Aqui vai um poema de Gonçalves Dias - conhecido como o Poeta dos Indios
Foi uma homenagem do Poeta aos Indios TUPIS GUARANIS E
Tamoios
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
II
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
III
O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves conselhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!
IV
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!
V
E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tupi ja nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos Tupis
Na guerra e na paz.
VI
Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
Dimigos transidos
Por vil comoção;
E tremam douvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.
VII
E a mão nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!
VIII
Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.
IX
E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.
X
As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar
2006-10-05 20:25:15
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answer #2
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answered by oPoeta 2
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A língua Tupi é uma língua indígena, que foi falada desde o Roraima até o Rio Grande do Sul, até ser proibida pelos portugueses Persiste como uma das 180 línguas brasileiras, falada, em suas várias modalidades, por diversos povos indígenas.
A maior parte das palavras tupis é constituída por raízes com uma ou duas sílabas que já definem praticamente de que assunto se trata. Por exemplo: CAA é mato, planta, SOO é animal, bicho, aliás, no mundo inteiro e em qualquer língua, qualquer jardim zoológico é ZOO ou SOO, dependendo da pronúncia mais ou menos branda. Y é sempre água ou um líquido qualquer. A é cabeça, coisa arredondada e também semente, raiz. Tais monossílabos se perdem no passado da humanidade e não se sabe a origem deles. Outra raízes importante são: Sy (mãe), Tuba ou Ruba (Pai, tronco), Aba (Pessoa, homem, índio), Yby (Terra, chão), Oca (Casa, abrigo), An (Sombra, vulto, fantasma), Uã (Talo, haste), Itá (Pedra, objeto duro, metal duro), Ara (Dia, luz, clima, tempo, hora, nascer, ave). Como se pode observar, são substantivos simples e com eles são compostos uma infinidade de vocábulos. É muito importante saber esses vocábulos para que se identifique de imediato de que se trata um assunto.
A infinidade de nomes tupis que a gente encontra na geografia brasileira, nas denominações dos animais, plantas etc., são quase sempre descrições perfeitas e rigorosas das coisas a que se referem e envolvem uma explicação inteira. Cada palavra é uma verdadeira frase, o que, aliás, é um dos grandes prazeres do estudo da língua. Decifrar o significado das palavras, recorrendo, inclusive, a uma visita ao local. Um bom exemplo disso é: Paranapiacaba=parana+epiaca+caba, mar+ver+lugar+onde. Lugar de onde se vê o mar.
A língua Tupi é aglutinante, não possui artigos (assim como o Latim) e não flexiona em gênero e nem em número.
A fonologia, o alfabeto e as várias "ortografias" da língua Tupi
Levantar informações confiáveis sobre a fonologia da língua Tupi para uma possível reconstrução fonológica seria uma tarefa difícil ou até mesmo impraticável, não tivesse o tronco Tupi, e mais especificamente a família Tupi-Guarani, da qual o Tupi faz parte, uma ampla distribuição geográfica. Preponderante a uma reconstrução fonológica, já realizada, foi o fato de o Nheengatu, língua que descende do Tupi, também conhecido por Tupi Moderno, ser falado ainda hoje na Amazônia. Somando-se a este fato, já bastante favorável, não se pode deixar de citar a continuidade do Guarani Antigo, língua distinta mas muito próxima ao Tupi, no Guarani-Mbyá, Guarani-Nhandéva, Guarani-Kaiowá e Guarani Paraguaio, e a existência de um método científico-investigativo para se formular uma hipótese fonológica como fatores também preponderantes. Sendo tão fortes os pontos favoráveis, tornou-se factível a reconstrução da fonologia Tupi.
O Tupi identifica um conjunto de trinta e um fonemas, dos quais doze são vogais, três semi-vogais e dezesseis consoantes. Característica notória de sua fonologia é, sem dúvida, o seu caráter gutural. Uma outra, os abundantes metaplasmos.
Vogais
a-e-i-o-u
Brasil 500 anos: ressurge o interesse pela língua
A bibliografia da língua
O tupi, embora já extinto e de conhecimento restrito ao meio acadêmico, é uma língua estudada e bem documentada. Sua bibliografia é vastíssima. Veja abaixo uma excelente bibliografia da língua tupi:
ANCHIETA, José de. Arte da gramática da língua mais usada na costa do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1933.
ANCHIETA, José de. Poemas: Lírica portuguesa e tupi. Editora Martins Fontes. (ISBN 8533619561)
EDELWEISS, Frederico G. Tupis e Guaranis, Estudos de Etnonímia e Lingüística. Salvador: Museu do Estado da Bahia, 1947. 220 p.
EDELWEISS, Frederico G. O caráter da segunda conjugação tupí. Bahia: Livraria Progresso Editora, 1958. 157 p.
EDELWEISS, Frederico G. Estudos tupi e tupi-guaranis: confrontos e revisões. Rio de Janeiro: Livraria Brasiliana, 1969. 304 p.
GOMES, Nataniel dos Santos. Observações sobre o Tupinambá. Monografia final do Curso de Especialização em Línguas Indígenas Brasileiras. Rio de Janeiro: Museu Nacional / UFRJ, 1999.
LEMOS BARBOSA, A. Pequeno Vocabulário Tupi-Português. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1951.
LEMOS BARBOSA, A. Juká, o paradigma da conjugação tupí: estudo etimológico-gramatical in Revista Filológica, ano II, n. 12, Rio de Janeiro, 1941.
LEMOS BARBOSA, A. Nova categoria gramatical tupi: a visibilidade e a invisibilidade nos demonstrativos in Verbum, tomo IV, fasc. 2, Rio de Janeiro, 1947.
LEMOS BARBOSA, A. Pequeno vocabulário Tupi-Português. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1955. (3ª ed.: Livraria São José, Rio de Janeiro, 1967)
LEMOS BARBOSA, A. Curso de Tupi antigo. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1957.
LEMOS BARBOSA, A. Pequeno vocabulário Português-Tupi. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1970.
MICHAELE, Faris Antônio S. Tupi e Grego: Comparações Morfológicas em Geral. Ponta Grossa: UEPG, 1973. 126 p.
NAVARRO, Eduardo de Almeida. Método Moderno de Tupi Antigo: A língua do Brasil dos primeiros séculos. Petrópolis: Editora Vozes, 1998. (ISBN 8532619533)
RODRIGUES, Aryon Dall'Igna. Análise morfológica de um texto tupi. Separata da Revista "Logos", ano VII, N. 5. Curitiba: Tip. João Haupi, 1953.
RODRIGUES, Aryon Dall'Igna. Morfologia do Verbo Tupi. Separata de "Letras". Curitiba, 1953.
RODRIGUES, Aryon Dall'Igna. Descripción del tupinambá en el período colonial: el arte de José de Anchieta. Colóquio sobre a descrição das línguas ameríndias no período colonial. Ibero-amerikanisches Institut, Berlim.
SAMPAIO, Teodoro. O Tupi na Geografia Nacional. São Paulo: Editora Nacional, 1987. 360 p.
SILVEIRA BUENO, Francisco da. Vocabulário Tupi-Guarani Português. Efeta Editora, 1982. (ISBN 8586632031)
TIBIRIÇÁ, Luiz Caldas. Dicionário Tupi-Português. São Paulo: Editora Traço, 1984. (ISBN 8571190259)
Ver também na Wikipédia
Línguas indígenas do Brasil
Proto-Tupi
Tupi (tronco lingüístico)
Tupi-Guarani (família lingüística)
Pequeno vocabulário Tupi
Línguas da família Tupi-Guarani próximas ao Tupi
Guarani
Língua Geral Paulista (também conhecido por Tupi Austral ou Língua Geral do Sul)
Nheengatu (também conhecido por Tupi Moderno, Língua Geral Amazônica ou Língua Geral do Norte)
Links externos na Pesquisa Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tupi-Guarani
Abanhe'enga Rogûera - Página do Tupi Antigo sítio destinado ao Tupi Antigo
Curso de Tupi Antigo - Prof. Joubert Di Mauro Curso de Tupi Antigo: on-line e gratuito
Ensjo :: Tupi - Xe Retama Nhe'enga palavras em Tupi, perfil da língua, reportagens e notícias
Ethnologue report for language code: TPN página do Ethnologue.com (em inglês)
Línguas Indígenas Brasileiras, de Renato Nicolai - Projeto Indios.Info - www.indios.info
Nheengatu Tupi sítio dedicado à divulgação dos idiomas Tupi Antigo e Tupi Moderno
Página do Idioma Tupi Antigo informações sobre o idioma Tupi
Síntese da Gramática Tupinambá artigo escrito por Nataniel dos Santos Gomes
Tupi - ICQ Interest Groups ICQ Group para os interessados em Tupi
wiki "NHE'ENDYBA dicionário Tupi-Português
wiki "PYSASU" desenvolvimento de neologismos em Tupi
wiki "TUPI" informação geral sobre Tupi e outras línguas da família Tupi-Guarani
Yahoo! Grupos: nheengatu grupo dedicado ao estudo do Tupi Antigo e do Nheengatu
Yahoo! Grupos: tupi grupo de discussão: discutir e praticar o Tupi
Mais Sobre Tupi-Guarani na Pesquisa do Google:
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&safe=off&rls=GGLO%2CGGLO%3A2006-05%2CGGLO%3Apt-BR&q=Tupi-Guarani&btnG=Pesquisar&meta=
2006-10-05 20:47:12
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answer #5
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answered by Lucky LBM 5
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