Esse mito pode ser analisado no ponto de vista do conhecimento e no ponto de vista político:
:: Na teoria das idéias mostra o caráter idealista do pensamento platônico que diz que há dois mundos: o sensível, dos fenômenos, e o mundo das idéias. O primeiro , acessível aos sentidos, é o mundo da multiplicidade, do movimento, e é ilusório, pura sombra do verdadeiro mundo, Mas, se percebemos inúmeras abelhas dos mais variados tipos, a idéia de abelha dever una, imutável, a erdadeira realidade. Portanto, acima do ilusório mundo sensível, há um mundo das idéias gerais, das essências imutáveis que o homem atinge pela contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos.
Essas idéias gerais são hierarquizadas, e no topo delas está a idéia do Bem, a mais alta em perfeição e a mais geral de todas: os seres e as coias não existem senão na medida em que participam do Bem. E o Bem Supremo é também a Suprema Beleza. É o Deus de Platão.
Platão supõe que os homens já teriam vivdo como pro espírito quando contemplaram o mundo das idéias. Ao "decair", se "aprisionando"em um corpo (que é sempre um túmulo da alma), tudo esquecem. Mas a visão (pelos sentidos) das coisas sensíveis desperta na alma as lembranças adormecidas. É a chamada teoria da reminiscência.
Há uma dialética que fará a alma elevar-se das coisas múltiplas e mutáveis às idéias unas e imutáveis. O filósofo, o que se libertou das correntes, ao contemplar a verdadeira realidade e ter passado da opinião (doxa) à ciência (epistéme), deve retornar ao meio dos homens para orientá-los.
Eis assim a segunda dimensão do mito da caverna, a dimensão política, surgida da pergunta: Como influenciar os homens que não vêem? Cabe ao sábio ensinar e dirigir. Trata-se da necessidade da ação política, da transformação dos homens e da sociedade, desde que essa ação seja dirigida pelo modelo ideal contemplado.
OBS.: Leia o livro pra melhor entendimento.
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2006-09-17 16:11:29
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answer #1
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answered by aeiou 7
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Alegoria da Caverna (Contada por Marilena Chaui)
Convite à Filosofia - Marilena Chaui
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Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, gerações após gerações, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para a frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.ânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão
A luz que ali entra provfoi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.ém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual
Por causa da luz da fogueira e da posimas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.ção ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas,
Como jamais viram outra coisasaber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna., os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem
Que aconteceriaseres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria., indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros
Num primeiro momentocom a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade., ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se
Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.
Que lhe aconteceria nesse retornocaçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe, alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade.? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas
O que é a caverna? O mundo em que vivemos. Que são as sombras das estatuetas? As coisas materiais e sensoriais que percebemos. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo. O que é a luz exterior do sol? A luz da verdade. O que é o mundo exterior? O mundo das idéias verdadeiras ou da verdadeira realidade. Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A dialética,. O que é a visão do mundo real iluminado? A filosofia. Por que os prisioneiros zombam, espancam e matam o filósofo (Platão está se referindo à condenação de Sócrates à morte pela assembléia ateniense?) Porque imaginam que o mundo sensível é o mundo real e o único verdadeiro.
CHAUI, Marilena. Convite a filosofia. São Paulo: Editora Ática, 1999. (p. 40-41)
2006-09-18 07:27:12
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answer #2
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answered by regina o 7
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