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O GOLPE DE ESTADO E A CAIXA-PRETA DA IMPRENSA
ASSASSINATO, CORRUPÇÃO E JORNALISMO ALUGADO
Dossiê
Por Chico Nader, Morgana White e Alberto Salvador - Abril/2006
Em pouco mais de um ano de atividades, o JIBRA (Jornalistas Independentes do Brasil), com sede oficial em Londres (UK) vem divulgando uma série de dossiês que ajudam a explicar a crise política brasileira. Nosso trabalho se insere numa ação de cidadania responsável que se destina a vencer o bloqueio da censura imposta no Brasil pelos grandes veículos de comunicação, controlados por algumas famílias e por poderosas organizações multinacionais de mídia.
Nesse período, sofremos todo tipo de perseguições. No Brasil, nossos colaboradores tiveram suas vidas devassadas. Computadores foram apreendidos e contas de e-mail tiveram o sigilo quebrado, sempre com suporte dos serviços de inteligência dos Estados Unidos da América, especialmente dos funcionários "especiais" que trabalham em Brasília. Em Londres, recebemos por várias vezes as visitas de agentes policiais e nossos telefones foram grampeados. Talvez a exposição desses fatos ajude a explicar os episódios que descreveremos em seguida.
A morte de Jean Charles e o Golpe contra Lula
Em 22 de Junho de 2005, o JIBRA fez publicar no CMI - Centro Midia Independente um relato sobre a primeira tentativa de golpe contra o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto está disponível até hoje em
http://www.midiaindependente.org/es/red/2005/06/320821.shtml. O trabalho jornalístico narrava a origem do plano de desestabilização do governo Lula, articulado pelas elites nacionais, com apoio tático e estratégico do governo dos Estados Unidos da América. Todas as informações ali contidas foram, mais cedo ou mais tarde, comprovadas por investigações independentes. Nosso trabalho se tornou referência para estudos de outras conceituadas entidades e órgãos de imprensa.
See quotes:
http://www.americas.org/item_22207
.
http://www.lautjournal.info/autjourarchives.asp?article=2410&noj=244
A revelação das atividades do Grupo Rio desencadeou imediata reação dos serviços de inteligência extra-nacionais, com violação de sigilos, escutas clandestinas e interceptação de mensagens. Profissionais de imprensa brasileiros sofreram constrangimentos ao serem incluídos na lista de supostos informantes do JIBRA. Mesmo assim, em poucos dias, blogs e sites pessoais fizeram com que o material se espalhasse pelas infovias.
Entretanto, demorou mais do que imaginávamos para que sofrêssemos o impacto da reação. Em Lambeth (um dos London Boroughs), a jornalista Morgana White utilizava-se havia tempos dos serviços de um brasileiro, indicado por amigos, na realização de pequenos serviços em seu escritório doméstico. Seu nome era Jean Charles de Menezes.
Sabe-se, hoje, pelos protocolos de investigação da Comissão Independente de Investigação de Queixas da Polícia (CIIQ, in English), que a ação desencadeada dentro da estrutura da Operation Kratos tinha por objetivo responder à ação de supostos terroristas de esquerda brasileiros com base no Reino Unido. A troca de mensagens entre as células de inteligência (US-UK) exibe a exigência americana de uma ação imediata, com prazo de 30 dias para a apresentação de resultados práticos.
See more:
http://www.met.police.uk/foi/pdfs/policies/stop_and_search_s44_tact_2000_sop.pdf
Exatamente um mês depois de divulgado o texto do Jibra, em 22 de Julho de 2005, uma unidade mista de policiais e agentes anti-terrorismo britânicos, treinados por Israel, executou Jean Charles de Menezes. Cumpriam o prazo! Na avaliação equivocada dos IS britânicos, o brasileiro funcionava como operador estratégico das ações do JIBRA. Um engano trágico que custou a vida de um jovem honesto, sempre de bem com a vida, cheio de sonhos e aspirações.
Os depoimentos de Morgana White para seus companheiros jornalistas não deixa dúvidas sobre as razões do assassinato, um misto de brutalidade e incompetência. Ao mesmo tempo, suas explicações lançam luzes sobre os mistérios que até hoje envolvem a morte do brasileiro (abaixo as contradições e mentiras que marcam a investigação do caso).
http://mrzine.monthlyreview.org/seymour100805.html
http://antagonise.blogspot.com/2005/08/jean-charles-de-menezes-murder-lies.html
Vale informar que a carta de Morgana White, escrita já na Irlanda, comprova seus contatos com Jean Charles e mostra que o rapaz SABIA que vinha sendo espionado. O documento foi enviado às redações dos principais jornais brasileiros, mas jamais foi divulgado.
Depois das primeiras manifestações do JIBRA sobre o assunto, em 29 de Março, ameaças resultaram no pedido de demissão de Susan Atkins, chefe da Comissão de Queixas contra a Polícia. Baixa na turma dos mocinhos; ponto para os bandidos. Outro profissional sério da comissão, Laurence Lutsgarten, também foi afastado de suas funções, vítima de uma armação da Polícia Metropolitana de Londres. Motivo oficial: comportamento sexual inadequado.
Brasil: A República dos Jornalistas Corruptos
Há tempos, pede-se a abertura da Caixa Preta da imprensa brasileira. Nenhum cidadão razoavelmente inteligente pode acreditar que a violenta campanha para derrubar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja realizada por jornalistas somente seduzidos pela doutrina neoliberal e conservadora difundida pelos quadros intelectuais da elite brasileira.
Há muito dinheiro correndo nos túneis subterrâneos do Golpe de Estado em curso no Brasil. Boa parte desse dinheiro se destina a abastecer os jornalistas e formadores de opinião recrutados pelo Grupo Rio.
Investigações independentes, realizadas de Setembro de 2005 a Março de 2006, revelam que pelo menos 76 pessoas, entre jornalistas e outras personalidades, foram agraciados por suas contribuições ao Golpe de Estado.
Certamente, há os que nada cobram, que se juntam à sedição por motivos particulares ou por investirem em benefícios futuros.
Os bancos Nossa Caixa, Bank of Boston e Santander Banespa tem sido os principais canais de repasse para a maior parte desses profissionais de duplo emprego.
Quem são os jornalistas empenhados em instaurar o terror no País
A legião de colaboradores do Golpe de Estado se divide em três frentes diferentes na mídia: 1) Jornalistas da grande imprensa; 2) Blogueiros e articulistas "independentes"; 3) Formadores de opinião (analistas políticos, artistas, etc...)
Os primeiros tratam de ecoar tudo que é supostamente negativo no governo do Presidente Lula. Exageram, ofendem, instauram suspeitas e, a todo custo, recorrem ao moralismo rasteiro para provocar indignação nos cidadãos. É o caso do jornalista Ricardo Noblat.
Os segundos são utilizados geralmente para divulgar informações falsas, parte da estratégia de terror utilizada na desestabilização do País. Por serem menos facilmente enquadráveis, realizam o trabalho sujo de poluição informativa. É o caso de Claudio Humberto.
Os terceiros são cooptados das mais diferentes formas, nem sempre presenteados com dinheiro. Na farsa midiática, servem para criar uma ilusão de caos institucional, de decepção geral e indignação contra o governo. É o caso do ator Lima Duarte, tradicionalmente ligado ao tucanismo; de um conhecido humorista; do deputado Fernando Gabeira; do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), de Roberto Busato, a quem foi prometido o cargo de Ministro da Justiça em eventual futuro governo do PSDB-PFL; do "oabista" Orlando Maluf Haddad, cuja má índole é equivalente a sua capacidade de acumular patrimônio; e da analista de assuntos políticos Lucia Hipólito.
Como ganhar dinheiro fácil
Para alguns desses jornalistas e formadores de opinião, o ofício sempre foi uma prática de comércio apartada de valores morais ou de condutas éticas. É o caso do "empoado" Augusto Nunes, do Jornal do Brasil, e de Eurípedes Alcântara, da revista Veja.
O segundo esteve inúmeras vezes nos Estados Unidos, sempre participando de simpósios do Departamento de Estado e do Departamento de Defesa para jornalistas latino-americanos alinhados com as políticas de Washington. Logicamente, Alcântara sempre foi retribuído por suas ações no sentido de desmoralizar qualquer projeto ou personalidade da esquerda no Brasil.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos reproduz uma conversa telefônica entre Alcântara e Donald Rumsfeld.
http://www.defenselink.mil/transcripts/2005/tr20050405-secdef2581.html
Um pequeno e cômico trecho mostra o tipo de jornalismo produzido pelo escoteiro de Roberto Civita.
QUESTION (Alcântara): Yeah, that would be my pleasure. I have been watching close your role in the United States and I must say that I admire you. You are so firm since the beginning. When they said they were going there for the oil and then they said you were going there for your own interests, and then, well, we see democracy spreading throughout the Arab world. This is not a small thing, right?
Outros jornalistas têm servido com fidelidade aos articuladores do Golpe de Estado, como o blogueiro Fernando Rodrigues e o articulista Merval Pereira. A norma é simples. Negar ou criticar qualquer sucesso da administração de Luiz Inácio Lula da Silva. Os sucessos na Educação, como o Prouni, e na promoção social, como o Bolsa Família, devem ser ignorados ou tratados com ironia ácida. Toda suspeita deve ser concebida como verdade. Tudo que representar dano à reputação do presidente e de seu partido deve ser ampliado, se possível em tom de indignação cívica. No plano das alianças, referências à Venezuela e a Hugo Chávez devem ser sempre negativas.
Os comentaristas e analistas seguem a mesma cartilha (um conjunto informal de orientações conhecido como Bola7), produzida sob coordenação do publicitário Paschoal Fabra Neto. É o caso de Luciano Dias, do IBEP, aluno obediente do Grupo Rio. Vale acompanhar seu torto pensamento, expresso no UOL (serviço do Internet do jornal Folha de S. Paulo).
"De acordo com Dias, é irrelevante se o caseiro foi ou não comprado para desmentir Palocci."
http://noticias.uol.com.br/uolnews/brasil/entrevistas/2006/03/24/ult2614u447.jhtm
O jogo das contas bancárias milagrosas
Ricardo Noblat, Fernando Rodrigues, Claudio Humberto, Augusto Nunes, Merval Pereira, Otavio Cabral, Lucia Hipolito, Luciano Dias, Lilian Witte Fibe, Mauro Calliari, Eurípedes Alcântara, Mario Sabino, André Petry, Diogo Mainardi, entre outros, não citados porque se beneficiam de nossas incertezas, figuram entre os alegres ganhadores da loteria do golpe. Cabe aos bons jornalistas, descobrir quem os tem premiado.
* Para facilitar o trabalho, apresentamos alguns dados fundamentais: R$ 76 mil entre 10/2005 e 03/2006; R$ 234 mil entre 07/2005 e 03/2006; R$ 450 mil entre 08/2005 e 03/2006; R$ 34 mil entre 07/2005 e 03/2006; R$ 906 mil entre 06/2005 e 03/2006; R$ 54 mil (em 10 parcelas) entre 05/2006 e 02/2006; R$ 111 mil entre 08/2005 e 03/2006; R$ 432 mil entre 10/2005 e 03/2006; R$ 454 mil entre 10/2005 e 03/2006; R$ 32 mil entre 08/2005 e 03/2006; R$ 321 mil em 12/2005; R$ 98 mil entre 07/2005 e 03/2006; R$ 132 mil entre 10/2005 e 03/2006; R$ 42 mil entre 10/2005 e 03/2006.
Interessante é que idêntico sistema de compra seletiva de jornalistas e comunicadores tem sido registrado na Venezuela, no Paraguai e, mais recentemente, no Peru. A comparação nas metodologias nos permite deduzir que há uma inteligência operativa internacional por trás dos projetos de desestabilização de governos.
* Dados obtidos sem conhecimento do governo federal, a partir de esforços de reportagem de ex-integrantes do Prime Suspectz, hoje voluntários do JIBRA.
Como corromper um caseiro
A primeira tentativa foi comprar um par de belas garotas de programa de Brasília. Como elas são decentes, negaram-se a servir ao Grupo Rio. A idéia seguinte foi instrumentalizar o caseiro Francenildo Costa. Mas de onde veio a inspiração? O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) a recebeu de seu compadre e financiador, o mega gangster "Comendador João Arcanjo", que já havia se utilizado de expediente semelhante para destruir uma figura pública em seu Estado.
Líder do crime organizado no Centro-Oeste do Brasil, o "Comendador" é, desde 1994, um dos principais sócios do PSDB na região. O bolachudo Antero Paes de Barros, por exemplo, recebeu em 2002 pelo menos 84 cheques de uma factoring do bicheiro. O "Comendador" Arcanjo, sempre protegido pelo PSDB local, é acusado de ser o mandante do assassinato de mais de 30 pessoas e da mutilação punitiva de outras 50 pessoas.
Crime e acobertamento: tradição do PSDB
As ligações do "Comendador" com o PSDB não representam novidade. No Amazonas, o senador tucano Arthur Virgílio é conhecido por suas ligações excêntricas com a exploração de menores. Em Manaus, inúmeras testemunhas confirmaram as denúncias contra o senador. A imprensa do Brasil, no entanto, finge que nunca ouviu falar do assunto. Poucos sabem dos esforços de Virgílio para salvar Omar Aziz (PFL) na CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Quem compra os jornalistas
O sistema criado pelo PSDB e pelo PFL para a compra de jornalistas é antigo. Seu idealizador foi o falecido ministro Sérgio Motta, o Serjão, responsável por enorme série de falcatruas no reinado de Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a imprensa "comia na mão se farto fosse o grão".
Serjão fez escola, gerando uma série de articuladores de "contratos" com a imprensa. Hoje, alguns militam nas fileiras de José Serra. Outros, no bando do ex-governador alquimista da Opus Dei.
Pode-se dizer que boa parte das compras de jornalistas efetuadas na grande imprensa teve como articulador o diretor financeiro do Instituto Sérgio Motta, Vladimir Antonio Rioli. Ex-sócio de José Serra, parceiro do ex-prefeito na prática costumeira do delito, Rioli é conhecido por sua folha corrida.
See more:
http://www.terra.com.br/istoe/1704/brasil/1704_elo_perdido_capa.htm
Rioli, já condenado pela Justiça Federal, tem sido tradicional interlocutor tucano em negociações com a Editora Abril, de Roberto Civita, e o Grupo Folha, de Otávio Frias.
Details: Processo 2002.34.00.029731-6. Referência: http://conjur.estadao.com.br/static/text/27803,1
Outro esforçado negociador tucano tem sido o jornalista Reinaldo Azevedo, da revista "Primeira Leitura", cuja meta particular tem sido qualificar-se como porta-voz da direita brasileira. Ainda que intelectualmente limitado e dono de texto raso e confuso, Azevedo tem sido reverenciado pelos reacionários brasileiros, a ponto de merecer referência no site Mídia Sem Máscara, do filósofo "neonazista" Olavo de Carvalho. No mundo das transações subterrâneas, Azevedo é conhecido pela avareza. Espírito disciplinado de militante, procura pagar pouco por textos de interesse da cúpula tucana.
A ala dos alquimistas teve em Roger Ferreira seu mais destacado negociador. O ex-assessor de comunicação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, atuou às claras nas grandes redações, a ponto de ser chamado de "trintinha", numa alusão ao preço padrão pago por matérias especiais do interesse de seu chefe.
Roger Ferreira, citado no dossiê elaborado pelo ex-gerente de marketing do banco Nossa Caixa Jaime de Castro Júnior, coordenava o esquema do Palácio dos Bandeirantes para beneficiar com verbas de publicidade uma série de emissoras de rádio e TV, além de jornais e revistas. Ferreira foi ainda interlocutor do governo paulista em tratativas com representantes do grupo Cisneros (Venezuela) no Brasil. A corporação mantém uma parceria comercial com o Grupo Abril, que publica Veja.
De acordo com o deputado estadual Afanásio Jazadji, do PFL, o governador Alckmin chegou a negociar pessoalmente projetos inescrupulosos para dourar sua imagem pública.
Pelado na Marginal
Por fim, a ala alquimista conta também com o apoio do professor Carlos Alberto Di Franco, membro ativo da seita católica direitista Opus Dei. Di Franco, destacado para ministrar aulas ao candidato do PSDB à presidência da República, é conhecido por aliciar jovens profissionais de imprensa para a causa do grupo, conduzindo-os à Universidade de Navarra, na Espanha. Fora do mundo da política, Di Franco é conhecido pelos hábitos excêntricos. Há poucos anos, foi flagrado caminhando nu pela Marginal do Rio Pinheiros, uma importante via expressa da Capital de São Paulo. Abordado por políciais, o professor alegou que tinha sido assaltado e que os criminosos o haviam obrigado a nadar nas poluídas águas curso fluvial.
A reação da cidadania
Os fatos estão devidamente expostos, "mastigadinhos", como dizem os brasileiros. Cabe aos cidadãos de bem, especialmente aos jornalistas que escaparam da sedução criminosa, reagir e reinstaurar o paradigma da ética nas relações triangulares entre governo, mídia e sociedade. O JIBRA, esteja onde estiver, continuará trabalhando para levar a informação exclusiva, nua e crua ao povo do Brasil.
Jibra - April, 2006 - Kinsale, Ireland.
2006-10-10 15:44:25
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answer #4
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answered by JOSINO M 6
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