Muito bonita. Foi cantada por Fagner. Eu lhe mostro a Rua das Rimas de Guilherme de Almeida, o Príncipe dos Poetas Brasileiros, sem dúvida um dos maiores poetas da Brasilidade:
A rua das rimas
A rua que eu imagino, desde menino, para o meu destino pequenino
é uma rua de poeta, reta, quieta, discreta,
direita, estreita, bem feita, perfeita,
com pregões matinais de jornais, aventais nos portais, animais e varais nos quintais;
e acácias paralelas, todas elas belas, singelas, amarelas,
douradas, descabeladas, debruçadas como namoradas para as calçadas;
e um passo, de espaço a espaço, no mormaço de aço baço e lasso;
e algum piano provinciano, quotidiano, desumano,
mas brando e brando, soltando, de vez em quando,
na luz rara de opala de uma sala uma escala clara que embala;
e, no ar de uma tarde que arde, o alarde das crianças do arrabalde;
e de noite, no ócio capadócio,
junto aos lampiões espiões, os bordões dos violões;
e a serenata ao luar de prata (Mulata ingrata que mata...);
e depois o silêncio, o denso, o intenso, o imenso silêncio...
A rua que eu imagino, desde menino, para o meu destino pequenino
é uma rua qualquer onde desfolha um malmequer uma mulher que bem me quer
é uma rua, como todas as ruas, com suas duas calças nuas,
correndo paralelamente, como a sorte diferente de toda gente, para a frente,
para o infinito; mas uma rua que tem escrito um nome bonito, bendito, que sempre repito
e que rima com mocidade, liberdade, tranqüilidade: RUA DA FELICIDADE...
2006-10-04 08:16:06
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answer #1
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answered by Anonymous
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Dou-lhe dois poemas da minha autoria, o primeiro, acalentando uma mãe e, o segundo, homenageando a minha esposa.
LÃGRIMAS
Mamãe, não chore por mim!
Não lamente nem fique triste,
A morte da vida não é o fim,
Pra mim, ela, eterna... Existe!
Sou mais feliz do que vocês
Em minha atual existência,
Por aÃ, só vivi por uma vez,
Aqui... Existo em consistência!
A cada lágrima derramada
Dos seus olhos maternais,
Minha’ alma... Enciumada!
Fica penando pelos portais.
Portais agora nos separando
Da matéria que você conduz,
Quando dela for se livrando,
Viveremos juntos... Na luz!
Para mim, foi feito o possÃvel,
O impossÃvel só Deus poderia,
Perdi você, minha mãe incrÃvel!
Mas... Ganhei por mãe: Maria!
(S/A/Baracho)
A FADA!
O espelho das águas
Reflete o teu olhar,
Os musgos das margens
Acalenta o teu pisar.
O sereno da madrugada
Ameniza o teu desfilar
Abrindo as cortinas
Para te deixar entrar!
O cenário do riachinho
Recebe da manhã à luz!
Enquanto tu, de mansinho:
Ao riacho doma e seduz!
Os seixos no fundo d’ água
Colidem com insistência
Querendo fazer pirâmides
Pra verem a tua inocência.
As gavinhas dos cipós
Desenrola-se pelo chão
Querendo ornar o teu pé
Com adornos de afeição.
A água flui mansamente
Tilintando na margem,
Retardando o prosseguir
Domada por tua imagem!
Saltitando na ramagem,
Pássaros fazem gorjeios,
Disputando bons lugares
Sem terem de ti receios.
Nas arestas do alcantil
O sol aparece radiante
Trazendo maiores luzes
Ãquela cena inebriante!
O restinho da madrugada
Sai do cenário pesaroso,
Recua pra noite findante
Deixando-te... Lamentoso!
Curvada sobre as águas
Fazes vênia à natureza
E, essa... Embevecida!
Vai refletir a tua BELEZA!
Baracho.
2006-10-05 06:58:32
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answer #2
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answered by conansoin 4
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Veja, não é para ganhar, é por que também amo os de Florbela Espanca, assim como ao "Diário do Último ano dela", e é dele que então aqui te deixo um trecho da densa poesia que ele encerra: "[...] Compreendi por fim que nada compreendi, que mesmo nada poderia ter compreendido de mim. Restam-me os outros... talvez por eles possa chegar às infinitas possibilidades do meu ser misterioso, inatingível, secreto".
2006-10-04 16:03:49
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answer #3
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answered by Anonymous
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Acho este lindo:
"Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê."
Luis de Camões
2006-10-04 14:12:39
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answer #4
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answered by Nandinha 2
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Soneto de Devoção
Vinícius de Moraes
Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.
Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.
Essa mulher e um mundo! - uma cadela
Talvez... - mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela.
2006-10-04 13:43:35
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answer #5
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answered by Anonymous
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Que amor é esse
que chegou sem avisar...
Foi logo entrando...
abrindo portas...
escancarando janelas
para a felicidade entrar?
Chegou sorrindo... me invadindo
Sem pedir licença...
sem me deixar pensar
nas conseqüências das loucuras mil
que iria proporcionar!
Explodiu como um rojão...
não deu nenhuma chance
de preparar meu coração!
Foi logo se infiltrando...
se acomodando...
como se dono fosse da situação!
Deixou-me encantado...
enfeitiçado!
Desativou meus princípios...
tirando-me a razão!
Como flecha certeira
chegou até onde quis!
Entreguei-me inteiro...
sem reservas...
sem pudores...
sem medo de ser feliz.
Antônia Nery S.Vanti
2006-10-04 12:55:58
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answer #6
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answered by Herman 6
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Vida
Passo,
Passatempo.
Horas...
Sentimentos,
Confusões,
Estações,
Ventos.
Sabor
Amor,
Mais sabor,
Mais amor.
Gosto,
Pele,
Suor,
Lágrimas.
Vida,
Tempo,
Limite,
Vazio.
André Siebeneichler
2006-10-04 08:28:18
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answer #7
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answered by Andre S 2
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Eu amo poesia, é difícil escolher um...
vou deixar aq um q gosto por mostrar a inquietude da alma q muitas vezes sentimos
é do Pessoa q para mim é um dos maiores poetas
Sossega coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.
Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!
Sossega coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, sol ente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.
Fernando Pessoa, 2-8-1933.
2006-10-04 08:27:25
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answer #8
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answered by PollyannaPerk 2
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Recebi de um amigo, achei linda!!!
SEU AMOR
Isso que sinto,
suave como uma flor
Nada mais é...
que seu Amor
Sem promessas que não possamos cumprir
Não existem idas para não termos que vir
Pausas são momentos doces, somente para que possamos refletir
Essa calma e segurança,
alicerce do nosso sentir
Doce sabor que ficam nos lábios, aroma das flores espalhados no ar
udo isso demonstra bem,
o que é Verdadeiramente Amar
Essa vontade intensa de sempre ao teu lado...estar
Seu amor é minha sombra,
me acompanha silenciosa,
me conduz até onde você está, guardião fiel
até em teus braços...
me entregar!!!
2006-10-04 08:21:41
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answer #9
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answered by Leka 3
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Batatinha quando nasce,
esparrama pelo chão,
mamãezinha quando acorda,
põe a mão no coração.
Podem xingar, mais duvido se tem alguém q nunca ouviu...rsrs...brincadeira, foi só pra descontrair.
2006-10-04 08:21:10
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answer #10
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answered by Willian 3
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"...o sol tão claro lá fora,
o sol tão claro, Esmeralda,
e em minhalma — anoitecendo."
- Manuel Bandeira
2006-10-04 08:20:52
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answer #11
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answered by Gibi 6
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