É uma verdadeira charada ambulante. Tem quatro patas, um bico e dentes quando é pequeno. É peludo, mas as patas dianteiras são como asas. As traseiras têm esporões venenosos. Bota ovos, choca-os e depois amamenta os filhotes. É o ornitorrinco. Durante um século após sua descoberta, os cientistas quebraram a cabeça pensando em um modo de classificá-lo como um mamífero numa ordem especial, a dos Monotremados. O ornitorrinco vive na Austrália e na Tasmâmia, às maragens dos rios e banhados.
Tem patas palmadas e por isso é um bom nadador, capaz de ficar debaixo da água por cinco minutos. Dentro da água seus olhos e ouvidos fecham. Ele cavoca a lama com seu bico, à procura de comida. O bico não é ósseo, mas coberto por uma membrana sensível. Alimenta-se de girinos, crustáceos, vermes e peixinhos. Embora passe a maior do tempo na água, o ornitorrinco cava sua toca na margem. A fêmea cava uma toca de até 1,80 m de comprimento, onde choca seus ovos. Ela amamenta os filhotes durante quatro meses. Os filhotes têm menos de 2,5 cm ao nascer, e chegam a 30 cm de comprimento antes de serem desmamados.
NOME CIENTÍFICO: Ornithorhynchus anatinus
NOME EM INGLÊS: Duck-Billed Platypus - The platypus
FILO: Chordata
CLASSE: Mammalia
ORDEM: Monotremata
FAMILIA: Ornithorhynchidae
CARACTERÍRSTICAS:
Comprimento do macho: 40cm, mais 13 cm de cauda.
Esporões nas patas traseiras.
Período de incubação: 10 dias
Ovos: 2 ou 3 de cada vez
Maturidade: 1 ano
Tempo de Vida: 15 anos
2006-10-09 09:42:26
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answer #1
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answered by lordland99 2
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O enigmático ornitorrinco
DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NA AUSTRÁLIA
QUANDO viram o ornitorrinco pela primeira vez, os cientistas ficaram sem saber como classificá-lo. O bicho era um paradoxo vivo, um quilo ou dois de contradições que nocauteavam algumas de suas crenças. Venha conhecer este australianinho sem igual - uma criatura encantadora, tímida e cativante. Mas, antes, voltemos a 1799 para ver a balbúrdia que ocorreu quando a primeira pele de ornitorrinco foi examinada pela ciência britânica.
"Ele não conseguia acreditar [no que via]", diz certa enciclopédia a respeito do Dr. Shaw, curador-assistente da seção de História Natural do Museu Britânico. Achou que "alguém havia enxertado o bico de um pato no corpo de um [animal de quatro patas]. Tentou [tirar] o bico, e até hoje podem-se ver as marcas de sua tesoura na pele original".
Mesmo depois de comprovarem que a pele era genuína, os cientistas continuaram desconcertados. O ornitorrinco é dotado de aparelho reprodutor muito parecido com o das aves, mas também tem glândulas mamárias. Com essa aparente contradição, veio a dúvida: essa criatura improvável põe ou não põe ovos?
Após anos de discussões, descobriu-se que o ornitorrinco põe ovos, sim. Mas parecia que cada nova descoberta só fazia aumentar o enigma. Como classificar um animal que (1) põe ovos, mas tem glândulas mamárias; (2) tem pêlo, mas também bico de pato e (3) tem esqueleto com características de um réptil de sangue frio, mas possui sangue quente?
Com o tempo, os cientistas chegaram a um acordo: o ornitorrinco era um mamífero da ordem Monotremata. Um monotremado, como os répteis, tem uma única abertura, ou orifício, para a passagem de ovos, esperma, fezes e urina. O único outro monotremado vivo é a equidna. O nome científico dado ao ornitorrinco é Ornithorhynchus anatinus, que significa "animal parecido com pato, com focinho de ave".
Uma visita ao ornitorrinco
Poderíamos ir ao zoológico, mas não é a mesma coisa que ver o esquivo ornitorrinco na natureza, algo que até mesmo poucos australianos já viram. Nossa busca começa no leste da Austrália, nas montanhas Azuis, a oeste de Sidney, embora também seja possível vê-lo nos rios, córregos e lagos de água doce aqui no leste da Austrália.
Chegamos antes do nascer do sol a uma velha ponte de madeira sobre um rio cristalino, margeado por eucaliptos. Com paciência e em silêncio, observamos a água à procura de uma silhueta baixinha. Somos logo premiados. Avistamos um vulto vindo em nossa direção uns 50 metros rio acima. Temos de ficar totalmente imóveis.
As ondulações provocadas pelo seu bico confirmam que é um ornitorrinco. Essas ondas que denunciam sua presença formam-se quando o ornitorrinco mastiga o alimento que guardou nas bochechas ao vasculhar o fundo do rio. Embora varie de uma estação para outra, sua dieta consiste principalmente de vermes, insetos, larvas e camarão-d'água-doce.
Ficou surpreso com o tamanho do ornitorrinco? Muitos ficam. Imaginam que o ornitorrinco seja do tamanho de um castor ou de uma lontra. Mas, como vê, ele é menor do que o gato doméstico comum. Os machos variam de 45 a 60 centímetros de comprimento e pesam de um a dois quilos e meio. As fêmeas são um pouco menores.
Batendo alternadamente as patas palmadas dianteiras, ele mergulha silenciosamente e permanece embaixo d'água por um ou dois minutos, movendo-se sob a ponte. As patas de trás, parcialmente palmadas, não são usadas para propulsão, mas servem de leme e mexem-se junto com a cauda quando ele nada. Também são usadas para firmar o corpo enquanto ele escava suas tocas.
Se acossado, o ornitorrinco mergulha com uma audível batida da cauda, e isso quer dizer adeus! Por isso, só conversamos quando ele está embaixo d'água. "Como é que um bicho tão pequeno não morre de frio", você sussurra, "especialmente nas águas geladas do inverno?" O ornitorrinco consegue isso graças a seu metabolismo, que produz energia num ritmo acelerado, o que o aquece de dentro para fora, e a uma pelagem densa que retém o calor.
Um bico incrível
O bico do ornitorrinco, macio e borrachento, é sofisticadíssimo, cheio de receptores sensíveis ao toque e à atividade elétrica. No fundo do rio, o ornitorrinco o move tranqüilo de um lado para o outro, detectando mesmo os tênues campos elétricos criados pelas contrações musculares de sua presa. Quando o ornitorrinco está embaixo d'água, o bico é seu principal meio de contato com o mundo, porque ele fecha os olhos, os ouvidos e as narinas para que a água não entre.
Cuidado com os esporões!
Se o nosso amiguinho for macho, suas patas traseiras estão armadas de um esporão no tornozelo, ligado por canais a uma glândula peçonhenta na região da coxa. Ele crava ambos os esporões na carne de seu agressor de um jeito que faz lembrar um cavaleiro esporando a montaria. Pouco depois do choque inicial, a vítima sente dores terríveis e o local incha.
No cativeiro, porém, o ornitorrinco pode ser tão manso como um cãozinho de estimação. O Santuário Healesville, em Vitória, mantém esses animais há décadas e conta que um de seus habitantes mais antigos "entretinha os visitantes por horas, rolando sem parar para que lhe coçassem a barriga . . . Milhares de visitantes vinham ver o extraordinário animalzinho".
O ornitorrinco que estávamos observando deu o último mergulho do dia assim que o sol da manhã despontou sobre a cordilheira ao nosso leste. De noite ele comeu o equivalente a mais de um quinto do seu peso. Ao sair da água, as membranas das patas da frente se retraem e deixam expostas suas garras fortes. Ele vai para uma de suas muitas tocas, que sabiamente escava entre as raízes das árvores para evitar erosão e desmoronamento. As tocas dos ninhos normalmente têm 8 metros de comprimento, mas outras podem medir entre 1 metro e quase 30 metros de comprimento e ter muitas ramificações. As tocas também são uma proteção contra temperaturas extremas, um cantinho confortável para criar os filhotes.
Época de pôr ovos
Na primavera, a fêmea vai para uma câmara forrada de folhas, numa de suas tocas mais fundas, e põe de um a três (dois, em geral) ovos do tamanho da unha do dedão. Ela incuba os ovos envolvendo-os com seu corpo e cauda gorda. Em cerca de dez dias, as crias rompem a casca, cuja textura lembra um pergaminho, e mamam nas duas glândulas mamárias da mãe. Vale dizer que a senhora ornitorrinco cria os filhotes sozinha; o casal, ao que parece, não permanece junto por muito tempo.
Mais ou menos em fevereiro, depois de um impetuoso crescimento de três meses e meio, as crias estão prontas para a água. Como um corpo de água só tem condições de sustentar um certo número de animais, as crias podem, por fim, sair à procura de águas menos povoadas, nem que para isso tenham de atravessar regiões de terra perigosas.
Em cativeiro, os ornitorrincos vivem mais de 20 anos, mas não vivem tanto em estado natural. As secas e as inundações cobram seu tributo, para não mencionar os predadores como a goana (lagarto monitor grande), a raposa, aves de rapina grandes, e, em Queensland, no extremo norte, até mesmo o crocodilo. Mas a maior ameaça ao ornitorrinco é o homem. Não que o homem o mate deliberadamente (o ornitorrinco é rigorosamente protegido por lei), mas invade seu habitat sem tréguas.
Se algum dia visitar a Austrália, poderá ver por si mesmo nossa "misturinha" única com bico de pato, em seu habitat natural, já que não verá nenhuma em estado selvagem em outro lugar do mundo. No ornitorrinco, você verá mais outra faceta da imaginação sem limites do Criador - e também seu senso de humor.
2006-10-09 17:00:23
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answer #5
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answered by Marcelo Pinto 4
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