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O Catolicismo (de "católico", por sua vez do grego antigo καϑολικός, "universal") é um nome religioso aplicado a dois ramos do cristianismo. Em uso casual, as pessoas falam de "católicos" ou de "catolicismo", geralmente pretendem indicar os aderentes à Igreja Católica Romana. No entanto, no seu sentido geral (sem o C maiúsculo), o nome é usado por muitos cristãos que: acreditam que são os descendentes espirituais dos Apóstolos em vez de parte de uma sucessão apostólica física; celebram seus cultos de forma litúrgica; creêm em sacramentos como meios de graça; possui uma organização episcopal da Igreja, sendo exemplo disso os católicos romanos. O Credo dos Apóstolos, que diz "Eu acredito... na Santa Igreja Católica..." é recitado todas as semanas em milhares de igrejas cristãs.
No seu sentido mais estreito, o termo é usado para referir a Igreja Católica Apostólica Romana, sob o Papado. Estas 24 igrejas sui iurisestão em comunhão total e afirmam ter mais de um bilhão de aderentes, o que as transforma na maior denominação cristã do mundo. As suas características distintivas são a aceitação da autoridade do Papa, o Bispo de Roma, e a comunhão com ele, e aceitarem a sua autoridade em matéria de "fé" e "moral" e a sua afirmação de "total, supremo e universal poder sobre toda a Igreja".
[1] Esta denominação é frequentemente chamada Igreja Católica Romana, muito embora o seu nome formal seja apenas "Igreja Católica".
Índice
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* 1 Significado de "Catolicismo"
o 1.1 Os credos e o Catolicismo
o 1.2 Catolicismo
o 1.3 Catolicismo Romano
o 1.4 Anglo-Catolicismo
* 2 História e influência
* 3 Referências
o 3.1 Notas
* 4 Leituras Adicionais
* 5 Ver também
* 6 Ligações externas
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Significado de "Catolicismo"
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Os credos e o Catolicismo
A palavra católico surge nos principais credos (definições de fé semelhantes a preces) cristãos, nomeadamente no Credo dos Apóstolos e no Credo Niceno. Os cristãos da maior parte das igrejas, incluindo a maioria dos protestantes, afirmam a sua fé "numa única santa Igreja católica e apostólica". Esta crença refere-se à sua crença na unidade última de todas as igrejas sob um Deus e um Salvador. No entanto, neste contexto, a palavra católico é usada pelos crentes num sentido definitivo (i.e., universal), e não como o nome de um corpo religioso. Neste tipo de uso, a palavra é geralmente escrita com c minúsculo, enquanto que o C maiúsculo se refere ao sentido descrito neste artigo.
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Catolicismo
Santíssima Trindade em miniatura francesa do século 14
No cristianismo ocidental, as principais fés a se considerarem católicas, além da Igreja Católica Romana, são a Igreja Católica Antiga, a Velha Igreja Católica, a Igreja Católica Liberal, a Igreja Católica Carismática, a Associação Patriótica Católica Chinesa e alguns elementos anglicanos (os "Anglicanos da Alta Igreja", ou os "Anglo-Católicos"). Estes grupos têm crenças e praticam rituais religiosos semelhantes aos do Catolicismo Romano, mas diferem substancialmente destes no que diz respeito ao estatuto, poder e influência do Bispo de Roma.
As várias igrejas da Ortodoxia de Leste e Ortodoxia Oriental pensam em si próprias como igrejas Católicas no sentido de serem a Igreja "universal". As igrejas Ortodoxas vêem geralmente os "Católicos" Latinos como cismáticos heréticos que saíram da "verdadeira igreja católica e apostólica" (veja Grande Cisma. Os Patriarcas da Ortodoxia Oriental são hierarcas autocéfalos, o que significa, grosso-modo, que cada um deles é independente da supervisão directa de outro bispo (embora ainda estejam sujeitos ao todo do seu sínodo de bispos). Não estão em comunhão com o Papa e não reconhecem a sua reivindicação à chefia da Igreja universal enquanto instituição terrena. Existem também Católicos de Rito Oriental cuja liturgia se assemelha à dos Ortodoxos, e que também permitem a ordenação de homens casados, mas que reconhecem o Papa Romano como chefe da sua igreja.
Alguns grupos chamam a si próprios Católicos, mas esse qualificativo é questionável: por exemplo, a Igreja Católica Liberal, que se originou como uma dissensão da Velha Igreja Católica mas que incorporou tanta teosofia na sua doutrina que já pouco tem em comum com o Catolicismo.
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Catolicismo Romano
A principal e maior denominação Católica é a "Santa Igreja Católica Apostólica Romana". Tem esse nome porque todos os seus aderentes estão em comunhão com o Papa e Bispo de Roma, e a maior parte das paróquias seguem o Rito Latino ou Romano na prece, embora haja outros ritos.
Existem mais de setenta denominações de igrejas brasileiras: como a Igreja Católica Apostólica Brasileira, Velha Igreja Católica,Igreja Católica Carismática, Igreja Católica Conservadora do Brasil, Igreja Católica Primitiva, entre outras.
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Anglo-Catolicismo
O Anglicanismo, sendo embora uma única igreja, está na prática dividido em dois ramos, os "Anglicanos da Alta Igreja", também chamados Anglo-Católicos e os "Anglicanos da Baixa Igreja", também conhecidos como a facção Evangélica. Embora todos os elementos da Comunhão Anglicana recitem os mesmos credos, os Anglicanos da Baixa Igreja tratam a palavra Católico no credo como um mero sinónimo antigo para universal, ao passo que os Anglicanos da Alta Igreja a tratam como o nome da igreja de Cristo à qual pertencem eles, a Igreja Católica Romana, e outras igrejas da Sucessão Apostólica.
O Anglo-Catolicismo tem crenças e pratica rituais religiosos semelhantes aos do Catolicismo Romano. Os elementos semelhantes incluem a celebração de sete ritos, tendo o Batismo e a Santa Ceia como sacramentos; a crença na Real Presença de Cristo na Eucaristia; a devoção à Virgem Maria e aos santos (mas não hiperdulia); a descrição do seu clero ordenado como "padres"; o vestir vestimentas próprias na liturgia da igreja, e por vezes até mesmo a descrição das suas celebrações Eucarísticas como Missa. A sua principal divergência do Catolicismo Romano reside no estatuto, poder e influência do Bispo de Roma. Também na crença e aderência aos 39 Artigos de Religião, que definiu o Anglicanismo como denominação protestante. Usa também o Livro de Oração Comum em sua liturgia.
O desenvolvimento da ala Anglo-Católica do Anglicanismo teve lugar principalmente no Século XIX e está fortemente associado ao Movimento de Oxford. Dois dos seus líderes, John Henry Newman e Henry Edward Manning, ambos ordenados cléricos anglicanos, acabaram por aderir à Igreja Católica Romana e por se tornarem Cardeais.
Embora o termo Catolicismo seja geralmente usado para designar o Catolicismo Romano, muitos Anglo-Católicos usam-no para se referirem também a si próprios, como parte da Igreja Católica geral (e não apenas Romana). Na verdade, algumas igrejas anglicanas, como a Catedral de St. Patrick em Dublin ou a "Catedral Nacional" da Igreja da Irlanda (anglicana), referem-se a si próprias como parte da "Comunhão Católica" e como "Igrejas Católicas" em anúncios dentro e em torno delas.
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História e influência
Pintura do martírio de São Pedro - a Igreja Católica Romana acredita ter sido fundada quando Pedro, depois Bispo de Roma, foi apontado por Jesus como chefe dos Apóstolos.
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Pintura do martírio de São Pedro - a Igreja Católica Romana acredita ter sido fundada quando Pedro, depois Bispo de Roma, foi apontado por Jesus como chefe dos Apóstolos.
A igreja cristã primitiva na regiao do Mediterraneo foi organizada sob cinco patriarcas, os bispos de Jerusalém, Antióquia, Alexandria, Constantinopla e Roma.
O Bispo de Roma era tido pelos outros Patriarcas como "o primeiro entre iguais", embora o seu estatuto e influência tenha crescido quando Roma era a capital do império, com as disputas doutrinárias ou procedimentais a serem frequentemente remetidas a Roma para obter uma opinião. Mas quando a capital se mudou para Constantinopla, a sua influência diminuiu. Enquanto Roma reclamava uma autoridade que lhe provinha de São Pedro (que supostamente morreu em Roma e é considerado o primeiro papa1) e São Paulo, Constantinopla tornara-se a residência do Imperador e do Senado. Uma série de dificuldades complexas (disputas doutrinárias, Concílios disputados, a evolução de ritos separados e se a posição do Papa de Roma era ou não de real autoridade ou apenas de respeito) levaram à divisão em 1054 que dividiu a Igreja entre a Igreja Católica no Ocidente e a Igreja Ortodoxa Oriental no Leste (Grécia, Rússia e muitas das terras eslavas, Anatólia, Síria, Egipto, etc.). A esta divisão chama-se o Grande Cisma.
A grande divisão seguinte da Igreja Católica ocorreu no século XVI com a Reforma Protestante, durante a qual se formaram muitas das facções Protestantes.
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Referências
* Eamon Duffy, Saints and Sinners: A History of the Popes (Yale Nota Bene, 2002). ISBN 0300091656
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Notas
1 As primeiras listas de papas diziam que o primeiro papa foi São Lino. Eamon Duffy, Saints and Sinners: A History of the Popes (Yale Nota Bene, 2002) Apêndice A.
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Leituras Adicionais
* Catechism of the Catholic Church - Tradução inglesa (Libreria Editrice Vaticana, 2000). ISBN 1574551108 [2]
* H. W. Crocker III, Triumph - The Power and the Glory of the Catholic Church: A 2,000-Year History (Prima Publishing, 2001). ISBN 0761529241
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Ver também
* Ano litúrgico
* Advento
* Antropologia teologica
* Balaustrada de altar
* Beatificação
* Caça às Bruxas
* Canção Nova
* Canto liturgico
* Catolicismo Tradicional
* Caminho Neocatecumenal
* Cavaleiros de Colombo
* Cisma - Cisma do Ocidente
* Concordata
* Cristianismo
* Cruzadas
* Conselho ecuménico
* Diacono
* História do Cristianismo
* Igreja Católica no Brasil
* Index Librorum Prohibitorum
* Inquisição
* Igreja Católica Apostólica Romana
* Lista de tópicos religiosos
* Liturgia
* Missa
* Missa Tridentina
* Novus Ordo Missae
* Opus Dei
* Ordens militares
* Relíquias
* Renovação carismática católica
* Rito ambrosiano
* Santeria
* Santo - Lista de santos
* Simbolos liturgicos
* Tempo Comum
* Vaticano
* Vigário
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Ligações externas
* A Santa Sé - Página oficial do Vaticano
* Igreja Católica em Portugal
* CNBB -- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
* Bíblia Católica «On Line» Bíblia em várias línguas, incluindo português, grego e latim.
* Boa Nova - Bíblia Católica Bíblia completa freeware para Windows
* Busca Católica
* ACI Digital Agência Católica de Imprensa na América Latina
* Zenit - Documentos e notícias em português, espanhol, inglês, italiano, francês e alemão.
* Catecismo da Igreja Católica
* New Advent (newadvent.org)
* Catholic Answers (catholic.com)
* Catholic Online -- Muitos recursos online católicos
* The Hierarchy of the Catholic Church -- Informação actual e histórica sobre os bispos e dioceses da igreja
* Portal Católico Sacramusic.com Notícias, formação, música e entretenimento. Tudo sobre o mundo católico.
* Veritatis Splendor Portal em defesa da Fé Católica nas questões mais difícies. Há também material sobre Doutrina, Patrística, Catecismo.
* Revista "Pergunte e Responderemos" On Line Versão eletrônica da mais antiga e importante revista católica brasilieira. Criada pelo monge beneditino Dom Estevão Tavares Bettencourt.
A Igreja Católica Apostólica Romana, ou simplesmente Igreja Católica[1], na perspectiva do número de fiéis, é considerada a principal organização religiosa do mundo e o ramo mais importante do cristianismo [2]. Ela se define notavelmente pelas palavras do Credo, como:
« una »: nela subsiste a única instituição fundada por Cristo para reunir o povo de Deus;
« santa »: Esposa de Cristo, por sua ligação única com Deus e que visa, através dos sacramentos, santificar e transformar os fiéis;
« católica »: espalhada por toda a Terra e portando a integralidade do depósito da fé;
« apostólica »: fundamentada na doutrina dos apóstolos cuja missão recebeu sem ruptura.
Um dos traços que a caracterizam é o reconhecimento do Bispo de Roma, chamado Papa, como sucessor direto do apóstolo Pedro e como vigário de Jesus Cristo. O atual Papa é o alemão Joseph Ratzinger, eleito em 19 de Abril de 2005 como sucessor do Papa João Paulo II, tendo escolhido o nome de Papa Bento XVI. A adjetivação « católica » tanto é aplicada à Igreja Latina (de « rito latino ») quanto às Igrejas orientais católicas [3]. Usualmente, entretanto, é mais empregada referindo a primeira, sendo « católicos » os fiéis nela batizados, ou batizados em outras Igrejas particulares, de rito diferenciado, mas que nela tenham professado fé.
Índice
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* 1 Origem
* 2 Eclesiologia
o 2.1 Doutrinas Distintivas
o 2.2 Organização e Cargos da Igreja Católica Romana
+ 2.2.1 Organização por região
o 2.3 0s 10 mandamentos
o 2.4 Sacramentos
o 2.5 Mandamentos da Igreja Católica Romana
o 2.6 Liturgia e Prece
o 2.7 Variedade de Ritos
+ 2.7.1 Ritos e Igrejas da Igreja Católica
* 3 A fé na igreja católica romana
* 4 Constituição hierárquica da igreja
o 4.1 Autoridade suprema
* 5 Catolicismo contemporâneo e fenômenos socio-comportamentais
o 5.1 Católicos não-praticantes
o 5.2 Renovação Carismática no Brasil
* 6 Críticas ao catolicismo
* 7 Rupturas do Catolicismo e Grupos Carismáticos Independentes
* 8 Ver também
* 9 Ligações externas
o 9.1 Conferências episcopais
* 10 Igrejas católicas independentes
* 11 Notas
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Origem
Para que a missão aos apóstolos confiada fosse continuada após a morte de Jesus, confiaram a seus cooperadores imediatos, como que por testamento, o múnus de completar e confirmar a obra iniciada por eles, recomendando-lhes que atendessem a todo o rebanho no qual o Espírito Santo os instituíra para apascentar a Igreja de Deus. Constituíram, pois, tais varões e administraram-lhes, depois, a ordenação a fim de que, quando eles morressem outros homens íntegros assumissem seu ministério.
Assim como permanece o múnus que o Senhor concedeu singularmente a Pedro, o primeiro dos apóstolos, a ser transmitido a seus sucessores, da mesma forma permanece todos Apóstolos de apascentar a Igreja, o qual deve ser exercido para sempre pela sagrada ordem dos Bispos. Eis por que a Igreja ensina que os bispos, por instituição divina, sucederam aos apóstolos como pastores da Igreja, de sorte quem os ouve, ouve a Cristo, e quem os despreza, despreza a (aquele por quem Cristo foi enviado.
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Eclesiologia
A Estrutura e Prática da Igreja Católica Apostólica Romana
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Doutrinas Distintivas
Os católicos acreditam na Trindade de Deus enquanto Pai, Filho e Espírito Santo, na divindade de Jesus, e na salvação através da fé em Jesus Cristo e por amar a Deus acima de todas as coisas. Os pontos de vista católicos diferem dos ortodoxos em alguns pontos, incluindo a natureza do Ministério de S. Pedro (o Papado), a natureza da Trindade e o modo como ela deve ser expressa no Credo Niceno, e o entendimento da salvação e do arrependimento. Os católicos divergem dos protestantes em vários pontos, incluindo a necessidade da penitência, o significado da comunhão, a composição do Cânone das Escrituras, o purgatório e o modo como se atinge a salvação: os protestantes acreditam que a salvaçãos e atinge apenas através da fé (sola fide), ao passo que os católicos pensam que a fé deve ser expressa em boas obras. Esta divergência levou a um conflito sobre a doutrina da justificação (na Reforma ensinava-se que "nós justificamo-nos apenas pela fé"). O diálogo ecuménico moderno levou a alguns consensos sobre a doutrina da justificação entre os católicos romanos e os luteranos, anglicanos e outros.
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Organização e Cargos da Igreja Católica Romana
Estruturalmente, a Igreja Católica tem uma estrutura hierarquizada. O seu Chefe, o Papa, governa-a desde a Cidade do Vaticano, um estado independente no centro de Roma, também conhecido na diplomacia internacional como a Santa Sé. O Papa é eleito pelo Colégio dos Cardeais, conhecidos como Príncipes da Igreja. Só o Papa pode designar os membros da Hierarquia da Igreja acima do nível de presbítero. Todos os membros da hierarquia respondem perante o Papa e a sua corte papal, chamada Cúria. Os Papas exercem o que é chamado Infalibilidade Papal, isto é, o direito de definir declarações definitivas de ensinamento Católico Romano em matérias de fé e moral. Na realidade, desde a sua declaração no Concílio Vaticano Primeiro, em 1870, a infalibilidade papal só foi usada uma vez, pelo Papa Pio XII, nos anos 50.
A autoridade do Papa vem da crença de que ele é o sucessor direto do Apóstolo Simão Pedro, chamado Príncipe dos Apóstolos, e, como tal, o Vigário de Cristo na Terra. A Igreja tem uma estrutura hierárquica de títulos que são, em ordem descendente:
* Papa, o bispo de Roma e também Patriarca do Ocidente. Os que o assistem e aconselham na liderança da igreja são os Cardeais;
* Patriarcas são os chefes das Igrejas Católicas que não são a Igreja Latina. Alguns dos grandes arcebispos Católicos Romanos também são chamados Patriarcas; entre estes contam-se o Arcebispo de Lisboa e o Arcebispo de Veneza;
* Bispo (Arcebispo e Bispo Sufragário): são os sucessores diretos dos doze apóstolos. Receberam o todo das ordens sacramentais;
* Presbítero (Monsenhor é um título honorário para um presbítero, que não dá quaisquer poderes sacramentais adicionais): inicialmente não havia Presbíteros (padres) per se. Esta posição evoluiu a partir dos Bispos suburbanos que eram encarregados de distribuir os sacramentos mas não tinham jurisdição completa sobre os fiéis.
* Diácono
Existem ainda cargos menores: Leitor e Acólito (desde o Concílio Vaticano Segundo, o cargo de sub-diácono deixou de existir). As ordens religiosas têm a sua própria hierarquia e títulos. Estes cargos tomados em conjunto constituem o clero e no rito ocidental só podem ser ocupados, normalmente, por homens solteiros. No entanto, no rito oriental, os homens casados são admitidos como padres diocesanos, mas não como bispos ou padres monásticos; e em raras ocasiões, permitiu-se que padres casados que se converteram a partir de outros grupos cristãos fossem ordenados no rito ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser ordenados diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer ou se o casamento for anulado.
O Papa é eleito pelo Colégio dos Cardeais de entre os próprios membros do Colégio (o processo de eleição, que tem lugar na Capela Sistina, é chamado Conclave). Cada Papa continua no cargo até a sua morte ou até que abdique (o que só aconteceu duas vezes, e nunca desde a Idade Média).
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Organização por região
Praça de São Pedro, no Vaticano.
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Praça de São Pedro, no Vaticano.
A unidade geográfica e organizacional fundamental da Igreja Católica é a diocese (nas Igrejas Católicas do Oriente, a unidade equivalente chama-se eparquia). Esta corresponde geralmente a uma área geográfica definida, centrada numa cidade principal, e é chefiada por um bispo. A igreja central de uma diocese recebe o nome de catedral, da cátedra, ou cadeira, do bispo, que é um dos símbolos principais do seu cargo. Dentro da diocese, o bispo exerce aquilo que é conhecido como um ordinário, ou seja, a autoridade administrativa principal. (As sedes de algumas ordens religiosas são semi-independentes das dioceses a que pertencem; o superior religioso da ordem exerce jurisdição ordinária sobre elas.) Embora o Papa nomeie bispos e avalie o seu desempenho, e exista uma série de outras instituições que governam ou supervisionam certas actividades, um bispo tem bastante independência na administração de uma diocese. Algumas dioceses, geralmente centradas em cidades grandes e importantes, são chamadas arquidioceses e são chefiadas por um arcebispo. Em grandes dioceses e arquidioceses, o bispo é frequentemente assistido por bispos auxiliares, bispos integrais e membros do Colégio dos Bispos não designados para chefiar uma diocese. Arcebispos, bispos sufragários (designação frequentemente abreviada simplesmente para "bispos"), e bispos auxiliares, são igualmente bispos; os títulos diferentes indicam apenas que tipo de unidade eclesiástica chefiam. Muitos países têm vicariatos que apoiam as suas forças armadas (ver Ordinariato Militar).
Quase todas as dioceses estavam organizadas em grupos conhecidos como províncias, cada uma das quais era chefiada por um arcebispo. Embora as províncias continuam a existir, o seu papel foi substituído quase por completo por conferências episcopais, geralmente constituídas por todas as dioceses de um determinado país ou grupo de países. Estes grupos lidam com um vasto conjunto de assuntos comuns, incluindo a supervisão de textos e práticas litúrgicas para os grupos culturais e linguísticos da área, e as relações com os governos locais. A autoridade destas conferências para restringir as actividades de bispos individuais é, no entanto, limitada (os teólogos tradicionais consideram esta autoridade basicamente irrestrita). As conferências episcopais começaram a surgir no princípio do século XX e foram oficialmente reconhecidas no Concílio Vaticano Segundo, no documento Christus Dominus.
O Colégio dos Cardeais é o conjunto dos bispos católicos romanos que são conselheiros especiais do Papa. Um presbítero (padre) pode ser nomeado Cardeal, desde que se "distinga em fé, moral e piedade". Se um cardeal que ainda não tiver sido ordenado bispo for eleito Papa, deverá receber a ordenação episcopal mais tarde. (ver a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis[4]) Todos os cardeais com menos de 80 anos têm o direito de votar para eleger um novo papa depois da morte do seu predecessor. Os cardeais eleitores são quase sempre membros do clero, mas no entanto o Papa concedeu no passado a membros destacados do laicado católico (por exemplo, a teólogos) lugares de membro do Colégio, após ultrapassarem a idade eleitoral. A cada cardeal é atribuída uma igreja ou capela (e daí a classificação em bispo cardeal, padre cardeal e diácono cardeal) em Roma para fazer dele membro do clero da cidade. Muitos dos cardeais servem na cúria, que assiste o Papa na administração da Igreja. Todos os cardeais que não são residentes em Roma são bispos diocesanos.
As dioceses são divididas em distritos locais chamados paróquias. Todos os católicos devem freqüentar e sustentar a sua igreja paroquiana local. Ao mesmo tempo que a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de governo global, o catolicismo, no dia a dia, é vivido na comunidade local, unida em prece na paróquia local. As paróquias são em grande medida auto-suficientes; uma igreja, freqüentemente situada numa comunidade pobre ou em crescimento, que é sustentada por uma diocese, é chamada "missão".
A Igreja Católica Romana sustenta muitas ordens (grupos) de monges, não necessariamente ordenados, e freiras que vivem vidas especialmente devotadas a servir Deus. São pessoas que se juntaram sob um determinado sistema a fim de atingir a perfeita comunhão com Deus.
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0s 10 mandamentos
* 1º Amar a Deus sobre todas as coisas
* 2º Não tomar o seu Santo Nome em vão
* 3º Guardar domingos e festas de guarda
* 4º Honrar pai e mãe
* 5º Não matar
* 6º Não pecar contra a castidade
* 7º Não roubar
* 8º Não levantar falso testemunho
* 9º Não desejar a mulher do próximo
* 10º Não cobiçar as coisas alheias
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Sacramentos
Baptismo de uma menina
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Baptismo de uma menina
A prática da Igreja Católica consiste em sete sacramentos (veja também sacramentos católicos):
* Batismo,
* Confissão,
* Eucaristia,
* Confirmação ou Crisma,
* Sagrado Matrimónio,
* Ordens Sagradas, e
* Unção dos Doentes.
Dentro da fé católica, os sacramentos são gestos e palavras de Cristo que concedem graça santificadora sobre quem os recebe. O Batismo é dado às crianças e a convertidos adultos que não tenham sido antes baptizados validamente (o baptismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica visto que se considera que o efeito chega directamente de Deus independentemente da fé pessoal, embora não da intenção, do sacerdote). A Confissão ou reconciliação envolve a admissão de pecados perante um padre e o recebimento de penitências (tarefas a desempenhar a fim de alcançar a absolvição ou o perdão de Deus). A Eucaristia (Comunhão) é o sacrifício de Cristo marcado pela partilha do Corpo de Cristo e do Sangue de Cristo que se considera que substituem em tudo menos na aparência o pão e o vinho utilizados na cerimónia. A crença católica romana de que pão e vinho são transformados no Corpo e no Sangue de Cristo chama-se transubstanciação. No sacramento da Confirmação, o presente do Espírito Santo que é dado no baptismo é "fortalecido e aprofundado" (veja o Catequismo da Igreja Católica, para. 1303) através da imposição de mãos e da unção com óleo. Na maior parte das igrejas de Rito Latino, este sacramento é presidido por um bispo e tem lugar no início da idade adulta. Nas Igrejas Católicas Orientais (ver abaixo) o sacramento da crisma é geralmente executado por um padre imediatamente depois do baptismo. As Ordens Sagradas recebem-se ao entrar para o sacerdócio e envolvem um voto de castidade. O sacramento das Ordens Sagradas é dado em três graus: o do diácono (desde Vaticano II um diácono permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de padre e o de bispo. A unção dos doentes era conhecida como "extrema unção" ou "último sacramento". Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado abençoado especificamente para esse fim e já não está limitada aos doentes graves e aos moribundos.
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Mandamentos da Igreja Católica Romana
1. Assistir missa inteira nos domingos e dias de guarda.
No Brasil os dias santos de guarda são:
Santa Maria, Mãe de Deus - 01 de janeiro
Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) - data variável entre maio e junho: 1ª quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade
Imaculada Conceição de Maria - 08 de dezembro
Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo - 25 de dezembro
2. Confessar-se ao menos uma vez por ano.
3. Comungar ao menos pela Páscoa.
4. Jejuar e abster-se de carne quando manda a Igreja.
Dias de jejum: quarta-feira de cinzas e sexta-feira santa.
Dias de abstinência de carne: sextas-feiras da quaresma.
5. O pagamento de Dízimo (10% do salário: tradição desde a Idade Média mas que não se impõe mais aos fieis).
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Liturgia e Prece
Brasão do Vaticano
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Brasão do Vaticano
O ato de prece mais importante na Igreja Católica Romana é a liturgia Eucarística, normalmente chamada Missa. A missa é celebrada todos os domingos de manhã na maioria das paróquias Católicas Romanas; no entanto, os católicos podem cumprir as suas obrigações dominicais se forem à missa no sábado à noite. Os católicos devem também rezar missa cerca de dez dias adicionais por ano, chamados Dias Santos de Obrigação. Missas adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, excepto na Sexta-feira Santa, pois neste dia não celebra-se a Missa em nehuma igreja catolica do mundo. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa contemporânea é composta por duas partes principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia. Durante a Liturgia da Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais passagens da Bíblia, acto desempenhado por um Leitor (um leigo da igreja) e pelo padre ou diácono. O padre ou diácono lê sempre as leituras do Evangelho. Depois de concluídas as leituras, é feita a homilia por um padre ou diácono. Nas missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os católicos presentes o Credo Niceno, que afirma as crenças ortodoxas do catolicismo. A Liturgia da Eucaristia inclui a oferta de pão e vinho, a Prece Eucarística, durante a qual o pão e o vinho se transformam na Carne e Sangue de Cristo, e a procissão da comunhão.
O movimento de reforma litúrgica tem sido responsável nos últimos quarenta anos por uma convergência significativa das práticas predicamentais do Rito Latino com as das igrejas protestantes, afastando-as das dos outros ritos católicos, não-latinos. Uma característica dos novos pontos de vista litúrgicos tem sido um "regresso às fontes", que se diz que tem origem na redescoberta de antigos textos e práticas litúrgicas, bem como muitas práticas novas. As reformas litúrgicas pós-conciliares (pós-Vaticano II) incluem o uso da língua vernacular (local), uma maior ênfase na Liturgia da Palavra, e a clarificação do simbolismo. A característica mais visível das reformas é a postura do padre. No passado, o padre virava-se de frente para o altar, ficando, consequentemente, de costas para a congregação. As reformas fizeram com que o padre se voltasse para o povo, ficando entre eles o altar, já que este último é o centro da igreja. Isto simboliza, também, o desejo de que a missa se torne mais centrada nas pessoas. Há, todavia, críticos que não concordam com a natureza da missa pós-Vaticano II (conhecida por vezes como Novus Ordo Missae). Em 2003 foi revelado que a Missa Tridentina pré-Vaticano II estava de novo a ser celebrada na Basílica de S. Pedro (embora não no altar principal) e que o Papa João Paulo II começou a celebrar Missas Tridentinas na sua capela privada no Palácio Apostólico, no Vaticano.
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Variedade de Ritos
A Igreja Católica é uma federação de 24 Ritos autónomos (sui juris) em comunhão completa uns com os outros e em união com o Papa na sua qualidade de Sumo Pontífice da Igreja Universal (apelidade "Pontífice de Roma" na lei canónica). O Papa, na sua qualidade de Patriarca de Roma (ou Patriarca do Ocidente) é também o chefe da maior das Igrejas sui juris, a Igreja Latina (popularmente conhecida como "Igreja Católica Romana"). As restantes 23 Igrejas sui juris, conhecidas colectivamente como "Igrejas Católicas do Oriente", são governadas por um hierarca que ou é um Patriarca, ou um Arcebispo Principal, ou um Metropolita. A Cúria Romana administra quer as igrejas orientais, quer a igreja ocidental. Devido a este sistema, é possível que um católico esteja em comunhão completa com o Pontífice de Roma sem ser um católico romano.
As Igrejas sui juris utilizam uma das seis tradições litúrgicas tradicionais (que emanam de Sés tradicionais de importância histórica), chamadas Ritos. Os ritos principais são o Romano, o Bizantino, o de Antióquia, o Alexandrino, o Caldeu e o Arménio (existem ainda três Ritos Ocidentais menores, o Rito Ambrosiano, o Rito Bracarense e o Rito Moçárabe). O Rito Romano, usado pela Igreja Latina, é dominante em grande parte do mundo, e é usado pela vasta maioria dos católicos (cerca de 98%). Antigamente havia muitos ritos ocidentais menores, que foram substituídos pelo Rito Romano pelas reformas litúrgicas do Concílio de Trento.
Historicamente, o Santo Sacrifício da Missa no Rito Romano (a "Missa Tridentina") era conduzido inteiramente em Latim eclesiástico, mas no Concílio Vaticano Segundo, no início dos anos 60, foi promulgada uma nova versão da Missa (Novus Ordo Missae), que é celebrada na língua vernacular (local). O serviço correspondente das Igrejas Católicas orientais, a Liturgia Divina, é conduzido em várias línguas litúrgicas, segundo o Rito e a Igreja: as Igrejas de Rito Bizantino usam o grego, o eslavónico, o árabe, o romeno e o georgiano, as igrejas de Ritos Antioquiano e Caldeu usam o siríaco, a Igreja de Rito Arménio usa o arménio e as Igrejas de Rito Alexandrino usam o copta e o ge'ez.
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Ritos e Igrejas da Igreja Católica
Ritos Ocidentais
* Igreja Latina
o Rito Tridentino (Missal de 1962 - missa tridentina)
o Rito Novo (Novus Ordo Missae, 1970 em diante)
o Rito Ambrosiano
o Rito Bracarense
o Rito Galicano
o Rito Moçárabe
o Uso Anglicano
Rito Bizantino
* Igreja Católica Bizantina Albanesa
* Igreja Católica Ítalo-Albanesa
* Igreja Católica Bizantina Bielorrussa
* Igreja Católica Búlgara
* Igreja Católica Bizantina Croata
* Igreja Católica Bizantina Eslovaca
* Igreja Católica Bizantina Georgiana
* Igreja Católica Bizantina Grega
* Igreja Católica Bizantina Húngara
* Igreja Católica Greco-Melquita
* Igreja Católica Bizantina Romena
* Igreja Católica Bizantina Russa
* Igreja Católica Bizantina Rutena
* Igreja Católica Bizantina Sérvia
* Igreja Greco-Católica Ucraniana
Rito de Antióquia
* Igreja Maronita
* Igreja Católica Siro-Malancar
* Igreja Católica Síria
Rito Caldeu
* Igreja Caldeia
* Igreja Católica Siro-Malabar
Rito Arménio
* Igreja Católica Arménia
Rito Alexandrino
* Igreja Católica Copta
* Igreja Católica Etíope
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A fé na igreja católica romana
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Constituição hierárquica da igreja
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Autoridade suprema
* Romano Pontífice
* Colégio dos Bispos
* Sínodo dos Bispos
* Cardeais da Santa Igreja Romana
* Cúria Romana
* Legados do Romano Pontífice
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Catolicismo contemporâneo e fenômenos socio-comportamentais
Mapa mostrando a percentagem de fiéis católicos em relação à população de cada país.
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Mapa mostrando a percentagem de fiéis católicos em relação à população de cada país.
A Igreja Católica, como muitas outras denominações cristãs, assistiu a um rápido declíneo na sua influência global na sociedade ocidental no fim do século XX. Crenças doutrinárias rígidas em matérias relacionadas com a sexualidade humana são pouco atraentes num mundo ocidental secularizado onde a diversidade de práticas sexuais e a igualdade dos sexos são norma. A generalidade do próprio clero abraçou a ideia do secularismo e tentou diminuir a sua influência na sociedade. Em lugares onde em tempos desempenhou um papel de primeira importância, como o Quebec, a Irlanda ou a Espanha, tem hoje apenas uma fracção da anterior influência. Ao mesmo tempo, no entanto, o Catolicismo Romano vem experimentando uma dramática adesão em África e em partes da Ásia. Ao passo que em tempos os missionários ocidentais serviam como padres em igrejas africanas, em finais do século XX havia um número crescente de países ocidentais que já recrutavam padres africanos para contrabalançar a redução nas suas próprias vocações.
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Católicos não-praticantes
Assim como vem ocorrendo com outras denominações, em algumas partes do globo há um desinteresse crescente da população com o Catolicismo. Tem-se observado esse fenômeno principalmente em partes da América e da Europa. Um reflexo desse desinteresse é uma grande massa de católicos não-praticantes em países como o Brasil e Portugal. Eles afirmam ser adeptos da religião por freqüentar cerimônias como casamentos e batizados, mas não tomam parte regularmente de ritos como a missa aos domingos. Esses católicos muitas vezes discordam dos ensinamentos morais da Igreja por estes não serem adaptados a modelos do mundo contemporâneo como o relativismo cultural, o ceticismo científico, e a liberalidade sexual. No Censo 2000 feito pelo IBGE, 40% dos que responderam ser católicos no Brasil diziam ser "não-praticantes". Em Portugal, segundo dados da própria Igreja Católica Apostólica Romana apenas 10% da população foi efetivamente a um serviço religioso no momento do Censos 2001.
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Renovação Carismática no Brasil
Mais detalhes no artigo principal: Renovação Carismática
Estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Brasil.
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Estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Brasil.
Os grupos e movimentos onde predominam a participação de leigos ganharam muito destaque no pontificado de João Paulo II, de quem receberam muito apoio. São exemplos disso, o Caminho Neocatecumenal, a Opus Dei, o Regnum Christi, entre outros. Mas nos últimos anos tem se observado um crescimento acentuado, no Brasil, da Renovação Carismática Católica (RCC), pelo fato de estar mais presente na mídia. Este movimento surgido nos EUA em 1966 e trazido ao Brasil em 1969 pelo padre Harold Hams ganhou força em meados dos anos 90 e já responde sozinho por grande parte dos católicos praticantes no país. Esse movimento busca dar uma nova abordagem às formas de evangelização e renovar práticas tradicionais da religião católica. Uma das comunidades carismáticas mais conhecidas é a Canção Nova que é presidida pelo Padre Jonas Abib, a sua sede fica na cidade de Cachoeira Paulista e ela possui um canal de televisão.
Outro ícone da RCC no Brasil é Padre Marcelo Rossi, fenômeno de mídia e cultura de massas surgido no final dos anos 90. Cantando, dançando e fazendo coreografias em missas lotadas e programas de televisão, ele se propõe a levar aos homens a mensagem de Cristo segundo o Catolicismo. Seu estilo já foi criticado por alguns setores da Igreja no Brasil, mas logo obteve mais respeito e aprovação. Padre Marcelo já gravou quatro discos desde 1998, aparece em programas de TV com certa regularidade, possui um programa na Rádio Globo com mais de 100.000 ouvintes em todo o país e suas missas a céu aberto na época da Páscoa atraem milhares de fiéis.
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Críticas ao catolicismo
Ver artigo principal: Aspectos controversos do Catolicismo.
A Igreja Católica é uma entidade que tem dois milênios de história, sendo uma das instituições mais antigas do mundo contemporâneo. Historicamente, as críticas a esta Igreja já tiveram muitas formas e partiram de diversos pressupostos ao longo das gerações. Algumas vezes essas críticas tiveram grandes conseqüências, como as contestações morais e teológicas de Martinho Lutero no século XVI, que levaram ao nascimento do protestantismo.
No contexto atual, as críticas tendem a centrar-se em dois pontos. Em primeiro lugar, a história dessa instituição possui episódios que, em maior ou menor grau, são vistos por muitos como injustos e em contradição com a mensagem cristã que a fundamenta. Um outro aspecto importante é que muitos dos conceitos e modelos de comportamento adotados na sociedade atual parecem estar se distanciando de seus ensinamentos (ou em oposição a eles). Tal distanciamento é notável em temas como bioética, sexualidade, matrimônio, a aplicação da pena de morte, entre outros.
O fato de já ter havido graves erros por parte de membros da Igreja algo é reconhecido pela própria instituição, que no contexto do Jubileu dos anos 2000 pediu perdão por atos desse tipo praticados no passado. Por outro lado, certas críticas podem revelar-se como exageros ou mitos criados com motivações diversas. Para uma visão detalhada dessas e outras questões, consulte o artigo principal.
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Rupturas do Catolicismo e Grupos Carismáticos Independentes
{{ Ver Igreja Católica Carismática}}
Por ocasião do Concílio Vaticano II,que foi a "Primavera da Igreja", brotaram novos rebentos saídos da Santa Sé, por clérigos que insatisfeitos pelos rumos do catolicismo - divididos entre progressistas e conservadores -uns formaram o grupo Católicos Tradicionalistas, chefiados pelo Arcebispo Marcel Lefebvre e outros pelo Arcebispo André Barbeau, fundaram a Igreja Católica Carismática.
O movimento carismático foi criado com o intúito de tentar reestabelecer a quantidade de fieis do Catolicismo, baseando-se nas estratégias utilizadas por outras denominações, porém, nunca deixando de contradizer o que o próprio Cristo falou a respeito de vários assuntos, como a negação de Maria como sua mãe, que está no livro do apóstolo Mateus 12: 46-50, ou em outros aspectos cuja doutrina Católica se contradiz nas suas próprias escrituras.
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Ver também
* Concílio Vaticano II
* Lista das Arquidioceses Católicas Romanas
* Santa Sé
* Sucessão Apostólica
* Outros artigos sobre catolicismo
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Ligações externas
* A Santa Sé
* Catecismo da Igreja Católica
* Dicionário Cristão Católico
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Conferências episcopais
* Países lusófonos:
o CNBB – Conselho Nacional dos Bispos do Brasil
o Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST)
o Conferência Episcopal de Moçambique (CEM)
o CEP - Conferência Episcopal Portuguesa
* Outros:
o Conferências episcopais nos diversos países
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Igrejas católicas independentes
* Icapo
* Igreja Católica e Apostólica Independente no Brasil
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Notas
1. ^ - O Código de Direito Canônico - Corpus principal de leis eclesiásticas para toda a Igreja Latina (Católica, de « rito latino ») -, promulgado em 25 de Janeiro de 1983 pelo Papa João Paulo II, apenas refere: « Igreja Católica », « Igreja Universal », ou « Igreja de Cristo ».
2. ^ Distingui-se « Igreja » (Eclésia) - instituição ou associação de fiéis - de « religião » -sistema organizado de crenças - que, no caso, é a « cristã », nesta denominação. Mas, comumente, emprega-se a terminologia « religião católica ». Consulte Catolicismo
3. ^ Em função do rito, há, por um lado, a Igreja Latina, em que se conservam todos os ritos litúrgicos, sem diferenciação, entretanto, de ordem hierárquica e disciplinar; e, atualmente, vinte e uma (21) Igrejas orientais católicas com ritos litúrgicos próprios.
Uma denominação, no sentido cristão do termo, é uma organização religiosa que funciona com um nome, uma estrutura e (ou) uma doutrina comuns.
Denominacionalismo é o ponto de vista segundo o qual alguns ou todos os grupos cristãos são, em algum sentido, versões da mesma coisa, apesar de suas características distintivas. Nem todas as denominações ensinam isto: a grande maioria dos cristãos pertence a Igrejas que, embora aceitem a validade parcial de outros grupos, entendem a multiplicação de vertentes como um problema que deve ser sanado. Há também alguns grupos que são vistos como apóstatas ou heréticos por praticamente todos os outros.
As divisões mais básicas no cristianismo contemporâneo ocorrem entre a Ortodoxia Oriental, o Catolicismo Romano e as várias denominações formadas durante e depois da Reforma Protestante. As maiores diferenças entre Ortodoxia e Catolicismo são culturais e hierárquicas, enquanto as denominações Protestantes apresentam diferenças teológicas mais acentuadas para com as duas primeiras, bem como grande diversificação doutrinária entre suas vertentes.
As comparações entre grupos denominacionais devem ser feitas com cautela. Em alguns grupos, por exemplo, congregações são parte de uma organização eclesiástica monolítica, enquanto que, em outros grupos, cada congregação é uma organização autônoma independente. Comparações numéricas também são problemáticas. Alguns grupos contam como membros tanto os adultos batizados quanto os filhos batizados dos fiéis, enquanto outros somente contabilizam os fiéis adultos.
Índice
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* 1 Divisões Históricas
* 2 Modelos de classificação
o 2.1 Grupos ocidentais
o 2.2 Grupos orientais
* 3 Cristianismo periférico
o 3.1 Movimentos messiânicos
o 3.2 Cristianismo Esotérico
o 3.3 Não-categorizados
* 4 Gráfico
* 5 Ver também
* 6 Ligações externas
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Divisões Históricas
Algumas denominações ou grupos semi-cristãos do passado não existem hoje. É o caso, por exemplo, dos gnósticos (que sustentavam uma modelo dualista), os ebionitas (que negavam a divindade de Cristo), os apolinarianos (defendiam que Jesus teria corpo humano e mente divina), os montanistas (que pregavam uma nova revelação concedida a eles) e os arianos (que acreditavam que Jesus foi um ser criado ao invés de coeterno com Deus Pai, e que, durante um período, foram mais numerosos na igreja institucional que os não-arianos). Muitos desses grupos primitivos, hoje considerados heréticos, se extinguiram por falta de seguidores ou, de uma forma geral, por supressão por parte da Igreja, que em seus primeiros séculos passou por um grande esforço de unificação e definição do que seria ou não doutrina cristã.
Apesar desse movimento, representado especialmente pelos primeiros concílios ecumênicos, foram se aprofundando algumas diferenças entre as tradições oriental e ocidental. Elas derivaram inicialmente das divisões lingüísticas e sócio-culturais entre o Império Romano do Ocidente e o Bizantino. Em virtude do Ocidente (ou seja, a Europa) usar o latim como sua língua franca e o Oriente (o Oriente Médio, a Ásia e no norte da África) usarem o grego koine para transmitir seus escritos, os desenvolvimentos teológicos tornaram-se de difícil tradução de um ramo para o outro.
A primeira rotura significativa e duradoura no cristianismo histórico sucedeu com a Igreja Assíria do Oriente, após a controvérsia cristológica sobre o nestorianismo em 431 (entretanto, os assírios assinaram uma declaração cristológica de fé em comum com a igreja católica em 1994). Hoje as Igrejas Católica e Assíria vêem este cisma como um problema basicamente lingüístico, devido a problemas na tradução de termos muito delicados e precisos do latim para o aramaico e vice-versa (veja Concílio de Éfeso). Depois do Concílio de Calcedônia, em 451, a seguinte grande divisão ocorreu com as Igrejas Síria e Alexandrina (egípcia ou copta), que se separaram em virtude de suas características monofisitas (entretanto, o patricarca sírio Ignatius Zakka I Iwas e o papa João Paulo II assinaram, também, uma declaração cristológica de fé). Estas igrejas monofisistas são conhecidas como Igrejas não-Calcedonianas, diferenciando-se da Ortodoxia Oriental por aceitarem apenas os três primeiros concílios ecumênicos.
Embora a Igreja como um todo não tenha experimentado maiores divisões nos séculos seguintes, os grupos oriental e ocidental chegaram até ao ponto em que os patriarcas de ambas as famílias se excomungaram mutuamente em 1054, no que ficou conhecido como o Grande Cisma. As razões políticas e teológicas para o cisma são complexas mas o ponto mais controverso foi a questão da primazia papal: o Ocidente insistia em que o Patriarca de Roma mantinha uma posição especial de autoridade sobre os outros patriarcas (em Alexandria, Antioquia, Constantinopla e Jerusalém), enquanto que o Oriente sustentava que todos os patriarcas eram co-iguais, não tendo qualquer autoridade especial sobre outras jurisdições. Cada igreja considera a outra como a catalisadora da divisão e foi somente no papado de João Paulo II que se fizeram reformas significativas para melhorar a relação entre as duas.
No cristianismo ocidental houve uma série de movimentos geograficamente isolados que precederam o espírito da Reforma protestante. Na Itália, no século XII, Pedro Valdo fundou o grupo dos Valdenses. Tal movimento foi largamente absorvido por grupos protestantes modernos. Na Boémia, uma região ortodoxa, os Estados Pontifícios (na época, um estado muito mais poderoso do que a Santa Sé atual) tomaram a região e converteram-na à fé católica. Um movimento iniciado no princípio do século XIV por John Huss (os Hussitas) desafiou o dogma católico, permanecendo até hoje (mais tarde, iriam dar origem aos Morávios).
Um movimento independente, que, anos depois, viria a alinhar-se com a Reforma, foi deflagrado quando o rei Henrique VIII de Inglaterra declarou-se como cabeça da Igreja da Inglaterra, com o Ato de supremacia em 1534, fundando o Anglicanismo como um ramo separado da fé cristã.
Um cisma enorme derivou-se, não intencionalmente, pela postagem das 95 teses por Martinho Lutero, em Wittenberg, em 31 de Outubro de 1517. Escritos inicialmente como uma série de reclamações a fim de estimular a Igreja católica a reformar-se por si mesma, muito mais do que iniciar uma nova seita, os textos de Lutero, combinados com a obra do teólogo suíço Ulrico Zwínglio e do teólogo francês João Calvino, levaram a uma fissura no cristianismo europeu que criou o que é, hoje em dia, o segundo maior ramo do Cristianismo depois do próprio Catolicismo: o Protestantismo.
Distintamente dos outros ramos (Catolicismo, Ortodoxia, os Orientais "monofisitas", os Assírios e os Anglicanos), o Protestantismo é um movimento geral que não tem uma estrutura governamental interna. Desta forma, diversos grupos, como Presbiterianos, Igrejas Reformadas, Luteranos, Metodistas, Congregacionais, Anabatistas, Batistas, Adventistas, Pentecostais, e, possivelmente, os Restauracionistas, (dependendo do esquema de classificação que for utilizado) são todos parte de uma mesma família.
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Modelos de classificação
Apesar de, no passado, a grande maioria dos cristãos terem permanecido por séculos unidos na mesma Igreja, alguns defendem que o cristianismo jamais foi uma fé monolítica. De qualquer forma, hoje essa variedade de grupos existe, apesar deles compartilharem uma história e uma tradição comuns. O cristianismo é, atualmente, a maior religião do mundo (somando aproximadamente um terço de sua população). Isso torna pertinente o estudo comparativo das suas várias tradições, no que diz respeito à tradição em si, à teologia, ao governo eclesiástico, doutrinas, formas de linguagem, etc.
A primeira divisão, na maioria dos modelos de classificação, ocorre entre as famílias do cristianismo oriental e ocidental. Dentro destas duas famílias principais encontramos os ramos distintos do cristianismo. Podemos organizá-los em seis grupos (por ordem de decrescente de número de fiéis): Catolicismo, Protestantismo, Ortodoxia Oriental, Anglicanismo, Igrejas não-Calcedonianas (que seguem o "Monofisitismo", como a Igreja Armênia e a Igreja Copta, por exemplo) e "Nestorianismo" (especificamente, a Igreja Assíria do Oriente).
Depois destes grandes ramos, vêm as famílias denominacionais. Em algumas tradições, tais famílias são definidas com precisão (como as igrejas autocéfalas nos ramos Ortodoxos). Em outras, esta precisão se perde em função da existência de grupos ideológicos que se sobrepõem (este é especialmente o caso do protestantismo, que inclui Anabatistas, Adventistas, Batistas, Congregacionais, Pentecostais, Luteranos, Metodistas, Presbiterianos, Igrejas Reformadas, e outros, possivelmente, dependendo da orientação do responsável pela classificação). Há, também, denominações que, no Ocidente, têm uma completa independência para estabelecer sua doutrina (por exemplo, as igrejas nacionais na Comunhão anglicana ou a Igreja Luterana - Sínodo de Missouri no luteranismo). Neste ponto, torna-se mais difícil aplicar a classificação às igrejas orientais e as católicas em virtude da rigidez de suas estruturas hierárquicas. Unidades mais precisas depois das denominações incluem certos tipos de concílios regionais, congregações individuais e corpos eclesiásticos.
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Grupos ocidentais
Praça de São Pedro, no Vaticano: grande símbolo católico.
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Praça de São Pedro, no Vaticano: grande símbolo católico.
O catolicismo e o protestantismo são as duas maiores divisões do Cristianismo no mundo ocidental, caso o anglicanismo seja incluído como parte do último grupo. Igrejas Batistas, Metodistas e Luteranas, por exemplo, são geralmente inseridas na tradição protestante, embora, estritamente falando, destas três, apenas a denominação luterana tenha sido fundada como um “protesto” contra o catolicismo. O anglicanismo é geralmente classificado como protestante, mas desde o movimento de Oxford, no século XIX, liderado por John Henry Newman, os escritores anglicanos enfatizam uma compreensão mais católica da Igreja e caracterizam-na como melhor entendida em sua própria tradição – uma via media, protestante e católica ao mesmo tempo.
Um elemento central da tradição católica é a sua aderência literal ao princípio de sucessão apostólica. Apóstolo significa “aquele que é enviado”. Segundo o conceito católico, Jesus comissionou os doze primeiros apóstolos (veja Personagens bíblicos para uma lista dos Doze) e eles continuaram fazendo o mesmo, impondo as mãos sobre os líderes subseqüentes da Igreja para ordená-los (comissioná-los) ao ministério. Desta forma, os católicos traçam uma linha sucessória de seus líderes em ligação com os primeiros doze apóstolos. Uma crença característica dos católicos é a de que o Papa tem uma autoridade que pode ser ligada diretamente àquela que teria sido concedida ao apóstolo Pedro. Há alguns pequenos grupos cismáticos dentro da fé católica, como a Antiga Igreja Católica, que rejeitou a definição de infalibilidade papal declarada pelo Concílio Vaticano I, e os Anglo-católicos, anglicanos que afirmam ser o anglicanismo a continuação do catolicismo histórico e que incorporam muitas crenças e práticas católicas. O catolicismo é amplamente designado como Catolicismo Romano, mas este título é um reflexo pouco acurado da organização da fé católica, pois há outros ritos distintos do rito latino (que compõe a vasta maioria dos fiéis). Estes pequenos grupos são incluídos no rito oriental (que é composto pelos cristãos orientais que se diferenciam de sua tradição por se submeterem à autoridade papal). O catolicismo é uma fé profundamente hierárquica na qual a suprema autoridade para matérias de fé e prática são de domínio exclusivo do Papa.
Catedral luterana em Helsinque.
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Catedral luterana em Helsinque.
Como o protestantismo não representa uma organização uniforme de fiéis e, sim, uma tradição religiosa que se dividiu por várias vezes, este é regularmente analisado a partir de suas grandes famílias denominacionais. Cada movimento protestante desenvolveu-se livremente e muitos se dividiram em função de questões teológicas. Um grande número de movimentos, por exemplo, teve origem a partir de avivamentos religiosos, como foi o caso do Metodismo e do Pentecostalismo. Temas doutrinários e questões de consciência também têm dividido os protestantes. A tradição Anabatista, composta dos Amish e dos Menonitas, rejeitou as doutrinas católica e luterana do batismo infantil; esta tradição é, também, reconhecida pela defesa intransigente do pacifismo. O grau de aceitação mútua entre denominações e movimentos varia, mas tem crescido muito em função do movimento ecumênico no século XX e do surgimento de organizações cristãs como o Concílio Mundial de Igrejas. A teologia protestante para cada denominação geralmente é definida por concílios eclesiásticos locais.
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Grupos orientais
No mundo oriental, a maior organização de fiéis pertence à Ortodoxia Oriental. A Igreja Ortodoxa Oriental também crê que é a continuação da Igreja cristã original estabelecida por Jesus. De acordo com a compreensão oriental da primazia papal, o bispo de Roma foi o primeiro em honra entre os bispos, mas não possuía nenhuma autoridade direta sobre outras dioceses que não fossem a sua. Conseqüentemente, cada igreja na Ortodoxia OIriental é autocéfala, e é responsável internamente por questões de fé e prática. Hoje em dia, o Patriarca de Constantinopla (modernamente Istambul, na Turquia) é conhecido como o Patriarca Ecumênico, e sustenta o título de honra entre os outros bispos (primus inter pares). Junto às quatro igrejas mais antigas, há aproximadamente dez outras igrejas mais ou menos organizadas em linhas nacionais (há alguma controvérsia sobre se a Igreja Ortodoxa na América é ou não autocéfala). A maior delas, e a maior de todas as igrejas ortodoxas, é a Igreja Ortodoxa Russa. Existem, hoje em dia, alguns pequenos cismas com grupos e igrejas nacionais que não mantêm comunhão com outras igrejas ortodoxas (como é o caso da Igreja Ortodoxa da Macedônia e da Igreja Ortodoxa de Montenegro).
As Igrejas não-Calcedonianas (“monofisitas”) organizam-se de uma maneira similar, com seis grupos nacionais autocéfalos e duas organizações autônomas. Embora a região das modernas Etiópia e Eritréia mantenha um forte grupo de fiéis desde a infância do cristianismo, tais locais só alcançaram a autocefalia em 1963 e 1994, respectivamente. Como este grupos são um tanto quanto obscuros no Ocidente, a literatura sobre eles inclui, algumas vezes, a Igreja Assíria do Oriente como parte das Igrejas Ortodoxas do Leste, mas os assírios mantêm independência teológica, cultural e eclesiástica em relação às outras igrejas cristãs desde 431. Esta Igreja é administrada segundo um modelo hierárquico não muito diferente do dos católicos, e o líder eclesiástico máximo é o Patriarca Catholicos da Babilônia, atualmente HH Mar Dinkha IV. Em virtude da perseguição religiosa, a sede principal da Igreja se encontra em Chicago, Illinois, ao invés da Assíria (norte do Iraque e parte do Irã). Alguns fiéis, entretanto, permanecem no Oriente Médio, e uma pequena congregação ainda existe devido aos esforços missionários na China, durante os séculos VII e VIII. O curioso é que, mesmo dentro deste pequeno grupo, há um Catholicos (Patriarca) rival na Califórnia.
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Cristianismo periférico
Apesar de ser difícil estabelecer uma definição precisa do que é a corrente principal do cristianismo, há alguns grupos que caminharam para além daquilo que popularmente constitui uma organização cristã, compartilhando, no entanto, alguma conexão histórica com a comunidade mais ampla de cristãos. A este grupo, chama-se cristianismo periférico (em inglês, non-mainstream Christianity).
Considerando esta diversidade, torna-se quase impossível definir o que é o cristianismo sem incorrer em dois extremos: ou rejeitar todas as definições, ou adotar uma definição como autoritativa e, assim, rejeitar as outras. Em termos de objetividade científica, ambas as opções são consideradas problemáticas.
O cristianismo, mesmo em sua infância, enquanto seita judaica, sempre rejeitou uma definição étnica. Ele foi concebido e cresceu como uma religião internacional com ambições globais, espalhando-se rapidamente da Judéia para nações e povos de todo o mundo. Mais do que o caráter étnico, são as doutrinas que definem essencialmente o cristianismo – mesmo quando grupos étnicos mantêm-se cristãos por gerações inteiras.
Templo mórmon em Salt Lake City.
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Templo mórmon em Salt Lake City.
Pontos distintos de doutrina podem variar desde um pequeno número de proposições simples até uma quantidade numerosa de elementos, dependendo de cada grupo. Alguns grupos são relativamente estáticos, enquanto outros mudaram dramaticamente suas definições ao correr do tempo. Como exemplo, antes do Iluminismo, mestres cristãos que negassem a doutrina da Santíssima Trindade (dogma amplamente sustentado, tratando das relações entre Deus Pai, Deus Filho e o Espírito Santo, formulado, a nível terminológico, a partir de passagens do Novo Testamento ao longo dos quatro primeiros séculos da era cristã) seriam expulsos de suas igrejas e, em alguns casos, exilados ou mesmo destituídos da proteção da lei. Em tempos recentes, entretanto, a doutrina da Trindade é considerada falsa por grupos como a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias(ou Mórmon). Quanto as Testemunhas de Jeová, embora elas dizem ser cristãs, nao são consideradas parte do protestantismo. Seus adeptos crêem que praticam o cristianismo primitivo, e que não são fundamentalistas no sentido em que o termo é comumente usado. Movimentos similares deram origem ao Unitarianismo, que renunciou formalmente às suas origens cristãs em 1961 e existe como uma organização religiosa separada. Em virtude de sua virtual abstenção de qualquer doutrina formal, no entanto, há unitarianos que se auto-identificam como cristãos, em que pese serem uma minoria. Em 1980 a Igreja Adventista do Sétimo Dia alterou suas crenças fundamentais adicionando a doutrina da Santíssima Trindade como a principal crença, mas uma parte da membresia não concorda com essa mudança e aqueles que se expressam contrários à mudança são destituídos do rol de membros. Esses excluídos se juntam aos unitarianos formando movimentos independentes.
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Movimentos messiânicos
Outras tradições de fé reivindicam não ser descendentes de nenhum dos grupos históricos. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, por exemplo, é freqüentemente agrupada entre as igrejas protestantes, mas não se caracteriza a si mesma como protestante. Sua origem, durante o segundo grande avivamento, foi paralela ao surgimento de inúmeras outras religiões norte-americanas, incluindo os Adventistas e o movimento de restauração.
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Cristianismo Esotérico
Há algumas tradições cristãs que se auto-denominam "religiões de mistérios" e estão correlacionadas não com o culto, mas com o auto-conhecimento do homem como espírito e parte integrante de Deus. Estas tradições são conhecidas como Cristianismo Esotérico (ou "Cristianismo Místico"), e são as únicas denominações cristãs reencarnacionistas e evolucionistas.
Essas tradições advogam a ideia de que todas as formas viventes passam pelo mundo como forma de se desenvolver, iniciando-se na inconsciência e terminando na mais elevada consciência. A palavra de Cristo seria, então, válida para o atual estágio da humanidade e consistiria em despertar o homem para o amor e o altruísmo, formando, a seu devido tempo, uma fraternidade universal, até que a humanidade esteja pronta para se dirigir diretamente a Deus. Uma das organizações mais conhecidas ligadas ao Cristianismo Esotérico é a Fraternidade Rosacruz de Max Heindel. Várias outras fraternidades rosacrucianas também se declaram cristãs e gnósticas, como é o caso da Fraternitas Rosicruciana Antiqua.
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Não-categorizados
Algumas denominações que surgiram em meio à tradição cristã ocidental consideram-se cristãs, mas não católicas e nem totalmente protestantes, como é o caso da Sociedade Religiosa dos Amigos (ou Quacres). O Quaquerismo começou como um movimento cristão de caráter evangélico e místico na Inglaterra do século XVII, dispensando sacerdotes e todos os sacramentos anglicanos e católicos de seu culto. Assim como os menonitas, os quacres são tradicionalmente contrários a qualquer forma de violência, como a participação em guerras.
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Gráfico
Resumo esquemático das denominações cristãs.
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Resumo esquemático das denominações cristãs.
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Ver também
* Lista de denominações cristãs
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Ligações externas
* Christian Denominations (em inglês)
* Guia de Protestantismo (em português)
Board of Trustees
Inquisição
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Inquisição ( do latim: Inquisitio Haereticae Pravitatis Sanctum Officium) é um termo que deriva do acto judicial de "inquirir", que significa perguntar, averiguar e foi uma instituição da Igreja Católica Romana para combater as heresias, e que ganhou maior relevo como instrumento da Contra-Reforma.
Índice
[esconder]
* 1 Origem e histórico
* 2 As inquisições espanhola e portuguesa
* 3 Censura e repressão
* 4 Extinção da Inquisição
* 5 Ver também
* 6 Ligações externas
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Origem e histórico
As origens da Inquisição remontam a 1183, no combate aos cátaros de Albi, no sul de França por parte de delegados pontefícios, enviados pelo Papa. A instituição da Inquisição se deu no Concílio de Verona
No entanto, e bem mais tarde, já em pleno século XV, os reis de Castela e Leão, Isabel e Fernando, solicitam, e obtêm do Papa a autorização para a introdução de um Santo Tribunal do Ofício: a Inquisição. Tal instituição tornava-se-lhes necessária, como jovem Estado, que recentemente alcançara a expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica e expulsara os judeus, por forma a obter uma «uniformização» e «unidade» nacional que até ali nunca existira.
Sendo essencialmente uma tribunal eclesiástico, desde cedo o Estado, o poder político se apossou do mesmo, por forma a prosseguir os seus objectivos políticos, mais do que os religiosos. Ao aliar o poder da fé ao poder da lei, da coação, e da violência, a Inquisição espanhola tornou-se, na prática, mas também no imaginário colectivo, uma das mais tenebrosas realizações da Humanidade.
Mais tarde, em certas regiões da Itália, e em Portugal, o Papa autorizou a introdução de instituições similares.
A Inquisição portuguesa tinha como âmbito todos os territórios sob controle da Coroa, tendo sido particularmente violenta na India, mas também em Portugal. A sua acção fez-se ainda sentir no Brasil.
Numa época em que o poder religioso se confundia com o poder real, o Papa Gregório IX, em 20 de Abril de 1233, editou duas bulas que marcam o reinício da Inquisição. Nos séculos seguintes, ela perseguiu, torturou e matou vários de seus inimigos, ou quem ela entendesse como inimigo, acusando-os de heresia.
A bula Licet ad capiendos, a qual verdadeiramente marca o início da Inquisição, era dirigida aos dominicanos inquisidores: Onde quer que os ocorra pregar estais facultados, se os pecadores persistem em defender a heresia apesar das advertências, a privá-los para sempre de seus benefícios espirituais e proceder contra eles e todos os outros, sem apelação, solicitando em caso necessário a ajuda das autoridades seculares e vencendo sua oposição, se isto for necessário, por meio de censuras eclesiásticas inapeláveis
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As inquisições espanhola e portuguesa
Veja também: Inquisição espanhola
Pintura representando um "Auto de fé" da Inquisição Espanhola. Visões artisticas sobre o tema geralmente apresentam cenas de tortura e de pessoas queimando na fogueira durante os rituais, o que é historicamente falso.
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Pintura representando um "Auto de fé" da Inquisição Espanhola. Visões artisticas sobre o tema geralmente apresentam cenas de tortura e de pessoas queimando na fogueira durante os rituais, o que é historicamente falso.
As inquisições ibéricas são famosas. David Landes, por exemplo, relata-nos: "A perseguição levou a uma interminável caça à bruxa, completa com denunciantes pagos, vizinhos bisbilhoteiros e uma racista "limpieza de sangre". Judeus conversos eram apanhados por intrigas e vestígios de prática mosaica: recusa de porco, toalhas lavadas à sexta-feira, uma prece escutada à soslaia, frequência irregular à igreja, uma palavra mal ponderada. A higiene em si era uma causa de suspeita e tomar banho era visto como uma prova de apostasia para marranos e muçulmanos. A frase "o acusado era conhecido por tomar banho" é uma frase comum nos registos da Inquisição. Sujidade herdada: as pessoas limpas não têm de se lavar. Em tudo isto, os Espanhóis e Portugueses rebaixaram-se. A intolerância pode prejudicar o perseguidor (ainda) mais do que a vítima. Deste modo, a Ibéria e na verdade a Europa Mediterrânica como um todo, perdeu o comboio da chamada revolução científica".
Por outro lado, pesquisas históricas recentes vêm provocando uma reavaliação do papel dessas inquisições. As novas discussões vêm modificando noções acerca do número de pessoas que teriam sido executadas e de que técnicas de tortura teriam sido realmente utilizadas. Estatísticas mais antigas afirmam, por exemplo, que em 1483, 2.000 pessoas foram queimadas nas fogueiras da inquisição espanhola. Entretanto, novos dados obtidos pela análise dos documentos da burocracia inquisitorial estão apontando para números bem menores: cerca de 2.000 pessoas teriam sido mortas em 300 anos.
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Censura e repressão
O Index ou Index Librorum Prohibitorum era a lista de livros proibidos cuja circulação era controlada pela Inquisição. Os livros autorizados eram impressos com um "imprimatur" ("que seja publicado") oficial. Em 1558 foi introduzida em Espanha a pena de morte para quem importasse livros estrangeiros sem permissão ou para quem imprimisse sem a autorização oficial. Entre as obras banidas encontravam-se obras científicas européias que continham o defeito de terem sido escritas por protestantes. Um exemplo desta desconfiança dos Espanhóis perante as idéias que lhes chegavam da Europa no século é-nos dado pela estatística dos alunos espanhóis da Universidade de Montpellier. Esta universidade costumava receber estudantes de medicina espanhóis. Eles deixaram de ir. Entre 1510 e 1559 foram 248. Já entre 1560 e 1599 foram apenas 12 (Goodman).
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Extinção da Inquisição
A Inquisição foi extinta gradualmente ao longo do século XVIII, embora só em 1821 se dê a extinção formal em Portugal numa sessão das Cortes Gerais. Porém, para alguns estudiosos, a essência da Inquisição permaneceu na Igreja Católica através de uma nova congregação: A Congregação para a Doutrina da Fé
O Papa João Paulo II pediu perdão pelos erros da igreja cometidos durante o tribunal da Inquisição, reconhecendo que várias ações do mesmo não foram dignas de serem feitas pela Igreja. Por outro lado, esses erros não impedem a Igreja de entender que o Tribunal tenha tido um lado bom ou uma ideologia séria para defesa da Fé, mesmo havendo os referidos abusos.
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Ver também
* Sinagoga Portuguesa de Amsterdão
* Auto-de-Fé
* Massacre da noite de São Bartolomeu
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Ligações externas
* A Inquisição sem censura
* A Inquisição em Portugal
* A inquisição espanhola
* A New Look At the Spanish Inquisition
* The Myth of the Spanish Inquisition
* A verdadeira história da Inquisição
* A Inquisição
* AS ILHAS CANÁRIAS E A INQUISIÇÃO PORTUGUESA
* Inquisição - Poder e política em nome de Deus
Uma heresia (do latim haeresis que, por seu lado, vem do grego haíresis que significa capacidade de escolher) é qualquer doutrina cristã contrária aos dogmas da Igreja Católica. Opõe-se, desta forma, à ortodoxia. Por extensão, designa-se por heresia a qualquer desvio de uma religião, credo ou sistema religioso que pressuponha uma doutrina ortodoxa. Da mesma forma, a palavra pode referir-se também a qualquer "deturpação" de sistemas filosóficos instituídos, ideologias políticas, paradigmas científicos, movimentos artísticos, ou outros. Ao fundador de uma heresia dá-se o nome de heresiarca.
Índice
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* 1 Heresia no Judaísmo
* 2 Heresia no Cristianismo
o 2.1 Heresias no cristianismo primitivo
* 3 Algumas "heresias" importantes na história
* 4 Bibliografia
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Heresia no Judaísmo
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Heresia no Cristianismo
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Heresias no cristianismo primitivo
Desde Paulo existe um impulso para estabelecer uma uniformidade no cristianismo.
Na metade do século II havia grupos não-ortodoxos em Roma, como os fundados por Marcion, Montanus e a gnose de Valentinus. A Prescrição de Tertuliano contra os heréticos e o Contra as heresias de Irineu foram ataques contra os heréticos. O Concílio de Nicéia foi convocado pelo imperador Constantino devido a disputas em torno da natureza da Trindade.
A palavra herético adquiriu conotação negativa nessa época, quando o Império Romano impunha o culto a seus deuses, portanto os ataques eram apenas verbais, estando a palavra herético muitas vezes associada a ofensas pesadas.
A partir de 325, algumas crenças foram establecidas como dogma através de cânones promulgados pelos concílios. O Credo Niceno atacava os arianos e foi usado por Cirilo para expulsar Nestorius.
Irineu lançou os argumentos para a sucessão apostólica, dizendo que não havia ensinamentos secretos no cristianismo, tudo era público. Esta afirmação condenava a gnose e outras crenças no revelação contínua.
O asceta espanhol Prisciliano de Ávila foi o primeiro a ser executado por heresia, 60 anos após o Concílio de Nicéia (em 385).
Uma das linhas que foi condenada como heresia eram as que divergiam da afirmação de que Cristo era totalmente divino e totalmente humano, e que as três pessoas da Trindade são iguais e eternas. Este dogma só foi estabelecido depois que Arius o desafiou, e mesmo o Novo Testamento só se tornou o que hoje conhecemos no século IV (por Atanásio).
Historicamente, houve muitas discordâncias do dogma oficial da Igreja, mas estes só eram condenados quando se tornavam uma ameaça para a autoridade eclesiástica.
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Algumas "heresias" importantes na história
* Nestorianismo
* Americanismo
* Donatismo
* Sabelianismo
* Adocionismo
* Anabaptismo
* Arianismo
* Catarismo
* Gnose
* Sabelianismo
* Monarquianismo
Veja também maniqueísmo, uma religião surgida no século III d.C. que mesclava cristianismo, zoroastrismo e gnosticismo e influenciou alguns cristãos, inclusive Agostinho.
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Bibliografia
* FALBEL, Nachman. Heresias medievais. São Paulo: Perspectiva, 1999.
* RIBEIRO JUNIOR, João. Pequena história das heresias. Campinas: Papirus.
Contra-Reforma
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A denominada Contra-Reforma caracterizou-se por um movimento de reafirmação dos princípios da doutrina e da estrutura da Igreja Católica, diante do movimento de Reforma Protestante na Europa do século XVI.
O conceito foi forjado pelo historiador protestante alemão Leopold von Ranke no século XIX.
É importante considerar que, mesmo antes de Martinho Lutero enunciar as suas 95 Teses contra o comércio de indulgências (Wittenberg, 1517), já havia evidências de uma reforma interna no seio da Igreja Católica, combatendo as tendências para a corrupção que haviam levado figuras como Jan Hus (1369-1415) e John Wycliffe (1324-1384) a exigir alterações radicais na doutrina e nas estruturas da Igreja medieval dos finais do século XIV.
Este movimento Católico de Reforma, acentuado com o pontificado do Papa Paulo III, visou proteger as instituições e práticas católicas da heresia e do Protestantismo, corrigindo, desde o seio da Igreja, as fontes de descontentamento que alimentavam e tornavam apelativa a Reforma Protestante. Culminou no Concílio de Trento. Fatores que impulsionaram o movimento da Reforma
No início do século XVI, a mudança na mentalidade das sociedades européias repercutiu também no campo religioso. A Igreja, tão onipotente na Europa medieval, foi duramente criticada. A instituição católica estava em descompasso com as transformações de seu tempo. Por exemplo, condenava o luxo excessivo e a usura. Além disso, uma série de questões propriamente religiosas colocavam a Igreja como alvo da rítica da sociedade: a corrupção do alto clero, a ignorância religiosa dos padres comuns e os novos estudos teológicos. As graves críticas a Igreja já não permitiam apenas consertar internamente a casa. As insatisfações acumulram-se de tal maneira que desencadearam um movimento de ruptura na unidade cristã: a Reforma Protestante. Assim, a Reforma foi motivada por um complexo de causa que ultrapassaram os limites da mera contestação religiosa. Vejamos detalhadamente algumas dessas causas.
Novas interpretações da Bíblia
Com a difusão da imprensa, aumentou o número de exemplares da Bíblia disponíveis aos estudiosos, e um clima de reflexão crítica e de inquietação espiritual espalhou-se entre os cristãos europeus. Surgia, assim, uma nova vontade individual de entender as verdades divinas, sem a intermediação dos padres. Desse novo espírito de interiorização da religião, que levou ao livre exame das Escrituras, nasceram diferentes interpretações da doutrina cristã. Nesse sentido, podemos citar, por exemplo, uma corrente religiosa que, apoiada na obra de Santo Agostinho, afirmava que a salvação do homem seria alcançada somente pela fé. Essas idéias opunham0se à posição oficial da Igreja, baseada em Santo Tomás de Aquino, pela qual a salvação do homem era alcançada pela fé e pelas boas obras.
Corrupção do Clero
Analisando o comportamento do clero, diversos cristãos passaram a condenar energicamente os abusos e as corrupções. O alto clero de Roma estimulava negócios envolvendo religião, como, por exemplo, a simonia (venda de objetos sagrados) tais como espinhos falsos, que coroaram a fronte de Cristo, panos que teriam embebido o sangue de seu rosto, objetos pessoais dos santos, etc. Além do comércio de relíquias sagradas, a Igreja passou a vender indulgências (o perdão dos pecados). Mediante certo pagamento destinado a financiar obras da Igreja, os fiéis poderiam "comprar" a sua salvação. No plano moral, inúmeros membros da Igreja também eram objeto de críticas. Multiplicavam-se os casos de padres envolvidos em escândalos amorosos, de monges bêbados e de bispos que vendiam os sacramentos, acumulando riquezas pessoais. Esse mau comportamento do clero representava sério problema ético-religioso, pois a Igreja dizia que os sacerdotes eram os intermediários entre os homens e Deus.
Nova ética religiosa
A Igreja católica, durante o período medieval, condenava o lucro excessivo (a usura) e defendia o preço justo. Essa moral econômica entrava em choque com a ganância da burguesia. Grande número de comerciantes não se sentia à vontade para tiraro o lucro máximo nos negócios, pois temiam ir para o inferno. Os defensores dos grandes lucros econômicos necessitavam de uma nova ética religiosa, adequada ao espírito capitalista comercial. Essa necessidade da burguesia foi atendida, em grande parte, pela ética protestante, que surgiu com a Reforma.
Sentimento nacionalista
Com o fortalecimento das monarquias nacionais, os reis passaram a encara a Igreja, que tinha sede em Roma e utilizava o latim, como entidade estrangeira que interferia em seus países. A Igreja, por seu lado, insistia em se apresentar como instituição universal que unia o mundo cristão. Essa noção de universalidade, entretanto, perdia força à medida que crescia o sentimento nacionalista. Cada Estado, com sua língua, seu povo e suas tradições, estava mais interessado em afirmar as diferenças do que as semelhanças em relação a outros Estados. A Reforma Protestante correspondeu a esses interesses nacionalistas. A doutrina cristã dos reformadores, por exemplo, foi divulgada na língua nacional de cada país e não tem latim, o idioma oficial da Igreja católica.
Contra-Reforma
A Reação católica contra o avanço protestamte
Diante dos movimentos protestantes, a reação incial e imediata da Igreja católica foi punir os rebeldes, na esperança de que as idéias reformistas não se propagassem e o mudno cristão recuperasse a unidade perdida. Essa tática, entretanto, não obteve bons resultados. O movimento protestante avançou pela Europa, conquistando crescente número de seguidores. Diante disso, ganhou força um amplo movimento de moralização do clero e de reorganização das estruturas administrativas da Igreja católica, que ficou conhecido como Reforma Católica ou Contra-Reforma. Seus principais líderes foram os papas Paulo III (1534-1549), Paulo IV (1555-1559), Pio V (1566-1572) e Xisto V (1585-1590) Um conjunto de medidas forma adotadas pelos líders da Contra-Reforma, tendo em vista deter o avanço do protestantismo. Entre essas medidas, destacam-se a aprovação da ordem dos jesuítas, a convocação do Concílio de Trento e o restabelecimento da Inquisição.
Ordem dos Jesuitas
No ano de 1540, o papa Paulo III aprovou a criação da ordem dos jestuítas ou Companhia de Jesus, fundada pelo militar espanhol Inácio de Loyola, em 1534. Inspirando-se na estrutura militar, os jesuítas consideravam-se os "soldados da Igreja", cuja missão era combater a expansão do protestantismo. O combate deveria ser travado com as armas do espírito, e para isso Inácio de Loyola escreveu um livro básico, Os Exercítos Espirituais, propondo a conversão das pessoas ao catolicismo, mediante técnicas de contemplação. A criação de escolas religiosas também foi um dos instrumentos da estratégia dos jesuítas. Outra arma utilizada foi a catequese dos não-cristãos, com os jesuítas empenhando-se em converter ao catolicismo os pvoso dos continentes recém-descobertos. O Objetivo era expandir o domínio católico para os demais continentes.
Concílio de Trento
No ano de 1545, o papa Paulo III convocou um concílio (reunião de bispos), cujas primeiras reuniões foram realizadas na cidade de Trento, na Itália. Ao final de longos anos de trabalho, terminados em 1563, o concílio apresetou um conjunto de decisões destinaas a garantir a unidade da fé católica e a disciplina eclesiástica. Reagindo às idéias protestantes, o Concílio de Trento reafirmou diversos pontos da doutrina católica, como por exemplo:
I. a salvação humana: depende da fé e das boas obras humanas. Rejeita-se, portanto a doutrina da predestinação; II. a fonte da fé: o dogma religioso tem como fonte a Bíblia (cabendo à Igreja dar-lhe a interpretação correta) e a tradição religiosa (conservada e transmitida pela igreja). O papa reafirmava sua posição de sucessor de Pedro, a quem Jesus Cristo confiou a construção de sua Igreja; III. a missa e a presença de Cristo: a Igreja reafirmou que n ato da eucaristia ocorria a presença de Jesus no Pão e no Vinho. Essa presença real de Cristo era rejeitada pelos protestantes.
O Concílio de Trento determinou, ainda, a elaboração de um catecismo com os pontos fundamentais da doutrina católic, a criação de seminários para a formação dos sacerdotes e manutenção dos celibatos sacerdotal. No ano de 1231, a Igreja católica havia criado os tribunais da Inquisição, que, com o tempo, reduziram suas atividades em diversos países. Entretanto, com o avanço do protestantismo, a Igreja rativou, em meados do século XVI, a Inquisição. Esta passou a se encarregar, por exemplo, de organizar uma lista de livros proibidos aos católicos, o Index librorum prohibitorum. Uma das primeiras relações de livros proibidos foi publicada em 1564
2006-09-20 06:53:41
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answer #5
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answered by anaufabetu 3
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