Fluorescência revela sexo de mosquito, diz estudo
RICARDO BONALUME NETO
da Folha de S.Paulo
Mosquitos machos com aparelho sexual fluorescente serão a mais nova arma contra a malária, segundo estudo a ser publicado em novembro da revista científica "Nature Biotechnology".
Mesmo com as suas gônadas brilhando no escuro, esses mosquitos conseguiram atrair e copular em laboratório com fêmeas, as verdadeiras bandidas da espécie. Pois só as fêmeas do gênero Anopheles chupam sangue e transmitem o micróbio da malária.
Teoricamente seria possível tentar diminuir a população de mosquitos soltando bichos esterilizados na natureza, como já se faz com moscas que afetam a agricultura. Mas mesmo uma fêmea estéril chupa sangue e pode inocular uma pessoa com o plasmódio, o ser que causa a malária.
O ideal seria lançar no ambiente apenas machos estéreis. Mas a questão básica era descobrir como distinguir machos de fêmeas para produzi-los em massa.
A resposta está em artigo escrito por Andrea Crisanti, do Imperial College, de Londres, e mais dois colegas. Eles conseguiram modificar geneticamente o mosquito de modo a incorporar genes de bioluminescência nas gônadas, para que já estejam visíveis mesmo durante o estágio de larva do mosquito. Isso tende a facilitar muito a produção em "fábricas de mosquito", ainda mais com máquinas capazes de separar as larvas masculinas e femininas.
É um avanço que torna mais aceitável a soltura de mosquitos transgênicos. Como dizem os autores, "foi proposto que, para minimizar os riscos de obter uma avaliação segura da tecnologia de transferência de genes em mosquitos para controle da malária, um primeiro lançamento de insetos transgênicos deveria envolver só mosquitos machos estéreis".
HISTÓRICO
Em 24 de agosto de 1995 através da portaria 440 publicado no Diário Oficial de 06/09/95 o Setor de Vigilância de Vetores e Reservatórios deixa de existir e passa a Núcleo de Entomologia do Rio de Janeiro - NERJ.
Mais tarde o NERJ passa para Núcleo de Entomologia do Estado do Rio de Janeiro - NEERJ. E em abril de 2005, através da resolução SES nº 2720 - 29/04/2005, o NEERJ passa a ser denominado Centro de Estudos e Pesquisa em Antropozoonoses Máximo da Fonseca Filho - CEPA.
Assim sendo, nada mudou em suas atribuições no Centro de Estudos e Pesquisa em Antropozoonoses Máximo da Fonseca Filho, como :
• Orienta, coordena e supervisiona os trabalhos entomológicos que se realizem no estado;
• Monitorar, em caráter regular em articulação com instituições de pesquisa, o comportamento biológico e ecológico de espécies vetoras e de reservatórios de doenças;
• Promover a realização periódica de inquéritos entomológicos tendo em vista a validação ou reorientação, quando necessário, das atividades de controle de vetores;
• Propor, acompanhar, avaliar e divulgar em articulação com instituições de pesquisa, resultados de ensaios de campo para testes de novos defensivos, equipamentos de aplicação de inseticidas, e metodologia alternativas de controle de vetores e reservatórios;
• Testar periodicamente a susceptibilidade de espécies vetoras aos defensivos químicos e biológicos.
Os nomes durante longos anos foram mudando mais a qualidade dos trabalhos continua a mesma, aprimorando e desenvolvendo na media que a evolução e tecnologia cientifica cresce a cada ano. O CEPA vai companhando essa evolução e dedicando-se para manter a qualidade de seu trabalho.
APRESENTAÇÃO
Desde sua criação o Centro de Estudos e Pesquisa em Antropozoonoses Máximo da Fonseca Filho vem ampliando na área da pesquisa, contando atualmente com 16 funcionários, abrangendo os mais variados trabalhos de campo e laboratório.
No CEPA são desenvolvidos programas integrados de pesquisas, através de convênios com instituições da FIOCRUZ e FEEMA, que possibilitam a aquisição de novos equipamentos científicos e a ampliação da infra-estrutura do departamento. Dessa forma, os funcionários em Entomologia encontram boas condições para treinamento, pois constam com laboratórios bem equipados.
Entomologia tem recebido alunos de quase todos os Municípios para treinamentos em Sistemática de Formas Imaturas de Culicidae com Importância Médica
O corpo docente do CEPA desenvolve também intenso programa de atendimento a comunidade no que diz respeito à identificação e controle de insetos.
As principais linhas de pesquisa são: Biologia de Insetos; Controle Biológico de Pragas; Ecologia de Insetos; Insetos Úteis; Modelos, Análise de Sistemas e Simulação em Ecologia de Insetos; Patologia e Controle Microbiano de Insetos; Resistência de Insetos a Inseticidas; Taxonomia de Insetos; Transmissão de Agentes.
Os resultados das pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Entomologia do CEPA vêm contribuindo com informações técnico-científicas, principalmente para o de insetos com importância na saúde pública.
Missão do CEPA
• Adotar atitude facilitadora na articulação com as partes interessadas, com : Comunidades, colegas de trabalho, direção e a sociedade;
• Assegurar a ética profissional, e que seja, cumprida nas nossas atividades diárias.
Compromissos do CEPA
• Trabalhar de forma preventiva na proteção do Ser Humano;
• Assegurar padrões elevado de segurança para todas as comunidades expostas as atividades de nossa equipe;
• Fornecer as comunidades informações que permitam melhores esclarecimentos sobre os fatores entomológicos e epidemiológicos, ao longo do seu ciclo e prevenção;
• Elaborar Planos e Metas, para melhor comprometer-se com o nosso cumprimento e com a melhoria contínua de nossos resultados;
• Utilizar tecnologia adequada para disponibilização na concepção de uma informação segura para toda equipe envolvida em nosso trabalho;
• Educar, capacitar e conscientizar, todos que fazem parte dessa Organização, buscando uma parceria;
• Reconhecer aqueles que contribuem para a melhoria do desempenho da Segurança ,Saúde e Valorização da VIDA.
Valores do CEPA
• AVALIAÇÃO - Avaliar a segurança e saúde das pessoas, continuamente, em todas as suas ações, conduzindo e apoiando pesquisas relacionadas aos efeitos de nossas atividades;
• MELHORIAS - Aprimorar o nosso desempenho a cada dia, através do desenvolvimento tecnológico, capacitação, treinamento e conscientização, objetivando atender as expectativas das partes interressadas, estando comprometido com a melhoria contínua do nosso trabalho;
• ÉTICA PROFISSIONAL - Estar comprometido com a ética e suas normas aplicáveis e avaliando o seu cumprimento;
• RESPONSABILIDADE - Saúde, segurança e valorização do Ser Humano. Comprometimento com a qualidade estrutura da nossa organização;
• DESAFIO - A busca permanente da rentabilidade e da competitividade, trabalho em equipe, o espírito empreendedor e superação dos desafios.
Política do CEPA
• Toda a força de trabalho dessa organização é responsável e está comprometida com a segurança, proteção, saúde e a valorização da vida do Ser Humano;
• Segurança,Saúde e melhores condições de vida são partes indispensáveis do sistema de trabalho do CEPA. E o nosso desempenho está alinhado com o uso eficiente do conceito de desenvolver um bom trabalho em equipe.
Diretrizes do CEPA
• Nós que fazemos partes da equipe do CEPA, consideramos em nosso serviço o atendimento as necessidades atuais e futuras das comunidades e demais partes interessadas, comprometidos com : a valorização do Ser Humano, saúde, segurança e ética profissional e buscando a melhoria contínua de nosso trabalho.
EQUIPE
• ALCIMAR MARTINS RIBEIRO - Guarda de Endemias
• ALDEMIR LEITE DE ANDRADE - Técnico de laboratório
• EDUARDO FARAJ DALMAS - Guarda de Endemias
• GLAUBER ROCHA - Guarda de Endemias
• JOSE LUIS DA SILVA - Guarda de Endemias
• LUIZ CARLOS VIEIRA DE BARROS - Agente de Saúde Publica
• MARCELO CELESTINO DOS SANTOS - Guarda de Endemias
• MARCELO JOSÉ DAS NEVES PEREIRA - Guarda de Endemias
• MARCOS NUNES DO NASCIMENTO - Guarda de Endemias / Biólogo
• MARIA STELLA BARROS DE SOUZA - Guarda de Endemias
• MÁXIMO DA FONSECA FILHO - Guarda de Endemias
• MOACYR ANTUNES MACHADO - Guarda de Endemias
• REGINALDO LUIZ DOS S. REGO - Guarda de Endemias
• RENATO CARVALHO DE ANDRADE - Guarda de Endemias
• RICARDO JOSÉ - Guarda de Endemias
• ROBERTO COSTA PERES - Guarda de Endemias
• ROGÉRIO DE MOURA TAVARES - Guarda de Endemias
• ROSILENE LUCAS JARDIM - Guarda de Endemias
• SERGIO PEREIRA CUNHA - Técnico de laboratório
• SIDINEI DA SILVA SOARES - Técnico em Saúde / Biólogo
• WALLACE FRANCISCO DE OLIVEIRA SILVA - Laboratorista / Biólogo
CONTATO
Endereço: Prédio da Expansão da Fundação Oswaldo Cruz, sala 109. Avenida Brasil, nº 4036 - Maguinhos - Rio de Janeiro.
E-mail - vigambiental@saude.rj.gov.br
Telefones - (21) 3882-9012 / (21) 3882-9013
PROJETOS
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• Planejamento das Capacitações Visando o Projeto De Implantação da Rede Hierarquizada de Insetos Vetores
• Projeto de Implantação da Rede Hierarquizada de Monitoramento de Anofelinos no Estado do Rio de Janeiro
• Projeto de Implantação da Rede Hierarquizada de Monitoramento de Flebotomineos no Estado do Rio de Janeiro
• Projeto de Implantação da Rede Hierarquizada de Monitoramento de Insetos Vetores no Estado do Rio de Janeiro
• Protocolo de Estudos para Monitoramento e Identificação de Insetos Hematófagos de Importância Epidemiológica em Áreas de Preservação Ambiental (Parques e Reservas Florestais, Zoológicos e Áreas de Concentração de Aves Migratórias) do Estado do Rio de Janeiro
ENTOMOLOGIA
É parte da zoologia que estuda os insetos, sua biologia, sistemática, comportamento e relações com o meio.
De modo esquemático, podemos dividir a Entomologia em Científica, Aplicada e Industrial.
Definições e divisões da entomologia
Entomologia Científica se ocupa da pesquisa pura e compreende :
• Morfologia - estuda a estrutura do corpo dos insetos;
• Fisiologia - estuda as funções dos órgãos dos insetos;
• Ecologia - estuda os hábitats e as relações dos insetos com o meio;
• Sistemática - estuda a classificação e a identificação dos insetos.
Podemos ainda incluir : Genética de insetos, embriologia e entomologia paleontológica.
Entomologia Aplicada se ocupa do estudo dos insetos que possam atingir diretamente o homem ou as suas propriedades e compreende:
• Entomologia Médica - estuda insetos transmissores de doenças;
• Entomologia Veterinária - estuda insetos transmissores de doenças a animais domésticos;
• Entomologia Agrícola - estuda os insetos-pragas, seu controle químico ou biológico.
Entomologia Industrial se ocupa do estudo da produção, exploração e comercialização de produtos úteis fornecidos pelos insetos, como a seda, o mel, a cera, a laca e o carmim.
Entomologia em Saúde Pública
È parte da entomologia responsável pelo estudo da transmissão e dispersão de várias doenças, transmitidas por vetores que afetam saúde e a qualidade de vida do homem.
INSETOS X HOMEM
Quando o homem surgiu sobre a face da terra, ainda mal diferenciado dos antropóides, os insetos apresentavam-se altamente especializados e evoluídos, mercê de uma enorme anterioridade de vida sobre o planeta. Isto explica a razão da prática invencibilidade dos insetos, face aos esforços fabulosos que a humanidade tem empregado, desde mais remotas era, a fim de livrar-se do ataque dos insetos, devastando colheitas, danificando alimentos, habitações, vestuários, sugando o nosso sangue e transmitindo doenças.
São os insetos os mais temíveis e implacáveis concorrentes do homem no usufruto e domínio da terra.
A relação inseto x homem pode ser classificada em dois grupos gerais, como : os benéficos e os nocivos.
Alguns insetos podem ser considerados neutros devido ao seu pequeno número, seus efeitos diretos não são sentidos pelo homem.
O homem beneficia-se dos insetos de muitas maneiras, como : os insetos fornecem-nos mel e cera de abelha, seda e muitos outros úteis. Muitas espécies são parasitas ou predadoras e, assim, importantes na manutenção das espécies-pragas sob controle; outras, auxiliam no controle de plantas nocivas e outras ainda consomem os restos putrefeitos e tornem o mundo um pouco mais agradável. Os insetos são o único ou o principal alimento de muitas aves, peixes e outros animais. Algumas espécies são usadas no tratamento de certas moléstias.
Os estudos dos insetos tem auxiliado os cientistas a resolver muitos problemas de hereditariedade, evolução, sociologia, poluição dos rios e de outros setores como também valor estético, artistas, modistas e desenhistas têm usado a sua beleza.
Por outro lado, muitos insetos são nocivos ou destrutivos. Atacam muitas plantações, incluindo plantas de valor para o homem e usam-se como alimento, prejudicam ou matam-nas, ou nelas introduzem moléstias. Atacam as propriedades do homem, incluindo sua casa, roupas e alimento armazenado e os destroem, danificam ou contaminam. Atacam o homem e os animais e são desagradáveis devido a sua presença, odores, picadas e ferroadas e muitos são agentes de transmissão de algumas das mais sérias moléstias que afligem o homem e os animais.
INSETOS X MEDICINA HUMANA
Na saúde humana, diversos insetos atuam como vetores de agentes infecciosos, como por exemplo: malária, Doença de Chagas, filarioses, oncocercose e leishmanioses. Para ter-se uma noção do impacto e importância destas enfermidades humanas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) dentro das oito doenças que mais afetam a população mundial atualmente, as cinco citadas encontram-se incluídas. Completando este grupo, incluiríamos amebíase, hanseníase e tuberculose.
Como agentes espoliadores, estressantes e/ou vetores de agentes infecciosos humanos temos moscas, mosquitos, pulgas, piolhos e barbeiros, respectivamente, Ordens Díptera (Sub-ordens Cyclorrapha e Nematocera), Siphonaptera, Anoplura e Hemíptera (Sub-ordem Reduviidae).
INSETOS X SAÚDE
Os insetos e a transmissão de doenças
A crença de que os insetos surgiam espontaneamente da podridão dos pântanos, da lama, do esterco e da madeira vigorou durante um longo período histórico. Esta idéia só foi abalada com as experiências de Francisco REDI (1626-1697), quando provou que as larvas encontradas na carne putrefata originavam-se de ovos que haviam sido depositados pelas moscas.
Frederico-Cristiano LESSER (1692-1754), relatou que a morte de Tito, imperador romano, foi causada por uma mosca que lhe entrara pelo nariz, ocasionando-lhe terríveis dores de cabeça. Este fato sugere que Tito foi vítima de grave miíase nasofaringeana.
Os antigos já tinham conhecimento de que algumas doenças estavam relacionadas com a presença de insetos, mas a causa sempre era atribuída aos ambientes imundos onde supostamente estes artrópodes recolhiam as enfermidades. A comprovação experimental da transmissão de agentes patogênicos por insetos só foi confirmada há pouco mais de cem anos.
Em 1881, o médico cubano Carlos Finlay, comprovou que o Aedes aegypti é o transmissor da febre amarela e em 1902 verificou-se que o vírus da dengue também é transmitido por este mosquito, que foi introduzido nas Américas durante a colonização.
A primeira epidemia de febre amarela ocorreu no Recife, em 1685, logo no ano seguinte esta doença causou 900 óbitos na Bahia.
Atualmente o Aedes aegypti ainda convive com o homem em muitos centros urbanos e é responsável pelas repetidas epidemias de dengue em diversas cidades.
Em 1986, foi introduzido no Rio de Janeiro o Aedes albopictus, outro mosquito exótico envolvido com a transmissão da febre amarela e dengue. A espécie é natural da Índia e dispersou-se rapidamente na maior parte do Território Nacional, com ampla distribuição no Rio Grande do Sul.
O Aedes albopictus é conhecido como mosquito tigre-asiático e pode viver no meio silvestre, em áreas rurais, assim como, no meio urbano ou periurbano. Parece que esta espécie veio para se estabelecer de forma definitiva na região Sul do Brasil.
Objetivos do Controle dos Mosquitos são :
• Priorizar ações de manejo ambiental que resultem na redução do número de mosquitos com necessidade mínima de usar inseticidas;
• Incentivar uma consciência coletiva sobre a importância e os procedimentos necessários para um controle eficiente dos mosquitos;
• Realizar avaliações do ataque de adultos e o levantamento de focos de larvas para dimensionar as áreas que necessitam de ações prioritárias de manejo e para verificar a necessidade de aplicação de larvicidas;
• Conhecer a biologia e as bases ambientais que influenciam na flutuação populacional dos mosquitos;
• Incentivar a eliminação de focos de criação de mosquitos em áreas particulares e manter a integridade biológica dos ambientes de conservação permanente dos municípios.
Noções sobre Mosquitos
Ao longo do tempo, os mosquitos têm ocupado uma posição de importância como praga da humanidade. O efeito sobre a saúde e o bem estar do homem, do desconforto e a irritação causada pela picada é pouco, quando os vemos como transmissores de doenças para milhões de pessoas a cada ano. Estas doenças incluem malária, febre amarela, a dengue, a filariose.
Posição dos Mosquitos na Escala Zoológica
São invertebrados, tendo como características apêndices articulados que lhes dão movimento (do grego arhro = articulação, podos = pés) e um esqueleto externo, resistente e impermeável, impregnado de quitina (acetato de polissacarideos), o qual protege e sustenta os órgãos internos.
Estas características os colocam no Ramo Artrópode, e a presença de 3 pares de pernas na classe INSECTA, por possuirem 1 par de asas pertencem a ordem DIPTERA, e a família CULICIDAE pela presença de escamas nas asas e tromba picadora-sugadora duas vezes maior que a cabeça. Os gêneros mais conhecidos, de importância epidemiológica, são : CULEX, AEDES E ANOPHELES que englobam as espécies mais comuns.
No gênero Culex encontramos o mosquito que mais se adaptou ao ambiente criado pelo homem e o de maior incidência no Município do Rio de Janeiro : a espécie Culex quinquefasciatus (o "pernilongo comum").
No gênero Aedes encontramos o mosquito que tem preferência por criadouros artificiais com água limpa sendo extremamente domésticos.
Ciclo Biológico
Os mosquitos passam por 4 fases distintas :
OVO - LARVA - PUPA - ADULTO
( 4 estágios)
As primeiras e fases (imaturas) ocorrem na água. A fase adulta é responsável pela reprodução e dispersão. As fêmeas (m) colocam seus ovos em locais com água paradas, que recebem o nome de criadouros ou focos. Nos criadouros, os ovos dão origem às larvas, que se transformam em pupas, que originam o mosquito adulto (fase alada).
O ciclo de vida, na fase aquática, dura cerca de 8 a 12 dias em função da temperatura, chuvas e umidade.
Ovo
Após a postura os ovos dos mosquitos são brancos, porém tornam-se escuros depois de uma ou duas horas.
A forma dos ovos varia de acordo com o gênero do mosquito.
O número de posturas depende de vários fatores, que incluem longevidade, a obtenção de alimentação sangüínea, etc.
No caso do gênero Culex a primeira postura que é maior, pode chegar até 400 ovos. Em média, uma fêmea realiza de quatro a cinco posturas ao longo da vida.
Algumas espécies de mosquitos depositam seus ovos isoladamente sobre a superfície da água (gen. Anopheles). Os ovos de anofelinos possuem flutuadores.
Mosquitos do gen. Culex colocam os ovos agrupados, formando conjuntos chamados "Jangadas" que flutuam sobre a água. Os espaços entre os ovos é preenchido pelo ar fazendo o conjunto flutuar. Já os do gen. Aedes colocam os ovos isoladamente, nas paredes de recipientes artificiais, próximos à d'água, no solo ou depressões, ou seja fora do meio líquido.
Neste último caso, os ovos necessitam de um período sem contato com a água (dessecação) para que possam amadurecer. O contato com a água após esse período origina uma eclosão imediata.
Larvas
A fase larval abrange e estágios de desenvolvimento que se completam mais ou menos rápidos em função, principalmente, da temperatura da água e da alimentação obtida. A passagem de um estágio para o seguinte ocorre por meio de troca de pele (exúvia), quando ocorre um aumento do corpo larvar. Esta é a fase de nutrição.
As larvas são essencialmente aquáticas e de grande mobilidade, utilizando-se de flexões abdominais e da propulsão gerada pelas escovas orais. Mergulham ante qualquer perturbação no líquido (sombra, ruído, etc.).
O corpo da larva é dividido em três partes distintas :
1 - Cabeça
2 - Tórax
3 - Abdômen
1 - Cabeça
Na cabeça distinguimos um par de antenas e atrás delas um par de "olhos" por dia, possibilitando a circulação da água com nutrientes. A alimentação consiste de pólem, algas microscópicas, detritos orgânicos, bactérias, protozoários e outros microrganismos.
2 - Tórax
O tórax é a partes mais larga do corpo, de forma globosa, contendo tufos de cerdas, de importância na identificação da espécie, por seu aspecto e posicionamento.
3 - Abdômen
O abdômen é alongado e dividido em 10 segmentos. O 8º segmento exibe o sistema respiratório, localizado lateralmente ou não, com um tubo respiratório ou sifão (curto ou longo) onde se encontram as aberturas espiraculares.
As larvas do gen. Anopheles não possuem sifão, sendo assim as aberturas ou fendas espiraculares se abrem direto no 8º segmento. É importante observar que as larvas apresentam respiração aérea e as trocas gasosas ocorrem em contato com o ar.
Pupas
Ao final do 4º estágio larval, o mais longo de todos, o organismo passa por acentuadas transformações tornando a forma de uma vírgula, pela fusão da cabeça com o tórax (cefalotórax) onde estão as trombetas respiratórias e olho pupal. No final do abdômen estão as paletas natatórias que possibilitam sua movimentação na água. Nesta fase de pupa apesar de bastante ativa, não se alimenta e sua duração é de 2 dias e, condições normais.
Momentos Mágicos - Transformações Marcantes
A saída do exemplar adulto constitui fase perigosa para a sobrevivência da espécie . Ao se aproximar esse momento a pupa sofre modificações, apresentando certa mudança de cor e acúmulo de ar. Este facilita a flutuação, o que permite o uso da exúvia pupal como local temporário de repouso. Durante tal período, fixa-se a cor definitiva da espécie e endurece-se o tegumento.
Admite-se que nessa ocasião, a proporção entre os sexos seja de aproximadamente 50% para cada um. Em geral o período larval é mais longo para as fêmeas, o que acarreta a emergência posterior destas em relação aos machos.
Mosquito adulto
É a fase de hábitos terrestres, da reprodução e dispersão.
A eclosão da pupa, para libertar o indivíduo adulto, constitui-se numa fase delicadíssima. Os movimentos aquáticos e os vários acidentes com chuva, são nocivos a esse processo e, freqüentemente, acarretam a morte do mosquito.
Os adultos apresentam o corpo dividido em 3 partes bem definidas :
1 - Cabeça
2 - Tórax
3 - Abdômen
1 - Cabeça
A cabeça tem a forma globular e além do par de olhos compostos (unidades-omatídios) apresenta um par de antenas, órgãos sensorial que percebe a presença de gás carbônico (CO2), calor, correntes aéreas, presença de água e vários obstáculos além de certa função auditiva.
As antenas são sede de dimorfismo sexual evidente. Pelos dos segmentos flagelados são mais longos e numerosos nos machos do que nas fêmeas.
Aparelho Bucal
A morfologia depende do hábito alimentar. No caso do mosquito o aparelho é do tipo picador, onde as peças sofrem profundas modificações no sentido de poderem perfurar os tecidos animais ou vegetais e conseqüentemente, sugarem sangue ou sucos. Tal especialização transforma o aparelho bucal num conjunto de 6 estiletes envolvidos por uma bainha representada pelo lábio.
2 - Tórax
O tórax é segunda parte do corpo. É formado por 3 segmentos :
1 - Protórax (inserido 1º par de patas)
2 - Mesotórax (2º par de patas)
3 - Metatórax (3º par de patas e 1 par de asas)
Além dos3 pares de patas e 1 par de asas, encontramos 1 par de balancins que são órgãos de equiíbrio.
3 - Abdômen
O abdômen, mais ou menos cilíndrico e formado por dez segmentos, sendo que o nono e o décimo são diferenciados para formação do aparelho reprodutor.
Além do órgão reprodução encontram-se também os órgãos de nutrição e excreção.
Abrigos
Após a emergência, os mosquitos geralmente procuram esconderijos onde possam permanecer em repouso durante o tempo que precede o inicio de suas atividades. Este primeiro tipo de abrigo está sempre situado nas proximidades dos criadouros e, compreende-se facilmente, pois nele encontra-se constantemente elevado número de machos aproximadamente equivalente ao de fêmeas. Esta informação é valiosa para o investigador de campo, pois o orienta no sentindo de encontrar os locais de criação das espécies que lhe interessam.
As características gerais desses ambientes são a pouca intensidade luminosa, a ausência de movimento do ar, e a presença de umidade. Tais condições são, via de regra, oferecidas pela vegetação como os arbustos, as folhagens, das raízes, os troncos ocos, embaixo de pontes, de pedras, cavernas, escavações em porões, em fossas, caixas d'água, pneus, marquises, etc...
A outra modalidade de abrigo vem a ser aquela que os mosquitos procuram após realizar p repasto sangüíneo. Ali eles permanecem em inatividade, digerindo o sangue ingerido. Neste local predominam as fêmeas. Este comportamento tem grande importância na avaliação do poder transmissor de moléstias. Dois aspectos devem ser considerados :
1 - Onde e qual o animal que o mosquito escolhe para picar.
2 - Quais as situações que ele elege para passar as horas do dia e as horas da noite.
O principal fator na escolha do abrigo é a luz.
Fecundação
Os machos emergem primeiro das pupas, permanecendo próximo ao criadouro e fecundando as fêmeas assim que eles nascem. Portanto, a fecundação ocorre, de uma maneira geral, no mesmo, no mesmo dia da eclosão.
Uma fecundação pelo macho, geralmente é suficiente para fertilizar todas as posturas de uma fêmea. Os espermatozóides ficam armazenados em bolsas situadas no abdômen da fêmea (espermatecas).
Atividades
Os mosquitos podem ser classificados de acordo com o período em que se mostram ativos, em diurnos, crepusculares e noturnos. na primeira categoria podem ser incluídos os Sabethini e alguns Aedes e Psorophora, enquanto que a maioria dos Anopheles e Culex podem ser citados como exemplos das outras duas.
Costuma-se considerar como período de atividade o que corresponde ao período de hematofagia, também conhecido como horas de sugar ("time biting"), ou seja, aquele em que os mosquitos que sugam durante o dia também copulam e ovipõem nessas horas, mas deve-se ter cuidado em torná-la como regra.
A alimentação sangüínea é indispensável para o desenvolvimento dos ovários.
Anatomia geral dos insetos
COLETA DE CARRAPATOS E PULGAS
A coleta de carrapatos deve ser feita nos hospedeiros e no ambiente para uma ampla análise epidemiológica.
A coleta de pulgas pode ser feita somente no hospedeiro.
Coleta no hospedeiro: Os carrapatos devem ser coletados por torção contínua em torno do próprio eixo (rodar o carrapato), o que facilita o desprendimento sem deixar partes do aparelho bucal fixados à pele.
Pulgas são coletadas pela catação direta, sobre a pele do hospedeiro.
Coleta no ambiente:
- Arrasto: Pano de cor clara (preferencialmente flanela branca), medindo aproximadamente 1,5 x 1,0 m. Passar um pano por área examinada. Dobrar o pano e fecha-lo em saco plástico sem perfuração. Coletar os carrapatos do pano, em uma mesa ou bancada, com auxílio de pinça ou bomba de sucção a vácuo.
- Armadilha de gelo seco: Fazer uma pequena cova, de tamanho suficiente para conter, aproximadamente, 500g de gelo seco. Cobrir tudo com uma flanela branca (1,0 X 1,0 m). Deixar a armadilha montada de 1 a 2 horas. Dobrar o pano e fecha-lo em saco plástico. Coletar os carrapatos do pano, em uma mesa ou bancada, com auxílio de pinça ou bomba de sucção a vácuo.
Uma outra forma de se utilizar essa armadilha é colocando o gelo seco sobre a flanela, coberto com um pequeno isopor perfurado.
Devemos observar que a coleta de carrapatos e pulgas é atividade de risco para o coletor, que se expõe ao vetor. Portanto, recomenda-se a utilização de EPI: macacão, preferencialmente de cor clara, fechado, com manga comprida e punho fechado; botas de cano alto, preferencialmente de cor clara; e meias compridas por cima do macacão. A cada período de meia hora toda a roupa deve ser examinada para a presença de vetor.
A coleta de carrapatos com armadilha de gelo seco é muito útil em áreas onde torna-se difícil a utilização do arrasto, como mata densa, mas esta técnica não é eficiente para coleta de larvas.
A coleta dos carrapatos na flanela pode ser feita com fita adesiva transparente. Entretanto, o carrapato aderido à fita presta-se apenas para identificação, não podendo ser utilizado para pesquisa de bioagentes ou depositado em coleções. Além disso, larvas e ninfas devem ser montadas, entre lâmina e lamínula, para a identificação, o que ficaria inviável quando coletadas com fita adesiva.
TRANSPORTE DE CARRAPATOS E PULGAS
Os carrapatos e pulgas coletados podem ser transportados vivos, em frasco plástico, preferencialmente transparente, hermeticamente fechado e devidamente identificados. O transporte de material vivo deve ser utilizado quando da entrega rápida (de 24 a 36 horas após a coleta) no CEPA/RJ, ou no Lab. de Ixodides (Lab. de referência).
Os carrapatos e pulgas podem ser coletados e fixados em Isopropanol P.A. (álcool isopropílico puro) no momento da coleta. Os espécimes assim fixados devem ser enviados ao CEPA/RJ ou ao Lab. de Ixodides, em frascos plástico fechado e identificados.
O transporte do material deve ser acompanhado das respectivas fichas de coleta.
2006-10-02 13:41:04
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