o melhor seriado de todos os tempo (incas venusianos...rsrsrs) e o perdido no espaço? Os herculóides...
NATIONAL KID
Por Marcus Anversa
Ficha Técnica
TÃtulo: National Kid (National Kid/1960/P&B/Japão)
Criação: Daiji Kazumine
Direção: Nagayoshi Akasaka e Jun Kaoike
Roteiro: Nagayoshi Akasaka
Elenco: Ichiro Kojima e Tatsume Shiutaro (Professor Massao Hata/National Kid), Taeko Shimura (Tyako), Koiji Omori, Hideyo Kimura, Tetsuhei Yamamoto, Kazuo Hara, Midori Okada e Shika Saito (Yukio). Garotos: Kurazu, Guru, Tomohiro; Garota: Kioko; Cientista: Dr. Mizuno; Delegado: Sr. Takakura; Assistente do delegado: Sr. Hizako.
Produção: Massamiti Sato e Kazuma Nesaka
Estúdio: Toei Company
Formato: Episódios de 24 minutos divididos em 5 histórias de 90 minutos
Dublagem: AIC/SP (1ª dublagem), Emerson Camargo/SP (2ª dublagem)
A Série
A televisão brasileira tem mais de 50 anos. Em seus primórdios, um herói japonês aportou antes de Perdidos no Espaço e Jornada nas Estrelas, deixando sua marca na geração nascida no fim dos anos 50: National Kid.
Este clássico "Tokusatsu" ou "Live-Action", foi criado a partir dos mangás do desenhista Daiji Kazumine, criador também de Spectreman. Como Perdidos no Espaço e Viagem ao Fundo do Mar, National Kid fez sucesso graças à inventividade de uma narrativa em que a aventura e o suspense eletrizavam, além de sobrepor a sua precariedade, relativo aos efeitos especiais. "Kid" enfrentava não apenas inimigos mais surrealistas que a telinha apresentara até então, mas também, os mais pérfidos de todos. Os Incas Venusianos, por exemplo, não hesitavam sequer em contaminar águas que as criancinhas iam beber.
Marcas de uma geração
National Kid, ao desembarcar em terras brasileiras, recebeu todas as honrarias devidas como o primeiro "Tokusatsu" e novidade deste estilo de série, com caracterÃstica tão nipônica.
De repente, os pais começaram a ouvir dos filhos uma estranha canção, "Nationaro Kido, Kido, Nationaro Kiido...". Nas calçadas, os adultos viam as crianças correndo com os braços abertos gritando: "Nacionaal Kid", entre eles, um finado amigo meu de infância chamado Felipe, lá em Porto Alegre. As imagens do Incas Venusianos com o seu design marcante, o carro voando sobre o penhasco na história dos Abissais e os próprios seres das profundezas do oceano com seu aspecto fantasmagórico, ficaram eternamente fazendo parte de minha memória. Mais tarde, numa época em que National Kid não era exibido há muito tempo, um colega do Colégio Militar (CMRJ) de traços orientais, ganhou o apelido eternizador de: Nacional Kid.
Ao amanhecer de um dia de 1978, a população carioca acorda com os muros pichados, com a enigmática frase "Celacanto provoca Maremoto". Era uma senha usada por "comerciantes" de mercadoria ilÃcita que também tiveram a infância marcada pelo herói nipônico.
Gênese do Herói
Nagayoshi Akasaka, roteirista e diretor do seriado, disse que o personagem era mesmo cópia do Super–Homem. Ele também era invencÃvel, defensor da paz e da justiça. “Existem dois grandes inimigos do ser humano. As coisas que vêm de fora e as que saem de dentro. Assim, criamos dois tipos de vilões: os invasores vindos do espaço e os seres saÃdos das profundezas do oceano ou da terra ", explica Nagayoshi, surpreso ao saber através de um jornalista do Jornal O Globo, da repercussão que a série teve no Brasil já que não fez nenhum esforço para criar uma obra-prima. Os atores em sua maioria, eram amadores. Muitos ( inclusive crianças ) dos secundários, foram reaproveitados em diferentes personagens, nas quatros histórias da série.
Um herói que ainda cativa
Visto hoje, National Kid continua divertindo. Salta aos olhos o que há de aculturação no seriado, com que a televisão japonesa tentava investir contra sua concorrente norte-americana, através da imitação. National Kid acabou se constituindo, ainda que não intencionalmente, numa paródia dos filmes de super–heróis, tão absurdas são suas peripécias e personagens. Não é a por acaso, o humor debochado do "Planeta Diário" lhe fez constante referência.
A paródia ganhou ainda mais ao desembarcar no Brasil. Assim, os Incas – que originalmente eram apenas Incas – viraram aqui Incas Venusianos por que acreditava a nossa dublagem (AIC/SP, originalmente ) torná-los mais plausÃveis para o público brasileiro, dando-lhes pátria num planeta dos sistema solar. Da mesma forma, o professor Riusako Hata recebeu nestas plagas o nome de Massao, já que as duas últimas sÃlabas do nome original poderiam ter conotação pouca heróica.
Não bastasse tudo isto, percebe-se ao assistir a série, a insistência com que a câmara focaliza toda a sorte de utensÃlios eletro-eletrônicos da marca National. Não se trata de acaso. A série, produzida sob o patrocÃnio desta empresa, era puro "merchandising".
Este tokusatsu da produtora Toei, estreou no Japão em 04/08/1960 pela TV Asahi, canal 10, de Tóquio e no Brasil em 1964 pela TV Record, São Paulo. Um incêndio na Record no inÃcio da década de 70, acabou com as cópias e o resgate só foi possÃvel graças aos esforços dos fãs do Brasil e do Japão, que conseguiram novas cópias através da Sato Company.
A Sato Company disponibilizou em 1993, os episódios do National Kid enfrentando os Incas Venusianos, os Seres Abissais e os Homens Subterrâneos, mas deixando de fora, a história de "O Mistério do Garoto Espacial" onde a origem de National Kid é revelada. Conta uma lenda, que em 1997 - Porto Alegre, ocorreu uma agradável surpresa: foram encontrados em um sótão, cópias de todos os episódios de National Kid com a dublagem original. Ninguém confirma. Em 2002, todos os VHS lançados no Brasil, também foram disponibilizados em DVD.
Um dos protegidos de Massao Hata, o garoto lÃder da turma na história dos "Subterrâneos", interpretado por Kazuo Hara, tornou-se um importante diretor. Fama adquirida pelo seu documentário "The Emperor’s Naked Army Marches On" (Yuki Yukite Shingun, 1987). Hoje, o protagonista Ichiro Kojima, que teve que ser substituÃdo por Tatsume Shiutaro por motivos de saúde, é um tipo sarayman, um burocrata de uma grande companhia japonesa. Defender o Japão das inúmeras invasões, só na base das artes marciais e da arma “lanterna–raio“ foi demais para um simples professor.
Viva o National Kid, o precursor no Brasil dos heróis japoneses Ultraman, Ultraseven, Robô Gigante, Ãsper, Jaspion, ... Awica!
Dedicatória
Quero render a minha homenagem a todos os admiradores de National Kid, em especial, a Antônio Carlos Olivieri, Haydée Oliveira, Fernando Ramos, Rose Esquenasi e MaurÃcio "Hitchcock", que para a alegria de muitos, se preocupam em perpetuar a memória deste lendário herói japonês, que tanto traz saudosas recordações.
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Marcus Anversa é colaborador do RetrôTV.
2006-10-03 11:10:21
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answer #3
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