A falta de ética do rejeitado FHC
Talvez desesperado com a retomada da popularidade do presidente Lula e com a briga interna no PSDB, o rancoroso FHC resolveu partir para a baixaria. Há três semanas, numa operação aparentemente tramada pela mídia, ele se encontra numa verdadeira cruzada verborrágica contra o atual governo. Numa grosseira entrevista à revista IstoÉ, o suspeito ex-presidente disse na maior caradura que “a ética do PT é roubar”. Na seqüência, foi bajulado pelos “jornalistas” do programa Roda Viva, na TV Cultura sob domínio do tucanato paulista, batendo na tecla de que “hoje a corrupção é sistêmica”. Quase todo o dia, FHC aparece em algum veículo da mídia, inclusive do exterior, espinafrando sem piedade o governo Lula.
Sua pretensão de se tornar o paladino da ética, porém, é risível e grotesca. Como afirmou o bispo emérito de Volta Redonda (RJ), dom Waldyr Calheiros, “ele não tem moral para criticar o governo Lula, por mais erros que este tenha. Basta que sejam investigadas as privatizações no governo dele e será encontrada muita sujeira”. No mesmo diapasão, o ministro-chefe da Controladoria Geral da União, Waldir Pires, lembrou que “os recursos mencionados nos escândalos no período em que ele estava no governo eram centenas de vezes maiores do que os que estão sendo investigados no valerioduto. Só no caso Banestado, fala-se em R$ 30 bilhões”. Já o ministro Ciro Gomes disparou: “Ele precisa controlar a inveja e o rancor. FHC age como ex-marido rancoroso, que não suporta ver a mulher feliz com outro homem”.
A falsa cruzada moralista de FHC tem gerado curiosas reações. O PT, que ficou bastante acuado diante da crise política, decidiu sair da defensiva e já ingressou na Justiça com duas ações contra o ex-presidente, pedindo sua condenação criminal e civil. Mesmo no PSDB e no PFL, há divisões sobre a tática agressiva adotada. Uns querem mais sangue; outros avaliam que esta postura desesperada só atrapalha. Na prática, Lula subiu nas pesquisas depois destes ataques histéricos. Já FHC continua na lanterna, com os mais altos índices de rejeição. Ele é detestado pelo povo. Não é para menos, como antecipa o jornal Valor, que até o PSDB já discute retirar o ex-presidente de cena, o que seria um rude golpe no seu famoso egocentrismo.
Corrupção sistêmica
Tamanha rejeição, que até pode explicar a reação psicológica agressiva de FHC, tem os seus motivos. Por maior que seja a manipulação da mídia, a sociedade ainda se recorda da desastrosa gestão de FHC – que afundou a economia nacional, privatizou o estado e bateu recordes de desemprego. Ela também se lembra das dezenas de denúncias de corrupção feitas nos seus oito anos de mandato, que nunca foram apuradas. Se na comparação nos terrenos econômico, político e social, o reinado de FHC perde feio para o governo Lula, também na questão da ética a distância é abissal. Vale citar trechos de um documento elaborado pela Liderança do PT na Câmara, em junho de 2005, para entender sua altíssima rejeição neste quesito:
Conivência escancarada. Já no inicio do seu primeiro mandato, em 19 de janeiro de 1995, FHC ficou no marco que mostraria sua conivência com a corrupção. Ele extinguiu, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída por Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que visava combater o desvio de recursos públicos. Em 2001, fustigado pela ameaça de uma CPI da Corrupção, ele criou a Controladoria Geral da União, mas este órgão se notabilizou exatamente por abafar denúncias.
Caso Sivam. Também no início do seu primeiro
2006-09-18
02:12:31
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pintoarrepiado
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