Lula na cabeça...
Alckmin quer vender o Brasil , por favor vamos dar uma resposta a ele no segundo turno, vejam abaixa algumas de suas idéias.
ELEIÇÕES 2006
Agenda de Alckmin prevê retomada da ALCA e privatizações
Candidato tucano já discute linhas gerais de seu programa de governo com um grupo apelidado de "República dos Bandeirantes". Entre as propostas estão a retomada das privatizações, o fim do Ministério de Desenvolvimento Agrário e defesa da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
Marco Aurélio Weissheimer - Carta Maior
Ao ser anunciado como candidato do PSDB à presidência da República, o governador de São Paulo anunciou alguns princípios gerais de seu programa de governo. Entre eles, os da eficiência e do combate ao desperdício na esfera do Estado. Alckmin já vem discutindo há algum tempo a aplicação concreta destes princípios com um grupo de especialistas reunidos por ele e que já recebeu o apelido de "República dos Bandeirantes". Uma das principais idéias que orienta o grupo é "choque de gestão".
Reforma trabalhista radical, com corte de encargos e direitos; privatização de todos os bancos estaduais; fusão dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário; adoção da política do déficit nominal zero; redução de despesas constitucionalmente obrigatórias em áreas como saúde e educação; menor peso ao Mercosul e retomada das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca): essas são algumas das idéias defendidas pelo grupo que vem se reunindo com Alckmin, com o objetivo de desenhar o esboço de um eventual programa de governo.
Em matéria publicada em 9 de janeiro deste ano, o jornal "Valor Econômico" anunciou: “Alckmin toma aulas para campanha”. Segundo a matéria, o ex-presidente do BNDES e ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros já se destaca como provável homem forte da “República dos Bandeirantes”.
Já participaram de reuniões da “República dos Bandeirantes”, entre outros: Luiz Carlos Mendonça de Barros (ex-ministro das Comunicações de FHC), Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central), Paulo Renato de Souza (ex-ministro da Educação de FHC), Roberto Giannetti da Fonseca (empresário, ex-secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior), Sérgio Amaral (ex-ministro do Desenvolvimento e ex-porta-voz da Presidência da República durante o governo FHC), Xico Graziano (ex-presidente do Incra e ex-secretário da Agricultura de São Paulo), Arnaldo Madeira (ex-líder de FHC na Câmara e atual secretário da Casa Civil de SP), Raul Velloso (especialista em contas públicas) e José Pastore (sociólogo, especialista em relações do trabalho). As “aulas” deste grupo a Alckmin têm um objetivo claro: “o governador está em processo de entendimento dos problemas nacionais”, disse Mendonça de Barros ao "Valor".
DÉFICIT NOMINAL ZERO
Repercutindo o mesmo tema, a "Folha de São Paulo" publicou em 10 de janeiro: “Alckmin já prepara plano econômico”. A matéria também fala das reuniões da “República dos Bandeirantes”, destacando conversas de Alckmin com Armínio Fraga e o economista Yoshiaki Nakano, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo a Folha, “Alckmin pretende utilizar na campanha as lições que tem recebido”. “Ele tem defendido, por exemplo, a idéia de déficit nominal zero, uma proposta antiga de Yoshiaki Nakano, um dos seus interlocutores mais freqüentes”, acrescenta. Segundo essa proposta, o governo teria que ter receitas para pagar todas as suas despesas, incluindo aí os gastos com juros da dívida pública. Como não há espaço para aumento da carga tributária, a proposta prevê o corte de despesas pelo governo e o aumento do limite de desvinculação de receitas da União.
Além de procurar “entender os problemas nacionais”, Alckmin também teria como objetivo, através das reuniões, demarcar aquela que seria uma de suas principais diferenças em relação ao prefeito de São Paulo, José Serra, outro líder tucano que postulava a candidatura à presidência da República. Serra seria centralizador e Alckmin um gestor moderno que governaria com especialistas. Com o fim dessa disputa, Alckmin dedica-se agora ao detalhamento de sua agenda para o Basil.
As idéias dos especialistas ouvidos por Alckmin dão uma idéia dessa agenda que está em construção. Roberto Giannetti da Fonseca, por exemplo, segundo a reportagem do "Valor Econômico", é “pouco simpático ao Mercosul no formato atual, cobra evolução mais rápida dos acordos comerciais com a Alca e as negociações com a União Européia”. Já o sociólogo José Pastore “propõe uma reforma trabalhista radical, com corte de encargos e direitos”. Além disso, é um crítico da obrigatoriedade do abono de férias e o pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) no formato atual. O deputado Xico Graziano, por sua vez, defende a fusão dos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário e a criação de uma agência reguladora voltada exclusivamente para o agronegócio. E Raul Velloso propõe a redução de despesas constitucionalmente obrigatórias em áreas como saúde e educação.
CHOQUE DE GESTÃO E PRIVATIZAÇÕES
Apontado como “homem forte” do grupo, Luiz Carlos Mendonça de Barros defende uma redução mais rápida da taxa de juros para conter a valorização do real. Considerado um dos principais representantes da ala desenvolvimentista do governo FHC – que acabou derrotada pela ala do ex-ministro Pedro Malan – Mendonça de Barros não propõe mudanças profundas em relação ao modelo atual. Se, por um lado, é crítico da política de juros praticada hoje pelo Banco Central, por outro, ficou ao lado do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na recente polêmica com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, crítica da tese do déficit nominal zero e defensora do aumento de investimentos nas áreas social e de infra-estrutura. Definida a candidatura Alckmin, um dos carros-chefe de seu programa deve ser o discurso do “choque de gestão” a ser aplicado no Estado brasileiro, proposta que representa uma variação das teses do estado mínimo.
Outra proposta da agenda tucana para o país que caminha nesta direção diz respeito às privatizações. Em entrevista concedida ao jornal "O Globo" (15 de janeiro de 2006), ao ser indagado se pretendia retomar a política de privatizações implementada pelo governo FHC, Alckmin respondeu positivamente e citou os bancos estaduais entre suas prioridades. “A maioria já foi privatizada, mas deveriam ser todos. Tem muita coisa que se pode avançar. Susep, sistema de seguros, tem muita coisa que se pode privatizar”, respondeu. Perguntado se os Correios estariam nesta lista de empresas privatizáveis, o governador paulista foi mais cauteloso, mas não descartou a possibilidade. “Correios acho que teria que amadurecer um pouco. Tem muita coisa que não precisa privatizar”, afirmou sem especificar quais. E, além das privatizações, acrescentou que pretende valorizar as parcerias público-privadas em um eventual governo tucano.
POLÍTICA EXTERNA: PRIORIDADE PARA A ALCA
Mas uma das principais diferenças em relação ao governo Lula aparece mesmo é no plano da política externa, onde os tucanos criticam a proximidade com o governo de Hugo Chávez, da Venezuela, e defendem a retomada das negociações da Alca com os EUA. Após a palestra realizada pelo presidente George W. Bush, durante sua visita a Brasília, no início de novembro, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) elogiou a fala do líder norte-americano, destacando a questão da Alca.
Na avaliação do senador tucano, essa aliança comercial é de interesse do Brasil e “deve ser buscada e perseguida e não suportada ou adiada”. Para Virgílio, a Alca surgirá com ou sem o Brasil. “Sem o Brasil, fará a alegria do México”, comentou, defendendo que a prioridade da política externa brasileira deveria fazer um pacto político com os EUA em troca de vantagens comerciais claras, incluindo aí a queda de barreiras alfandegárias.
Em relação ao governo Chávez, a posição tucana ficou muito clara nas palavras de Virgílio. Para ele, Chávez só se sustenta na Venezuela “graças às milícias que procuram intimidar as oposições e ao alto preço do petróleo”. A simpatia do PSDB em relação à Alca manifesta-se também através de outras iniciativas. Em 2003, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, encaminhou correspondência ao presidente Lula apresentando a candidatura de Belo Horizonte para abrigar a sede permanente da secretaria geral da Alca.
Na carta, Aécio defendeu, entre outras coisas, que o Brasil deveria incluir, na sua pauta de negociação sobre a criação da área de livre comércio hemisférica a proposta de trazer para cá a sede da organização. “A questão da cidade-sede da área de livre comércio torna-se particularmente estratégica. São evidentes os ganhos oriundos de abrigar a Alca não apenas para Minas Gerais, mas para todo o Brasil”, escreveu o governador mineiro. Essas são algumas das idéias e prioridades que estão sendo alimentadas no ninho tucano para disputar o voto dos brasileiros este ano.
CHOQUE DE ÉTICA?
Aliança com Garotinho desmonta discurso de Alckmin
Apoio do ex-governador, atingido por denúncias de desvio de dinheiro público e outras práticas políticas condenáveis, contradiz “choque de ética” de Alckmin e abre crise no Rio. Cesar Maia (PFL) e Denise Frossard (PPS) rompem com tucano.
Maurício Thuswohl - Carta Maior
RIO DE JANEIRO – O PSDB também sabe dar tiro no próprio pé. Ou, como disse o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, um “tiro na cabeça”. Assim está sendo considerada, até mesmo por aliados, a decisão do candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin, de aceitar o apoio do ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, e de sua mulher, a atual governadora Rosinha Matheus, nesse segundo turno. A aliança com o casal Garotinho _ atingido por diversas denúncias de desvio de dinheiro público e outras práticas políticas condenáveis _ joga por terra a tentativa do PSDB de construir um discurso “pela ética” na disputa presidencial. Outro efeito bombástico dessa aliança é sacramentar o racha no PMDB do Rio, já que o candidato do partido ao Governo, Sérgio Cabral Filho, fechou acordo com o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O tiro no pé de Alckmin começou a sangrar com mais intensidade na manhã dessa quarta-feira (4), depois que a adversária de Cabral Filho no segundo turno, Denise Frossard (PPS), declarou publicamente que, em caso de confirmação da aliança com Garotinho, prefere “retirar o apoio” ao tucano: “Eu rejeito o apoio do Geraldo Alckmin e não autorizo que ele utilize minha imagem em sua campanha. Depois que o vi sentado ao lado do casal Garotinho e aceitando o apoio deles, cheguei à conclusão de que Alckmin não gosta do Rio”, disse a candidata em entrevista à rádio CBN. Frossard voltou a qualificar os governos de Garotinho e Rosinha como “desastrosos” do ponto de vista ético: “O [Mário] Covas deve estar se revirando no túmulo com essa aliança fechada pelo Alckmin”.
Ao anunciar o rompimento com a candidatura do PSDB à Presidência, Denise Frossard confirmou uma tendência que já havia sido desenhada na véspera por Cesar Maia, que é o principal avalista de sua candidatura ao Governo do Rio. Principal liderança do PFL da Região Sudeste, Cesar não escondeu a perplexidade com o gesto político de Alckmin. Em entrevista publicada pelo jornal O Globo nessa quarta-feira, o prefeito do Rio diz que os eleitores podem ver em Alckmin “uma Dona Flor” e que nem ele nem Frossard “querem ser um dos dois maridos de Dona Flor” frente ao eleitorado fluminense.
“Do ponto de vista político, no Rio, a aliança com Garotinho é um tiro na cabeça. Parece que Alckmin não entendeu a eleição no Rio. É uma boa justificativa para o eleitor da Heloísa Helena, que não consegue digerir o Garotinho, votar no Lula”, disse Cesar. O pefelista também garantiu que não vai subir em palanques com o tucano: “Agora vou ter cuidado. Se eu estiver junto com o Alckmin e o meu eleitor perceber o Garotinho dentro da campanha do Alckmin, esse beijo da morte pode pegar em mim. O Rio é o meu espaço político. Nesse momento, essa proximidade pode ser virótica. Preciso tomar muito cuidado. Tomar banho de sal, como dizia o [Leonel] Brizola”.
O recado de Cesar à direção do PSDB foi claro. Sua conseqüência imediata foi a intervenção do presidente nacional tucano, Tasso Jereissati, na reunião da Executiva estadual do partido que caminhava para aprovar o apoio a Cabral Filho no segundo turno. Esse apoio seria possível devido à hostilidade com que Cesar passou a tratar o ex-pupilo Eduardo Paes e parte da direção estadual do PSDB depois que estes bancaram candidatura própria em vez de apoiar Frossard no primeiro turno. Esse afastamento aproximava os tucanos fluminenses de Cabral Filho, mas um telefonema de Tasso mudou os rumos da reunião como que por milagre: “A prioridade é eleger Geraldo Alckmin”, disse Paes ao fim do encontro, resumindo a orientação passada por Tasso.
Alckmin sem palanque
O tiro no pé de Geraldo Alckmin pode sangrar ainda mais, pois, com a debandada de Cesar Maia e Denise Frossard de sua candidatura, é provável que ele fique sem um palanque forte no Rio durante toda a campanha do segundo turno. A situação deve divertir Lula, pois há duas semanas atrás todos os grandes jornais fluminenses apostavam que Alckmin poderia ter os dois palanques no Rio. Agora, com o acordo firmado entre Cabral Filho e Lula e a nova posição de Frossard, periga acontecer o contrário. O próprio Garotinho tenta minimizar esse problema: “Faremos palanques nossos para o Alckmin. Palanques do Garotinho e da Rosinha”, disse.
Apesar das inúmeras pressões, Alckmin parece disposto a não voltar atrás na aliança com Garotinho. Resta saber o que isso significará em termos de votos. Ex-prefeito de Piraí e vice na chapa de Cabral Filho, Luiz Fernando Pezão, que também coordena a campanha do PMDB no interior, nos dá uma pista: “O Alckmin vai perder mais do que ganhar no interior do Estado. Todos os prefeitos que apóiam o Sérgio já estão fechados com o Lula. O candidato a governador é o Sérgio, não é o Garotinho”, resume.
2006-10-07 09:08:07
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answer #2
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answered by ajsilva1981 4
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