A imigração japonesa no Brasil começou no ínicio do século XX, como um acordo entre o governo japonês e o brasileiro, pois o Japão vivia desde o final do século XIX uma crise demográfica enquanto que o Brasil necessitava de mão-de-obra para a lavoura do café.
A população japonesa do Brasil está estimada em dois milhões e quinhentas mil pessoas, sendo a maior população nipônica fora do Japão. Do total, 12% são nascidos no Japão (issei) e o restante divido entre nissei (filhos de japoneses), sansei (netos), yonsei (bisnetos) e assim por diante. O uso do termo nikkei (日系) é, atualmente, mais adequado para se denominar os japoneses e seus descendentes.
O primeiro navio a aportar no Brasil com imigrantes japoneses foi o Kasato Maru, em 18 de Junho de 1908, no Porto de Santos. Trazia 165 famílias, que vinham trabalhar nos cafezais do oeste paulista.
Nos primeiros sete anos, vieram mais 3434 famílias(14 983 pessoas). Com o começo da I Guerra Mundial (1914), explodiu a imigração: entre 1917 e 1940, vieram 164 mil japoneses para o Brasil. 75% iam para São Paulo, visto que colônias e bairros japoneses eram comuns lá.
Cerca de 85% dos imigrantes japoneses tinham a pretensão de enriquecer no Brasil e retonar para o Japão. Todavia, o enriquecimento rápido em terras brasileiras era um sonho quase impossível de se alcançar. Os japoneses, em sua maioria, foram trabalhar nas plantações de café no interior de São Paulo e posteriormente no norte do Paraná. Outros foram trabalhar na exploração de borracha na Amazônia, ou nas plantações de pimenta no Pará, que eles próprios trouxeram, mas o grande destaque da imigração japonesa fica mesmo na cafeicultura. A maior parte dos japoneses eram camponeses pobres, oriundos das províncias do Sul e do Norte do Japão.
O imigrante japonês era visto com desconfiança por parte do governo brasileiro. O governo tinha preferência por imigrantes europeus e era evidente o preconceito contra os imigrantes de origem asiática. No final do século 19, grupos de imigrantes chineses foram impedidos de entrar no Brasil para dar preferência aos imigrantes italianos. Os primeiros grupos de japoneses encontraram no Brasil cultura, hábitos alimentares, religião, roupas, clima e paisagens completamente diferentes daquelas do Japão. A adaptação foi bastante sofrida e a grande maioria dos imigrantes tentaram de todas as maneiras retornar para o Japão, e foram impedidos pelo governo e fazendeiros, que lhes obrigava a cumprir o contrato e trabalhar nas fazendas de café. Assim, muitos japoneses fugiam das fazendas, faziam rebeliões contra os fazendeiros e se negavam a trabalhar.
Os problemas na imigração fizeram o governo brasileiro cancelar a imigração de japoneses. Porém, com a eclosão da I Guerra Mundial, os japoneses foram proibidos de imigrar para os Estados Unidos, eram mal-tratados na Austrália e no Canadá. O Brasil tornou-se um dos poucos países no mundo a aceitar imigrantes do Japão.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o fluxo de imigrantes japoneses para o Brasil cresceu enormemente. O governo japonês passou a incentivar a ida de japoneses para o Brasil, por diversos motivos: o campo e cidades japoneses estavam superlotados, causando pobreza e desemprego e o governo queria a expansão da etnia japonesa para outros lugares do mundo e também que a cultura japonesa fosse enraizada nas Américas, a começar pelo Brasil.
A maior parte dos imigrantes chegaram no decênio 1920-1930. Já não iam apenas trabalhar nas plantações de café, mas também desenvolveram o cultivo de morango, chá e arroz no Brasil.
Na década de 1930, o Brasil já abrigava a maior população de japoneses fora do Japão. Com o início da Segunda Guerra Mundial, a imigração de japoneses cessou por completo e só voltou a crescer com o seu término. Porém, o Brasil havia declarado guerra contra o Japão, e a imigração foi proibida. Os imigrantes já estabelecidos no Brasil passaram a ser perseguidos pelo governo brasileiro, o presidente Getúlio Vargas proibiu o uso da língua japonesa em território brasileiro e qualquer manifestação que simbolizasse a cultura japonesa era crime. Muitos imigrantes que viviam no litoral de São Paulo foram obrigados e se mudar para o interior do Estado, pois o governo do Brasil temia que o Japão pudesse atacar o país sendo ajudado pelos japoneses que estavam no litoral.
2006-09-24 17:12:14
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answered by Patricia M 4
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