Não sei quem é este Renato Rebelo nem o que ele escreveu,
apenas li uma das respostas sobre está pergunta!
Como pode se ignorar tanta falcatrua, por parte de integrantes
do PT.
Quantos presidentes do Pt foram afastados?
O que foi o mensalão?
Dolares na cueca?
Vem um cara deste escrever asneira, deve ser petista?
Quanto a pesquisa o PT acusava 2004 o Ibope
e o data folha!
Nas urnas haverá a resposta do povo!
Maio de 2005
114.05.2005 A revista Veja chega às bancas de jornal. Traz a reportagem “O homem-chave do PTB”. Transcreve trechos de uma fita de 114 minutos de duração, filmada e gravada por dois homens. O interlocutor deles, Maurício Marinho, chefe do departamento de contratação e administração de materiais da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), não sabe que uma câmara oculta registrava todas as suas palavras.
continua215.05.2005 Os telefones de Brasília não param de tocar. Auxiliares do presidente Lula, nervosos, conversam com líderes da base aliada. De outro lado, o PTB cobra apoio a Roberto Jefferson. Quer solidariedade do governo. A mesma que recebeu o ministro José Dirceu (PT-SP), em fevereiro de 2004. Na época, uma outra fita de vídeo captou imagens e a conversa do assessor e braço direito de Dirceu, Waldomiro Diniz. Ele pedia propina a Carlinhos Cachoeira, um empresário do jogo. Em troca, oferecia facilidades em negócios com o governo do Rio de Janeiro.
continua316.05.2005 O ministro José Dirceu (PT-SP) concede entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura. Afirma: o governo Lula “não rouba, não deixa roubar e combate a corrupção”. Rebate insinuações de fisiologismo:
continua417.05.2005 Os principais jornais do país destacam a atividade da oposição que defende a instalação de uma CPI para investigar denúncias de corrupção nos Correios. Para o jornal O Estado de S. Paulo, em editorial, “o governo tem escassas condições morais para enfrentar às últimas conseqüências o novo escândalo na área federal”. O jornal sustenta que “dos 6 mil cargos de confiança cujos titulares o próprio governo admite já ter substituído – de um total disponível superior a 20 mil –, os jeffersonianos foram contemplados com cerca de 2 mil”.
continua518.05.2005 Novos trechos da fita em que Maurício Marinho revela a corrupção nos Correios são publicados nos jornais. O funcionário envolve a Novadata, do empresário Mauro Dutra, o Maurinho, amigo de Lula e que já atuou como arrecadador de dinheiro para campanhas do PT. A empresa, especializada em informática, fornece computadores para o governo federal. Marinho refere-se a uma operação para favorecer a Novadata em licitação. Eis o diálogo, que começa com o interlocutor que gravava a conversa:
continua619.05.2005 O governo Lula põe em prática estratégia para tentar barrar a CPI. Os repórteres especializados na cobertura política de Brasília noticiam uma operação para abafar o caso. A tática:
continua720.05.2005 Enquanto caminha por um dos corredores do Palácio do Planalto, em Brasília, em direção a uma solenidade oficial, Lula é abordado por jornalistas. Os repórteres querem saber se a CPI dos Correios preocupa. Diz o presidente, sorrindo:
continua821.05.2005 A revista Veja traz nova denúncia. Com o título “Mesada de R$ 400 mil para o PTB”, a acusação de que Lídio Duarte, o presidente do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), uma estatal federal, vinha sendo pressionado a entregar R$ 400 mil por mês ao PTB. Segundo Veja, um corretor de seguros, Henrique Brandão, agindo em nome do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), exigiu a quantia do presidente do IRB.
continua922.05.2005 O ministro Márcio Thomaz Bastos anuncia a abertura de inquérito na Polícia Federal para investigar denúncias de corrupção no IRB. Faz parte da estratégia de esvaziar a CPI. O governo quer convencer parlamentares e a opinião pública de que toma as providências necessárias. Não quer uma apuração política em âmbito do Congresso Nacional. Afirma o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP):
continua1023.05.2005 O governo alega excesso de arrecadação para anunciar aumento de R$ 773 milhões nos gastos da União. E faz chegar aos ouvidos dos parlamentares, com esperteza, a promessa: R$ 200 milhões vão para emendas ao orçamento. Para beneficiar, claro, as bases eleitorais de deputados e senadores. Recado mais direto, impossível: haverá recursos, mas apenas para aqueles cujos nomes estiverem fora do requerimento de criação da CPI.
continua1124.05.2005 A Folha de S.Paulo defende, em editorial, a instalação da CPI dos Correios. E publica, em mais de meia página, os nomes dos deputados e senadores que assinaram o pedido de criação da comissão de investigação.
continua1225.05.2005 Em sessão tumultuada, o Congresso cria a CPI dos Correios. 236 deputados e 52 senadores assinaram o requerimento que autoriza a investigação, bem mais do que o número mínimo necessário, 171 deputados e 27 senadores. A derrota do governo é expressiva porque 14 deputados e um senador do PT votaram pela instalação da comissão. Está aberta uma crise no partido do presidente Lula.
continua1326.05.2005 Outra empresa na área de influência do PTB vai parar nos jornais. A Folha de S.Paulo publica que a Eletronuclear, uma subsidiária da Eletrobrás, recomendou a contratação da corretora Assurê Corretagem de Seguros. É a empresa de Henrique Brandão, o amigo de Roberto Jefferson, escolhida para intermediar um seguro de US$ 3,6 milhões das Usinas de Angra 1 e 2, em 2004. O jornal afirma que o negócio rendeu US$ 360 mil para Brandão.
continua1528.05.2005 A revista Veja traz depoimento do líder do governo Lula no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN). A história é reveladora. O senador queria emplacar um afilhado político, Ezequiel Ferreira de Souza, no cargo de diretor de tecnologia dos Correios. Mas de nada valeram os compromissos e as promessas, ou o esforço de Bezerra. O caso envolve também um personagem importante da crise, o secretário-geral do PT, Silvio Pereira. Diz o senador:
continua1629.05.2005 Lula volta de viagem à Ásia. Faz reunião de emergência para discutir formas de controlar a CPI. Fontes do Palácio do Planalto informam: o governo desistiu de tentar barrar a comissão com obstruções e medidas protelatórias. A partir de agora, a estratégia é conter as investigações, restringindo-as aos Correios.
continua1730.05.2005 O Jornal Nacional, da TV Globo, divulga informações da CGU (Controladoria-Geral da União), que descobriu um contrato fraudulento de R$ 8 milhões para os Correios comprarem 1.500 cofres. Foi Maurício Marinho quem fez o “acerto”. Os cofres são menores do que os previstos no contrato. Em troca, teria havido um “desconto”. São suspeitos outros processos de compra, para medicamentos e uniformes, assim como contratos ligados aos serviços da rede postal noturna.
continua1831.05.2005 Descontrolados com notícias que não param de pipocar, deputados e senadores da “tropa de choque” do governo mudam de tática. A ordem agora é “matar” a CPI na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), um órgão da Câmara dos Deputados. Ali o Palácio do Planalto acha que dispõe de votos para frustrar a CPI, declarando-a inconstitucional.
continua191.06.2005 A imprensa volta a noticiar os subterrâneos do poder. As estatais Furnas Centrais Elétricas e Infraero indicaram, de forma suspeita, negócios a ser intermediados pela corretora de seguros Assurê, de propriedade de Henrique Brandão, o amigo do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Brandão aparece associado à corretora norte-americana Acordia. A notícia é da Folha de S.Paulo.
continua
Junho de 2005
191.06.2005 A imprensa volta a noticiar os subterrâneos do poder. As estatais Furnas Centrais Elétricas e Infraero indicaram, de forma suspeita, negócios a ser intermediados pela corretora de seguros Assurê, de propriedade de Henrique Brandão, o amigo do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Brandão aparece associado à corretora norte-americana Acordia. A notícia é da Folha de S.Paulo.
continua213.06.2005 As manchetes de jornais chocam a opinião pública. “Operação abafa da CPI custa R$ 400 milhões”, afirma a Folha de S.Paulo. “Contra a CPI, Palocci abre cofre”, escreve O Estado de S. Paulo. Na Folha, a informação de que “os líderes governistas estão fazendo listas de deputados fiéis para ter suas emendas pagas”. A operação vai liberar a dinheirama das emendas parlamentares para beneficiar redutos eleitorais dos aliados do governo.
continua224.06.2005 Mais um petardo contra o presidente do PTB. A revista Época estampa, na capa: “O laranja de Roberto Jefferson”. Conta a história do dono de uma pequena sorveteria de beira de estrada, em Cabo Frio (RJ). Foi motorista, segurança e funcionário de gabinete do deputado Jefferson (RJ).
continua235.06.2005 Divulgada pesquisa Datafolha. Levantamento nacional mostra que, num período de um ano, dobrou de 32% para 65% o percentual de brasileiros que acreditam que haja corrupção no governo Lula. E 88% apóiam a criação da CPI dos Correios.
continua246.06.2005 Entrevista-bomba de Roberto Jefferson. O deputado denuncia para a Folha de S.Paulo, pela primeira vez, a história do mensalão. O Brasil não será mais o mesmo. “PT dava mesada de R$ 30 mil a parlamentares, diz Jefferson”, é a manchete de primeira página. A entrevista, concedida à jornalista Renata Lo Prete, põe Brasília em polvorosa.
continua257.06.2005 Acuado, Lula muda novamente de estratégia. Ordena ao PT que apóie a CPI dos Correios e, mais do que isso, se some à iniciativa de criar a CPI do Mensalão. O governo não diz, mas analisa que uma segunda comissão acabará tirando o foco da primeira. Supõe que os trabalhos ficarão dispersos e o processo como um todo confundirá a opinião pública. Em sua ofensiva, Lula determina a demissão de diretores do IRB, dos Correios e solicita ao PT o afastamento do tesoureiro Delúbio Soares.
continua268.06.2005 O tesoureiro Delúbio Soares, com um broche do PT no peito, concede entrevista. Fala a um batalhão de jornalistas. Não convence. Apesar de orientado por advogados e pela cúpula do PT, Delúbio é patético. Nervoso, usa frases de efeito, vazias, evasivas, e não responde a parte das perguntas. Por fim é salvo pelo presidente do partido, José Genoino, que encerra a entrevista. Antes, os repórteres já haviam sido impedidos de retrucar e questionar as respostas do tesoureiro.
continua279.06.2005 O Congresso instala a CPI dos Correios. O deputado Sandro Mabel (PL-GO) nega ter proposto à deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO) para que deixasse o partido de oposição e ingressasse na base aliada do governo, em troca de uma mesada de R$ 30 mil e um bônus de R$ 1 milhão, no final do ano. Dois parlamentares apontam Mabel como o autor do assédio à deputada. O caso foi relatado pelo governador Marconi Perillo (PSDB) a Lula.
continua2810.06.2005 A Abin (Agência Brasileira de Inteligência, vinculada ao governo federal) divulga nota oficial para explicar que o recém-afastado presidente dos Correios, João Henrique Souza Almeida, integrante da cota do PMDB no governo Lula, vai ser intimado a depor e poderá responder a processo por prevaricação e improbidade administrativa. Motivo: antes do escândalo nos Correios vir a público, Almeida recebeu prazo para afastar Maurício Marinho da estatal e relatar à Polícia Federal atividades supostamente ilícitas do funcionário. Não o fez. A Abin informa que havia infiltrado agentes entre empresários descontentes, por ter sido informada da ocorrência de fraudes em licitações nos Correios.
continua2911.06.2005 Nova gravação clandestina com diálogos mantidos por Maurício Marinho chega à imprensa. Desta vez, são divulgadas na Folha de S.Paulo. Investigações sugerem disputas comerciais como causa das escutas. As conversas revelam tentativas de extorquir empresários que desejam firmar contratos para fornecer bens e serviços aos Correios.
continua3012.06.2005 Nova entrevista do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) à repórter Renata Lo Prete, da Folha de S.Paulo. Traz denúncias contra o governo Lula, auxiliares do presidente, integrantes da base aliada no Congresso, membros do PT. E introduz um novo personagem no cenário político nacional, até aqui desconhecido de todos aqueles que não freqüentavam os escaninhos do poder em Brasília: o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Jefferson explica a origem do dinheiro do mensalão:
continua3113.06.2005 O presidente do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), vai à forra. Depois de acusado por Roberto Jefferson (PTB-RJ) de envolvimento no escândalo do mensalão, trata de disparar contra o oponente. Para Valdemar, Jefferson quer “tomar dinheiro” de alguém. Diz duvidar da doação de R$ 4 milhões do PT ao PTB, em 2004. Motivo: o PTB está “cheio de cargos no governo”, e “ajudando um monte de empresários”. Palavras de Valdemar:
continua3214.06.2005 O Brasil pára a fim de ver e ouvir o depoimento do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. A sessão dura quase sete horas, entre a fase de depoimento e os debates. Provoca um terremoto político. Repleto de acusações, declarações contundentes e ironias, o depoimento de Jefferson reafirma denúncias feitas à Folha de S.Paulo. E vai além: a confissão e o testemunho do deputado comprometem, e muito, o governo Lula. Sobre o mensalão:
continua3315.06.2005 O governo conquista o comando da CPI dos Correios. Nomeia dois aliados para os cargos principais da comissão: o presidente será o senador Delcídio Amaral (PT-MS), e o relator o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Serraglio tem ligações com José Dirceu. Apoiou a candidatura do filho do ministro, José Carlos Becker (PT), à Prefeitura da cidade paranaense de Cruzeiro d’Oeste.
continua3416.06.2005 Demite-se do cargo o ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT-SP). Considerado a face do PT no governo, chegou a ser o mais poderoso ministro de Lula. Perdeu força em fevereiro de 2004, em conseqüência do escândalo Waldomiro Diniz. Com as denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), fica sem condições de permanecer no governo. Sai contrariado. Volta à Câmara para exercer mandato de deputado federal por São Paulo.
continua3517.06.2005 A imprensa noticia que dois diretores indicados pelo PT e afastados como os demais da cúpula dos Correios, em razão das irregularidades ocorridas na estatal, já estão novamente nomeados nos Correios, uma semana depois de terem sido oficialmente desligados da estatal. Eduardo Medeiros de Morais, afastado da diretoria de tecnologia, e Maurício Coelho Madureira, afastado da diretoria de operações, são agora os novos consultores dos Correios. Os salários: R$ 10.000,00 cada um, para trabalhar diretamente no gabinete da presidência da estatal. Depois da notícia, as nomeações são canceladas.
continua3618.06.2005 A revista Época traz a manchete de capa “Homem da Mala”. A reportagem, de Diego Escosteguy, traça um perfil de João Cláudio Genu, o chefe de gabinete do líder do PP na Câmara, deputado José Janene (PR). Genu é apontado como braço direito de Janene, e “principal executivo na operação do mensalão”. Época:
continua3719.06.2005 O programa Fantástico, da TV Globo, entrevista a publicitária Maria Christina Mendes Caldeira, ex-mulher do presidente do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP). Ela descreve conversas que ouviu do ex-marido, segundo as quais o governo de Taiwan fez uma contribuição ilegal para a campanha de Lula, em 2002. A transação teria sido intermediada por Valdemar e o tesoureiro Delúbio Soares. Diz Maria Christina:
continua3820.06.2005 O FMI (Fundo Monetário Internacional) divulga relatório em Washington com criticas ao Brasil. Afirma que o país limita o trabalho de autoridades fiscais e não avança no combate à lavagem de dinheiro, por deixar de exigir esforços maiores dos bancos contra a abertura de contas em nome de “laranjas”.
continua3921.06.2005 Em Luziânia (GO), durante solenidade, Lula classifica de “bobagens” e de “denúncias vazias” as acusações de corrupção no governo:
continua4022.06.2005 O STF (Supremo Tribunal Federal) determina ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que nomeie senadores para compor a CPI dos Bingos. Segundo a Folha de S.Paulo, o governo trabalha para impedir o funcionamento da comissão. Estrategistas do Planalto consideram a possibilidade de, mesmo indicados, integrantes da CPI não darem quorum e, assim, frustrarem propositadamente os trabalhos de investigação. Do jornal:
continua4123.06.2005 Mais um revés para o governo Lula, virtualmente paralisado em decorrência da avalanche de denúncias de corrupção e em meio a um debate inócuo e sem fim em torno das sempre debatidas reformas ministerial e política. Agora, o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, encaminha requerimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) solicitando a quebra de sigilo bancário do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. A medida se estende a algumas empresas das quais ele foi sócio. O motivo é uma suspeita de remessa ilegal de dinheiro para o exterior.
continua4224.06.2005 A cúpula da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) reúne-se com Lula em Brasília. Entrega uma carta ao presidente. Quer punição para todos os envolvidos em corrupção:
continua4325.06.2005 A revista Veja publica entrevista com Marcos Valério. Descreve que o empresário “tem passado os dias trancado com um batalhão de advogados e mergulhado em documentos e fitas de vídeo”, com a finalidade de esmiuçar o depoimento de Roberto Jefferson (PTB-RJ) à Comissão de Ética da Câmara.
continua4426.06.2005 A Folha de S.Paulo informa que o patrimônio de Marcos Valério subiu de R$ 3,8 milhões para R$ 6,7 milhões em apenas um ano, de 2002 para 2003, durante o primeiro ano do governo Lula. O jornal esclarece que praticamente todos os bens do empresário estão em nome dos filhos e da mulher, Renilda Santiago. O casal possui imóveis, carros de luxo e tem aplicações financeiras. A Folha descreve ganhos de Valério:
continua4527.06.2005 O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) concede entrevista à Rádio Solar, de Juiz de Fora (MG). Relaciona os escândalos do mensalão, dos Correios e das casas de bingo ao assassinato do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel (PT).
continua4628.06.2005 Fecha o cerco a Marcos Valério. A Polícia Federal analisa documentos apreendidos nos setores de contabilidade das empresas do empresário, mas não há registros de transações com gado ou cavalos. Valério mencionou negócios no setor pecuário como justificativa para saques em dinheiro, no valor de R$ 20,9 milhões, efetuados no Banco Rural. As investigações constataram novos números: durante o governo Lula, o patrimônio de Valério teria saltado de R$ 2 milhões para R$ 6,7 milhões.
continua4729.06.2005 Apesar da resistência da base aliada do governo Lula, o Senado instala a CPI dos Bingos. Na CPI dos Correios, os governistas trabalham contra a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Marcos Valério. Mas o esforço é em vão.
continua4830.06.2005 Roberto Jefferson no ataque. A Folha de S.Paulo publica novas acusações do presidente do PTB. Agora, um esquema de desvio de dinheiro engendrado na estatal Furnas Centrais Elétricas. A maracutaia envolveria o diretor de Engenharia da empresa, Dimas Toledo. Ele teria se reunido com Jefferson, na casa do deputado, em 13 de abril de 2005.
continua491.07.2005 O prefeito de Itaboraí (RJ), Cosme José Salles (PT), institucionalizou o próprio mensalão. Está na Folha de S.Paulo. Lei municipal de dezembro de 2004 estipula: o salário do prefeito deve ser equivalente a 0,5% da receita obtida pela cidade. Dá para imaginar o resultado. Em Itaboraí, município pobre, 70% da população não têm esgoto, 90% das ruas são de terra e a renda per capita é de R$ 202,29. Já o salário do prefeito petista... Em janeiro de 2005, R$ 28.978,00. Em fevereiro, R$ 27.562,00. Março, R$ 24.228,00. Abril, R$ 33.060,00. E, em maio, R$ 33.153,00.
continua
Janeiro de 2006
2331.01.2006 Desliga-se do PT Francisco Whitaker, integrante da Comissão de Justiça e Paz da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). “O PT foi um sonho que desmoronou”, resume Chico Whitaker, ao comentar o conteúdo da carta entregue por ele à direção do partido:
continua2353.01.2006 A CPI dos Correios investiga a relação entre a Petrobrás e o Instituto Florestan Fernandes, organização ligada ao PT. Suspeita-se de favorecimento. Em 2004, a estatal deu patrocínio de R$ 8,6 milhões à entidade. Entre os diretores do instituto, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do governo Lula no Senado; o senador Eduardo Suplicy (PT-SP); o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu (PT-SP); o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo Lula na Câmara; José Genoino (SP), ex-presidente nacional do PT; e Mônica Valente, mulher do ex-tesoureiro Delúbio Soares. O instituto recebeu R$ 4,1 milhões para implantar o Museu Afro-Brasil, e R$ 4,5 milhões para o Museu da Cidade, ambos em São Paulo. O patrocínio ocorreu durante o mandato da ex-prefeita Marta Suplicy (PT-SP).
continua2375.01.2006 A Folha de S.Paulo noticia que o Palácio do Planalto abriu licitação para comprar uma nova faixa presidencial. Em cetim verde-bandeira e amarelo-ouro, terá fios de ouro 18 quilates nas franjas e nos bordados, e revestimento à prova de água. A repórter Mônica Bergamo informa o valor da aquisição: R$ 38 mil. A faixa atual foi feita há 15 anos. É usada nas cerimônias de posse dos novos presidentes, a cada quatro anos.
continua2397.01.2006 A revista Veja revela uma nova conta secreta e milionária do publicitário Duda Mendonça, num banco de Miami. Foi descoberta por autoridades norte-americanas. O repórter Alexandre Oltramari relata o bloqueio da conta, depois que a filha de Duda, a publicitária Eduarda Mendonça, tentou sacar sem sucesso o dinheiro aplicado, e ordenar o fechamento da conta.
continua2419.01.2006 O Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo programa Fome Zero, muda parte de suas instalações para um prédio de três andares em Brasília. O aluguel do imóvel, no valor de R$ 124 mil mensais, já era pago há três meses, sem que o prédio fosse ocupado. O desperdício é ainda maior: avaliação feita pela Caixa Econômica Federal concluiu que o valor máximo do aluguel deveria ficar na casa dos R$ 60 mil. O contrato assinado tem 30 meses de vigência. No período, o governo vai despender R$ 3,7 milhões com a locação. O laudo da Caixa foi retirado do processo. O negócio poderia ter economizado R$ 1,9 milhão para os cofres públicos.
continua24210.01.2006 Depoimento à CPI dos Correios. Antonio Gustavo Rodrigues, presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda), afirma que o Ministério da Justiça lhe comunicou com atraso a existência da segunda conta do publicitário Duda Mendonça em Miami.
continua24311.01.2006 Os Correios decidiram pagar as despesas com advogados para defender 16 altos funcionários da empresa, investigados por irregularidades pela CPI dos Correios e pelo TCU (Tribunal de Contas da União). O assunto é destaque na Folha de S.Paulo. O repórter Raphael Gomide informa que a assistência jurídica, com “livre escolha” de advogados, sem licitação, poderá ser feita “com adiantamento de recursos”. Declaração de Marcos Sant’Aguida, diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Rio de Janeiro:
continua24412.01.2006 A CPI dos Correios descobre 25 pagamentos mensais, ao longo de dois anos, ao deputado João Herrmann Neto (PDT-SP). Ele é ligado à base de apoio do governo Lula. No total, as transferências ao parlamentar somaram R$ 79 mil, sempre por meio de depósitos bancários. Os primeiros pagamentos, a partir de março de 2003, foram de R$ 3.000,00. O mensalinho mereceu correção para R$ 3.800,00, e perdurou até o segundo trimestre de 2005, pouco antes de estourar o escândalo do mensalão. Procurado pela imprensa, Herrmann Neto prefere não se manifestar. Ele foi contra a criação da CPI dos Correios. Disse, na época:
continua24513.01.2006 A direção do PDT suspende as atividades do deputado João Herrmann Neto (PDT-SP). O empresário Antonio Augusto Leite Filho divulga nota e admite que Herrmann Neto atuou como defensor dos interesses da Beta, e cita como exemplo os esforços do deputado para viabilizar o projeto de pavimentação da BR-163, a Cuiabá-Santarém (PA).
continua24614.01.2006 A revista Isto É publica a reportagem “Peixe grande na rede do Ocean Bank”, para se referir a uma nova conta bancária secreta, cujo beneficiário seria o publicitário Duda Mendonça. Foi descoberta em Miami, nos Estados Unidos. De acordo com os repórteres Gilberto Nascimento e Osmar Freitas Jr., a conta guardaria cerca de US$ 2,2 milhões em nome de uma empresa não revelada. Teria sido a destinatária de uma remessa de US$ 400 mil em março de 2002, por meio da casa de câmbio Disk Line, com sede em São Paulo. Os doleiros Dario Messer e Helio Laniado teriam utilizado a casa de câmbio.
continua24715.01.2006 O jornal Folha de S.Paulo traz levantamento feito pela liderança do PFL no Senado. Mostra a coincidência entre o suposto fim do esquema do pagamento de mensalões e o aumento do número de derrotas do governo, nas votações de Medidas Provisórias pela Câmara dos Deputados. Durante a fase de ouro da distribuição de dinheiro do valerioduto, entre janeiro de 2003 e julho de 2004, o governo submeteu 92 Medidas Provisórias ao crivo dos deputados. Perdeu uma vez.
continua24816.01.2006 Técnicos da CPI dos Correios concluem serem R$ 23,9 bilhões os recursos suspeitos não identificados. A soma é o total da movimentação bancária atribuída a pessoas e empresas com suposto envolvimento no escândalo do mensalão. Integram o número bilionário os valores eventualmente desviados em irregularidades ocorridas em órgãos públicos da administração federal. Todos os R$ 23,9 bilhões dizem respeito a operações em bancos, das quais não constam as identificações dos nomes dos favorecidos nem tampouco dos responsáveis pelos depósitos.
continua24917.01.2006 Depoimento à CPI dos Bingos. O economista Paulo de Tarso Venceslau, expulso do PT em 1998, afirma que dirigentes do PT sabiam de esquema para a arrecadação de recursos por meio de caixa 2, desde 1995. Naquele ano, Venceslau enviou carta registrada em cartório ao presidente do partido, Luiz Inácio Lula da Silva. Denunciou que a empresa Cpem (Consultoria para Empresas e Municípios), ligada a Roberto Teixeira, compadre de Lula, agia de forma irregular em prefeituras administradas pelo PT. Era contratada sem licitação para fazer um trabalho baseado “em notas falsas e rasuradas”, visando aumentar a arrecadação dos municípios com ICMS. Cobrava comissão de 20% pelos serviços. Na década de 80, Lula morou de graça em imóvel de propriedade de Teixeira, em São Bernardo do Campo (SP).
continua25018.01.2006 A CPI dos Bingos decide quebrar os sigilos bancário, fiscal e telefônico de Paulo Okamotto, o presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Amigo do presidente, assumiu ter quitado a dívida de Lula junto ao PT, no valor de R$ 29.436,26. Mas não explicou detalhes do acerto. Suspeita-se que o dinheiro tenha vindo de caixa 2, do esquema de Marcos Valério.
continua25119.01.2006 Em depoimento à CPI dos Bingos, o motorista Éder Eustáquio de Macedo confirma que dirigiu o Omega blindado no qual viajaram Ralf Barquete, então secretário da Fazenda de Ribeirão Preto, Vladimir Poleto, outro assessor do prefeito Antonio Palocci (PT-SP), e as três caixas de bebida que conteriam dólares de Cuba destinados à campanha de Lula, em 2002.
continua25220.01.2006 O caso Cuba. O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Nelson Jobin, impede a CPI dos Bingos de usar informações obtidas com a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Roberto Carlos Kurzweil. O empresário é o dono da locadora de automóveis que cedeu o Omega para transportar as três caixas de bebida que conteriam dólares de Cuba para a campanha de Lula.
continua25321.01.2006 Mais uma denúncia contra Duda Mendonça. De acordo com reportagem da revista Veja, o publicitário, familiares dele e a sócia Zilmar Fernandes Silveira receberam ao menos US$ 15 milhões em cinco contas bancárias de uma agência do Bank of América, em Miami. “Tudo dinheiro de caixa 2”, escreve o repórter Marcio Aith.
continua25826.01.2006 O delegado de polícia Benedito Antonio Valencise, de Ribeirão Preto (SP), afirma ter provas documentais e testemunhais suficientes para concluir que houve desvio de dinheiro público e fraude nos serviços de limpeza pública em Ribeirão, durante a administração do prefeito Antonio Palocci (PT). Diz Valencise:
continua26028.01.2006 A revista Época publica levantamento acerca de operações supostamente fraudulentas envolvendo o Banco do Brasil. Transações com a BMF (Bolsa de Mercadorias e Futuros) teriam provocado perdas de R$ 30,9 milhões ao banco federal. Os dados estão em poder da CPI dos Correios. As operações foram feitas pelo doleiro Lúcio Funaro, conhecido por seu bom relacionamento no meio político. Ele tem ligações com a corretora Garanhuns, apontada como intermediária na transferência de R$ 6,5 milhões do caixa 2 do PT para o PL.
continua26129.01.2006 O jornal Folha de S.Paulo traz uma relação de providências importantes que a CPI dos Correios deixou de tomar, após sete meses de apuração do escândalo do mensalão. A reportagem de Rubens Valente e Fernanda Krakovics mostra que não foram quebrados os sigilos de todas as movimentações do Banco Rural e do BMG, o que teria permitido um acesso completo a operações conduzidas por ambas instituições.
continua26230.01.2006 O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim, suspende a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Paulo Okamotto, determinada pela CPI dos Bingos. A comissão havia decidido quebrar os sigilos em razão de Okamotto ter dito que pagou do próprio bolso a dívida de Lula junto ao PT, embora jamais tenha apresentado recibos ou documentos bancários que comprovassem o que dizia.
continua26331.01.2006 Depoimento à Polícia Federal. José Genoino (SP), ex-presidente nacional do PT, procura se eximir de responsabilidade por ter assinado, como avalista, empréstimos que o partido tomou junto ao Banco Rural e ao BMG. Afirma que seguiu “decisão conjunta do diretório nacional”, e que “os detalhes não foram tratados por mim”. Culpa o tesoureiro do PT:
continua2641.02.2006 Em depoimento à Polícia Federal, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirma que recebeu doação ilegal de R$ 75 mil para a campanha eleitoral de 2002. Veio de um esquema operado por Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas Centrais Elétricas. De acordo com Jefferson, Toledo levou a quantia pessoalmente a seu escritório político, em dinheiro vivo. O diretor da estatal federal só deixou o cargo em 2005, depois que o próprio Jefferson denunciou seu envolvimento no escândalo do mensalão.
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2006-09-26 14:20:17
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answer #6
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answered by Gilberto M 3
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