O reinado do chamado homem de Piltdown durou mais de quatro décadas, desde a sua "descoberta" em 1911, mas há 50 anos as modernas técnicas de datação finalmente conseguiram desmascarar a fraude mais espetacular e influente (embora não necessariamente a mais bem bolada) da história da paleoantropologia. Curados da mania nacionalista que os levou a engolir a farsa, os britânicos relembram Piltdown desde a semana passada com uma exposição no Museu de História Natural de Londres. Para a maioria dos pesquisadores, a identidade do autor da fraude é caso encerrado - Charles Dawson, embora uma aura de mistério ainda circunde seus métodos, motivações e cúmplices.
Do ponto de vista dos estudos sobre evolução humana dos anos 60 em diante, o homem de Piltdown é uma bobagem tão descarada que é difícil acreditar como alguns dos melhores paleontólogos e antropólogos do planeta foram capazes de engoli-la.
No entanto, seja lá quem tenha preparado a farsa (para a maioria dos estudiosos do caso, essa pessoa e o próprio Dawson) teve o cuidado de se aproveitar dos preconceitos dos cientistas da época e das lacunas que povoavam o conhecimento sobre evolução humana de então. Basta dizer que só os fósseis mais recentes de hominídeos (a família a que pertencem todos os primatas mais próximos dos humanos modernos que dos grandes macacos) já tinham visto a luz do dia.
Dezenas de pessoas foram acusadas de envolvimento com a fraude, entre elas Teilhard de Chardin e ate o criador de Sherlock Holmes, Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), que vivia perto de Piltdown e mantinha contato com Dawson. A descoberta de um baú numa torre do Museu de História Natural de Londres levantou fortes suspeitas também contra Martin Hinton (1883-1961), assistente voluntário de Woodward na época dos achados.
Fósseis e ferramentas de pedra guardados no baú tinham a mesma cor amarronzada do material de Piltdown e haviam sido alterados com a mesma técnica usada por quem forjou o E. dawsoni. Hinton teria feito isso para ridicularizar Woodward, que não o ajudara a conseguir financiamento para continuar seu trabalho.
2006-09-22 06:43:28
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answer #1
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answered by Ipiovani 2
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Gostei das respostas.
2006-09-22 11:26:33
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answer #2
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answered by Silvia 3
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Era uma fraude.
Piltdown era um local arqueológico na Inglaterra onde entre 1908 e 1912 foram encontrados fósseis de humanos, de macacos e outros mamíferos. Em 1913 foi encontrado crânio com um maxilar de macaco e um dente canino semelhante aos humanos. Para resumir, os paleontologistas aceitaram a idéia de que tinha pertencido a uma única criatura que tinha o crânio humano e um maxilar de macaco.
Em 1953, o "homem" de Piltdown foi exposto como fraude: o crânio era moderno e o maxilar tinha sido encaixado.
2006-09-22 06:39:58
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answer #3
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answered by polyhedra 4
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O assim chamado Homem de Piltdown era formado por fragmentos de um crânio e de uma mandíbula recuperados nos primeiros anos do século XX de uma mina de carvão em Piltdown, uma vila perto de Uckfield, no condado inglês de Sussex. Especialistas da época afirmaram que os fragmentos eram restos fossilizados de uma até ali desconhecida espécie de homem primitivo. O nome latino de Eoanthropus dawsoni foi dado ao espécime.
2006-09-22 06:43:11
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answer #4
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answered by Anonymous
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