É importante entendermos, primeiramente, a origem da gramática.
Os gregos criaram a gramática, na antiguidade, para que fosse possível um estudo sistemático da língua falada pela população e para facilitar a aprendizagem de uma língua estrangeira.
Desta forma, a função da gramática é imitar a fala dos nativos e ela DEVERIA se basear na referida fala.
O que aconteceu, com o passar dos anos, foi que foi se desvirtuando esta função. Há muito tempo, a gramática passou, absurdamente, da posição de imitação para a posição de parâmetro.
Ou seja, hoje em dia (e há muito tempo é assim), se acredita que a forma correta de se falar é a que a gramática diz, quando o correto seria que a forma correta da gramática fosse a forma como o povo fala.
Na verdade, o correto de se falar é o que o povo fala. A gramática não diz o certo ou o errado, mas representa uma pequena faceta da língua. É um esqueleto.
2006-10-05 07:18:40
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answer #1
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answered by Alyson Vilela 6
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O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) é um tratado internacional assinado pelos representantes oficiais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe em Lisboa, em Dezembro de 1990, fruto de um longo trabalho desenvolvido pela Academia de Ciências de Lisboa e pela Academia Brasileira de Letras desde 1980. Timor-Leste aderiu ao Acordo em 2004.
Este acordo preconiza um padrão ortográfico único para o português a ado(p)tar por todos os países que usam a nossa língua. O Acordo Ortográfico de 1990 constitui um passo importante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio internacional, pondo um ponto final no insólito que é a existência de duas normas ortográficas divergentes e ambas oficiais: uma no Brasil e outra em Portugal.
Razões históricas da necessidade de ajustes:
Até ao início do século XX, tanto em Portugal como no Brasil, seguia-se uma ortografia de cariz etimológico que se tinha vindo a impor desde o século XVI, baseada nas directrizes dos principais gramáticos da língua. Era uma escrita complicada que, por regra, buscava a raiz latina ou grega para escrever cada palavra (ex.: pharmacia, lyrio, orthographia, phleugma, diccionario, caravella, estylo, prompto, etc.). No entanto, quer em Portugal, quer no Brasil, abundavam as críticas à ortografia em uso e não faltava quem recomendasse a adopção de escritas mais simples e mais próximas da fonética.
Com a implantação da república em Portugal (5 de Outubro de 1910) foi nomeada uma comissão para estabelecer uma ortografia simplificada a usar nas publicações oficiais e no ensino, que foi oficializada por portaria de 1 de Setembro de 1911. Esta reforma da ortografia -- a primeira oficial em Portugal -- foi profunda e modificou completamente o aspecto da língua escrita, aproximando-o muito do actual, fazendo desaparecer muitas consoantes dobradas, os grupos ph, th, rh, etc. No entanto, apesar de verdadeiramente radical, esta reforma foi feita sem qualquer acordo com o Brasil, ficando os dois países com ortografias completamente diferentes: Portugal com uma ortografia moderna, o Brasil com a velha ortografia pseudo-etimológica.
Em 1924 a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras começaram a procurar uma ortografia comum, firmando-se um acordo preliminar em 1931 que praticamente adoptava a ortografia portuguesa de 1911, iniciando-se assim um longo processo de convergência das ortografias dos dois países. Contudo, os vocabulários que se publicaram, em 1940 (Academia das Ciências de Lisboa) e 1943 (Academia Brasileira de Letras), continham ainda algumas divergências. Por isso, houve, ainda em 1943, em Lisboa, uma Convenção Ortográfica, que deu origem ao Acordo Ortográfico de 1945. Este acordo tornou-se lei em Portugal pelo decreto ainda em 1945, mas no Brasil não foi ratificado pelo Congresso; e, por isso, os brasileiros continuaram a regular-se pela ortografia do Vocabulário de 1943.
Em 1971, novo acordo entre Portugal e o Brasil aproximou um pouco mais a ortografia dos dois países, suprimindo-se os acentos gráficos responsáveis por 70% das divergências entre as duas ortografias oficiais (nos homógrafos e nos vocábulos derivados com o sufixo -mente ou iniciado por -z-). Em 1973 recomeçaram as negociações e, em 1975, as duas Academias mais uma vez chegaram a acordo, o qual não foi contudo transformado em lei, em parte devido ao período de convulsão política que se vivia em Portugal. Em 1986, o presidente José Sarney do Brasil tentou resolver o assunto e promoveu um encontro dos sete países de língua portuguesa no Rio de Janeiro. Deste encontro, saiu um acordo ortográfico e mais uma vez o acordo não foi por diante, devido ao enorme alarido que se levantou em Portugal e no Brasil, nomeadamente a propósito da supressão da acentuação gráfica nas palavras esdrúxulas.
No entanto, como a persistência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa -- a lusitana/africana e a brasileira -- tem sido considerada largamente prejudicial para a unidade intercontinental do português e para o seu prestígio no mundo, quatro anos mais tarde, foi feita nova reunião, desta vez em Lisboa, e lavrado um novo Acordo Ortográfico, tido como mais moderado e atendendo às críticas feitas à proposta de 1986.
2006-10-04 14:28:35
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answer #2
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answered by Ti 4
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