Quanto mais se multiplicam as evidências de que o aparato petista de poder - o partido, o Planalto e a administração aparelhada - está comprometido até a alma com a tentativa de desestabilizar a candidatura de José Serra ao governo paulista, com a divulgação de um “dossiê” comprado que o vincularia à máfia dos sanguessugas, tanto mais os hierarcas petistas, incluindo o presidente Lula, se aferram a uma linha de defesa à primeira vista convincente. Com a reeleição quase assegurada no primeiro turno, argumentam, o comando da campanha e os condutores da máquina palaciana não tomariam uma iniciativa de incerto custo-benefÃcio para o recandidato que, a esta altura, só quer saber de águas mansas até 1º de outubro. Daà o refrão: “A quem interessa tudo isso? Ao PT e ao presidente é que não.”
Além do mais, argumentam, seria um contra-senso disparar uma baixaria dessas contra um adversário que dificilmente deixará de ser o próximo governador de São Paulo e para quem os canais de comunicação do Planalto estavam desimpedidos. Em suma, por que pôr em perigo a eleição ao alcance de Lula, por causa da eleição perdida por Aloizio Mercadante? Na versão petista, a resposta soa singela: foi “uma estupidez inacreditável” de um punhado de tontos, à revelia dos operadores polÃticos de primeiro escalão e, mais ainda, do presidente. E este fecha o cÃrculo sacando da sempre oportuna teoria da conspiração: se a nós a crise não convém, só pode convir aos interessados em “melar o processo eleitoral”. Mas a realidade chã é que a toda hora aumenta o rol dos quadrilheiros do petismo, permitindo que se trace uma linha que avança das sombras para o centro visÃvel do sistema.
Começa com um filiado mato-grossense, especializado em arrecadação de fundos, Valdebran Padilha, e com o ex-policial Gedimar Passos, funcionário do orwelliano “dispositivo de tratamento de informações” da campanha. Depois emerge dos bastidores o versátil Freud Godoy, guarda-costas (há 17 anos) e parceiro de peladas do presidente. Em seguida, já na primeira liga, surge o fundador do PT e diretor licenciado do banco estatal catarinense, Jorge Lorenzetti, cuja fama de churrasqueiro escondia até então do público outras competências e um currÃculo estelar, ao menos pelos padrões do partido. Ao seu lado, mais um velho companheiro de Lula, o ex-sindicalista Oswaldo Bargas, segundo homem do então ministro da Previdência Ricardo Berzoini, atual presidente da legenda. Por uma entrada lateral, pisa no palco outro apparatchik, o diretor licenciado do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso.
Ele importa porque viajou a Cuiabá para convencer os mafiosos Darci e Luiz Antonio Vedoin a falar mal de Serra e do seu sucessor na Saúde, Barjas Negri, à IstoÃ. Antes da revelação de que Bargas e Lorenzetti tentaram emplacar as denúncias na revista Ãpoca, se acreditava no oposto - que partira dos Vedoins a oferta pressurosamente aceita pelo PT. Veloso foi também quem recolheu a maioria das peças do pÃfio “dossiê” contra os tucanos. A citação desses nomes faz cair a máscara da farsa de que a operação foi coisa de petistas periféricos e inacreditavelmente estúpidos. Mas o que levaria os verdadeiros e escolados arquitetos da torpeza a cometer tamanha barbeiragem? à de Esopo a fábula do escorpião que ferra o sapo que o leva à s costas na travessia de um rio. Ele sabia que com isso ambos se afogariam, mas fez o que fez porque é de sua natureza.
A trajetória do PT, desde a sua incepção no movimento sindical, mostra que é tÃpico de seus dirigentes e associados recorrer a quaisquer meios para destruir aqueles a quem marcaram, mesmo ao risco de serem atingidos, eles próprios - o que tende a acontecer quando não se tem senso de limites éticos, ou quando a transgressão sem freios, embora reconhecida como tal, é legitimada em nome de uma causa. Leonel Brizola enxergou isso quando disse que Lula seria capaz de “pisar no pescoço da mãe” para alcançar o que quer. Assim também a sua turma, com o seu emaranhado de vÃnculos, afinidades, parcerias e ganâncias que possibilitaram o aparelhamento orgânico do Estado nacional. Por isso chega a ser bizantino discutir se Lula sabe dos seus delitos antes ou enquanto são cometidos: ele sabe do que a sua gente é capaz, porque dela não se distingue. Nem no modus operandi nem nos fins.
Que sina: o lÃder mais popular da história nacional usa de sua fantástica popularidade para fazer do seu governo o jazigo da ética.
Lamentável.
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2006-09-21 18:41:15
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answer #2
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answered by Zé 7
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ENGOLE IMBECIL!!! kkkkkkkkkkkkkk
O candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra, afirmou hoje que o R$ 1,7 milhão apreendido pela Polícia Federal tem origem no governo. "Só pode ser do governo. É algum entendimento entre grupos privados e negócios do governo", afirmou ele, durante entrevista à rádio "Bandeirantes".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à "Rede Globo", afirmou hoje que não sabe de onde veio o dinheiro que seria usado para o dossiê nem o conteúdo do documento. Segundo Lula, o que aconteceu foi "imoral" e deve ser investigado a fundo. "Eu só quero apurar tudo e explicar a partir de um relatório e um veredicto final", acrescentou o presidente.
2006-09-21 18:46:57
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answer #3
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answered by basta de mentiras 6
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Beleza!!!.. tem mais gente nesta internet que pensa!!!!!
Eu ja estava de saco cheio de tantos anti-petistas doentes!!!
Isto é Falcatrua!!!.. e eles ja tem isto planejado desde 2004... (eu somente sabia da existencia de uma "bomba" mas não sabia o que era.. e escutei isto de um PeMeDeBista que acho que estava me convencendo a votar no partido dele, PMDB / PPS!!!)
uma frase legal, tirada do "Infeliz" (Tom Cavalcante):
"isto aqui não é pra amadores, é pra profissionais" (rs)
os caras dos partidos da direita não armam isto de uma semana pra outra.. eles armam a longo prazo..... são profissionais na malandragem politica... e quem paga o pato são os politicos honestos, digo, amadores....
2006-09-21 18:40:54
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answer #5
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answered by Anonymous
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