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2006-10-07 02:00:57 · 3 respostas · perguntado por Paulo Henrique Luiz G 1 em Ciências Sociais Outras - Ciências Humanas

3 respostas

Jean Jacques Russeau - Foi um dos mais importantes filósofos do Iluminismo que levou à Revolução Francesa. Veja o trabalhos abaixo de Carlos Alberto Pereira

1 Histórico

1.1 A vida e obras

Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi filósofo, sociólogo e pedagogo, nasceu em Genebra e teve uma influência importante na Revolução Francesa e no Romantismo. Foi perseguido politicamente, procurou refúgio na Suíça e na Inglaterra. Quando voltou à França, fixou-se em Paris e passou a lecionar música. Morreu um pouco mais tarde, talvez por suicídio, em Ermenonville.

Foi um filósofo iluminista, considerado um dos principais pensadores franceses do século XVIII, filho de uma linhagem de franceses protestantes, emigrados para a Suíça durante o século XVI. Sua vida foi, desde muito cedo, marcada pela pobreza. Converteu-se ao catolicismo e trabalhou, na juventude, como gravador, secretário e pajem. Sua educação foi realizada de maneira autodidata, estudou música com o Sr Le Maître, e latim em um seminário. Trabalhou como professor de música, escreveu peças musicais, óperas e balés. Em 1742, viajou para Paris e teve contato com Condillac e Diderot. Escreveu artigos sobre música em Enciclopédia. De uma ligação amorosa, teve cinco filhos, os quais entregou aos cuidados de orfanatos. Em 1750, recebeu o primeiro prêmio em um concurso realizado pela Academia de Dijon, com o qual tornou-se conhecido nos meios intelectuais franceses. Quatro anos depois, retornando a Genebra, rompeu relações com Diderot e D’Alembert e foi alvo de censura pública. Algumas de suas obras foram consideradas subversivas, o que obrigou Rousseau a deixar Paris. Devido a constantes perseguições, viajou à Inglaterra, a convite de Hume, em 1765.Dois anos depois, porém, rompeu relações com o filósofo inglês e retornou a Paris, onde viveu até o fim de seus dias.

Escreveu:

o Dicionário de Música,
o A nova Heloísa,
o Confissões,
o Discurso sobre as ciências e as artes,
o Discurso sobre as origens e fundamentos da desigualdade entre os homens,
o Emílio,
o O Contrato social,
o Diálogos de Rousseau, juiz de Jean-Jacques,
o Considerações sobre o governo da Polônia,
o Devaneios de um caminhante solitário.


1.2. Sobre o seu pensamento

O ponto central do pensamento de Rousseau foi a oposição entre natureza e sociedade, constitutiva da condição humana, das leis da natureza, da aquiescência da busca de uma vida auto-suficiente, regulada e de uma moral natural, que visava satisfazer necessidades básicas entre o equilíbrio com o meio físico e com os seus semelhantes. Levantou as questões do estado primitivo, das primeiras sociedades, dos vínculos familiares, do indivíduo realizando-se plenamente como ser social.

Rousseau refletiu sobre as formas celulares de organização social e o modo de ser homem, o embrutecimento da vida inteiramente natural. Para Rousseau a origem dos males da civilização residia no aparecimento da propriedade privada o que gerava a criação de uma maneira degenerada de conduta moral dos indivíduos, aparecendo o egoísmo e o desejo de posse.

A civilização, para Rousseau, impõe um nivelamento e artificialidade sobre o comportamento humano e ignora as necessidades individuais e naturais. Mas Rousseau não pretendia impor uma regressão da sociedade ao estado primitivo, ele apenas resguardava os valores inatos dos homens mascarados pelas exigências brutais da civilização.

O pensamento de Rousseau procurava elaborar teorias reguladoras da educação e política, de modo a que estas passassem a levar em conta as necessidades naturais do homem.

O contato com a natureza, para Rousseau, é realizado é estabelecido a partir do sentimento de sua união mística com a natureza e com os seus semelhantes, onde o homem pode encontrar o pleno sentido da liberdade.

As idéias de Rousseau foram consideradas, pela história da filosofia, como precursoras do idealismo alemão e do romantismo, movimento instaurado na Europa durante o século XIX.


1.3 Enciclopedistas

Este termo foi utilizado aos grupos de pensadores, cientistas e literatos franceses que participaram da elaboração da Enciclopédia, (1751-1766). A origem de enciclopédia vem do grego, e significa ciclo educativo; uma enciclopédia representa um sistema completo de formação educativa, que pretende abarcar globalmente as disciplinas ministradas em uma determinada época, bem como os fundamentos destas disciplinas.

A Enciclopédia francesa do século XVIII representou o espírito do pensamento iluminista e tem a principal característica a necessidade de ilustrar todos aqueles que busquem acesso ao saber e à cultura. Este projeto divulgou uma noção de igualdade fundamental entre os homens, constitutiva da filosofia iluminista e presente no pensamento de todos os pensadores que compõem o grupo dos enciclopedistas.

Os participantes trataram de assuntos como;

o Problemas sociais,
o Confiança no poder da razão,
o A observação,
o A experiência,
o A afirmação do direito à liberdade de pensamento,
o Desvinculação de dogmas religiosos,
o Crença nos frutos trazidos pela liberdade,
o As descobertas científicas,
o Ao implemento das técnicas,
o Ao progresso da civilização.

E Rousseau participou junto com Diderot, D’Alembert, Voltaire, Montesquieu, Holbach, Quesnay, Turgot, Daubenton, Marmontel e o Abade Morellet.

A filosofia iluminista expressa na Enciclopédia influenciou diretamente os ideais preconizados da Revolução francesa.


2. O Retorno à Natureza

Nos tempos da Renascença, a cidade fora sinônimo de civilidade, o campo de rudeza e rusticidade. Tirar os homens das florestas e encerra-los em uma cidade era o mesmo que civiliza-los. O fidalgo criado na cidade seria mais civilizado que um educado no campo. A cidade era o berço do aprendizado, das boas maneiras, do gosto e da sofisticação, era a arena da satisfação do homem. Adão fora colocado em um jardim e o paraíso associado a flores e fontes.Mas quando os homens pensavam no paraíso da salvação, geralmente o visualizavam em uma cidade. Séculos a fio, a cidade e os muros simbolizavam segurança, e era vista como tranqüila até pelos viajantes.

No século XVIII existiam expressões de satisfações para com a cidade como: a beleza das praças, mercados lindos, bonitas ruas, casas amplas e ruas largas, "como se fosse ouro ao nascer do sol".

Ocorria o crescimento das cidades e a intensificação do que se chamava a "‘rígida distinção entre a vida urbana e a vida rural". Em 1700, três quartos da população britânica viviam nos campos e apenas treze por cento viviam nas cidades. Por volta de 1800, este número passou para 85% dos habitantes que passaram a viver na cidade. Os agrupamentos urbanos se diferenciavam do campo com maior nitidez. A Inglaterra se tornara o país mais urbanizado da Europa.

Portanto, a idéia de campo era negativa. Mesmo a pequena nobreza tempo sua maior riqueza no campo, sua residência principal era na cidade. Deplorava a grande rudeza e o selvagem costume de morar no campo. Era na cidade que moravam os fidalgos e burgos mais importantes. Eles fixavam suas residências e passava a maior parte dos tempos nas cidades. A pequena aristocracia vivia e passava o inverno na cidade e as casas do campo serviam com refúgio, mas eram esplêndidas mansões, bem planejadas para trazer as civilizações urbanas aos arredores do campo.

Porém, por volta de 1627 começaram a surgir os vapores da fábrica de lúmen, o cheiro exalados pelas fornalhas de tijolos, a poluição do Tâmisa, muitos conflitos e resíduos na cidade. Nuvens de fumaça perpétuas pairando no ar faziam tudo parecer tão negro como em Londres. O ar era muito ruim, havia mais pestes na cidade que nos campos e uma taxa mais alta de mortalidade.

Outro aspecto era que o campo começava a ser visto como lugar de refúgio, repouso e costume dos ricos cidadãos das grandes cidades manterem uma propriedade rural nas cercanias, como uma "casa de verão". Então, começou a surgir à idéia de abrigo rural como sendo mais saudável, mais tranqüilo, e proporcionando mais espaço, com um maior jardim e pomares.

Por volta de 1728 já existiam na Suíça grandes casas de tijolos que serviam a fidalgos londrinos que ali vinham nas tardes de sábados buscando algum ar campestre e começaram surgir pequenas vilas de fim de semana para os quais negociantes londrinos se retiravam com suas famílias para o final e começo da cada semana.

Por volta de 1772 moradores das cidades começavam a idealizar a cabana do campo, com seu teto de colmo, sua fumaça espiralada e as rosas em redor da porta. Aquilo um lugar tranqüilo e suave com todos os objetos rurais.

No final do século XVIII muitas pessoas de fortuna começaram a passar o final de semana em cabana ornamental, geralmente construída com este propósito e equipada com um grau de luxo completamente desconhecido do habitante comum do campo.

Mesmo quem era pobre demais para se permitir à cabana de fim de semana ainda olhava para o campo em busca de ocasional para descanso.

Iniciou-se a idéia então segundo a qual os moradores do campo eram não apenas mais saudáveis, mas moralmente mais admiráveis que os habitantes da cidade. E isto foi tema literário recorrente na literatura dos séculos XVII e XVIII. Esta fuga para o campo foi exaltada desde o inocente guardador de rebanhos da pastoral ao lavrador. Ou até ao caminhante solitário de 1776 – Rousseau.

Ponte da Capela – Lucerna - Suíça
3. O homem

No inicio do século XVIII, a filosofia tinha atingido um alto grau de eruditismo intelectual. Porém, era uma época em que os homens procuravam um retorno a vida mais natural e simples. O homem civilizado dava impressão de monstro, com coração atrofiado e personalidade paralisada. Um homem culto era ser erudito, um árido intelectual, uma espécie de enciclopédia ambulante. O importante era armazenar conhecimentos quantitativos, justapostos, sem nexo ou sistema. Para a maioria, a sabedoria consistia em um acúmulo de conhecimentos cerebrais. O reconhecimento do conhecimento era identificado com erudição. E, os corifeus do intelectualismo europeu estavam na França e na Alemanha. Eram eles que proclamavam e montavam "Tratados" e "Compêndios". Era uma ciência analítica e somatória.

A educação era sofrida e penosa. Era um ambiente artificial com aprendizes obrigados a gastar anos a fim para acumularem pensamentos e grandes quantidades de substancias cientificas.

Assim, dentro desta atmosfera intelectual européia com altas e insuportáveis tarefas, foi que Rousseau teve a coragem de derrubar seus pedestrais e ídolos do eruditismo. Rousseau plantou em lugar deles a vida simples em contado direto com os mananciais da natureza.

"a natureza é boa – a civilização é má!".

"o homem nasce bom, mas a civilização o corrompe".

Rousseau fez o que a população dizia: em que as pessoas do campo são espontaneamente boas, simpáticas e, as cidades tão perversamente más, e uma civilização criada pelo intelecto visualmente perversa e pervertedora.

Rousseau não supõe que o homem moderno da cidade deva regressar às selvas ou habitar cavernas, mas que deva voltar à pura natureza de seu próprio ser humano, contaminado pelas misérias da civilização. Veja que este regresso ao campo já estava acontecendo, ao menos parcialmente, ou ao menos para alguns.Esta tendência de "volta ao campo" acontecia, mesmo que para casas civilizadas e longe do verdadeiro campo, da agricultura, ou trabalho. A fuga da cidade, parcial, semanal e almejada vem de encontro com o anseio da civilização, porém fere os pensamentos daqueles que já estavam empenhados em fazer o conhecimento e de controlar o poder.

Se Rousseau tivesse idéia clara da verdadeira natureza humana, rumo diferente teria tomado a sua filosofia e sua vida.Para Rousseau a natureza humana teria como identificação algo simplesmente emocional, instintivo ou totalmente indisciplinado.

Mas, mesmo com este caráter volúvel e inconstante Rousseau deixou uma grande quantidade de romances relacionados com este questão e foi de encontro com os acontecimentos de "fuga" ao campo que acontecia.

Rousseau, o gênio emocional, sem racionalidade, nem senso ético, deixou a sua influência na marcha da evolução social da humanidade como grande filósofo.

Por mais mesquinha e repugnante que tenha sido sua vida individual, ele soube, percebeu e deixou um regado de obras e marcas em toda a humanidade. E que a historia da busca ao campo, de um ambiente ecologicamente correto, uma vida equilibrada com a natureza não deixou até hoje de ser um desafio da vida moderna.


4. Bibliografia Consultada

PRADO JR, Caio. O que é filosofia. Editora Brasiliense. São Paulo 1981.
LAROSSE CULTURAL, Grande Enciclopédia.Volume 21. Nova Cultural.São Paulo, 1995.
LIMA, Lauro de Oliveira. Pedagogia: reprodução ou transformação. Editora Brasiliense. São Paulo, 1982.
ROHDEN, Huberto.A filosofia Contemporânea - Volume II. Alvorada. São Paulo, 1976.
ROUSSEAU, J. J. Os devaneios do caminhante solitário. Editora Universidade de Brasília - Hucitec. Brasília, 1986.
THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural. Companhia das Letras. São Paulo, 1988.

2006-10-07 02:25:38 · answer #1 · answered by A questionadora 2 · 1 0

Não teve um responsável central pelo movimento revolucionário, pois segundo historiadores, a Revolução Francesa foi um movimento maçônico liderado por um grupo, a Burguesia, estes eram contra O Império e principalmente contra a Igreja.

Os Estados Unidos na verdade influenciaram os franceses na Revolução. A Guerra da Independência dos Estados Unidos da América, também conhecida como Guerra da Revolução Americana proclamada em 4 de Julho de 1776, cujo comando é confiado ao fazendeiro George Washington, membro da maçonaria.

A Estátua da Liberdade foi na verdade uma "lembrança" - um presente - dos franceses aos americanos pelo apoio dado por eles em sua conquista revolucionária 1789. A Estátua não é apenas a representação da liberdade, mas, a imagem da deusa gnóstica Sophia "iluminando o Mundo que antes da Revolução Americana estava nas trevas da ignorância religiosa e na opressão do império, ela está conduzindo o povo americano ao caminho do conhecimento e da sua independência intelectual e moral."

O hino brasileiro nacional é maçônico, foi escrito pelo Imperador do Brasil Dom Pedro I, cujo nome simbólico era Guatimozim, Grão Mestre da maçonaria brasileira. Manoel Deodoro da Fonseca, (1889) o militar que proclamou a república no Brasil também era da maçonaria. Assim seguindo a ideologia francesa, ao proclamar a república brasileira, fez-se representar a “Mãe da Pátria” (Sophia) que está impressa hoje em todas as notas e moeda do Brasil. (a chamada esfinge da República) A Principio a moeda brasileira, conhecida como "Cruzeiros", que lembra muito bem o nome da ordem "Cruzados, Templários", tinha uma frase impressa muito parecida com a que consta até hoje no Dolar: "República dos Estados Unidos do Brasil".

A representação da República Francesa por uma figura alegórica, a de uma mulher, geralmente usando um gorro frígio, exatamente igual a brasileira está retratada no selo do Estado francês, assim como nas moedas e nos selos postais, outros símbolos de atividade e responsabilidade públicas. tendo sua origem na Revolução, que, tendo rejeitado com “Sabedoria” (Sophia) a Monarquia, suas armas e emblemas com a flor-de-lis.

2006-10-07 02:37:47 · answer #2 · answered by Anonymous · 1 0

OS INTELECTUAIS E A REVOLUÇÃO FRANCESA
Robert Darnton mais uma vez utilizou .os arquivos da Société Typographique de Neuchâtel para analisar a França pré-revolucionária. A consulta aos documentos da editora suíça que divulgou os filósofos do Iluminismo já lhe havia permitido a elaboração de alguns de seus mais importantes livros, como A aventura da Enciclopédia, de 1982, Boemia literária e revolução, de 1983, e fornecido parte dos dados que compõem Grande massacre dos gatos,
de 1985, e Edição e sedição: o universo da literatura clandestina no século XVIII, de 1991.
Neste livro recém-lançado sobre escritores e livreiros, Darnton se propõe explorar o ingrediente literário existente na cultura revolucionária que eclodiu em 1789. Entenda-se: o termo literatura é usado no sentido de sistema de comunicação, cujas peças chaves são os autores, editores, livreiros e leitores. Darnton não está interessado nos textos literários. O que seu livro pretende estudar é, de um lado, a crescente importância da intelligentsia enquanto
força social, e, de outro, o papel dos livros e da indústria gráfica enquanto meio de difusão de idéias. Gens de lettres gens du livre divide-se em duas partes, em função dessas duas vertentes. Cada uma delas contém estudos biográficos, como forma de introduzir o fator humano nesse tipo de história cultural. Ao observar a ascensão e o declínio de autores
individuais, Darnton espera descobriras regras do jogo do mundo literário e entender como a literatura contribuiu para a revolução cultural que se processou no interior da Revolução de 1789-1794.
O estudo se inicia com o perfil e a trajetória de um personagem, o abade Le Senne, que é a incarnação dos temas desenvolvidos por Voltaire em Le Pauvre Diable e por Diderot em Le Neveu de Rameau. Le Senne serve para ilustrar um dos aspectos de difícil compreensão da literatura do Antigo Regime, ou seja, a operação através da qual as idéias formuladas pelos filósofos chegaram até os leitores. Ele representa os "pobres diabos" que se dedicaram a compilar, resumir, vulgarizar e difundir as idéias dos iluministas, e participaram assim desse movimento histórico que buscava conquistar a opinião pública. Le Senne foi retirado do anonimato por Darnton, que o encontrou nos arquivos da Société 'Iypographique de Neuchâtel, nas cartas que escreveu entre 1780 e 1784 para os editores suíços em busca de emprego. Essa correspondência permitiu a Darnton reconstituir o meio social e o modo de vida de seu personagem.
Le Senne, protegido de d'Alembert, era um padre anticlerical, adepto das idéias dos filósofos iluministas, que concentrou toda a sua cólera contra o "despotismo episcopal". Isso o levou à clandestinidade, a sofrer perseguições da polícia e a se tornar um marginal. Ele foi portador de unta ideologia, falou em nome de uma intelligentsia, a dos "pobres diabos", e contribuiu para o desenvolvimento de uma campanha de. propaganda que preparou 1789.
Em seguida Darnton procura analisaras condições para o sucesso na carreira literária durante o Antigo Regime. Ele indica que três condições básicas deviam se combinar: talento, Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, n . 10, 1992, p. 261-271. proteção e sorte. Para demonstrara importância dessa combinação, utiliza o livro de memórias do padre André Morellet, em que este conta sua ascensão ao primeiro plano do mundo das letras no período anterior a 1789. O padre Morellet nasceu em 1727, filho de um comerciante de papel, estudou em um colégio jesuíta e aí destacou-se como aluno brilhante, o que permitiu que aos 14 anos, em lugar de ser enviado para o aprendizado de um ofício, continuasse seus estudos em um seminário parisiense com uma espécie de bolsa obtida por interferência de um tio. O seminário era um dos meios mais seguros para uma carreira eclesiástica, e a Igreja a melhor via para a ascensão social dos que não tinham posses. Após o término dos estudos secundários, Morellet foi aceito na Sorbonne como aluno de teologia. Seus colegas de universidade, entre os quais figuravam Turgot e Loménie de Brienne eram filhos da aristocracia e destinavam-se a altas funções na Igreja. Seus estudos universitários foram feitos graças a uma feliz circunstância: um primo recebeu uma herança inesperada e emprestou-lhe o dinheiro, que garantiu a sua sobrevivência durante os cinco anos de curso. Ao terminara Sorbonne, Morellet conseguiu um emprego de preceptor do filho mais novo do marquês de La Galaiziére, chanceler de Lorraine a Banois, graças à recomendação de um antigo professor do seminário. A partir daí tem início a sua carreira, e são estabelecidas relações que vão se transformar em proteções que lhe fornecem fontes de renda. Esse percurso lhe permite chegar a ser um homem rico e com prestígio social.
O primeiro emprego de Morellet possibilitou-lhe travar conhecimento com outros jovens aristocratas e, pelo canal da Igreja, estabelecer relações com os enciclopedistas, chegando até Diderot. Em 1756 passou a escrever para a Enciclopédia. Mas a defesa dos filósofos, que nesse período sofriam forte repressão, levou-o à prisão. Voltaire, Diderot e D'Alembert se empenharam em sua libertação, e quando Morellet saiu da Bastilha transformou-se em uma grande personalidade, passando a freqüentar todos os célebres salões parisienses.
Através de suas memórias é possível seguir os caminhos que teceram suas ligações com o mundo das letras, da política e das finanças e perceber como Morellet aprendeu as regras do jogo e como soube jogar. Um pouco antes da queda da Bastilha, já era um homem rico, graças às numerosas pensões que havia acumulado. Também era membro da Academia Francesa para a qual foi eleito em 1785. Mas perdeu tudo com a Revolução de 1789. Levando em conta as deformações existentes neste relato, Darnton propõe que se faça uma comparação sistemática com a correspondência de Morellet. O tom de suas cartas é diferente do utilizado nas memórias, é um tom amargo, que mostra uma pessoa inquieta, às vezes desesperada. Morellet fala aí da literatura como um campo de batalha, da busca de pensões como uma sucessão de perdas, da luta para encontrar um protetor como uma constante fonte de decepções. O tema da decepção, do perigo, da fragilidade de sua situação, o medo de chegar à velhice sem meios, são uma constante na sua correspondência, ao contrário do que aparece no livro de memórias, em que Morellet se apresenta como um homem de sorte, príncipe dos salões literários.
Darnton conclui que nem a correspondência nem o livro de memórias dão uma idéia exata da carreira de Morellet e mostra que é importante considerá-los como textos diferentes, cada um com uma tendência retórica própria. As cartas são documentos cuidadosamente construídos, cujo estilo se adapta às circunstâncias. Morellet é franco com uns, cortês com outros, ora é bajulador, ora brincalhão. Nas memórias o tom é sempre o mesmo, a narrativa busca acentuar a dignidade da vida literária no Antigo Regime. Em comparação com a correspondência, seu aspecto fictício é evidente. Mas aqui a ficção não é falsa, apenas exprime as deformações criadas quando se olha o reinado de Luís XV e Luís XVI pelo prisma de subversão revolucionária.



A França era um país absolutista nesta época. O rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. Havia a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar, nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia ) ou condenados à guilhotina.
A sociedade francesa do século XVIII era estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide social, estava o clero que também tinha o privilégio de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza formada pelo rei, sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. A base da sociedade era formada pelo terceiro estado ( trabalhadores, camponeses e burguesia ) que, como já dissemos, sustentava toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. Pior era a condição de vida dos desempregados que aumentavam em larga escala nas cidades francesas.
A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em seu trabalho.

A Revolução Francesa ( 14/07/1789 )
A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa.
O lema dos revolucionários era " Liberdade, Igualdade e Fraternidade ", pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado francês.
Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793.O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.
No mês de agosto de 1789, a Assembléia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo.

Girondinos, Jacobinos e Republicanos
Após a revolução, o terceiro estado começa a se transformar e partidos começam a surgir com opiniões diversificadas. Os girondinos, por exemplo, representavam a alta burguesia e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política. Enquanto os jacobinos representavam a baixa burguesia e defendiam uma maior participação popular no governo. Liderados por Robespierre, os republicanos eram radicais e defendiam profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres.

A Fase do Terror
Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder e organização as guardas nacionais. Estas, recebem ordens dos líderes para matar qualquer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política são as marcas desta época.

A burguesia no poder
Em 1795, os girondinos assumem o poder e começam a instalar um governo burguês na França. Uma nova Constituição é aprovada, garantindo o poder da burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômico. O general francês Napoleão Bonaparte é colocado no poder com o objetivo de controlar a instabilidade social e implantar um governo burguês.

Conclusão
A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. A Revolução Francesa também influenciou, com seus ideais iluministas, a Independência dos Estados Unidos, dos países da América Espanhola e o movimento de Inconfidência Mineira no Brasil.

Profissional

2006-10-07 02:11:08 · answer #3 · answered by PROFISSIONAL 2 · 1 0

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