Gênese em laboratório?
No início dos anos 50, os cientistas resolveram testar a teoria de Alexander Oparin. Era um fato estabelecido que vida vem apenas de vida, mas os cientistas teorizavam que, se as condições fossem diferentes no passado, a vida poderia ter surgido lentamente de algo sem vida. Poderia ser demonstrado isso? O cientista Stanley L. Miller, do laboratório de Harold Urey, tomou hidrogênio, amoníaco, metano e vapor de água (presumindo ser esta a constituição da atmosfera primitiva), lacrou-os num frasco com água fervente no fundo (para representar um oceano), e disparou faíscas elétricas (como relâmpagos) através dos vapores. Depois de uma semana apareceram vestígios de uma goma avermelhada, que Miller analisou e descobriu ser rica em aminoácidos - a essência das proteínas. É provável que você tenha ouvido falar dessa experiência, pois há anos ela é mencionada em livros de ciência e nas escolas para explicar como a vida na Terra começou. Explica mesmo?
Na verdade, o valor da experiência de Miller é seriamente questionado hoje em dia. (Veja "Clássica, mas questionável", páginas 36-7.) Não obstante, seu sucesso aparente levou a outros testes que até mesmo produziram componentes encontrados em ácidos nucléicos (DNA ou RNA). Especialistas no campo (às vezes chamados de cientistas da origem-da-vida) estavam otimistas, pois aparentemente haviam reproduzido o primeiro ato do drama molecular. E parecia que as versões em laboratório dos dois atos restantes se seguiriam. Certo professor de Química afirmou: "A explicação da origem de um primitivo sistema de vida por meio de mecanismos evolucionários está bem à vista." E um articulista científico observou: "Os magos especulavam que os cientistas, como o Dr. Frankenstein de Mary Shelley, num passe de mágica logo fariam surgir organismos vivos em seus laboratórios e, assim, demonstrar em detalhes como se deu a gênese." O mistério da origem espontânea da vida, muitos achavam, estava desvendado. - Veja "Direita, esquerda", página 38.
Mudam as opiniões, persistem os enigmas
Em anos posteriores, porém, esse otimismo se evaporou. Passaram-se décadas, e os segredos da vida continuam esquivos. Uns 40 anos depois de seu experimento, o professor Miller disse à revista Scientific American: "O problema da origem da vida revelou ser muito mais difícil do que eu, e a maioria das outras pessoas, imaginava." Outros cientistas também mudaram de opinião. Por exemplo, em 1969, o professor de Biologia Dean H. Kenyon foi co-autor do livro Biochemical Predestination (Predestinação Bioquímica). Mais recentemente, porém, ele concluiu que seria "fundamentalmente implausível que matéria e energia não-assistidas se organizassem em sistemas vivos".
De fato, os trabalhos de laboratório comprovam a afirmação de Kenyon de que existe "uma falha fundamental em todas as teorias correntes a respeito das origens químicas da vida". Depois que Miller e outros sintetizaram aminoácidos, os cientistas passaram a tentar fabricar proteínas e DNA, necessários para a vida na Terra. Após milhares de experiências com as chamadas condições pré-bióticas, qual foi o resultado? O livro "O Mistério da Origem da Vida: Reavaliando Teorias Correntes" (em inglês), observa: "Há um contraste impressionante entre o considerável sucesso em sintetizar aminoácidos e o persistente fracasso de sintetizar proteínas e DNA." Os empenhos nesse último sentido são "fracassos constantes".
Realisticamente, o mistério envolve mais do que como surgiram as primeiras moléculas de proteína e de ácido nucléico (DNA ou RNA). Inclui como é que elas trabalham juntas. "É somente pela parceria dessas duas moléculas que a vida contemporânea na Terra é possível", diz The New Encyclopædia Britannica. Contudo, como essa parceria se formou, observa essa enciclopédia, ainda é "um problema crucial e não-resolvido na questão da origem da vida". Sem dúvida.
O Apêndice A, "Equipe a serviço da vida" (páginas 45-7), considera alguns detalhes básicos do instigante trabalho de equipe das proteínas e dos ácidos nucléicos nas nossas células. Mesmo esse relance no âmbito das células do nosso corpo desperta admiração pelo trabalho de cientistas nesse campo. Eles têm lançado luz sobre processos extremamente complexos nos quais poucos de nós sequer pensam, processos que, no entanto, funcionam todo instante de nossa vida. De outro ângulo, porém, a espantosa complexidade e precisão exigidas leva-nos de novo à pergunta: Como é que tudo isso surgiu?
Talvez saiba que os cientistas da origem-da-vida não cessam de tentar criar um cenário plausível para o drama do surgimento da vida. No entanto, seus novos textos não estão sendo convincentes. (Veja o Apêndice B, "Do 'mundo do RNA' ou de outro mundo?", página 48.) Por exemplo, Klaus Dose, do Instituto de Bioquímica em Mainz, Alemanha, observou: "No presente, todas as discussões sobre as teorias e experiências principais nesse campo acabam em impasse ou em admissão de desconhecimento."
Mesmo na Conferência Internacional sobre a Origem da Vida, em 1996, nenhuma solução foi apresentada. Em vez disso, a revista Science publicou que os cerca de 300 cientistas reunidos "haviam-se digladiado com o enigma de como surgiram as moléculas do [DNA e RNA] e como evoluíram em células auto-reprodutoras".
Foi preciso inteligência e educação superior para estudar e até mesmo começar a explicar o que ocorre a nível molecular nas nossas células. É razoável crer que etapas complicadas ocorreram primeiro numa "sopa pré-biótica", sem direção, espontaneamente e por acaso? Ou havia mais envolvido?
Por que os enigmas?
A pessoa hoje pode repassar quase meio século de especulações e milhares de tentativas de provar que a vida originou-se por si mesma. Se fizer isso, será difícil discordar do prêmio Nobel Francis Crick. Discorrendo sobre teorias da origem da vida, Crick observou que "há demasiada especulação em cima de fatos escassos demais". Portanto, é compreensível que alguns cientistas que examinam os fatos concluam que a vida é complexa demais para despontar mesmo num sofisticado laboratório, muito menos num ambiente sem controle.
Se a ciência avançada não pode provar que a vida poderia surgir por si mesma, por que alguns cientistas ainda se apegam a tais teorias? Algumas décadas atrás, o professor John D. Bernal lançou alguma luz sobre isso no livro The Origin of Life (A Origem da Vida): "Pela aplicação dos estritos cânones [regras] do método científico a esse assunto [a geração espontânea da vida], é possível demonstrar eficazmente em vários pontos na história que a vida não poderia ter surgido [espontaneamente]; as improbabilidades são grandes demais, as chances da emergência de vida são pequenas demais." Ele acrescentou: "Lamentável desse ponto de vista, a vida existe aqui na Terra em toda a sua multiplicidade de formas e atividades, e os argumentos para justificar a sua existência precisam ser distorcidos." E o quadro não melhorou.
Considere as implicações subjacentes de tal raciocínio. É como dizer: 'Cientificamente é correto dizer que a vida não poderia ter começado por si mesma. Mas o surgimento espontâneo da vida é a única possibilidade que aceitamos. Assim, é preciso distorcer os argumentos para apoiar a hipótese de que a vida surgiu espontaneamente.' Fica satisfeito com essa lógica? Não exige tal raciocínio muita 'distorção' dos fatos?
Existem, no entanto, cientistas cultos e respeitados que não acham necessário distorcer os fatos para ajustá-los a uma filosofia corrente a respeito da origem da vida. Em vez disso, permitem que os fatos apontem para uma conclusão razoável. Que fatos e que conclusão?
Informações e inteligência
Entrevistado num documentário, o professor Maciej Giertych, renomado geneticista do Instituto de Dendrologia da Academia Polonesa de Ciências, declarou:
"Estamos cientes da quantidade maciça de informações contidas nos genes. A ciência não sabe como tais informações poderiam ter surgido espontaneamente. É preciso uma inteligência; não poderiam ter surgido de casualidades. Simplesmente misturar letras não produz palavras." Ele acrescentou: "Por exemplo, o complexíssimo sistema de duplicação de proteínas do DNA e do RNA na célula tinha de ser perfeito logo de início. Senão, os sistemas de vida não poderiam existir. A única explicação lógica é que essa massa de informações originou-se de uma inteligência."
Quanto mais se aprende sobre as maravilhas da vida, mais lógico é aceitar esta conclusão: a origem da vida requer uma fonte inteligente. Que fonte?
Como já mencionado, milhões de indivíduos cultos concluem que a vida na Terra só poderia ter sido produzida por uma inteligência superior, um projetista. Sim, depois de um exame imparcial, eles concordam que, mesmo na nossa era científica, é razoável dar razão ao poeta bíblico que, há muito, disse sobre Deus: "Contigo está a fonte da vida." - Salmo 36:9.
Quer você já tenha, quer não, formado uma opinião firme a respeito, voltemos a nossa atenção para algumas maravilhas que envolvem você pessoalmente. Fazer isso é muito gratificante, e pode iluminar muito esse assunto que afeta a nossa vida.
2006-10-09 09:57:10
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answer #1
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answered by Marcelo Pinto 4
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não segundo Oparin eles ñ se originaram nos oceanos, mais podem ter vindo, talvez, a se "transportar a eles". veja abaixo:
Em 1936, Alexander Oparin propõe uma nova explicação para o origem da vida. Sua hipótese se resume nos seguintes fatos:
Na atmosfera primitiva do nosso planeta, existiriam metano, amônia, hidrogênio e vapor de água.
Sob altas temperaturas, em presença de centelhas elétricas e raios ultravioleta, tais gases teriam se combinado, originando aminoácidos, que ficavam flutuando na atmosfera.
Com a saturação de umidade da atmosfera, começaram a ocorrer as chuvas. Os aminoácidos eram arrastados para o solo.
Submetidos a aquecimento prolongado, os aminoácidos combinavam-se uns com os outros, formando proteínas.
As chuvas lavavam as rochas e conduziam as proteínas para os mares. Surgia uma "sopa de proteínas" nas águas mornas dos mares primitivos.
As proteínas dissolvidas em água formavam colóides. Os colóides se interpenetravam e originavam os coacervados.
Os coacervados englobavam moléculas de nucleoproteínas.
Depois, organizavam-se em gotículas delimitadas por membrana lipoprotéica. Surgiam as primeiras células.
Essas células pioneiras eram muito simples e ainda não dispunham de um equipamento enzimático capaz de realizar a fotossíntese. Eram, portanto, heterótrofas. Só mais tarde, surgiram as células autótrofas, mais evoluídas. E isso permitiu o aparecimento dos seres de respiração aeróbia.
viu? =)
2006-10-07 06:09:39
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answer #2
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answered by Mateus Viegas 2
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