma lira em um altar.
Inscrição: COLONIA FL PACIFICA DEVLTVM




Denarius de prata (3,3 gr.), de Gordianus III, cunhado em 241/243 d.C. em Roma (Itália).
Anverso: Busto laureado de Gordianus III, à direita.
Inscrição: IMPERATOR GORDIANVS PIVS FELIX AVGVSTVS
Reverso: Apolo sentado em um trono, à esquerda, segurando um ramo com a mão direita e com o braço esquerdo apoiado em uma lira.
Inscrição: PONTIFEX MAXIMVS TRIBVNICIA POTESTATE III CONSVL II PATER PATRIAE






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ARES



Uma das 12 grandes divindades do panteão helênico, Ares, deus da guerra, não era muito apreciado pelos gregos, que davam prioridade aos valores do espírito e à sabedoria. Ares era filho de Zeus, deus supremo grego, e de Hera. Sua figura representava o espírito violento e combativo, que só encontra prazer nas batalhas. Embora dotado de força extraordinária, era continuamente enganado por outros deuses que, como Atena - personificação da sabedoria -, sabiam tirar proveito de sua pouca inteligência. Ares era representado com couraça, capacete, lança e escudo. No combate, sua presença era anunciada com ferozes gritos de guerra que provocavam pânico. Lutava a pé ou num carro puxado por cavalos, às vezes em companhia dos filhos que teve com Afrodite: Deimos (o Medo) e Fobos (o Terror), e outras vezes com sua irmã Éris (a Discórdia). Segundo a mitologia, foi vencido em várias ocasiões. Os Aloídas o derrotaram e encerraram numa urna de bronze durante 13 meses. Segundo se narra no canto V da Ilíada, o herói Diomedes, ajudado pela astuta Atena, conseguiu ferir Ares, que se refugiou no Olimpo. Ares manteve constantes aventuras amorosas com mulheres mortais, de que resultaram seus filhos Alcipe, Ascálafo e Flégias, entre outros. Seus amores com Afrodite foram descobertos pelo marido desta, Hefesto, que envolveu astutamente os amantes numa rede para levá-los ante o soberano juízo dos deuses e assim demonstrar a traição. Em Roma, com o nome de Marte, recebeu maior veneração que entre os gregos, sobretudo por parte das legiões romanas.

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A atribuição a Ártemis de traços de deidades pré-helênicas e cretenses mais antigas conferiu-lhe uma imagem multifacetada e ambígua. Na mitologia grega, Ártemis era filha de Zeus e de Leto e irmã gêmea de Apolo. Tida como virgem e defensora da pureza, era também protetora das parturientes e estava ligada a ritos de fecundidade; embora fosse em essência uma deusa caçadora, encarnava as forças da natureza e tutelava as ninfas, os animais selvagens e o mundo vegetal. Cultuada sobretudo nas áreas rurais, na Ática enfatizou-se seu caráter de "senhora das feras", na ilha de Eubéia foi considerada protetora dos rebanhos e no Peloponeso reconheceu-se seu domínio sobre o reino vegetal e ela foi associada à água vivificante. Apesar dessa imagem protetora, Ártemis exibia facetas cruéis: matou o caçador Órion; condenou à morte a ninfa Calisto por deixar-se seduzir por Zeus; transformou Acteão em cervo para ser despedaçado por sua própria matilha e, com Apolo, exterminou os filhos de Níobe e Anfião, para vingar uma suposta afronta. Suas ocupações principais eram a caça e a dança, no que se fazia acompanhar das Ninfas. Ártemis tinha diversas representações. As cópias de sua estátua no templo de Éfeso, uma das maravilhas do mundo antigo, correspondem ao modelo das chamadas deusas-mães e apresentam muitos seios, símbolo de fecundidade. Na Grécia clássica foi representada com longa túnica e arco retesado, enquanto na época helenística exibia túnica curta e aljava, seguida por uma matilha ou um filhote de cervo. Essa imagem foi também a mais comum em Roma, que identificou Ártemis com Diana.

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ASCLÉPIO/ESCULÁPIO



O culto a Asclépio/Esculápio, deus greco-romano da medicina, teve muito prestígio no mundo antigo, quando seus santuários converteram-se em sanatórios. Os textos primitivos não concediam caráter divino a Esculápio, que os gregos chamavam Asclépio. Homero o apresenta na Ilíada como um hábil médico e Hesíodo e Píndaro descrevem como Zeus o fulminou com um raio, por pretender igualar-se aos deuses e tornar os homens imortais. Com o tempo, passou a ser considerado um deus, filho de Apolo e da mortal Corônis, com o poder de curar os enfermos. Seu templo mais famoso era o de Epidauro, no Peloponeso, fundado no século VI a.C. O teatro dessa cidade foi construído para acolher os peregrinos que acorriam para a festa em honra de Esculápio, a Epidauria. Era também patrono dos médicos e sua figura aparecia nos ritos místicos de Elêusis. Seu culto foi iniciado em Roma por ordem das profecias sibilinas, conjunto de oráculos do ano 293 a.C. Na época clássica, Esculápio era representado, quer sozinho, quer com sua filha Higia (a saúde), como um homem barbudo, de olhar sereno, com o ombro direito descoberto e o braço esquerdo apoiado em um bastão, o caduceu, em volta do qual se enroscam duas serpentes, e que se transformou no símbolo da medicina.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz deATENA



Embora a mitologia lhe reservasse várias atribuições, em todas elas Atena personificava a serenidade e a sabedoria características do espírito grego. Zeus, segundo a Mitologia Grega, para evitar o cumprimento de uma profecia, engoliu sua amante grávida, a Oceânide Métis. Depois ordenou a Hefesto que lhe abrisse a cabeça com um golpe de machado e dela nasceu Atena, já armada. Acredita-se que ela era originalmente a deusa-serpente cretense, protetora do lar. Adotada pelos micênicos belicosos, seu caráter tutelar completou-se com o de guerreira. Finalmente, transformou-se na deusa protetora de Atenas e outras cidades da Ática. Como todos os deuses do Olimpo, Atena tinha um caráter dual: simbolizava a guerra justa e possuía uma disposição pacífica, representando a preponderância da razão e do espírito sobre o impulso irracional. Em Atena residia a alma da cidade e a garantia de sua proteção. Na tragédia Eumênides, Ésquilo deu expressão acabada à figura sábia e prudente de Atena, atribuindo-lhe a fundação do Areópago, conselho de Atenas. O mito afirma que Atena inventou a roda do oleiro e o esquadro empregado por carpinteiros e pedreiros. As artes metalúrgicas e os trabalhos femininos estavam sob sua proteção; o culto a Atena se baseava no amor ao trabalho e à cidade. Seu principal templo, o Pártenon, ficava em Atenas, onde anualmente celebravam-se em sua honra as Panatenéias e davam-lhe o nome de Atena Partênia. Foi representada por Fídias na célebre estátua do Pártenon, de que se conserva uma cópia romana do século II da era cristã. Os relevos desse templo apresentam sua imagem guerreira, com capacete, lança, escudo e couraça. Os romanos assimilaram-na à deusa Minerva (que, com Juno e Júpiter, compunha a tríade capitolina) e acentuaram ainda mais seu caráter espiritual, como símbolo da justiça, trabalho e inteligência.



Tetradrachma de prata (16,9 gr.), cunhado em Atenas na Grécia após 449 a.C.
Anverso: Busto de Atena com capacete (c/ contra-marca).
Reverso: Coruja, ramo de oliveira e meia-lua (c/ contra-marca).
Inscrição: AQE




AE19 de bronze (19,5 mm/7,7 gr), de Antigonos II Gonatas, cunhado em 277/239 a.C. na Macedônia.
Anverso: Busto de Atena com capacete, à direita.
Reverso: Pan, à esquerda, levantando troféu.






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CRONOS



A figura enigmática de Cronos representou, na mitologia, um claro exemplo dos conflitos religiosos e culturais surgidos entre os gregos e os povos que habitavam a península helênica antes de sua chegada. Cronos era um deus da mitologia pré-helênica ao qual se atribuíam funções relacionadas com a agricultura. Mais tarde, os gregos o incluíram em sua Cosmogonia, mas lhe conferiram um caráter sinistro e negativo. Na mitologia grega, Cronos era filho de Urano (o céu) e de Gaia ou Gê (a terra). Incitado pela mãe e ajudado pelos irmãos, os Titãs, castrou o pai - o que separou o céu da terra - e tornou-se o primeiro rei dos deuses. Seu reinado, porém, era ameaçado por uma profecia segundo a qual um de seus filhos o destronaria. Para que não se cumprisse esse vaticínio, Cronos devorava todos os filhos que lhe dava sua mulher, Réia, até que esta conseguiu salvar Zeus. Este, quando cresceu, arrebatou o trono do pai, conseguiu que ele vomitasse os outros filhos, ainda vivos, e o expulsou do Olimpo, banindo-o para o Tártaro, lugar de tormento. Segundo a tradição clássica, Cronos simbolizava o tempo e por isso Zeus, ao derrotá-lo, conferira a imortalidade aos deuses. Era representado como um ancião empunhando uma foice e freqüentemente aparecia associado a divindades estrangeiras propensas a sacrifícios humanos. Os romanos assimilaram Cronos a Saturno e dizia-se que, ao fugir do Olimpo, ele levara a agricultura para Roma, com o que recuperava suas primitivas funções agrícolas. Em sua homenagem, celebravam-se as saturnálias, festas rituais relacionadas com a colheita.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaDEMÉTER



Na Grécia Antiga, a deusa Deméter e sua filha, Perséfone, eram cultuadas nos mistérios de Elêusis, rituais secretos em que se agradeciam a fecundidade da terra e as colheitas. Deméter, deusa grega da agricultura, era filha de Cronos e Réia e mãe de Perséfone, que a ajudava nos cuidados da terra, e de Pluto, deus da riqueza. Perséfone foi raptada por Hades, que a levou para os Infernos e a esposou. Desesperada com o desaparecimento da filha, Deméter saiu a sua procura e, durante a viagem, passou pela cidade de Elêusis, onde foi hospitaleiramente recebida. Em agradecimento, revelou aos habitantes seus ritos secretos. A terra abandonada, entretanto, tornava-se estéril e os alimentos começavam a escassear. Preocupado com a difícil situação dos mortais, Zeus convenceu Hades a permitir que Perséfone passasse o outono e o inverno nos Infernos e regressasse para junto da mãe na primavera. Assim, Deméter simbolizou a terra cultivável, produtora da semente - Perséfone - que há de fecundá-la periodicamente. Em Elêusis celebravam-se os mistérios, ou ritos secretos, em que Deméter figurava como deusa da fertilidade e Perséfone como encarnação do ciclo das estações. Na Mitologia Romana, Deméter foi identificada com Ceres.





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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaDIONISO



O festival de tragédias da Grande Dionisíaca, celebração primaveril ao deus grego Dioniso pelo retorno da fertilidade da terra após o inverno, deu origem à arte dramática. Dioniso, divindade do vinho e da embriaguez, era na origem deus da vegetação, cultuado na Trácia e na Frígia. Segundo a tradição clássica, era filho do deus Zeus com Sêmele, filha mortal do rei de Tebas. Enciumada, Hera, esposa de Zeus, persuadiu Sêmele a pedir a ele que se mostrasse em todo o esplendor de sua majestade. Sêmele morreu fulminada pelos raios emitidos por Zeus, mas este salvou o filho que ela trazia no ventre e enxertou-o em sua própria coxa. Quando Dioniso nasceu, para protegê-lo de Hera, Zeus enviou-o a Nisa, onde cresceu e descobriu a vide e o fabrico do vinho. Depois realizou numerosas viagens para expandir seu culto e ensinar aos homens a arte da vinicultura. Antes de subir ao Olimpo, desceu aos infernos para buscar a mãe e levou-a consigo. Em Roma, Dioniso foi identificado com Baco. As bacanais, rituais equivalentes às dionisíacas gregas, foram suprimidas em 186 a.C.



Tetradrachma de prata (32,0 mm/16,7 gr), cunhado após 148 a.C. em Thasos na Trácia.
Anverso: Cabeça do jovem Dioniso, à direita, com grinalda de heras e uma faixa em sua testa.
Reverso: Hércules nu em pé, à esquerda, segurando uma clava com a mão direita e uma pele de leão com a esquerda.
Inscrição: HRAKLEOUS SWTHROS QASIWN
(Seguindo a derrota de Andriscus e a organização da Macedônia em uma província romana, a produção das grandes minas de prata foi enviada às casas da moeda de Maroneia e Thasos na Trácia, para cunhagem de moedas).


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© 1999/2004 - Emerson Luiz deÉOLO



A mitologia grega apresenta três personagens com o mesmo nome de Éolo, cujas tradições se confundem, o que acarreta certa confusão para essa figura. Um dos heróis com o nome de Éolo é o rei mítico da Magnésia, na Tessália, filho de Helena e pai de Sísifo. Foi o ancestral dos eólios e deu nome à terra em que viviam, a Eólia, na costa oeste da Anatólia. Seus filhos Cânace e Macareu cometeram incesto e depois se suicidaram. A história deles serviu de tema à tragédia Éolo, de Eurípides, que se perdeu. O segundo personagem de nome Éolo é neto do mesmo rei da Magnésia e filho do deus Posêidon com Melanipe. Quando esta deu à luz gêmeos, seu pai mandou cegá-la, prendeu-a num calabouço e expôs as crianças à intempérie. Teano, esposa do rei da Icária, ameaçada de abandono pelo marido por não conceber, acolheu os dois, mas pouco depois deu também à luz gêmeos. Mais tarde, sugeriu aos filhos legítimos que matassem Éolo e Beoto, mas como estes eram filhos de um deus, levaram a melhor e mataram os filhos de Teano. O rei, que preferia os adotivos, soube da verdadeira história, mandou matar Teano e casou-se com Melanipe. Homero, na Odisséia, fala de um Éolo, filho de Posêidon. Rei dos ventos, acolheu Ulisses em sua ilha e deu-lhe um odre, em que guardava os ventos adversos. Em liberdade ficou apenas Zéfiro, que soprava suavemente sobre as velas das naus. Enquanto Ulisses dormia, seus companheiros, à procura de vinho e de ouro, abriram o odre e desencadearam uma tormenta que acabou por devolvê-los à Eólia. Esse episódio levou Éolo a pensar que os deuses perseguiam Ulisses e seus companheiros e, por isso, negara-lhes ajuda para prosseguir viagem.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaEROS



Ignorado por Homero, Eros aparece pela primeira vez na Teogonia de Hesíodo, que o descreve como o mais belo dos imortais, capaz de subjugar corações e triunfar sobre o bom senso. Deus grego do amor e do desejo, Eros encerrava, na mitologia primitiva, significado mais amplo e profundo. Ao fazê-lo filho do Caos, vazio original do universo, a tradição mais antiga apresentava-o como força ordenadora e unificadora. Assim ele aparece na versão de Hesíodo e em Empédocles, pensador pré-socrático. Seu poder unia os elementos para fazê-los passar do caos ao cosmos, ou seja, ao mundo organizado. Em tradições posteriores era filho de Afrodite e de Zeus, Hermes ou Ares, segundo as diferentes versões. Platão descreveu-o como filho de Poro (Expediente) e Pínia (Pobreza), daí que a essência do amor fosse "sentir falta de", busca constante, em perpétua insatisfação. Seu irmão Ânteros, também filho de Afrodite, era o deus do amor mútuo e, às vezes, oponente e moderador de Eros. Artistas de várias épocas representaram com freqüência o episódio da relação de Eros com Psiqué, que simboliza a alma e constitui uma metáfora sobre a espiritualidade humana. Em Roma, Eros foi identificado com Cupido. Inicialmente representavam-no como um belo jovem, às vezes alado, que feria os corações dos humanos com setas. Aos poucos, os artistas foram reduzindo sua idade até que, no Período Helenístico, a imagem de Eros é a representação de um menino, modelo que foi mantido no Renascimento.

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GAIA



O nome Gaia, Géia ou Gê, é utilizado como prefixo para designar as diversas ciências relacionadas com o estudo do planeta. A deusa foi também a propiciadora dos sonhos e a protetora da fecundidade. Na mitologia grega, Gaia é a personificação da Terra como deusa. Uma das primeiras divindades a habitar o Olimpo, nasceu imediatamente depois do Caos. Sem intervenção masculina, gerou sozinha Urano (o Céu), as Montanhas e o Ponto (o Mar). Formou com Urano o primeiro casal divino e dessa união nasceram os Titãs, os Ciclopes e os Hecatonquiros, gigantes de cinqüenta cabeças e cem braços. Urano detestava os filhos e, logo após seu nascimento, encerrava-os no Tártaro. Revoltada com esse procedimento, Gaia decidiu armar um dos filhos, Cronos, com uma foice. Quando, na noite seguinte, Urano se uniu a Gaia, Cronos atacou-o e castrou-o, separando assim o Céu e a Terra. Cronos lançou os testículos de Urano ao mar, mas algumas gotas caíram sobre Gaia, fecundando-a. Desse contato, nasceram as Erínias (identificadas, na mitologia latina, com as Fúrias). Gaia, na mitologia clássica, personificava a origem do mundo, o triunfo e ordenamento do cosmos frente ao caos, a propiciadora dos sonhos, a protetora da fecundidade e dos jovens.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaHADES



As escassas referências a Hades nas lendas gregas, em comparação com os outros grandes deuses, revelam o temor que essa divindade infundia ao povo. Hades era filho de Cronos e de Réia, irmão de Zeus e de Poseidon. Destronado Cronos, coube a Hades o mundo subterrâneo, na partilha que os três irmãos fizeram entre si. Reinava, em companhia de sua esposa Perséfone, sobre as forças infernais e sobre os mortos, no que freqüentemente se denominava "a morada de Hades" ou apenas Hades. Embora supervisionasse o julgamento e a punição dos condenados após a morte, Hades não era um dos juízes nem torturava pessoalmente os culpados, tarefa que cabia às Erínias. Era descrito como austero e impiedoso, insensível a preces ou sacrifícios, intimidativo e distante. Invocava-se Hades geralmente por meio de eufemismos, como Clímeno (o Ilustre) ou Eubuleu (o que dá bons conselhos). Seu nome significa, em grego, "o invisível", e era geralmente representado com o capacete que lhe dava essa faculdade. O nome Plutão ("o rico" ou "o distribuidor de riqueza"), que se tornou corrente na religião romana, era também empregado pelos gregos.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaHEFESTO



A figura de Hefesto, apesar de ser motivo freqüente de escárnio nas lendas gregas, foi muito venerada pelas dádivas por ele concedidas aos mortais. Hefesto, na mitologia grega, era o deus do fogo. Filho de Hera e de Zeus, teria nascido feio e coxo. A mãe, envergonhada, o jogara do Olimpo ao mar. Foi recolhido pela titânia Tétis, que o educou na ilha de Lemnos. De volta ao Olimpo, esposou, por ordem de Zeus, Afrodite, a mais bela das deusas. Como deus do fogo, Hefesto tornou-se o ferreiro divino e instalou suas forjas no centro dos vulcões. Ali fabricou os raios de Zeus, o tridente de Poseidon, a couraça de Héracles, as flechas de Apolo e as armas de Aquiles. Confeccionou também uma rede invisível em que aprisionou os amantes Afrodite e Ares para expô-los ao ridículo diante dos outros deuses e se vingar das traições da esposa. Patrono dos ferreiros e dos artesãos em geral, é responsável, segundo a lenda, pela difusão da arte de usar o fogo e da metalurgia. Era geralmente representado como um homem de meia-idade, barbado, vestido com uma túnica sem mangas e com um gorro sobre o cabelo desgrenhado. Apresenta muitas semelhanças com o deus Vulcano, da mitologia romana.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaHÉLIO



O famoso Colosso de Rodes, escultura em bronze erguida no século III a.C. e considerada uma das sete maravilhas do mundo antigo, era uma estátua de Hélio, representado como um belo jovem coroado de raios resplandecentes. Hélio, na mitologia grega, era a representação divina do Sol. Filho de Hipérion, era neto de Urano e de Gaia (o Céu e a Terra), irmão de Eos, a Aurora, e de Selene, a Lua. Percorria o céu todos os dias, de leste para oeste, num carro flamejante puxado por quatro corcéis, para levar luz e calor aos homens. Faetonte, filho de Hélio e de Clímene, morreu ao tentar conduzir o carro do Sol, quando buscava provar sua ascendência divina. Narra a mitologia que a ninfa Clítia, apaixonada por Hélio e por ele desprezada, foi transformada por Apolo em heliotrópio, flor que gira ao longo do dia sobre seu caule, voltada sempre para o Sol, ou a conhecida flor Girassol. Na Grécia clássica, Hélio foi cultuado em Corinto e sobretudo em Rodes, ilha que lhe pertencia e onde era considerado o deus principal, honrado anualmente com uma grande festa.



Antoninianus de bronze (3,4 gr.), cunhado em 276/282 d.C. em Cyzicus/Asiana (Balkiz/Turquia).
Anverso: Busto radiante de Probus, à esquerda, segurando um cetro.
Inscrição: IMPERATOR CAESAR MARCVS AVRELIVS PROBVS PIVS FELIX AVGVSTVS
Reverso: Deus Sol galopando em uma quadriga em expansão.
Inscrição: SOLI INVICTO COMITI XXI


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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaHERA



As crises de ciúme provocadas pela infidelidade de seu esposo, Zeus, marcaram o comportamento da deusa grega Hera em muitos episódios da mitologia. Hera, na mitologia grega, era filha de Cronos e Réia, irmã e esposa de Zeus. Venerada como rainha dos deuses em Esparta, Samos, Argos e Micenas, tinha entre as duas últimas cidades um templo famoso por abrigar uma bela estátua sua, esculpida em ouro e marfim por Policleto. Embora, na lenda, Hera figure como deusa da vegetação, foi em geral considerada rainha do empíreo - o céu - e protetora da vida e da mulher. Esta última característica tornava-a também protetora da fecundidade e do matrimônio, pelo que recebeu o nome de Ilítia, atribuído em outras ocasiões a uma filha sua. Foram também seus filhos Hebe, a juventude florida; Ares, deus da guerra; e Hefesto, deus ferreiro. O ciúme despertado pelas constantes infidelidades de Zeus levou-a a perseguir encarniçadamente as amantes do marido e os filhos oriundos dessas uniões de Zeus. Hera intervém com muita freqüência nos assuntos humanos: protegeu os aqueus na guerra de Tróia e velou, igualmente, pelos argonautas, para que seu barco passasse sem perigo pelos temíveis rochedos de Cila e Caribde. Seus atributos são o cetro e o diadema, o véu (associado à mulher casada) e o pavão (símbolo da primavera). Na Mitologia Romana, Hera foi identificada com a deusa Juno.

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HERMES



A figura do deus Hermes era motivo de grande veneração entre os gregos, que o consideravam um benfeitor e defensor da humanidade perante os deuses do Olimpo. Hermes, na mitologia grega, era filho de Zeus e da ninfa Maia. Reverenciado como deus da fertilidade, tinha o centro de seu culto na Arcádia, onde se acreditava que tivesse nascido. Seu nome tem origem, provavelmente, em herma, palavra grega que designava os montes de pedra usados para indicar os caminhos. Considerado protetor dos rebanhos, era freqüentemente associado a divindades da vegetação, como Pã e as ninfas. Entre suas várias atribuições incluíam-se as de mensageiro dos deuses; protetor das estradas e viajantes; condutor das almas ao Hades; deus da fortuna, da eloqüência e do comércio; patrono dos ladrões e inventor da lira. Era também o deus dos sonhos, a quem os gregos ofereciam a última libação antes de dormir. Nas representações mais antigas, aparece como um homem adulto, com barba, vestido com uma túnica longa, ou com a imagem de um pastor, com um carneiro sobre os ombros. Foi posteriormente representado como um jovem atlético e imberbe, com capacete alado, asas nos pés e, nas mãos, o caduceu - bastão mágico com que distribui fortuna. Em Roma, foi assimilado ao deus Mercúrio.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaNINFAS



Fonte de inspiração da arte greco-romana, as ninfas emprestaram suas características a seres mitológicos de culturas posteriores, como elfos, fadas e gnomos. Na mitologia grega, ninfas eram as divindades femininas secundárias associadas à fertilidade e identificadas de acordo com os elementos naturais em que habitavam, cuja fecundidade encarnavam. As oceânides e as nereidas eram ninfas marinhas; as náiades, crenéias, pegéias e limneidas moravam em fontes, rios ou lagos; as hamadríades (ou dríades) eram protetoras das árvores; as napéias, dos vales e selvas; e as oréades, das montanhas. Diferenciavam-se ainda muitos outros grupos. Embora não fossem imortais, as ninfas tinham vida muito longa e não envelheciam. Benfazejas, tudo propiciavam aos homens e à natureza. Tinham ainda o dom de profetizar, curar e nutrir. Em geral, não se destacavam individualmente, embora algumas das mais citadas na literatura apresentassem genealogia definida. As nereidas, por exemplo, eram filhas do deus marinho Nereu e entre elas destacava-se Tétis, mãe do herói Aquiles. As náiades haviam sido geradas pelo deus do rio em que viviam e com elas foram mais tarde identificadas as ninfas da Mitologia Romana. Um tipo muito especial de ninfas eram as melíades, nascidas do freixo - árvore que simboliza a durabilidade e firmeza - que eram belicosas. Belas, graciosas e sempre jovens, as ninfas foram amadas por muitos deuses, como Zeus, Apolo, Dioniso e Hermes. Quando uma ninfa se apaixonava por um mortal, podia tanto raptá-lo, como aconteceu com Hilas; fundir-se com ele, como Salmácis com Hermafrodito; ou se autodestruir, como fez Eco por amor a Narciso.



Drachma de prata (5,79 gr.), cunhado em 350/325 a.C. em Larissa/Thessália na Grécia.
Anverso: Busto da Ninfa Larissa, à esquerda.
Reverso: Cavalo pastando, à direita.
Inscrição: LARISAIWN

(Thessália - Região do norte da Grécia situada entre o Epiro e o mar Egeu, ao sul da Macedônia. Limitada pelos maciços do Olimpo, a nordeste, e Pindo, a oeste. Por mais de dois milênios desempenhou papel importante na história grega. Na época clássica foi palco de rivalidades não só entre famílias como entre cidades. Era famosa por suas terras férteis e seus cavalos.)


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Pã, cujo nome em grego significa "tudo", assumiu de certa forma o caráter de símbolo do mundo pagão e nele era adorada toda a natureza. Na mitologia grega, Pã era o deus dos caçadores, dos pastores e dos rebanhos. Representado por uma figura humana com orelhas, chifres, cauda e pernas de bode, trazia sempre uma flauta, a "flauta de Pã", que ele mesmo fizera, aproveitando o caniço em que se havia transformado a ninfa Siringe. Sobre seu nascimento há várias versões: dão-no como filho de Zeus ou de Hermes, também como filho do Ar e de uma nereida, ou filho da Terra e do Céu. Teve muitos amores, os mais conhecidos com as ninfas Pítis e Eco, que, por abandoná-lo, foram transformadas, respectivamente, em pinheiro e em uma voz condenada a repetir as últimas palavras que ouvia. Segundo a tradição, seu culto foi introduzido na Itália por Evandro, filho de Hermes, e em sua honra celebravam-se as lupercais. Em Roma, foi identificado ora com Fauno, ora com Silvano. A respeito de Pã, Plutarco relata um episódio de enorme repercussão em Roma ao tempo do imperador Tiberius. O piloto Tamo velejava pelo mar Egeu quando, certa tarde, o vento cessou e sobreveio longa calmaria. Uma voz misteriosa chamou por ele três vezes. Aconselhado pelos passageiros, Tamo indagou à voz o que queria, ao que esta lhe ordenou que navegasse até determinado local, onde deveria gritar: "O grande Pã morreu!". Tripulantes e passageiros persuadiram-no a cumprir a ordem, mas quando Tamo proclamou a morte de Pã ouviram-se gemidos lancinantes de todos os lados. A notícia se espalhou e Tiberius reuniu sábios para que decifrassem o enigma, que não foi explicado. A narrativa de Plutarco tem sido interpretada como o anúncio do fim do mundo romano e do advento da era cristã.



AE19 de bronze (7,7 gr.), de Antigonos II Gonatas, cunhado em 277/239 a.C. na Macedônia.
Anverso: Busto de Atena com capacete, à direita.
Reverso: Pã, à esquerda, levantando troféu.


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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaPERSÉFONE



Os antigos ritos misteriosos celebrados em Elêusis, localidade da Ática, tinham no mito grego de Perséfone seu principal motivo simbólico. Perséfone era filha de Zeus, senhor dos deuses, e de Deméter, deusa da agricultura. Ainda era uma jovem donzela - em grego, koré, o que explica o fato de também ser chamada de Cora - quando foi raptada por Hades, o senhor dos mortos, que a levou para seu reino subterrâneo e a fez sua esposa. Ao saber do rapto, Deméter ficou desesperada e descuidou-se de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve grande escassez de alimentos. Zeus ordenou a Hades que devolvesse Perséfone, mas como esta comera uma semente de romã no mundo subterrâneo não podia ficar inteiramente livre. Estabeleceu-se então um acordo: Perséfone passaria um terço do ano com Hades. Os quatro meses ao ano que Perséfone permanece no mundo subterrâneo correspondem à aparência árida dos campos gregos no verão, antes que reverdeçam com as chuvas de outono. O mito simbolizava o ciclo anual da colheita. Deméter representava a terra cultivável, de que nascia Perséfone, a semente que brota periodicamente. O amor de Perséfone por Adônis, relatado em outra lenda, achava-se igualmente vinculado aos rituais agrícolas. Na mitologia romana, a deusa foi identificada com Prosérpina. O rapto de Perséfone foi celebrado por poetas como Ovídio e também serviu de tema para diversos pintores do Renascimento.

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POSÊIDON



As tempestades que, segundo Homero, Posêidon provocou para evitar que Ulisses (Odisseu), que o ofendera, retornasse à pátria, são um exemplo característico do temperamento irado que a Mitologia Grega atribuía a esse deus. Posêidon (ou Posídon), deus grego dos mares, era filho de Cronos, deus do tempo, e Réia, deusa da fertilidade. Eram seus irmãos Zeus, o principal deus do panteão grego, e Hades, deus dos infernos. Quando os três irmãos depuseram o pai e partilharam entre si o mundo, coube a Posêidon o reino das águas. Seu palácio situava-se no fundo do Mar Egeu e sua arma era o tridente, com que provocava maremotos, tremores de terra e fazia brotar água do solo. Pai de Pégaso, o cavalo alado gerado por Medusa, esteve sempre associado aos eqüinos e por isso se admite que tenha chegado à Grécia como deus dos antigos helenos, que também levaram à região os primeiros cavalos. O temperamento impetuoso de Posêidon, cuja esposa era Anfitrite, conduziu-o a numerosos amores. Como pai de Pélias e Nereu, gerados pela princesa Tiro, era o ancestral divino das casas reais de Tessália e Messênia. Seus outros filhos eram, na maioria, seres gigantescos e de natureza selvagem, como Órion, Anteu e o Ciclope Polifemo. Embora tenha perdido uma disputa com Atena pela soberania da Ática, foi também cultuado ali. Em sua honra celebravam-se os Jogos Ístmicos, constituídos de competições atléticas e torneios de música e poesia, realizados a cada dois anos no istmo de Corinto. Os artistas plásticos acentuaram a ligação de Posêidon com o mar e representaram-no como um homem forte, de barbas brancas, com um tridente na mão e acompanhado de golfinhos e outros animais marinhos. A Mitologia Romana identificou-o com o deus Netuno.



AE21 de bronze (8,8 gr.), cunhada por Hieron II, em 274/216 a.C. em Siracusa na Sicília.
Anverso: Busto de Posêidon, à esquerda.
Reverso: Tridente de Posêidon rodeado por dois golfinhos.
Inscrição: IERWNOS II


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PROMETEU



A figura trágica e rebelde de Prometeu, símbolo da humanidade, constitui um dos mitos gregos mais presentes na cultura ocidental. Filho de Jápeto e Clímene - ou da nereida Ásia ou ainda de Têrmis, irmã de Cronos, segundo outras versões - Prometeu pertencia à estirpe dos Titãs, descendentes de Urano e Gaia e inimigos dos deuses olímpicos. O poeta Hesíodo relatou, em sua Teogonia, como Prometeu roubou o fogo escondido no Olimpo para entregá-lo aos homens. Fez do limo da terra um homem e roubou uma fagulha do fogo divino a fim de dar-lhe vida. Para castigá-lo, Zeus enviou-lhe a bonita Pandora, portadora de uma caixa que, ao ser aberta, espalharia todos os males sobre a Terra. Como Prometeu resistiu aos encantos da mensageira, Zeus o acorrentou a um penhasco, onde uma águia devorava diariamente seu fígado, que se reconstituía. Lendas posteriores narram como Hércules matou a águia e libertou Prometeu. Na Grécia, havia altares consagrados ao culto a Prometeu, sobretudo em Atenas. Nas lampadofórias (festas das lâmpadas), reverenciavam-se ao mesmo tempo Prometeu, que roubara o fogo do céu, Hefesto, deus do fogo, e Atena, que tinha ensinado o homem a fazer o óleo de oliva. A tragédia Prometeu acorrentado, de Ésquilo, foi a primeira a apresentá-lo como um rebelde contra a injustiça e a onipotência divina, imagem particularmente apreciada pelos poetas românticos, que viram nele a encarnação da liberdade humana, que leva o homem a enfrentar com orgulho seu destino. Prometeu significa etimologicamente "o que é previdente". O mito, além de sua repercussão literária e artística, tem também ressonância profunda entre os pensadores. Simbolizaria o homem que, para beneficiar a humanidade, enfrenta o suplício inexorável; a grande luta das conquistas civilizadoras e da propagação de seus benefícios à custa de sacrifício e sofrimento.





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© 1999/2004 - Emerson Luiz de Faria
RÉIA



Na época clássica, Réia foi cultuada em alguns pontos da Grécia, principalmente em Creta, na Arcádia, na Beócia e em Atenas. Nessa cidade se localizava o santuário que a deusa compartilhava com o irmão e esposo Cronos. Réia é uma antiga deusa, provavelmente de origem pré-helênica, associada à "Grande Mãe" cretense e aos ritos agrícolas. Símbolo da terra, por meio do sincretismo creto-micênico foi transformada pelos gregos em esposa de Cronos. Segundo a Teogonia, de Hesíodo, Réia, uma das titânidas, filha de Urano e Gaia - o casal primordial, céu e terra - casou-se com Cronos, seu irmão. Dessa união nasceram seis filhos: Héstia, Deméter, Hera, Hades, Posêidon e Zeus. Avisado por uma profecia de que um de seus filhos lhe tomaria o trono, Cronos devorava cada um deles logo que nascia. Quando da gestação de Zeus, Réia foi para Creta e, numa caverna do monte Dicte, deu à luz o caçula, que foi amamentado pela cabra Amaltéia. Envolveu então uma pedra em panos, como se fosse a criança, e deu-a ao esposo, que a engoliu sem perceber a troca. Mais tarde, Zeus destronou Cronos e o obrigou a vomitar todos os irmãos. A iconografia de Réia não figura entre as mais importantes da mitologia grega. Suas raras representações remetem ao mito do nascimento de Zeus. Os romanos identificaram-na tardiamente com a divindade oriental Cibele, mãe dos deuses.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaTITÃS



A dramática lenda dos titãs constitui um expressivo exemplo da integração dos cultos pré-helênicos ao corpo da mitologia grega. Segundo Hesíodo, os titãs eram os 12 filhos dos primitivos senhores do universo, Gaia (a Terra) e Urano (o Céu). Seis eram do sexo masculino - Oceano, Ceo (pai de Leto), Crio, Hipérion, Jápeto (pai de Prometeu) e Cronos - e seis do feminino - Téia, Réia (mãe dos deuses), Têmis (a justiça), Mnemósine (a memória), Febe (a Lua) e Tétis (deusa do mar). Tinham por irmãos os três hecatonquiros, monstros de cem mãos que presidiam os terremotos, e os três Ciclopes, que forjavam os relâmpagos. Urano iniciou um conflito com os titãs ao encarcerar os hecatonquiros e os ciclopes no Tártaro. Gaia e os filhos revoltaram-se, e Cronos cortou com uma foice os órgãos genitais do pai, atirando-os ao mar. O sangue de Urano, ao cair na terra, gerou os gigantes; da espuma que se formou no mar, nasceu Afrodite. Com a destituição de Urano, os titãs libertaram os outros irmãos e aclamaram rei a Cronos, que desposou Réia e voltou a prender os hecatonquiros e os ciclopes no Tártaro. Salvo Jápeto e de Crio, que tomaram consortes fora da própria linhagem, os titãs uniram-se entre si e deram origem a divindades menores. Cronos e Réia que produziram descendência mais numerosa: Héstia, Deméter, Hera, Hades, Posêidon e Zeus, a primeira geração de deuses olímpicos. Avisado de que os filhos o destituiriam, Cronos engoliu todos eles exceto Zeus, salvo por um ardil da mãe. Ao tornar-se adulto, Zeus fez Cronos beber uma poção que o forçou a vomitar os filhos, e uniu-se aos irmãos, os deuses olímpicos na luta contra os titãs nas planícies da Tessália, pela posse do Monte Olimpo. Esse conflito culminou com a derrota de Cronos e dos titãs, confinados por Zeus no Tártaro. Os titãs, do mesmo modo que seus irmãos, seriam divindades primitivas, talvez de remota origem oriental, ligadas a ritos agrários. Sua vinculação aos elementos primários da natureza parece confirmada por uma lenda órfica posterior, que atribui aos titãs a origem da parte terrestre, ou material, dos seres humanos. Derrotando os Titãs, Zeus estabeleceu seu domínio como o maior do deuses. Depois, os três filhos de Cronos dividiram a herança em três partes: Zeus ficou com o amplo céu e o ar superior, Posêidon com o mar e Hades com o mundo subterrâneo.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de Faria
URANO

Na mitologia grega, a figura imponente de Urano, personificação do céu, encarnava o impulso fecundante primário da natureza. Urano é o deus do firmamento na mitologia grega. Segundo a Teogonia, de Hesíodo, Urano foi gerado por Gaia (a Terra), nascida do Caos original e mãe também das Montanhas e do Mar. Da posterior união de Gaia com Urano, nasceram os Titãs, os Ciclopes e os Hecatonquiros. Por odiar os filhos, Urano encerrava-os no corpo de Gaia, que lhes pediu que a vingassem. Só Cronos, um dos Titãs, lhe atendeu. Com uma harpe (cimitarra), castrou Urano quando este se uniu a Gaia. Das gotas de sangue que caíram sobre ela nasceram as Erínias, os Gigantes e as Melíades (ninfas dos freixos). Os testículos decepados flutuaram no mar e formaram uma espuma branca, de que nasceu Afrodite, a deusa do amor. Com seu ato, Cronos separara o céu da Terra e permitira que o mundo adquirisse uma forma ordenada. Na Grécia clássica não havia culto a Urano. Este fato, aliado a outros elementos da narrativa, sugere uma origem pré-grega. O uso da harpe indica fonte oriental e a história apresenta semelhança com o mito hitita de Kumarbi. Em Roma, Urano foi identificado com o deus Céu.

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ZEUS



Como divindade suprema do Olimpo, chamado "pai dos deuses e dos homens", Zeus simbolizava a ordem racional da Civilização Helênica. Zeus é o personagem mitológico que, segundo Hesíodo e outros autores, nasceu de Réia e de Cronos, o qual engolia os filhos para evitar que se cumprisse a profecia de que um deles o destronaria. Após o nascimento de Zeus, Réia ocultou a criança numa caverna, em Creta, e deu uma pedra envolta em faixas para o marido engolir. Quando chegou à idade adulta, Zeus obrigou o pai a vomitar todos os seus irmãos, ainda vivos, e o encerrou sob a terra. Transformou-se então no novo senhor supremo do cosmo, que governava da morada dos deuses, no cume do Monte Olimpo. A esposa de Zeus foi sua irmã Hera, mas ele teve numerosos amores com deusas e mulheres mortais, que lhe deram vasta descendência. Entre as imortais, contam-se Métis, que Zeus engoliu quando grávida para depois extrair Atena da própria cabeça; Leto, que gerou Apolo e Ártemis; Sêmele, mãe de Dioniso; e sua irmã Deméter, que deu à luz Perséfone. Com Hera concebeu Hefesto, Hebe e Ares. O deus assumia com freqüência formas zoomórficas - cisne, touro - ou de nuvem ou chuva, em suas uniões com mortais, que deram origem a uma estirpe ímpar de heróis, como os Dióscuros (Castor e Pólux), Héracles (Hércules) e outros que ocupam lugar central nos ciclos lendários. Os templos e estátuas em honra a Zeus dominavam todas as grandes cidades, embora seu culto fosse menos popular do que o das respectivas divindades locais. Era representado comumente como homem forte e barbado, de aspecto majestoso, e com essa imagem foi adotado pelos Romanos, que o identificaram com Júpiter.



Tetradrachma de prata (24,5 x 21,5 mm/14,09 gr), de Felipe II, cunhado em 342/328 a.C. em Melitaia/Thessália(Grécia).
Anverso: Busto laureado de Zeus, à direita.
Reverso: Jovem vitorioso sobre o cavalo, à direita, segurando longa folhagem de palmeira com a mão direita.
Inscrição: FILIPPOU




Tetradrachma de prata (28,0 mm/16,9 gr), de Alexandre III, cunhado em 295/275 a.C. em Miletos/Ionia.
Anverso: Hércules com pele de leão da Neméia, à direita.
Reverso: Zeus sentado no trono, à esquerda, segurando uma águia com a mão direita e um longo cetro vertical com a esquerda.
Inscrição: ALEXANDROU




AE21 de bronze (5,9 gr.), cunhado em 215/205 a.C. em Bruttium no Sul da Itália.
Anverso: Busto de Zeus, à direita.
Reverso: Águia de asas abertas, à esquerda, segurando raios.




Tetradrachma de prata (32,0 mm/16,9 gr), de Alexandre III, cunhado após 125 a.C. em Mesembria/Trácia.
Anverso: Hércules com pele de leão da Neméia, à direita.
Reverso: Zeus sentado no trono, à esquerda, segurando uma águia com a mão direita e um longo cetro vertical com a esquerda.
Inscrição: BASILEWS ALEXANDROU




AE17 de bronze (9,3 gr), de Antialkidas, cunhado em 115/95 a.C. na Bactria.
Anverso: Busto de Zeus, à direita, com raios transpassando seu ombro.
Inscrição: BASILEWS NIKHFOROU ANTIALKIDOU
Reverso: Gorros de Dioscuri, com palmas entre eles.
Inscrição: escrita kharoshthi


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AQUILES



A antiga e rica lenda de Aquiles ilustra a assertiva de que "os eleitos dos deuses morrem jovens", já que o herói preferiu uma vida gloriosa e breve a uma existência longa, mas rotineira e apagada. Aquiles era filho de Tétis (a ninfa marinha, e não a deusa do oceano) e de Peleu, rei dos mirmidões da Tessália. Ao nascer, a mãe o mergulhou no Estige, o rio infernal, para torná-lo invulnerável. Mas a água não lhe chegou ao calcanhar, pelo qual ela o segurava, e que assim se tornou seu ponto fraco - o proverbial "calcanhar de Aquiles". Segundo uma das lendas, Tétis fez Aquiles ser criado como menina na corte de Licomedes, na ilha de Ciros, para mantê-lo a salvo de uma profecia que o condenava a morrer jovem no campo de batalha. Ulisses, sabedor de que só com sua ajuda venceria a guerra de Tróia, recorreu a um ardil para identificá-lo entre as moças. Aquiles, resoluto, marchou com os gregos sobre Tróia. No décimo ano de luta, capturou a jovem Briseida, que lhe foi tomada por Agamenon, chefe supremo dos gregos. Ofendido, Aquiles retirou-se da guerra. Mas persuadiram-no a ceder a seu amigo Pátroclo a armadura que usava. Pátroclo foi morto por Heitor, filho do rei de Tróia, Príamo. Sedento de vingança, Aquiles reconciliou-se com Agamenon. De armadura nova, retornou à luta, matou Heitor e arrastou seu cadáver em torno da sepultura de Pátroclo. Pouco depois, Páris, irmão de Heitor, lançou contra Aquiles uma flecha envenenada; dirigida por Apolo, atingiu-lhe o calcanhar e matou-o. As proezas de Aquiles e muitos temas correlatos foram desenvolvidos na Ilíada, de Homero, que relata a guerra de Tróia. O cadáver de Aquiles, segundo a versão mais comum, foi enterrado no Helesponto junto ao de Pátroclo.





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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaHÉRCULES



A figura de Hércules, aclamado como herói e depois adorado como deus, talvez corresponda originalmente a uma figura histórica, cuja bravura militar ensejou a lenda homérica de que venceu a morte. Filho de Zeus, senhor dos deuses, e de Alcmena, mulher de Anfitrião, Hércules (Heracles para os gregos) foi concebido para tornar-se grande herói. Um engenhoso estratagema de Zeus gerou a oportunidade: visitou Alcmena caracterizado como Anfitrião, enquanto este combatia Ptérela, rei de Tafos, para vingar afronta à família da esposa. Hera, esposa de Zeus, enciumada com o nascimento de Hércules, pois desejava elevar o primo Euristeu ao trono da Grécia, enviou duas serpentes para matá-lo no berço, mas o herói, com sua força prodigiosa, destruiu-as. Casado com Mégara, uma das princesas reais, Hércules matou-a, e aos três filhos, num acesso de fúria provocado por Hera. Para expiar o crime, ofereceu seus serviços a Euristeu, que o incumbiu das tarefas extremamente arriscadas conhecidas como "Os 12 Trabalhos de Hércules": (1) estrangulou um leão, de pele invulnerável, que aterrorizava o vale de Neméia; (2) matou a hidra de Lerna, monstro de muitas cabeças; (3) capturou viva a corça de Cerinéia, de chifres de ouro e pés de bronze; (4) capturou vivo o javali de Erimanto; (5) limpou os estábulos de três mil bois do rei Augias, da Élida, não cuidados durante trinta anos; (6) matou com flechas envenenadas as aves antropófagas dos pântanos da Estinfália; (7) capturou vivo o touro de Creta, que lançava chamas pelas narinas; (8) capturou as éguas antropófagas de Diomedes; (9) levou para Edmeta, filha de Euristeu, o cinturão de Hipólita, rainha das guerreiras amazonas; (10) levou para o rei de Micenas o imenso rebanho de bois vermelhos de Gerião; (11) recuperou as três maçãs de ouro do jardim das Hespérides, por intermédio de Atlas, que sustentava o céu sobre os ombros e executou por ele esse trabalho, enquanto Hércules o substituía; e (12) apoderou-se do cão Cérbero, guardião das portas do inferno, de três cabeças, cauda de dragão e pescoço de serpente. Hércules realizou outros atos de bravura e participou da viagem dos argonautas em busca do velocino de ouro. No fim, casou-se com Dejanira, que involuntariamente lhe causou a morte, ao oferecer-lhe um manto impregnado de sangue mortal, que ela acreditava ser o filtro do amor. O corpo de Hércules foi transportado ao Olimpo, onde se reconciliou com Hera e casou-se com Hebe, deusa da juventude.



Tetradrachma de prata (28,0 mm/16,9 gr), de Alexandre III, cunhado em 295/275 a.C. em Miletos/Ionia.
Anverso: Hércules com pele de leão da Neméia, à direita.
Reverso: Zeus sentado no trono, à esquerda, segurando uma águia com a mão direita e um longo cetro vertical com a esquerda.
Inscrição: ALEXANDROU




Tetradrachma de prata (32,0 mm/16,7 gr), cunhado após 148 a.C. em Thasos na Trácia.
Anverso: Cabeça do jovem Dioniso, à direita, com grinalda de heras e uma faixa em sua testa.
Reverso: Hércules nu em pé, à esquerda, segurando uma clava com a mão direita e uma pele de leão com a esquerda.
Inscrição: HRAKLEOUS SWTHROS QASIWN
(Seguindo a derrota de Andriscus e a organização da Macedônia em uma província romana, a produção das grandes minas de prata foi enviada às casas da moeda de Maroneia e Thasos na Trácia, para cunhagem de moedas).




Tetradrachma de prata (32,0 mm/16,9 gr), de Alexandre III, cunhado após 125 a.C. em Mesembria/Trácia.
Anverso: Hércules com pele de leão da Neméia, à direita.
Reverso: Zeus sentado no trono, à esquerda, segurando uma águia com a mão direita e um longo cetro vertical com a esquerda.
Inscrição: BASILEWS ALEXANDROU




Denarius de prata (3,0 gr.), de Caracalla, cunhado em 212 d.C. em Roma/Itália.
Anverso: Busto laureado de Caracalla, à direita.
Inscrição: ANTONINVS PIVS AVGVSTVS BRITANNICVS
Reverso: Hércules em pé, à esquerda, segurando um ramo com a mão direita e uma clava com a esquerda.
Inscrição: PONTIFEX MAXIMVS TRIBVNICIA POSTESTATE XV CONSVL III PATER PATRIAE




Antoninianus de prata (3,7 gr.), de Gordianus III, cunhado em 241/243 d.C em Roma (Itália).
Anverso: Busto radiante de Gordianus III.
Inscrição: IMPERATOR GORDIANVS PIVS FELIX AVGVSTVS
Reverso: Hercules em pé segurando clava sobre pedra e pele de leão.
Inscrição: VIRTVTI AVGVSTI




Follis de bronze (8,5 gr.), de Constantius I, cunhado em 304/305 d.C. em Alexandria (Egito).
Anverso: Busto laureado de Constantius I.
Inscrição: FLAVIVS VALERIVS CONSTANTIVS NOBILISSIMVS CAESAR
Reverso: Hércules em pé segurando clava, maçã e pele de leão.
Inscrição: HERCVLI VICTORI S P A ALEXANDRIA


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JASÃO



Entre os heróis da mitologia grega, a figura de Jasão, ao mesmo tempo valente e volúvel, é das que apresentam maior ambigüidade. Jasão era filho de Esão, rei de Iolco, na Tessália. Pélias, irmão de Esão, privou o rei de seu trono e Jasão, ainda menino, foi educado longe da corte pelo Centauro Quíron (Quirão). Aos vinte anos, Jasão retornou a Iolco para clamar o trono. Pélias prometeu concedê-lo, com uma condição: que trouxesse o mítico tosão (lã) de ouro guardado por Eetes, rei da Cólquida, e protegido por um dragão. Embora a missão fosse considerada impossível, Jasão aceitou-a. Construiu então um navio, o Argos, com mastro feito de um dos carvalhos de Dodona, lugar vizinho ao templo de Júpiter, cujas árvores eram oráculos, e embarcou com um grupo de heróis, os "argonautas". Entre eles encontravam-se Hércules, Cástor e Pólux, Orfeu e muitos outros. Depois de numerosas peripécias, Jasão chegou à Cólquida e, com a ajuda da maga Medéia, filha do rei, conseguiu apoderar-se do tosão. Jasão casou-se, então, com Medéia e, depois de uma longa viagem, ambos aportaram em Iolco. Medéia conseguiu com suas artes a morte de Pélias e fugiu com o marido para Corinto, onde viveram dez anos e tiveram filhos. A história termina tragicamente: Jasão abandona a esposa por Creusa, filha do rei de Corinto, e Medéia vinga-se matando a noiva. Em seu furor mata também seus dois filhos com Jasão. O final deste é incerto. Segundo algumas versões, enlouquecido de dor, suicidou-se; segundo outras, morreu por castigo divino, por ter quebrado o juramento de fidelidade a Medéia. Apolônio de Rodes, em sua crônica sobre os argonautas, e Eurípides, na tragédia Medéia, foram alguns dos grandes escritores gregos que trataram da lenda de Jasão.

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PERSEU



Temeroso de ver cumprida a previsão de um oráculo, segundo a qual sua filha Dânae daria à luz aquele que lhe roubaria o trono e a vida, Acrísio, rei de Argos, enclausurou-a numa torre. Zeus, sob a forma de uma chuva de ouro, introduziu-se na torre e engravidou Dânae, que gerou Perseu. Herói da mitologia grega, Perseu era filho de Zeus com a mortal Dânae. Logo após seu nascimento, o avô abandonou-o ao mar numa arca, em companhia da mãe, para que morressem. A correnteza, porém, arrastou a arca até a ilha de Sérifo, reino de Polidectes, que se apaixonou por Dânae. Mais tarde, com o intuito de afastar Perseu da mãe, Polidectes encarregou Perseu de perigosa missão: trazer a cabeça da Medusa, a única Górgona mortal. Com a ajuda de Atena, Hades e Hermes, que lhe emprestaram as armas e a armadura, Perseu venceu as Górgonas e, para evitar a visão da Medusa, que petrificava quem a fitasse, decapitou-a enquanto dormia, guiando-se por sua imagem refletida no escudo de Atena. Passou então a carregar sua cabeça como um troféu, com que petrificava inimigos. Na Etiópia, Cassiopéia, esposa do rei Cefeu e mãe de Andrômeda, proclamara-se mais bela que as próprias ninfas. Posêidon, furioso, castigou-os com uma inundação e com a presença de um monstro marinho. Um oráculo informou a Cefeu que a única maneira de salvar o reino seria expor Andrômeda ao monstro, o que foi feito. Perseu, em sua viagem de volta a casa, viu a bela princesa e apaixonou-se por ela. Com a cabeça da Medusa, petrificou o monstro e libertou a jovem, com quem se casou. De volta à Grécia com a esposa, após resgatar sua mãe do castelo de Polidectes, Perseu restabeleceu o avô Acrísio no trono de Argos mas, como predissera o oráculo, terminou por matá-lo, embora acidentalmente. Ao sair de Argos, fundou Micenas, e tanto a Grécia como o Egito o honraram como herói.



AE18 de bronze (5,96 gr.), de Perseu, cunhado em 179/168 a.C. na Macedônia.
Anverso: Herói Perseu com capacete alado, à direita.
Reverso: Águia de asas abertas, à esquerda, e com a cabeça voltada à direita, segurando raios.






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TESEU



O lendário herói grego Teseu derrotou o Minotauro, monstro que habitava o célebre labirinto mantido pelo rei Minos, na ilha de Creta. Teseu era filho de Egeu, rei de Atenas, e Etra, filha do sábio Piteu, rei de Trezena, na Argólida, onde nasceu. Egeu, antes de retornar a seu reino, escondera sua espada sob uma pesada rocha e recomendara a Teseu que só a procurasse quando fosse bastante forte para levantá-la. Com 16 anos, Teseu pôde realizar a façanha e foi ao encontro do pai. Decidido a livrar Atenas do pesado tributo devido a Creta, de sete moças e sete rapazes que eram devorados pelo Minotauro todos os anos, o herói seguiu para essa cidade como se fosse um dos jovens sacrificados. Antes de penetrar no labirinto do Minotauro, recebeu de Ariadne, filha de Minos, rei de Creta, um novelo de lã para marcar o caminho de volta. Assim, conseguiu matar o monstro e se salvar com os companheiros. Por descuido, o barco de Teseu retornou a Atenas com as velas pretas que indicavam luto. Desesperado, Egeu se jogou no mar. O herói assumiu então o governo: uniu os povos da Ática, com capital em Atenas, adotou o uso da moeda, criou o Senado, promulgou leis e instaurou a base da democracia. Cumpridas essas tarefas, Teseu retomou à vida de aventuras. Depois de lutar contra as amazonas, uniu-se à rainha delas, Antíope. Por motivos políticos, casou-se com Fedra, que depois apaixonou-se por Hipólito, filho de Teseu com Antíope. Ao lado do amigo Pirítoo, raptou Helena de Esparta, mais tarde resgatada por seus irmãos Castor e Pólux, e desceu aos infernos para tentar raptar também Perséfone, esposa de Plutão, mas este os manteve presos em suas cadeiras durante um banquete. Anos depois, Teseu foi salvo por Hércules. Ao voltar a Atenas, Teseu encontrou-a dilacerada por lutas internas, pois os cidadãos o julgavam morto. Triste, desistiu do poder, mandou os filhos para a Eubéia e, amaldiçoando a cidade, exilou-se na ilha de Ciros, onde foi morto por seu primo Licomedes.

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ULISSES



A figura de Ulisses transcendeu o âmbito da mitologia grega e se converteu em símbolo da capacidade do homem para superar as adversidades. Segundo a versão tradicional, Ulisses (em grego, Odisseu) nasceu na ilha de Ítaca, filho do rei Laerte, que lhe legou o reino, e Anticléia. O jovem foi educado, como outros nobres, pelo Centauro Quirão e passou pelas provas iniciáticas para tornar-se rei. A vida de Ulisses é relatada nas duas epopéias homéricas, a Ilíada, em cuja estrutura coral ocupa lugar importante, e a Odisséia, da qual é o protagonista, bem como no vasto ciclo de lendas originadoras dessas obras. Depois de pretender sem sucesso a mão de Helena, cujo posterior rapto pelo tebano Páris desencadeou a guerra de Tróia, Ulisses casou-se com Penélope. A princípio resistiu a participar da expedição dos aqueus contra Tróia, mas acabou por empreender a viagem e se distinguiu no desenrolar da contenda pela valentia e prudência. A ele deveu-se, segundo relatos posteriores à Ilíada, o ardil do cavalo de madeira que permitiu aos gregos penetrar em Tróia e obter a vitória. Terminado o conflito, Ulisses iniciou o regresso a Ítaca, mas um temporal afastou-o com suas naves da frota. Começaram assim os vinte anos de aventuras pelo Mediterrâneo que constitui o argumento da Odisséia. Durante esse tempo, protegido por Atena e perseguido por Posêidon, cujo filho, o Ciclope Polifemo, o herói havia cegado, conheceu incontáveis lugares e personagens: a terra dos lotófagos, na África setentrional, e a dos lestrigões, no sul da Itália; as ilhas de Éolo; a feiticeira Circe; e o próprio Hades ou reino dos mortos. Ulisses perdeu todos os companheiros e sobreviveu graças a sua sagacidade. Retido vários anos pela ninfa Calipso, o herói pôde enfim retornar a Ítaca disfarçado de mendigo. Revelou sua identidade ao filho Telêmaco e, depois de matar os pretendentes à mão de Penélope, recuperou o reino, momento em que conclui a Odisséia. Narrações posteriores fazem de Ulisses fundador de diversas cidades e relatam notícias contraditórias acerca de sua morte. No contexto da mitologia helênica, Ulisses corresponde ao modelo de marujo e comerciante do século VII a.C. Esse homem devia adaptar-se, pela astúcia e o bom senso, a um mundo cada vez mais complexo e em contínua mutação. A literatura ocidental perpetuou, como símbolo universal da honradez feminina, a fidelidade de Penélope ao marido, assim como achou em Ulisses e suas viagens inesgotável fonte de inspiração.



Denarius de prata (3,8 gr.) de C. Mamilius Limetanus, cunhado em 82 a.C. em Roma.
Anverso: Busto drapejado de Mercúrio, à direita, com um caduceu.
Inscrição: A.
Reverso: Ulisses em pé, à direita, segurando um cajado e com Argus, seu cão, a seus pés.
Inscrição: C.MAMILIVS.LIMETANVS
Família: Mamilia 6.
(O anverso e reverso desta moeda referem-se a linhagem da família Mamilia. A família Mamilia se aclamou descendente de Mamilia, a filha de Telegonus, que foi o filho de Ulisses - um descendente de Mercúrio.)


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CENTAURO



Na mitologia grega, os centauros eram a personificação das forças naturais desenfreadas, da devassidão e embriaguez. Centauro era um animal fabuloso, metade homem e metade cavalo, que habitavam as planícies da Arcádia e da Tessália. Seu mito foi, possivelmente, inspirado nas tribos semi-selvagens que viviam nas zonas mais agrestes da Grécia. Segundo a lenda, era filho de Ixíon, rei dos lápitas, e de Nefele, deusa das nuvens, ou então de Apolo e Hebe. Em ambos os casos parece clara a alusão às águas torrenciais e aos bosques. A história mitológica dos centauros está quase sempre associada a episódios de barbárie. Convidados para o casamento de Pirítoo, rei dos lápitas, os centauros, enlouquecidos pelo vinho, tentaram raptar a noiva, desencadeando-se ali uma terrível batalha. O episódio está retratado nos frisos do Pártenon e foi um motivo freqüente nas obras de arte pagãs e renascentistas. Os centauros também teriam lutado contra Hércules, que os teria expulsado do cabo Mália. Nem todos os centauros apareciam caracterizados como seres selvagens. Um deles, Quirão, foi instrutor e professor de Aquiles, Heráclito, Jasão e outros heróis, entre os quais Esculápio. Entretanto, enquanto grupo, foram notórias personificações da violência, como se vê em Sófocles. Nos tempos helênicos se relacionavam freqüentemente com Eros e Dioniso. As representações primitivas dos centauros os mostram como homens aos quais se acrescentava a metade posterior de um cavalo. Mais tarde, talvez para realçar seu caráter bestial, só o busto era humano. Foi esta a imagem que se transmitiu ao Renascimento.



Antoninianus de bronze (3,3 gr.), de Gallienus, cunhado em 267/268 d.C. em Roma/Itália.
Anverso: Busto radiante de Gallienus, à direita.
Inscrição: GALLIENVS AVGVSTVS
Reverso: Centauro avançando, à esquerda, segurando um globo com a mão direita e um troféu com a esquerda.
Inscrição: APOLLONI CONSERVATORES AVGVSTI H




Antoninianus de bronze (3,1 gr.), de Gallienus, cunhado em 267/268 d.C. em Roma/Itália.
Anverso: Busto radiante de Gallienus, à direita.
Inscrição: GALLIENVS AVGVSTVS
Reverso: Centauro avançando, à direita, segurando um arco e flecha.
Inscrição: APOLLONI CONSERVATORES AVGVSTI Z






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CICLOPES



A construção das colossais muralhas das antigas cidades micênicas foi uma das muitas façanhas atribuídas aos ciclopes pela mitologia grega. Segundo as lendas e obras épicas da antiga Grécia, os ciclopes eram gigantes monstruosos, de força descomunal, que possuíam apenas um olho no meio da testa. Para Hesíodo os ciclopes eram três, filhos de Urano, o céu, e de Gaia, a terra. Chamados Brontes, Estéropes e Arges, forjaram os raios para Zeus e o ajudaram a derrotar seu pai, Cronos. Homero os descreveu na Odisséia como filhos de Posêidon, deus das águas, pertencentes a uma raça de pastores selvagens que habitavam a longínqua ilha de Trinacria, provavelmente a Sicília. Para escapar com vida da fúria dos monstros, Ulisses cegou seu chefe, Polifemo. Outros autores, inspirados em Hesíodo, relatam que os ciclopes trabalharam como ferreiros para Hefesto. Habitavam o monte Etna e as profundezas vulcânicas e realizaram importantes trabalhos para os deuses, como o capacete de Hades e o tridente de Posêidon. Também se atribuía a eles o controle dos fenômenos atmosféricos, a erupção dos vulcões e a edificação de construções gigantescas irrealizáveis por homens comuns. Segundo uma das lendas, foram todos mortos por Apolo. São freqüentes as representações desses personagens míticos nos vasos e baixos-relevos antigos; nas pinturas de Pompéia, são representados com os raios próprios dos deuses.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaHARPIAS

Representadas ora como mulheres sedutoras, ora como horríveis monstros, as Harpias traduzem as paixões obsessivas bem como o remorso que se segue a sua satisfação. Na mitologia grega, as Harpias (do grego hárpyia, "arrebatadora") eram filhas de Taumas e Electra e, portanto, anteriores aos olímpicos. Procuravam sempre raptar o corpo dos mortos, para usufruir de seu amor. Por isso, aparecem sempre representadas nos túmulos, como se estivessem à espera do morto, sobretudo quando jovem, para arrebatá-lo. Parcelas diabólicas das energias cósmicas, representam a provocação dos vícios e das maldades, e só podem ser afugentadas pelo sopro do espírito. A princípio duas - Aelo (a borrasca) e Ocípite (a rápida no vôo) - passaram depois a três com Celeno (a obscura). O mito principal das Harpias relaciona-se ao rei da Trácia, Fineu, sobre quem pesava a seguinte maldição: tudo que fosse colocado a sua frente, sobretudo iguarias, seria carregado pelas Harpias, que inutilizavam com seus excrementos o que não pudessem carregar. Perseguidas pelos argonautas, a pedido de Fineu, obtiveram em troca da vida a promessa de não mais atormentá-lo. A partir de então, refugiaram-se numa caverna da ilha de Creta.

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MEDUSA



Medusa tinha poderes tão extraordinários que mesmo morta podia petrificar quem olhasse para sua cabeça. Uma mecha de seu cabelo afugentava qualquer exército invasor e seu sangue tinha o dom de matar e ressuscitar pessoas. Personagem da mitologia grega, Medusa era uma das três Górgonas, filhas das divindades marinhas Fórcis e Ceto. Ao contrário de suas irmãs, Esteno e Euríale, Medusa era mortal. Temidas pelos homens e pelos deuses, as três habitavam o extremo Ocidente, junto ao país das Hespérides. Tinham serpentes em vez de cabelos, presas pontiagudas, mãos de bronze e asas de ouro. Perseu foi encarregado por Polidectes de decepar a cabeça da Medusa. Para isso, o herói muniu-se de objetos mágicos, como sandálias aladas, para pairar acima dos monstros, e o escudo de bronze, cujo reflexo permitiu neutralizar o olhar petrificante. Com a espada dada pelo deus Hermes, Perseu decapitou Medusa e recolheu sua cabeça, que foi posta no escudo de Atena como proteção contra os inimigos.

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MINOTAURO



Tema freqüente de inspiração para escritores, o Minotauro tem sido considerado um símbolo da fatalidade que determina o curso da vida humana. Segundo a mitologia grega, Posêidon, deus do mar, enviou a Minos, rei de Creta, um touro branco que deveria ser sacrificado em sua honra. Deslumbrado com a beleza do animal, o monarca guardou-o para si. Em represália, Posêidon despertou na rainha Pasífae uma doentia paixão pelo animal. Da união, nasceu o Minotauro, ser monstruoso com corpo de homem e cabeça de touro. Logo após seu nascimento, o Minotauro foi levado ao labirinto, construído pelo arquiteto e inventor Dédalo e de onde ninguém conseguia sair. Anos mais tarde, Minos declarou guerra a Atenas, para vingar o assassinato de seu irmão Androgeu. Vitorioso, exigiu que os vencidos enviassem, a cada nove anos, sete rapazes e sete virgens para serem devorados pelo Minotauro. Quando os atenienses se preparavam para pagar pela terceira vez o tributo, Teseu se ofereceu como voluntário. Penetrou no labirinto, matou o Minotauro e, guiado por um fio que lhe fora dado por Ariadne, filha de Minos, escapou de Creta em sua companhia e na de seus companheiros atenienses.

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PÉGASO



O cavalo comum é um símbolo tradicional do desejo carnal. Os centauros, metade homens, metade cavalos, são monstros que representam a identificação do ser humano aos instintos animalescos. O cavalo alado, ao contrário, é símbolo da sublimação e da imaginação criadora. Pégaso, segundo a mitologia grega, nasceu do sangue da Medusa, após ser esta decapitada por Perseu. Atena domesticou o cavalo alado e ofereceu-o ao herói grego Belerofonte, para que combatesse a Quimera. Com ele, Belerofonte tentou aproximar-se do Olimpo, mas Zeus fez com que Pégaso corcoveasse, provocando a queda do cavaleiro, que morreu. Transformado em constelação, o cavalo passou desde então ao serviço de Zeus. Pégaso vivia no Parnaso, no Hélicon, no Pindo e na Piéria, lugares freqüentados pelas Musas, filhas de Zeus e Mnemósine, e onde o cavalo alado costumava pastar. Com um de seus coices, fez nascer a fonte de Hipocrene, que se acreditava ser a fonte de inspiração dos poetas. Na literatura clássica há numerosas alusões às fontes de inspiração. A história de Pégaso tornou-se um dos temas preferidos da literatura e das artes plásticas gregas.



Stater de prata (8,43 gr.), de Corinto, cunhado em 405/345 a.C. em Leukas na Akarnania (Grécia).
Anverso: Pégaso voando, à esquerda.
Reverso: Busto de Atena, à esquerda, com um capacete Corinto.


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QUIMERA



A figura mítica da quimera, oriunda da Anatólia e cujo tipo surgiu na Grécia durante o século VII a.C., sempre exerceu atração sobre a imaginação popular. De acordo com a versão mais difundida da lenda, a quimera era um monstruoso produto da união entre Equidna - metade mulher, metade serpente - e o gigantesco Tífon. Outras lendas a fazem filha da hidra de Lerna e do leão de Neméia, que foram mortos por Hércules. Habitualmente era descrita com cabeça de leão, torso de cabra e parte posterior de dragão ou serpente. Criada pelo rei de Cária, mais tarde assolaria este reino e o de Lícia com o fogo que vomitava incessantemente, até que o herói Belerofonte, montado no cavalo alado Pégaso, conseguiu matá-la. A representação plástica mais freqüente da quimera era a de um leão com uma cabeça de cabra em sua espádua. Essa foi também a mais comum na arte cristã medieval, que fez dela um símbolo do mal. Com o passar do tempo, chamou-se genericamente quimera a todo monstro fantástico empregado na decoração arquitetônica. Em linguagem popular, o termo quimera alude a qualquer composição fantástica, absurda ou monstruosa, constituída de elementos disparatados ou incongruentes.

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AGAMENON

Personagem histórica que a tradição cercou de lendas, Agamenon figura na Ilíada, de Homero, como um soldado valoroso, digno e austero. Agamenon, filho de Atreu e Aérope, foi rei de Micenas ou Argos no chamado período heróico da história grega. Ele e seu irmão Menelau esposaram as filhas do rei de Esparta, Clitemnestra e Helena. Quando Páris, filho do rei de Tróia, raptou Helena, Agamenon recorreu aos príncipes da Grécia para formar uma expedição de vingança contra os troianos, o tema da Ilíada. No porto de Áulis (Áulide), sob a chefia suprema de Agamenon, reuniu-se uma frota de mais de mil navios com enorme exército. No momento de partir, porém, foram impedidos por uma calmaria. Isso se devia à interferência de Ártemis, deusa da caça, enfurecida por Agamenon ter abatido um cervo em um de seus bosques sagrados. A deusa só se aplacaria com o sacrifício de Ifigênia, uma das filhas do violador. Durante o rito, Ártemis aplacou-se e substituiu-a por uma corça, mas levou Ifigênia consigo. A frota partiu e durante nove anos os gregos sitiaram Tróia, tendo sofrido pesadas baixas. No décimo ano, Agamenon despertou a cólera de Aquiles, rei dos mirmidões, ao tomar-lhe a escrava Briseida. Aquiles retirou-se com seus soldados e, só quando os troianos mataram seu amigo Pátroclo, consentiu em voltar à luta, o que resultou na queda de Tróia. Cassandra, irmã de Páris que coube a Agamenon como presa de guerra, em vão alertou-o para não retornar à Grécia. Em sua ausência, Clitemnestra, inconformada com a perda da filha, tramara sua morte com o amante Egisto. Quando o marido saía do banho, atirou-lhe um manto sobre a cabeça e Egisto assassinou-o. Ambos mataram também seus companheiros e Cassandra. Orestes, filho mais velho de Agamenon, com a ajuda da irmã, Electra, vingou o crime, matando a mãe e Egisto. Os átridas, como eram chamados os integrantes da família de Agamenon, inspiraram grandes tragédias, desde a Grécia antiga (Ésquilo, a trilogia Oréstia; Sófocles, Electra; Eurípides, Electra) até os tempos contemporâneos (Eugene O'Neill, O luto assenta bem em Electra; Jean-Paul Sartre, As moscas).

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaARIADNE



As desventuras de Ariadne ou Ariadna, filha de Pasífae e de Minos, rei de Creta, começaram quando ela deu a Teseu, seu amado, o fio que lhe permitiria sair do labirinto onde vivia o Minotauro, metade touro e metade homem. Depois de deixar Creta junto com Teseu, este, talvez obedecendo a ordens de Atena, abandonou-a à própria sorte na ilha de Naxos. O destino posterior de Ariadne é objeto de versões divergentes. Segundo uma, ela teria se suicidado em Naxos; segundo outra, teria encontrado a morte ao dar à luz em Chipre. A versão mais difundida é a de que Afrodite sentiu piedade pela jovem abandonada e lhe deu por esposo o deus do vinho, Dioniso. Dessa união teriam nascido dois filhos. Outra versão do mito afirma que Ariadne morreu em conseqüência da intervenção de outra deusa, Diana, por sua vez incitada pelo próprio Dioniso. A origem do mito de Ariadne deve ser buscada na Creta minóica e em algumas ilhas próximas, como Naxos, ou mais afastadas, como Chipre, onde era considerada deusa da vegetação. Os habitantes de Naxos, por exemplo, costumavam homenagear Ariadne com alegres festivais e sacrifícios de caráter ritual.





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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaMEDÉIA



Segundo a lenda grega, a feiticeira Medéia ajudou Jasão, líder dos argonautas, a obter o velocino de ouro. O mito é conhecido pelas versões literárias que lhe deram Eurípides, Ésquilo, Ovídio e Sêneca. Medéia era filha de Eetes, rei da Cólquida. Eetes possuía o velocino de ouro, que Jasão e os argonautas buscavam, e o mantinha guardado por um dragão. A maga Medéia apaixonou-se por Jasão e, depois de ajudá-lo a realizar sua missão, seguiu com o grupo para a pátria de Jasão, Jolcos, na Tessália. Mais tarde, Jasão apaixonou-se por Glauce e abandonou Medéia. Inconformada, ela estrangulou os filhos que tivera com Jasão e presenteou a rival com um manto mágico que se incendiou ao ser vestido, matando-a. Medéia casou-se, depois, com o rei Egeu, de quem teve um filho, Medos. Por ter, porém, conspirado contra a vida de Teseu, filho de Egeu, foi obrigada a refugiar-se em Atenas. Medéia foi honrada como deusa em Corinto e sobretudo na Tessália. Sua lenda serviu de tema a obras artísticas e literárias de todos os tempos, das quais a mais conhecida é a tragédia Medéia, de Eurípides.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaMUSAS



A imagem das musas como inspiradoras das artes mostra a força do legado helênico à cultura ocidental. De seu nome deriva o termo museu, lugar inicialmente destinado ao estudo das ciências, letras e artes, atividades protegidas pelas musas. Na mitologia grega, as musas eram deusas irmãs veneradas desde tempos remotos no monte Hélicon, da Beócia, onde eram festejadas a cada quatro anos, e na Piéria, Trácia. Inicialmente, eram as inspiradoras dos poetas. Mais tarde sua influência se estendeu a todas as artes e ciências. Na Odisséia Homero menciona nove musas, que constituíam um grupo indiferenciado de divindades. A diferenciação teve início com Hesíodo, que chamou-as Clio, Euterpe, Talia, Melpômene, Terpsícore, Érato, Polímnia, Urânia, e Calíope (ou Caliopéia), esta a líder das musas. Eram filhas de Mnemósine (Memória). Na relação de Hesíodo - que embora seja a mais conhecida, não é a única - os nomes são significativos. Érato, por exemplo, significa "adorável" e Calíope, "a de bela voz". Em geral as musas eram tidas como virgens, ou pelo menos não eram casadas, o que não impede que lhes seja atribuída a maternidade de Orfeu, Reso, Eumolpo e outros personagens, de alguma forma ligados à poesia e à música, ou relacionados à Trácia. Estátuas das musas eram muito usadas em decoração. Os escultores representavam-nas sempre com algum objeto, como a lira ou o pergaminho, e essa prática pode ter contribuído para a distribuição das musas entre as diferentes artes e ciências. As associações entre as musas e suas áreas de proteção, no entanto, são tardias e apresentam muitas divergências. De maneira geral, Clio se liga à história; Euterpe, à música; Talia, à comédia; Melpômene, à tragédia; Terpsícore, à dança; Urânia, à astronomia; Érato, à poesia lírica; Polímnia, à retórica; e Calíope, à poesia épica. Mesmo na mitologia greco-romana existem outros grupos de musas, de cunho mais regional, como o das musas Méleta, da meditação; Mnema, da memória; e Aede, protetora do canto e da música.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaNARCISO



A lenda de Narciso, surgida provavelmente da superstição grega segundo a qual contemplar a própria imagem prenunciava má sorte, possui um simbolismo que fez dela uma das mais duradouras da mitologia grega. Narciso era um jovem de singular beleza, filho do deus-rio Cefiso e da ninfa Liríope. No dia de seu nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que Narciso teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria figura. Indiferente aos sentimentos alheios, Narciso desprezou o amor da ninfa Eco - segundo outras fontes, do jovem Amantis - e seu egoísmo provocou o castigo dos deuses. Ao observar o reflexo de seu rosto nas águas de uma fonte, apaixonou-se pela própria imagem e ficou a contemplá-la até consumir-se. A flor conhecida pelo nome de Narciso nasceu, então, no lugar onde morrera. Em outra versão da lenda, Narciso contemplava a própria imagem para recordar os traços da irmã gêmea, morta tragicamente. Foi, no entanto, a versão tradicional, reproduzida no essencial por Ovídio em Metamorfoses, que se transmitiu à cultura ocidental por intermédio dos autores renascentistas. Na psiquiatria e particularmente na psicanálise, o termo narcisismo designa a condição mórbida do indivíduo que tem interesse exagerado pelo próprio corpo.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaSÍSIFO



De maneira semelhante a Prometeu, Sísifo encarnava na mitologia grega a astúcia e a rebeldia do homem frente aos desígnios divinos. Sua audácia, no entanto, motivou exemplar castigo final de Zeus, que o condenou a empurrar eternamente, ladeira acima, uma pedra que rolava de novo ao atingir o topo de uma colina, conforme se narra na Odisséia. Sísifo é citado na Ilíada de Homero como filho de Éolo (iniciador da estirpe dos eólios). Rei de Éfira, mais tarde Corinto, é tido como o criador dos Jogos Ístmicos celebrados naquela cidade e como o mais astuto dos homens. Em relatos posteriores a Homero, aparece como pai de Ulisses, que teria gerado com Anticléia. A lenda mais conhecida sobre Sísifo conta que aprisionou Tânato, a morte, quando esta veio buscá-lo, e assim impediu por algum tempo que os homens morressem. Quando Tânato foi libertada, por interferência de Ares, Sísifo foi condenado a descer aos infernos, mas ordenou à esposa, Mérope, que não enterrasse seu corpo nem realizasse os sacrifícios rituais. Passado algum tempo, pediu permissão a Hades para regressar à Terra e castigar a mulher pela omissão e não voltou ao além-túmulo senão muito velho. Sua punição final reafirma uma provável concepção grega do inferno como lugar onde se realizam trabalhos infrutíferos.

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HESÍODO

Hesíodo foi um dos dois grandes poetas gregos da idade arcaica. Junto com a de Homero, sua obra constitui um dos pilares sobre os quais se edificou a identidade helênica. Hesíodo viveu por volta de 800 a.C. na Beócia, região situada no centro da Grécia. Passou a maior parte da vida em Ascra, a aldeia natal. Sabe-se que viajou a Cálcis, na ilha de Eubéia (a cerca de 800m da costa grega), com o objetivo de participar dos jogos funerários realizados em honra de um certo Anfidamos, e foi o ganhador do prêmio. Sabe-se também - sempre pelas informações do próprio poeta - que depois da morte do pai, seu irmão Perses corrompeu os juízes locais e apoderou-se da maior parte da herança que correspondia a ambos. Por esse motivo, em suas obras, Hesíodo exalta particularmente a virtude da justiça, cuja guarda atribui a Zeus. Hesíodo relata ainda que foi pastor, até que lhe apareceram as Musas e ordenaram-lhe "cantar a raça dos benditos deuses imortais". Dessa exortação nasceram a Gênese dos deuses e Os trabalhos e os dias, as duas únicas obras autênticas do poeta que permaneceram. A Gênese dos deuses parece ser o primeiro poema escrito por Hesíodo. Relata a sangrenta história dos deuses da mitologia grega pré-homérica. No início existem o Caos, a Terra e Eros. Da Terra (ou Gaia, ou Géia) nasceu Urano, o primeiro rei dos deuses, que contraiu matrimônio com sua mãe. Entre os filhos de ambos encontra-se o titã Cronos, que se rebelou contra Urano e, depois de castrá-lo, governou o universo. Cronos foi destronado pelo filho Zeus, que fundou o panteão helênico clássico. Os trabalhos e os dias trata de temas mais terrenos. A primeira parte é dedicada a mitos que ressaltam a necessidade do trabalho duro e honesto. Exalta a Justiça, filha predileta de Zeus e única esperança dos homens. A segunda parte do poema tem propósitos didáticos: estabelece normas para a agricultura e para a educação dos filhos, além de mencionar superstições do dia-a-dia. Diferentemente de Homero, Hesíodo não se ocupou das esplêndidas façanhas dos heróis gregos. Seus temas são os deuses, regentes do destino do homem, e o próprio ser humano, com suas fadigas e misérias. Dividiu a história da humanidade em cinco períodos, da idade do ouro à do ferro, das quais o último correspondia ao difícil período histórico em que ele próprio viveu. Para Hesíodo, só o trabalho e o exercício das virtudes morais permitem aos seres humanos chegar a uma existência discretamente feliz na infausta idade do ferro. Hesíodo morreu, ao que tudo indica, em Ascra.

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HOMERO



A Homero se atribuem os dois maiores poemas épicos da Grécia antiga, que tiveram profunda influência sobre a literatura ocidental. Além de símbolo da unidade e do espírito helênico, a Ilíada e a Odisséia são fonte de prazer estético e ensinamento moral. De acordo com o historiador grego Heródoto, Homero nasceu em torno de 850 a.C. em algum lugar da Jônia, antigo distrito grego da costa ocidental da Anatólia, que hoje constitui a parte asiática da Turquia, mas as cidades de Esmirna e Quio também reivindicavam a honra de terem sido seu berço. Até mesmo as fontes antigas sobre o poeta contêm numerosas contradições, e a única coisa que se sabe com certeza é que os gregos atribuíam a ele a autoria dos dois poemas. A tradição lhe atribuiu também a coleção dos 34 Hinos homéricos, dos quais procede a imagem lendária de Homero como poeta cego, mas que depois constatou-se serem de fins do século VII a.C. Os maiores especialistas gregos não admitem que tenha sido Homero o autor de obras como o desaparecido poema Margites ou a paródia épica Batracomiomaquia. As muitas lendas e a escassa confiabilidade dos dados biográficos sobre Homero fizeram com que já no século XVIII muitos questionassem até mesmo a existência do poeta. As diferenças de tom e estilo entre a Ilíada e a Odisséia levaram alguns críticos a aventar a hipótese de que poderiam ter resultado da recomposição de poemas anteriores, ou de que teriam sido criadas por autores diferentes. Todas essas dúvidas constituem a chamada "questão homérica", e permanecem abertas à discussão. Os pontos em que há maior concordância dos estudiosos são: a Ilíada é anterior à Odisséia; quase com certeza os dois poemas foram compostos no século VIII a.C., cerca de três séculos após os fatos narrados; foram originalmente escritos em dialeto jônio, com numerosos elementos eólios - o que confirma a origem jônica de Homero; pertenciam à tradição épica oral, pelo menos no que se refere às técnicas empregadas, já que existem opiniões divergentes quanto ao emprego ou não da escrita pelo autor. A versão na forma escrita, tal como se conhece hoje, teria sido feita em Atenas durante o século VI a.C., se bem que a divisão de cada poema em 24 cantos corresponderia aos eruditos alexandrinos do Período Helenístico. No decorrer desse período teriam sido introduzidas várias interpolações. Com base nesses dados, todos mais ou menos hipotéticos, deduziram-se alguns dados básicos sobre Homero e sua obra. Tanto a Ilíada como a Odisséia apresentam diversas inconsistências internas, como alusões a técnicas e equipamentos de combate que existiram em épocas diferentes. Tais inconsistências, porém, poderiam ser explicadas pelo fato de o poeta, se é que realmente existiu, ter utilizado materiais anteriores e por terem sido provavelmente incorporados alguns outros. Quanto à existência de um autor único para a Ilíada, a mais antiga das duas obras, argumenta-se que embora seja evidente a existência de poemas épicos orais anteriores sobre os mesmos temas, não parece haver existido nenhum de extensão sequer aproximada, nem dotado de tal complexidade estrutural. Tal constatação indicaria a existência de um criador individual, que deu uma nova estrutura aos temas tradicionais e integrou-os em sua visão pessoal da realidade. Os que negam a autoria comum de ambas as obras argumentam que a primeira foi composta em tom mais heróico e tradicional e que a segunda tende mais para a ironia e a imaginação. Acrescentam ainda o emprego de um léxico posterior na Odisséia. Já a tese que defende a autoria única baseia-se na afirmação de Aristóteles, de que a Ilíada seria uma obra da juventude de Homero, enquanto a Odisséia teria sido composta na velhice, quando o poeta decidiu redigir a segunda obra como complemento da primeira e ampliação de sua perspectiva. Ambas as obras têm características comuns absolutamente inovadoras, como a visão antropomórfica dos deuses, a confrontação entre os ideais heróicos e as fraquezas humanas e o desejo de oferecer um reflexo integrador dos ideais e valores da emergente sociedade helênica. Esses argumentos, somados à mestria técnica evidente nos dois poemas, favorecem a conclusão de que o autor da Ilíada, esse grande poeta jônico a quem os gregos chamavam Homero, foi também o autor, ou principal inspirador da Odisséia. Ao mesmo tempo em que refletiram luminosamente a antiguidade mais remota da civilização grega, os poemas homéricos projetaram-na adiante com tamanha originalidade e riqueza que ela se faria presente nas mais diversas manifestações da arte, da literatura e da civilização do Ocidente. Inúmeros poetas partiram de sua influência, inúmeros artistas se impregnaram de sua fortuna criativa, seu colorido e suas situações, que se tornaram símbolo e síntese de toda a aventura humana na Terra, a ponto de o nome de um poeta cuja existência mesma não se pode provar passar a confundir-se com a própria poesia. Quanto à morte de Homero, a versão mais aceita é de que teria ocorrido em uma das ilhas Cíclades.



50 drachmas de bronze, com efígie de Homero, cunhado em 1994 na Grécia.


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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaILÍADA

A cólera de Aquiles, como se anuncia desde o primeiro verso, é o motivo central da Ilíada, epopéia do poeta grego Homero, que inicia a literatura narrativa ocidental. Relato de um dos episódios da guerra de Tróia, travada entre gregos e troianos, a ação da Ilíada se situa no nono ano depois do começo da guerra, a qual duraria um ano mais, e abarca no conjunto cerca de 51 dias. O título deriva de Ílion, nome grego de Tróia. O poema é constituído por 15.693 versos, em 24 cantos de extensão variável. A divisão em cantos foi feita pelos filólogos de Alexandria. A Ilíada narra um drama humano, o do herói Aquiles, filho da deusa Tétis e do mortal Peleu, rei de Ftia, na Tessália, em torno do fim da guerra dos gregos contra Tróia. Segundo a lenda, a guerra foi motivada pelo rapto de Helena, esposa do rei de Esparta, Menelau, por Páris, filho do rei Príamo, de Tróia. Agamenon, chefe dos exércitos gregos, arrebatara a Aquiles, o mais valoroso dos guerreiros gregos, sua cativa Briseide. Em protesto, Aquiles retirou-se para o acampamento com seus guerreiros, e recusou-se a entrar em combate. É nesse momento que tem início a Ilíada, com o verso "Canto, ó deusa, a cólera de Aquiles". Para apaziguar Aquiles, Agamenon envia-lhe mensageiros, com o pedido de que entre na luta. Aquiles recusa-se e Agamenon com seus homens entram no combate. Os troianos tomam de assalto as muralhas gregas e chegam até os navios. Aquiles concorda em emprestar a armadura a seu amigo Pátroclo, que repele os troianos mas é morto por Heitor. Cheio de dor pela morte do amigo, Aquiles esquece a divergência com os gregos e investe contra os troianos, vestido com uma armadura feita por Hefesto, deus das forjas. Consegue fazer recuar para dentro dos muros da cidade todos os troianos, menos Heitor, que o enfrenta, mas aterrorizado pela fúria de Aquiles, tenta fugir. Aquiles o persegue e finalmente atravessa-lhe com a lança a garganta, única parte descoberta de seu corpo. Agonizante, Heitor pede-lhe que não entregue seu cadáver aos cães e às aves de rapina, mas Aquiles nega piedade, e depois de atravessar sua garganta mais uma vez com a lança, ata-o pelos pés a seu carro e arrasta o cadáver em volta do túmulo de Pátroclo. Somente com a intervenção de Zeus, Aquiles aceita devolver o cadáver a Príamo, rei de Tróia e pai de Heitor. O poema termina com os funerais do herói troiano. Alguns dos personagens da Ilíada, em particular Aquiles, encarnam o ideal heróico grego: a busca da honra ao preço do sacrifício, se necessário; o valor altruísta; a força descomunal mas não monstruosa; o patriotismo de Heitor; a fiel amizade de Pátroclo; a compaixão de Aquiles por Príamo, que o levou a restituir o cadáver de seu filho Heitor. Nesse sentido, os heróis constituem um modelo, mas o poema mostra também suas fraquezas - paixões, egoísmo, orgulho, ódio desmedido. Toda a mitologia helênica, todo o Olimpo grego, com seus deuses, semideuses e deidades auxiliares, estão maravilhosamente descritos. Os deuses, que mostram vícios e virtudes humanas, intervêm constantemente no desenvolvimento da ação, alguns em favor dos aqueus, outros em apoio aos troianos. Zeus, o deus supremo do Olimpo, imparcial, intervém apenas quando o herói ultrapassa os limites, ao proporcionar o tenebroso espetáculo de passear à volta de Tróia arrastando o cadáver mutilado de Heitor. O poema encerra grande volume de dados e pormenores geográficos, históricos, folclóricos e filosóficos, e descreve com perfeição os modelos de conduta e os valores morais da sociedade do tempo em que foi escrita a obra. Uma questão muito discutida é o fundo histórico do ciclo da guerra de Tróia. Possivelmente, sua origem remonta a reminiscências da luta, travada antes da invasão dória, no século XII a.C., entre povos de cultura micênica, como os aqueus, e um estado da Anatólia, o de Tróia. É historicamente comprovada a existência de estabelecimentos micênicos na Anatólia, sem que se conheçam as causas possíveis da guerra. O mundo helênico a que se refere a Ilíada não parece circunscrever-se ao de uma época cronológica determinada. É muito provável que as lendas foram incorporando elementos de diferentes etapas da civilização, no curso de sua transmissão oral e até textual. Aponta-se, por exemplo, a descrição de armamentos e técnicas militares, e até rituais, correspondentes a diferentes períodos históricos, desde o micênico a aproximadamente meados do século VIII a.C. Salvo alguns prováveis acréscimos atenienses, nenhum dado ultrapassa esse período, o que reforça a tese de que o poema foi redigido nesse último período. A língua e o estilo homéricos foram em grande medida herdados da tradição épica. Por esse motivo, a língua, basicamente o dialeto jônico, com numerosos elementos eólios, é um tanto artificial e arcaizante, e não corresponde a nenhuma modalidade falada normalmente. A métrica empregada é o hexâmetro, verso tradicional na épica grega.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaODISSÉIA



Além de constituir, ao lado da Ilíada, obra iniciadora da literatura grega escrita, a Odisséia, de Homero, expressa com força e beleza a grandiosidade da remota civilização grega. A Odisséia data provavelmente do século VIII a.C., quando os gregos, depois de um longo período sem dispor de um sistema de escrita, adotaram o alfabeto fenício. Na Odisséia ressoa ainda o eco da guerra de Tróia, narrada parcialmente na Ilíada. O título do poema provém do nome do protagonista, o grego Ulisses (Odisseu). Filho e sucessor de Laerte, rei de Ítaca e marido de Penélope, Ulisses é um dos heróis favoritos de Homero e já aparece na Ilíada como um homem perspicaz, bom conselheiro e bravo guerreiro. A Odisséia narra as viagens e aventuras de Ulisses em duas etapas: a primeira compreende os acontecimentos que, em nove episódios sucessivos, afastam o herói de casa, forçado pelas dificuldades criadas pelo deus Posêidon. A segunda consta de mais nove episódios, que descrevem sua volta ao lar sob a proteção da deusa Atena. É também desenvolvido um tema secundário, o da vida na casa de Ulisses durante sua ausência, e o esforço da família para trazê-lo de volta a Ítaca. A Odisséia compõe-se de 24 cantos em verso hexâmetro (seis sílabas), e a ação se inicia dez anos depois da guerra de Tróia, em que Ulisses lutara ao lado dos gregos. A ordem da narrativa é inversa: tem início pelo desfecho, a assembléia dos deuses, em que Zeus decide a volta de Ulisses ao lar. O relato é feito, de forma indireta e em retrospectiva, pelo próprio herói aos feaces - povo mítico grego que habitava a ilha de Esquéria. Hábeis marinheiros, são eles que conduzem Ulisses a Ítaca. O poema estrutura-se em quatro partes: na primeira (cantos I a IV), intitulada "Assembléia dos deuses", Atena vai a Ítaca animar Telêmaco, filho de Ulisses, na luta contra os pretendentes à mão de Penélope, sua mãe, que decide enviá-lo a Pilos e a Esparta em busca do pai. O herói porém encontra-se na ilha de Ogígia, prisioneiro da deusa Calipso. Na segunda parte, "Nova assembléia dos deuses", Calipso liberta Ulisses, por ordem de Zeus, que atendeu aos pedidos de Atena e enviou Hermes com a missão de comunicar a ordem. Livre do jugo de Calipso, que durou sete anos, Ulisses constrói uma jangada e parte, mas uma tempestade desencadeada por Posêidon lança-o na ilha dos feaces (canto V), onde é descoberto por Nausícaa, filha do rei Alcínoo. Bem recebido pelo rei (cantos VI a VIII), Ulisses mostra sua força e destreza em competições esportivas que se seguem a um banquete. Na terceira parte, "Narração de Ulisses" (cantos IX a XII), o herói passa a contar a Alcínoo as aventuras que viveu desde a saída de Tróia: sua estada no país dos Cícones, dos Lotófagos e dos Ciclopes; a luta com o ciclope Polifemo; o episódio na ilha de Éolo, rei dos ventos, onde seus companheiros provocam uma violenta tempestade, que os arroja ao país dos canibais, ao abrirem os odres em que estão presos todos os ventos; o encontro com a feiticeira Circe, que transforma os companheiros em porcos; sua passagem pelo país dos mortos, onde reencontra a mãe e personagens da guerra de Tróia. Na quarta parte, "Viagem de retorno", o herói volta à Ítaca, reconduzido pelos feaces (canto XIII). Apesar do disfarce de mendigo, dado por Atena, Ulisses é reconhecido pelo filho, Telêmaco, e por sua fiel ama Euricléia, que, ao lavar-lhe os pés, o identifica por uma cicatriz. Assediada por inúmeros pretendentes, Penélope promete desposar aquele que conseguir retesar o arco de Ulisses, de maneira que a flecha atravesse 12 machados. Só Ulisses o consegue. O herói despoja-se em seguida dos andrajos e faz-se reconhecer por Penélope e Laerte. Segue-se a vingança de Ulisses (cantos XIV a XXIV): as almas dos pretendentes são arrastadas aos infernos por Hermes e a história termina quando Atena impõe uma plena reconciliação durante o combate entre Ulisses e os familiares dos mortos. A concepção do poema é predominantemente dramática e o caráter de Ulisses, marcado por obstinação, lealdade e perseverança em seus propósitos, funciona como elemento de unificação que permeia toda a obra. Aí aparecem fundidas ou combinadas uma série de lendas pertencentes a uma antiqüíssima tradição oral com fundo histórico. Há forte crença de que a Odisséia reúna temas oriundos da época em que os gregos exploravam e colonizavam o Mediterrâneo ocidental, daí a presença de mitos com seres monstruosos no Ocidente, para eles ainda misterioso. Pela extrema perfeição de seu todo, esse poema tem encantado o homem de todas as épocas e lugares. É consenso na era moderna que a Odisséia completa a Ilíada como retrato da civilização grega, e as duas juntas testemunham o gênio de Homero e estão entre os pontos mais altos atingidos pela poesia universal.



Denarius de prata (3,8 gr.) de C. Mamilius Limetanus, cunhado em 82 a.C. em Roma.
Anverso: Busto drapejado de Mercúrio, à direita, com um caduceu.
Inscrição: A.
Reverso: Ulisses em pé, à direita, segurando um cajado e com Argus, seu cão, a seus pés.
Inscrição: C.MAMILIVS.LIMETANVS
Família: Mamilia 6.
(O anverso e reverso desta moeda referem-se a linhagem da família Mamilia. A família Mamilia se aclamou descendente de Mamilia, a filha de Telegonus, que foi o filho de Ulisses - um descendente de Mercúrio.)


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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaTRÓIA

A Ilíada, um dos épicos de Homero, narra a guerra que causou a destruição da Tróia lendária. A Tróia histórica constitui um dos mais ricos e extensos sítios arqueológicos do mundo antigo. Tróia é uma cidade proto-histórica, atualmente identificada com uma das nove cidades superpostas descobertas na colina Hissarlik, na Turquia. Foi erguida por colonos gregos, por volta do ano 700 a.C., no estreito de Dardanelos, no extremo noroeste da Anatólia, um local que já havia sido ocupado por sucessivas populações pré-helênicas. A lenda do conflito entre aqueus e troianos pela posse da cidade forneceu o argumento da Ilíada e obras posteriores. Entre 1870 e 1890, Heinrich Schliemann identificou o local da antiga Tróia na colina de Hissarlik, e ali descobriu sete cidades superpostas, destruídas por guerras ou catástrofes. Wilhelm Dörpfeld, que o auxiliava desde 1882, prosseguiu as escavações e identificou restos de mais duas cidades. Os estudos que o americano Carl William Blegen realizou entre 1932 e 1938 confirmaram a existência das nove cidades. Tróia I, o estrato mais antigo, data de 3000 a 2600 a.C., primeira fase do bronze antigo. É um pequeno recinto fortificado com menos de cinqüenta metros na parte mais larga. Tróia II, ainda bem pequena e fortificada, tinha cem metros de extensão máxima. Seria mais um castelo simples, porém rico, destruído pelo fogo por volta de 2300 a.C. Nesse estrato descobriu-se jóias e objetos preciosos que Schliemann, acreditando que se tratava da Tróia homérica, denominou tesouro de Príamo. Tróia III, IV e V foram cidades de importância local que existiram no período de 2300 a 1900 a.C., quando terminou o bronze antigo. Tróia VI, bem mais importante e rica, surgiu pouco antes de 1725 a.C. e foi destruída por um terremoto em aproximadamente 1275 a.C. De suas ruínas ergueu-se Tróia VII-a, a verdadeira Tróia épica, destruída por volta de 1200 a.C. Tróia VIII é da época clássica da Grécia e Tróia IX pertence ao período helenístico-romano, quando Alexandre nela fez um sacrifício dedicado a Aquiles, de quem julgava descendente. No século IV d.C., desapareceram completamente os vestígios históricos da cidade. Páris, filho do rei Príamo de Tróia, raptara Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta e famosa por sua beleza. Para se vingar, Menelau formou um poderoso exército comandado por Agamenon e no qual se destacaram Aquiles e Ulisses. O cerco de Tróia, de dez anos, foi marcado por feitos heróicos de ambos os lados, até que, sob inspiração de Ulisses, os gregos construíram um gigantesco cavalo de madeira e o abandonaram perto das portas de Tróia, fingindo uma retirada. Apesar dos presságios de Cassandra, os troianos levaram para dentro da cidade o cavalo, que trazia em seu interior os guerreiros de Ulisses. Abertas as portas, os gregos saquearam e destruíram Tróia. O herói troiano Enéias, filho de Vênus, escapou com alguns partidários e, depois de muitas aventuras, se instalou no Lácio. Os descendentes desse grupo deram origem ao povo romano. É quase certo que a lenda tenha um núcleo de verdade, mas é impossível provar-lhe a historicidade. Uma interpretação de documentos hititas, feita em 1957, favoreceu a hipótese de que os aqueus fossem um povo pré-helênico originário da Europa. Na época de Tróia VI, os aqueus, a partir da região, teriam se espalhado pelo Egeu e formado colônias de micenianos, de onde mais tarde saíram conquistadores de Tróia VII-a. As freqüentes migrações de povos nessa época, no entanto, não permitem comprovar a hipótese.

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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaHELENA DE TRÓIA



O rapto de Helena, que a mitologia grega descrevia como a mais bela das mulheres, desencadeou a lendária guerra de Tróia. Personagem da Ilíada e da Odisséia, Helena era filha de Zeus e da mortal Leda, esta esposa de Tíndaro, rei de Esparta. Ainda menina, Helena foi raptada por Teseu, depois libertada e levada de volta para Esparta por seus irmãos Castor e Pólux (os Dioscuri). Para evitar uma disputa entre os muitos pretendentes, Tíndaro fez com que todos jurassem respeitar a escolha da filha. Ela se casou com Menelau, rei de Esparta, irmão mais novo de Agamenon, que se casara com uma irmã de Helena, Clitemnestra. Helena, contudo, abandonou o marido para fugir com Páris, filho de Príamo, rei de Tróia. Os chefes gregos, solidários com Menelau, organizaram uma expedição punitiva contra Tróia que originou uma guerra de sete anos de duração. Após a morte de Páris em combate, Helena casou-se com seu cunhado Deífobo, a quem atraiçoou quando da queda de Tróia, entregando-o a Menelau, que retomou-a por esposa. Juntos voltaram a Esparta, onde viveram até a morte. Foram enterrados em Terapne, na Lacônia. Segundo outra versão da lenda, Helena sobreviveu ao marido e foi expulsa da cidade pelos enteados. Fugiu para Rodes, onde foi enforcada pela rainha Polixo, que perdera o marido na guerra de Tróia. Após a morte de Menelau, diz ainda outra versão, Helena casou-se com Aquiles e viveu nas ilhas Afortunadas. Helena de Tróia foi adorada como deusa da beleza em Terapne e diversos outros pontos do mundo grego. Sua lenda foi tomada como tema de grandes poetas da literatura ocidental, de Homero e Virgílio a Goethe e Giraudoux.





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© 1999/2004 - Emerson Luiz de FariaMITOLOGIA

MITO

s.m. (Do gr. mythos, palavra expressa, discurso, fábula, pelo b. lat. mythus.) 1. Relato ou narrativa de origem remota e significação simbólica, que tem como personagens deuses, seres sobrenaturais, fantasmas coletivos, etc. 2. Narrativa de tempos fabulosos ou heróicos; lenda.



MITOLOGIA

s.f. (Do gr. mythologia.) 1. Estudo sistemático dos mitos. 2. Conjunto de mitos de uma determinada cultura transmitido pela tradição (oral ou escrita).

Presentes em todas as culturas, os Mitos situam-se entre a Razão e a Fé, mas são considerados sagrados. Os principais tipos de mito referem-se à origem dos deuses, do mundo e ao fim das coisas. Distinguem-se mitos que contam o nascimento dos deuses (Teogonia), mitos que contam a criação do mundo (Cosmogonia), mitos que explicam o destino do homem após a morte (Escatologia) e outros. Segundo alguns especialistas, os mitos encarnam fenômenos fundamentais da vida: o Amor, a Morte, o Tempo, etc., e certos fenômenos, como as Florestas, as Tempestades, têm sempre um mesmo valor simbólico, seja qual for a civilização considerada.



MITOLOGIA GRECO-ROMANA

MITOLOGIA GREGA


A mitologia helênica é uma das mais geniais concepções...


MITOLOGIA ROMANA

Os romanos ultrapassaram todos os outros povos na...
MITOLOGIA ORIENTAL

MITOLOGIA EGÍPCIA


Como em todas as civilizações antigas, a cosmogonia ocupa a...


MITOLOGIA CHINESA

Quanto à mitologia de todo este vasto território do continente asiático...


MITOLOGIA INDIANA

Nos assentamentos urbanos do vale do Indo, entre os restos da civilização...

MITOLOGIA ROMANA



Os romanos ultrapassaram todos os outros povos na sabedoria singular de compreender que tudo está subordinado ao governo e direção dos deuses. Sua religião, porém, não se baseou na graça divina e sim na confiança mútua entre Deuses e Homens; e seu objetivo era garantir a cooperação e a benevolência dos deuses para com os homens e manter a paz entre eles e a comunidade. Entende-se por religião romana o conjunto de crenças, práticas e instituições religiosas dos romanos no período situado entre o século VIII a.C. e o começo do século IV da era cristã. Caracterizou-se pela estrita observância de ritos e cultos aos deuses, de cujo favor dependiam a saúde e a prosperidade, colheitas fartas e sucesso na guerra. A piedade, portanto, não era compreendida em termos de experiência religiosa individual e sim da fiel realização dos deveres rituais aos deuses, concebidos como poderes abstratos e não como Divindades Antropomórficas. Um traço característico dos romanos foi seu sentido prático e a falta de preocupações filosóficas acerca da natureza ou da divindade. Seus preceitos religiosos não incorporaram elementos morais, mas consistiram apenas de diretrizes para a execução correta dos rituais. Também não desenvolveram uma mitologia imaginativa própria sobre a origem do universo e dos deuses; seu caráter legalista e conservador contentou-se em cumprir com toda exatidão os ritos tradicionalmente prescritos, organizados como atividades sociais e cívicas. O ceticismo religioso chegou a ser uma atitude predominante na sociedade romana em face das guerras e calamidades, que os deuses, apesar de todas as cerimônias e oferendas, não conseguiam afastar. O historiador Tacitus comentou amargamente que a tarefa dos deuses era castigar e não salvar o povo romano. A índole prática dos romanos manifestou-se também na política de conquistas, ao incorporar ao próprio panteão os deuses dos povos vencidos. Sem teologia elaborada, a religião romana não entrava em contradição com essas deidades, nem os romanos tentaram impor aos conquistados uma doutrina própria. Durante a república, no entanto, foi proibido o ensino da Filosofia Grega, porque os filósofos eram considerados inimigos da ordem estabelecida. Os valores dominantes da cultura romana não foram o pensamento ou a religião, mas a retórica e o direito. Com as crises econômicas e sociais que atingiram o mundo romano, a antiga religião não respondeu mais às inquietações espirituais de muitos e, a partir do século III a.C., começaram a se difundir religiões orientais de rico conteúdo mitológico e forte envolvimento pessoal, mediante ritos de iniciação, doutrinas secretas e sacrifícios cruentos. Nesse ambiente verificou-se mais tarde a chegada dos primeiros cristãos, entre eles os apóstolos Pedro e Paulo, com uma mensagem ética de amor e salvação. O cristianismo conquistou o povo, mas seu irrenunciável monoteísmo chocou-se com as cerimônias religiosas públicas, nas quais se baseava a coesão do estado, e em especial com o culto ao imperador. Depois de sofrer numerosas perseguições, o cristianismo foi reconhecido pelo imperador Constantinus I no ano 313 d.C. São escassas as fontes que permitem reconstruir a vida da primitiva Roma, pequena cidade-estado que se formou por volta do século VIII a.C. A descrição mais antiga é do historiador romano Marcus Terencius Varrão, do século I a.C., mas seu testemunho já mostra a grande influência da Cultura Grega, que motivou a reinterpretação da tradição religiosa. No período de formação original, a religião dos romanos já apresentava características utilitárias, em que as preocupações se centravam na satisfação das necessidades materiais, como boas colheitas e a prosperidade da família e do estado em tempo de paz e de guerra. Entre os deuses mais importantes dessa época estão Júpiter, deus do céu, o maior deles; Marte, deus da guerra; Quirino, protetor da paz, identificado depois com Romulus; e Juno, cuja função principal era dirigir a vida das mulheres. Outras deidades menores eram figuras vagas de funções limitadas e claramente definidas. Como os deuses maiores, tinham poderes sobrenaturais e, pelo culto adequado, podiam ser induzidos a empregá-los em benefício dos adoradores. A curiosidade dos romanos, porém, não passava desse ponto: os deuses não tinham mitos, não formavam casais e não tinham filhos. Os romanos não tinham também uma casta sacerdotal; seus ritos eram executados com meticulosa exatidão por chefes de família ou magistrados civis. Essas atividades clericais, porém, eram reguladas por colégios sacerdotais. Na segunda metade do século VI a.C., os Etruscos conquistaram a cidade de Roma e introduziram nas práticas religiosas o culto às estátuas dos deuses, os templos, a adivinhação mediante o escrutínio das entranhas de animais sacrificados e do fogo e maior solenidade nos ritos funerários. O primitivo calendário religioso lunar, de dez meses, foi substituído pelo calendário solar de 12 meses. Nesse período ocorreu a incorporação de deuses que não eram apenas etruscos. Júpiter ganhou como consortes Juno e Minerva, uma união que resultou da influência grega, já que as duas deusas foram identificadas como Hera e Atena, mulher e filha de Zeus. Vênus e Diana surgiram de fontes italianas. Entre os deuses incorporados ao panteão romano por influência etrusca estão Vulcano, deus do fogo, e Saturno, divindade de funções originais obscuras. O Período Republicano, do século V ao século I a.C., caracterizou-se pela ampliação da influência da cultura grega, cujos mitos revitalizaram os deuses romanos ou introduziram novas divindades, como Apolo, que não tinha um equivalente romano geralmente reconhecido, e Esculápio. Outro costume importado da Grécia foi convidar os deuses para o banquete sagrado, o Lectisternium, no qual eram representados por suas estátuas e associados em casais, como Júpiter e Juno, Marte e Vênus etc. As figuras juntas nos banquetes formaram o grupo grego popular e típico de 12 deuses. Foram introduzidos ainda cultos orgiásticos do Oriente Médio, como o da deusa Cibele, a Grande Mãe, e o de Dioniso, que em Roma foi identificado como Baco. O imperador Augustus quis reavivar os cultos tradicionais - ele mesmo foi divinizado após a morte - e reconstruir os templos antigos. A crescente demanda por uma religião mais pessoal, porém, que nem as religiões tradicionais gregas nem as romanas eram capazes de satisfazer, foi atendida por vários cultos do Oriente Médio, que prometiam a seus seguidores o favor pessoal da divindade e mesmo a imortalidade se certas condições fossem atendidas, entre elas a iniciação secreta em ritos misteriosos. O primeiro deles foi o de Ísis que, embora de origem egípcia, sofreu modificações em sua passagem pela Grécia. Depois veio o culto de Atis, consorte da Grande Mãe, e por último o de Mitra, de origem Persa, que se tornou o predileto dos soldados romanos. No último período do Império Romano, desenvolveu-se de forma particular o culto ao Sol, e o imperador Aurelianus proclamou como suprema divindade de Roma o Sol Invicto. Mas essas tentativas de reavivar uma religião que sempre servira aos interesses do estado fracassaram, ante a expansão do Cristianismo que, em 391, foi declarado religião oficial do estado pelo imperador Theodosius I, que suprimiu o culto tradicional.


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© 1999/2006 - Emerson Luiz de Faria

2006-10-16 10:56:54 · answer #2 · answered by neto 7 · 0 0

Eu sei muitas coisas da mitologia grega se vc quizer conversar um pouco pega o meu y mail ai!

2006-10-12 16:58:41 · answer #3 · answered by renan_wolf 2 · 0 0

A mitologia grega compreende o conjunto de mitos, lendas e entidades divinas e/ou fantásticas, (deuses, semideuses e heróis) presentes na religião praticada na Grécia Antiga, criados e transmitidos originalmente por tradição oral, muitas vezes com o intuito de explicar fenômenos naturais, culturais ou religiosos - como os rituais - cuja explicação não era evidente. As fontes remanescentes da mitologia grega ou são transcrições dessa oralida de criação.

Os historiadores da mitologia grega têm, muitas vezes, de se basear em dados fragmentários, descontextualizados (fragmentos de obras literárias, por exemplo) ou através de indícios transmitidos na iconografia grega (principalmente, os vasos) para tentarem reconstituir a riqueza narrativa e conceptual de uma das mitologias mundiais que mais interesse desperta.

Nas suas várias lendas, histórias e cânticos, os deuses da antiga Grécia são descritos como quase humanos em aparência, porém imunes ao tempo e praticamente imunes a doenças e feridas, capazes de se tornarem invisíveis, de viajarem grandes distâncias quase que instantaneamente e de falarem através de seres humanos sem o conhecimento destes.

Cada um dos deuses tem sua própria forma física, genealogia, interesses, personalidade e sua própria especialidade. Essas descrições, no entanto, têm variantes locais que nem sempre estão de acordo com as descrições usadas em outras partes do mundo grego da época. Quando esses deuses eram nomeados em poesias ou orações, eles se referiam a uma combinação de seus nomes e epítetos, com estes os identificando, distinguindo-os de outros deuses. Atualmente, apenas o povo Kalasha, do Paquistão, mantém como religião viva o panteão grego.

Natureza da mitologia grega
Enquanto todas as culturas através do mundo têm suas próprias mitologias, esse termo é de cunhagem grega e teve um sentido específico nessa cultura. Ele deriva de mythologia:

mythos, que no grego homérico significa superficialmente um discurso ritualístico de um chefe, um poeta ou um sacerdote;
logos, que no grego clássico significa "uma história convincente, um argumento em ordem";
Originalmente, então, a mitologia é uma tentativa de trazer sentido às narrativas estilizadas que os gregos recitavam em festivais, sussurravam em locais sagrados e espalhavam em banquetes de aristocratas.

Visão geral
O espectro da mitologia grega é enorme. Abrange desde os crimes mais cruéis dos primeiros deuses e as sangrentas guerras de Tróia e Tebas, à infância de Hermes e o sofrimento de Deméter por Perséfone.

A era dos deuses
Assim como seus vizinhos, os gregos acreditavam num panteão de deuses e deusas que eram associados a específicos aspectos da vida. Afrodite, por exemplo, era a deusa do amor, enquanto Ares era o deus da guerra e Hades o dos mortos.

Algumas deidades como Apolo e Dionísio revelavam personalidades complexas e uma variedade de funções, enquanto outros como Helios ("sol") eram pouco mais que personificações. Existiam também deidades de lugares específicos, como deuses de rios e ninfas de nascentes e cavernas. Tumbas de heróis e heroínas locais eram igualmente veneradas.

Apesar de centenas de seres poderem ser considerados deuses ou heróis, alguns não representavam mais que folclore ou eram honrados somente em lugares (Trophonius) e/ou festivais específicos (Adonis).

Rituais de maior abrangência e os grandes templos eram dedicados, em sua maioria, a um seleto círculo de deuses, notadamente os quinze do Olimpo, Heracles e Asclepio. Estas deidades eram o foco central dos cultos pan-Helênicos.

Muitas regiões e vilas tinham seus próprios cultos a ninfas, deuses menores ou ainda a heróis e heroínas desconhecidos em outros lugares. A maioria das cidades adoravam os deuses maiores com rituais peculiares e tinham para estes lendas igualmente próprias.

Os deuses do Olimpo

ZeusZeus
É o senhor do Olimpo. Destronou Cronos, o seu pai, para reinar no Olimpo. Representa a ordem e a vitória da humanidade sobre as forças selvagens da natureza(No caso,representadas pelos titãs) É ele quem distribui o bem e o mal e governa toda a humanidade. O seu símbolo é o trovão e a águia. Zeus devorou a sua primeira esposa, Métis, quando esta estava grávida de Atena, a deusa da sabedoria, com medo de que a criança viesse a ser um dia mais poderosa do que ele. No entanto, Atena acabou por irromper da cabeça de Zeus quando Hefesto lhe abriu ao meio com um machado. Hera foi a sua segunda esposa, apesar de Zeus ter gerado filhos de muitas deusas e mulheres. Entre os seus descendentes contam-se Apolo, Ártemis, Dionisio,Hércules,graças,musas,Quíron,Perséfone,Hebe Hermes, Minos, Perseu, Perséfone, Castor e Pólux entre outros.

Hera
Equivalente, em Roma, a Juno, deusa protectora das mulheres e do casamento e do nascimento. É irmã e esposa de Zeus, e mãe dos deuses Hefesto e Ares.

Atena
Deusa da guerra justa, da sabedoria, das artes, da estratégia e ofícios, equivalente, em Roma, a Minerva. Atena era filha de Zeus, tendo nascido da sua cabeça, já completamente desenvolvida. Na Odisseia, de Homero, é a protetora de Ulisses e do seu filho Telémaco. O seu principal centro de culto era a cidade de Atenas, disputada para ser adorada por Atena e Posseidon. Posseidon ofereceu uma fonte de agua salgada para os habitantes da cidade, enquanto que Atena ofereceu uma oliveira. Os atenienses optaram pela deusa e assim a cidade passou a se chamar Atenas. O Partenon, situado na acrópole da cidade é o maior templo dedicado à deusa e até hoje atrai visitantes de todo o mundo. O mito do nascimento de Atena é de particular importância para entendermos a mentalidade dos gregos. Zeus tomara Métis (Sabedoria, Prudência) como primeira esposa. Estando ela grávida de Atena, o deus a engoliu, para que ela não tivesse um filho mais poderoso que o pai. Atena nasceu, então, da cabeça de Zeus quando este foi atingido na cabeça durante uma batalha. Nesse momento a deusa Atena saiu de dentro do ferimento da cabeça do pai, completamente desenvolvida e armada, pronta para defender seu pai.

Eros
Filho de Ares e Afrodite, em algumas versões considerado filho do Caos, sua versão romana é a de Cupido, ele é o deus do amor.

Posídon
Posídon é o deus do mar, e o terceiro filho dos titãs Cronos e Réia e irmão de Zeus e Hades. O deus equivalente na mitologia romana é Neptuno. Támbem conhecido como deus dos terremotos e dos cavalos. O simbolo mais asosiato ao Posídon e o tridente.

Héstia
Filha de Cronos e Réia, irmã de Hera, Zeus, Posídon, Hades e de Deméter, deusa virgem da lareira e do lar, seu nome romano é Vesta.

Apolo
Segundo as mitologias grega e romana, é o deus da luz do Sol, da música, da poesia e da profecia, e ainda o protector das musas. É irmão gémeo de Ártemis, filho de Zeus e Latona. Apolo é representado nas estátuas da antiguidade como um deus muito belo, personificando o ideal grego de beleza masculina. Eram particularmente importantes os cultos que lhe eram prestados em Delos, onde teria nascido, e em Delfos, onde se situava o seu principal santuário. Apolo é constantemente confundido com Helios.

Ártemis
Segundo a mitologia grega, a deusa da castidade, dos animais selvagens, da luz da Lua e da caça (a romana Diana). Irmã gêmea de Apolo, era adorada em centros de culto espalhados um pouco por todo o mundo grego, sendo um dos maiores o templo de artemis que se situava em Éfeso. Este enorme templo, várias vezes reconstruído nos tempos da antiguidade clássica, era uma das Sete Maravilhas do Mundo. Ártemis é constantemente confundida com Selene.

Deméter
Filha de Cronos e Réia é a deusa da colheita. Seu nome do grego significa mãe da terra (de=terra, meter=mãe). Deusa responsavel pelas estações. Teve uma linda filha com Zeus, chamada Persefone. Hades deus dos infernos(sub-mundo) ficou encantado com a sua beleza e resolveu raptá-la para levá-la para seu reino. Após o rapto de Persefone, Demeter saiu em sua busca durante 9 dias e 9 noites, mas em vão, já que ninguem sabia onde estava a sua filha. Então Helios, o deus que tudo vê, lhe contou o que tinha acontecido. Zeus ficou indiferente, então, Demeter, passou a viver na terra, em Attica, e decidiu que não só ela ficaria de luto pela perda da filha, como toda a natureza também. Todas as plantas começaram a morrer e as pessoas começaram a morrer de fome. Zeus ficou preocupado e instruiu Íris para conversar com Demeter, mas de nada adiantou. Zeus então enviou Hermes para conversar com Hades. Hades concordeou em liberar Persefone, mas lhe deu uma semente para comer. Com esse truque de lhe dar uma comida do sub-mundo ele conseguiu garantir que Persefone voltaria para ele. Quando ela voltou para a sua mãe as flores brotaram e toda a terra foi coberta de verde e assim foi por 8 meses, enquanto Perséfone ficou junto da sua mãe, mas nos 4 meses seguintes ela retornou ao sub-mundo e por la permaneceu por 4 meses, nesse periodo sua mãe entrou de luto e com ela toda a natureza. Todo ano esse ciclo se repete.

Hermes
Equivalente, em Roma, a Mercúrio. Filho de Zeus e Maia, tinha a função de mensageiro dos deuses. Usava sandálias com asas, um chapéu de abas largas, e segurava uma vara (caduceu) onde se enrolavam duas serpentes. Hermes era o protector dos ladrões, viajantes e mercadores.

Dionísio
Na mitologia grega, o deus do vinho é filho de Sémele e de Zeus, e também do excesso orgiástico. Era servido por mulheres, as ménades, de quem se dizia serem capazes de despedaçar um animal apenas com a força dos seus braços, quando sob a influência do deus. Foi identificado com o deus romano Baco, cujos ritos eram menos cruéis e deram origem às bacanais.

Afrodite
Segundo a mitologia grega, é a deusa do amor e da beleza. Por vezes, considera-se que é filha de Zeus (por exemplo, nos textos de Homero), outras vezes diz-se que nasceu da espuma do mar (como nos textos de Hesíodo). Casada com Hefesto, o deus do fogo, era-lhe infiel. É a mãe de Hermafrodito (com Hermes), Eros o deus do amor, Anteros, Fobos, Deimos e Harmonia (com Ares), Hymenaios e Priapo (com Dionísio) e Enéias (com o mortal Anquises). A deusa equivalente na mitologia romana é Vénus.

Hefesto
Deus do fogo, dos metais e da metalurgica, filho de Zeus e Hera. Trabalhava admiravelmente os metais e construiu inúmeros palácios de bronze, além da esplêndida armadura de Aquiles e o cetro e a égide de Zeus. Segundo uma tradição, nasceu coxo, pelo que sua mãe lançou-o do alto do monte Olimpo, foi recolhido por Tétis e Eurínome, com as quais permaneceu durante nove anos. Voltando ao Olimpo, ao defender Hera contra Zeus, este atirou-o do céu e, precipitando durante um dia inteiro, caiu na ilha de Lemos. Suas forjas, com vinte foles, foram depois do Olimpo colocadas no Etna, onde tinha os Ciclopes como companheiros de trabalho.

Ares
Deus da Guerra. Seu símbolo era o cão ou o Arbutre. Pai de Rômulo e Remo, que fundaram Roma.Era mais cultuado pelos romanos do que pelos gregos. Ele se preocupava com a querra e a batalham,e entrava rápidamente em uma briga. Marte em Roma.

Hades
Irmão de Zeus e Posídon, Hades divide com eles o domínio do Universo. Enquanto o primeiro detém os Céus e o segundo os Mares, Hades é o senhor do mundo subterrâneo, a morada dos mortos, que comporta o Inferno ou Hades, local genérico para a moradia dos mortos, o Tártaro, abrigo dos grandes criminosos e inimigos dos deuses, e o os Campos Elíseos, habitação dos bem-aventurados, virtuosos e benquistos dos deuses, as pessoas evitavam dizer seu nome, e diziam "apelidos", como Plutão, que deu nome ao deus romano.

Panteão
Os deuses da mitologia grega representam forças e fenômenos da natureza e também impulsos e paixões humanas. Moram no Monte Olimpo e de lá controlam tudo o que se passa entre os mortais. O Panteão Grego inclui semideuses, heróis e inúmeras entidades, como os sátiros e Ninfas, espíritos dos bosques, das águas ou das flores..

Genesis

O mundo primordial, segundo a Mitologia GregaNo princípio havia o Caos, e em algum momento surgiu Erebus, o lugar desconhecido onde a morte mora, e Nix. Havia apenas silêncio e vazio. Então, Amor nasce produzindo um início de ordem, e se faz Luz e Dia, e a terra (Gaia) aparece. Erebus e Noite copulam e dão nascimento a Éter, a luz celestial, e Dia, a luz terrena. Gaia, por si só, gera Urano, o céu. Urano torna-se o esposo de Gaia e a cobre por todos os lados. Da união de Urano e Gaia surgem todas as criaturas, Titãs, Ciclopes, e Hecatonquiros.

Os Titãs
Os Titãs foram doze dos filhos dos primitivos senhores do universo, Gaia e Urano. Seis eram do sexo masculino - Oceano, Ceo (pai de Leto), Crio, Hipérion, Jápeto (pai de Prometeu) e Cronos - e seis do feminino - Téia, Réia (mãe dos deuses do olímpo), Têmis (a justiça), Mnemósine (a memória), Febe (deusa da Lua cheia) e Tétis (deusa do mar). Tinham por irmãos os três hecatonquiros, monstros de cem mãos e cinqunta cabeças, e os três Ciclopes, que forjavam os relâmpagos.

Urano não gostava dos Ciclopes e dos Hecatonquiros por isto os prendeu no Tartáro. Gaia então instigou entre seus filhos a revolta. Foi Cronos, o mais jovem, que assumiu a liderança da luta contra Urano e, usando uma foice oferecida por Gaia, castrou seu pai. O sangue de Urano, ao cair na terra, gerou os gigantes; da espuma que se formou no mar, nasceu Afrodite.

Com a destituição de Urano, os titãs libertaram os outros irmãos e aclamaram rei a Cronos, que desposou sua irmã Réia e voltou a prender os hecatonquiros e os ciclopes no Tártaro.

A Titanomaquia
Cronos foi advertido de que assim como aconteceu com seu pai ele também seria destronado por um de seus filhos, então passou a devora-los quando nasciam; assim ele o fez com Deméter, Hera, Hades, Héstia e Poseidon. Quando Zeus nasceu, Réia deu uma pedra para Cronos no lugar do seu sexto filho, que ocultou numa caverna na ilha de Creta. Ao atingir a idade adulta, Zeus decidiu destronar o pai, conforme a antiga profecia.

A primeira aliada de Zeus foi a titânida Métis, deusa da prudência. Métis enganou Cronos, fazendo-o beber uma poção que o obrigou a vomitar Héstia, Deméter, Hera, Hades e Posídon, os filhos engolidos. Zeus conseguiu ainda libertar os ciclopes, seus tios, que se juntaram a ele e aos irmãos.

Armado com o relâmpago (presente dos ciclopes) e recoberto com a égide (possivelmente a pele da cabra Amaltéia, já morta), Zeus enfrentou Cronos e os outros titãs. Do lado de Zeus, além dos irmãos e dos tios (os ciclopes), estavam as oceânides Métis e Estige, os filhos de Estige (Zelo, Niké, Cratos e Bias) e Prometeu, filho de Jápeto. Do lado dos titãs, as operações foram conduzidas por Atlas.

Após dez anos de luta, a um conselho de Gaia, Zeus libertou também os poderosíssimos hecatônquiros. Com mais esses aliados, os titãs foram finalmente derrotados e expulsos do céu.

O Olimpo
Com a vitória, Zeus se tornou o soberano dos Deuses e passou a governar o universo no Monte Olimpo, uma montanha mistica que se estendia além da terra. A Poseidon ele concedeu o domínio sobre as águas e a Hades o inferno de Tártaro.

O novo soberano prendeu os titãs vencidos no Tártaro, eternamente vigiados pelos hecatônquiros, e condenou o poderoso Atlas a sustentar eternamente a abóbada celeste.

Os Olímpicos
Dentre os principais deuses olímpicos, doze eram mais importantes e mais poderosos que os demais: seis filhos do titã Crono, seis filhos de Zeus e uma deusa, Afrodite, nascida do sêmen de Urano.

O principal deus é Zeus, o pai e rei dos deuses e dos homens. Cultuado em toda a Grécia, é o guardião da ordem e dos juramentos, senhor dos raios e dos fenômenos atmosféricos. Hera, irmã e esposa de Zeus, preside os casamentos, os partos, protege a família e as mulheres. Atena, ou Palas Atena, nasce da cabeça de Zeus, já completamente armada. É a deusa da inteligência, das artes, da indústria e da guerra organizada. Héstia Filha de Cronos e Réia, deusa da lareira e do lar. Apolo, filho de Zeus e da deusa Leto, é o deus da luz do sol, da música, da adivinhação e da medicina. Artemis, irmã gêmea de Apolo, é a deusa-virgem, símbolo da vida livre, das florestas e da caça. Afrodite, deusa da beleza, do amor e da volúpia sexual, é casada com Hefesto ou Hefaísto, filho de Zeus e de Hera, feio e disforme, protetor dos ferreiros e dos ofícios manuais. Hares (Ares), filho de Zeus e Hera, é o deus da guerra violenta. Poseidon ou Posídeon, irmão de Zeus, é o deus do mar. Hades, irmão de Zeus, governa a vida após a morte e a região das trevas - Hades governa o tártaro, o mundo inferior, para onde se dirigem todos os mortos. Deméter é a deusa da colheita. Dionísio, deus da videira e do vinho. Hermes, filho de Zeus e da ninfa Maia, é o mensageiro dos deuses, protetor dos pastores, dos negociantes, dos ladrões e inspirador da eloqüência. Eros Filho de Afrodite e de Ares (ou do Caos), jovem alado com o arco do amor, deus do amor.

No Olimpo, os deuses passavam o tempo em maravilhosos palácios, eternamente em festa. Comiam a ambrósia e bebiam o néctar, alimentos exclusivamente divinos, ao som da lira de Apolo, do canto das Musas e da dança das Cárites.

2006-10-12 14:53:20 · answer #4 · answered by Rodrigo M 3 · 0 0

A Mitologia Grega é uma das mais geniais concepções que a humanidade produziu. Os gregos, com sua fantasia, povoaram o céu e a terra, os mares e o mundo subterrâneo de Divindades Principais e Secundárias. Amantes da ordem, instauraram uma precisa categoria intermediária para os Semideuses e Heróis. A mitologia grega apresenta-se como uma transposição da vida em zonas ideais. Superando o tempo, ela ainda se conserva com toda a sua serenidade, equilíbrio e alegria.

O início da filosofia grega, no século VI a.C., trouxe uma reflexão sobre as crenças e mitos do povo grego. Alguns pensadores, como Heráclito, os Sofistas e Aristófanes, encontraram na mitologia motivo de ironia e zombaria. Outros, como Platão e Aristóteles, prescindiram dos deuses do Olimpo para desenvolver uma idéia filosoficamente depurada sobre a divindade. Enquanto isso, o culto público, a religião oficial, alcançava seu momento mais glorioso, em que teve como símbolo o Pártenon ateniense, mandado construir por Péricles. A religiosidade popular evidenciava-se nos festejos tradicionais, em geral de origem camponesa, ainda que remoçada com novos nomes. Os camponeses cultuavam Pã, deus dos rebanhos, cuja flauta mágica os pastores tentavam imitar; as ninfas, que protegiam suas casas; e as nereidas, divindades marinhas.

As conquistas de Alexandre o Grande facilitaram o intercâmbio entre as respectivas mitologias, de vencedores e vencidos, ainda que fossem influências de caráter mais cultural que autenticamente religioso. Assim é que foram incorporadas à religião helênica a deusa frígia Cibele e os deuses egípcios Ísis e Serápis. Pode-se dizer que o sincretismo, ou fusão pacífica das diversas religiões, foi a característica dominante do período Helenístico.

2006-10-12 14:33:41 · answer #5 · answered by Lene 4 · 0 0

a mitologia Grega é "um mundo" de coisas interessantes consulta este:
http://www.suapesquisa.com/mitologiagrega/

Mas é muito interessante comparar os Deuses Gregos com os Romanos, por exemplo o mesmo deus nomes diferente: Baco/Dionísius = deus do vinho!

2006-10-12 14:09:42 · answer #6 · answered by a_luar 2 · 0 0

Eu me enterresso, se vc puder me mandar alguma coisa ficarei muito agradecido.

2006-10-12 14:06:28 · answer #7 · answered by Fabiano P 1 · 0 0

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