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Eles transmitem 60 tipos de doenças

Eles são o símbolo da paz, mas têm adquirido a fama cada vez maior de nova praga dos grandes centros urbanos. Os donos dos contraditórios títulos são os pombos, essas aves de origem asiática que convivem há mais de 10 mil anos com o homem e já ocupam o quarto lugar em números de chamadas para combate a pragas da Divisão de Controle de Animais Sinantrópicos (aqueles que vivem próximos aos humanos e prejudicam-nos de alguma maneira) da Vigilância Sanitária do Recife, atrás apenas de ratos, escorpiões e pulgas. Apesar dos milhares de defensores que ganham a cada dia pelas praças das metrópoles, os pombos começam a preocupar as autoridades, que já engatam campanhas de controle populacional dos pássaros.

A proliferação em ritmo alucinante dos pombos, ironicamente, tem como causador o principal prejudicado com o animal: o próprio homem. Quem afirma é o diretor da Divisão de Controle de Animais Sinantrópicos do Recife, Carlos Valença. "Quando recebemos alguma chamada para retirar pombos, quase sempre constatamos que os animais só estão infestando o local porque alguém os alimenta", revela. Ele destaca que os ambientes mais propícios para as aves construírem ninhos são blocos de apartamentos e prédios com fendas, frestas e balcões.

Como as solicitações de controle estão sendo consideradas numerosas este ano - foram registradas 30 até outubro - a Vigilância Sanitária do Recife articula para dezembro uma campanha de prevenção à multiplicação dos pombos. Agentes de Saúde Ambiental da Prefeitura farão visitas porta-a-porta por toda a cidade entregando material educativo. "Eles recomendarão a colocação de telas para impedir que as aves façam ninhos, vedação das caixas de ar-condicionado e, principalmente, que não se alimente os animais", detalha Valença.

Tanta preocupação tem motivos sérios: os inocentes pássaros da paz transmitem cerca de 60 doenças aos seres humanos. A lista vai de gripes a tipos de conjuntivite (como a Doença de Newcastle), toxoplasmose e coceiras causadas pelos piolhos (as "pichilingas") e ácaros que ficam entre as penas dos bichos. "Mas não vejo perigo de saúde pública no Recife", tranqüiliza o ornitólogo e professor do Departamento de Zoologia das universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco, Severino Mendes.

Mas ele alerta para a proliferação dos pombos no Porto do Recife, que é o maior "paraíso" das aves na cidade. "Eles afetam até mesmo a exportação de alimentos, pois existem países que não aceitam importar frango, por exemplo, de cidades que podem sofrer com essas doenças de pombos".
De acordo com o infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) Vicente Vaz, o maior problema causado pelos pombos é a disseminação de um fungo, o criptococus, que pode provocar infecção em diversos órgãos do corpo. "É mais comum em pessoas com o sistema imunológico já afetado, como as que têm Aids e câncer. Pode até mesmo provocar meningites, infecções pulmonares e abcessos cerebrais", explica.

Para boa parte da população, no entanto, os pombos são inseparáveis da paisagem. Assim como em Veneza, Paris e Lisboa, as praças e parques do Recife ficam tomadas por pombos - e também por pessoas que se deliciam em alimentá-los, como o pipoqueiro Severino da Conceição, 32 anos, que trabalha na Praça do Marco Zero. "Todos os dias sacudo um monte de pipocas para eles. Acho bonito quando eles chegam a ficar em cima das pessoas, nas praças. Os pombos não têm medo, já se acostumaram com gente".

Sujeira na terra, perigo nos céus
Como estão presentes em quase todas as zonas urbanas do planeta - só não vivem nas regiões polares -, os pombos acabam deixando rastros nas cidades: sua urina e suas fezes, que possuem alta concentração de ácido úrico, corroem monumentos de pedra e bronze, destroem pinturas e rebocos dos prédios e das construções e danificam estruturas de concreto e pinturas de automóveis. Mas, na opinião do superintendente em Pernambuco do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Frederico Almeida, a capital pernambucana ainda não corre sérios riscos.
"O dano causado por esse tipo de ataque biológico aqui é bem menor do que em cidades como Veneza, por exemplo. Lá, usam-se repelentes específicos e sistema de eletrificação nos monumentos e prédios para evitar que os pombos pousem. Aqui não é um caso tão alarmante", considera. As precauções que o Iphan toma são menos drásticas: telas nas frestas e janelas e fios de náilon nos parapeitos dos imóveis conseguem evitar os bichos.

Durante o vôo, os pombos também podem representar perigo. Apesar de serem responsáveis por menos de 20% das colisões aéreas com aves, eles inspiram cuidados nos aeroportos. A única ocorrência registrada no Aerporto do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre este ano foi no dia 23 de julho, quando se começou a notar a disseminação dos pombos nas proximidades. "Mas colocamos algumas arapucas e redes, o que fez eles migragem para outras áreas", diz o coordenador de prevenção e emergência do aeroporto, João Renato Cavalcanti. A cautela faz sentido: o impacto de uma ave com até 2,5 quilogramas com um avião em movimento pode chegar a cinco toneladas, dependendo da velocidade do veículo.

2006-09-15 02:49:03 · answer #1 · answered by gisa_dance 3 · 0 0

normalmente o pescoço de um pombo macho é mais grosso qeu o de uma fêmea. Outro indicador são as narinas: um pombo macho tem as narinas maiores. Pode-se indentificar tambem pelo ronco do pombo. Aquele que fica rodando e roncando em volta de outro pombo é o macho. Eles vivem em média 5 a 6 anos e deve-se ter cuidade em tê-los como animais de estimação porque eles são hospedeiros de piolhos que podem transmitir doenças.

2006-09-15 10:01:18 · answer #2 · answered by marcus c 1 · 0 0

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