Essa pergunta se relaciona com a "Teoria dos Gêmeos", criada para facilitar o entendimento da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.
A questão do relógio andar "mais rápido" ou "mais devagar" vai variar de acordo com o observador, que é justamente uma das proposições da referida teoria: o tempo não é absoluto, ou seja, a forma como percebemos o tempo varia de acordo com nossa velocidade ou conforme a força do campo gravitacional sob o qual estamos sujeitos.
Para melhor compreender o que foi dito acima, é necessário imaginarmos uma situação hipotética. Mas antes disso, é importante fixar a seguinte premissa: o efeito de uma aceleração constante sob um corpo é idêntico ao efeito de uma força gravitacional sobre este mesmo corpo.
Logo, imaginemos que você está num elevador flutuando no espaço (sem efeito de alguma força gravitacional). Imagine que, nesse elevador, você não tenha a menor idéia do que se passa do lado de fora. Se for aplicada uma aceleração aproximada de 10m/s2 (ao quadrado), a sensação que você terá é que esse mesmo elevador está, na realidade, sob efeito do campo gravitacional da Terra.
Definida, portanto, a premissa de que os efeitos da aceleração e da gravidade se confundem, vamos agora analisar uma situação hipótetica que vai ajudar a esclarecer suas dúvidas.
Imagine um foguete imenso, tão imenso que um raio de luz, ao ser emitido da ponta do foguete, leve 1 segundo para chegar na sua cauda. Tomemos, agora, dois observadores portanto dois relógios absolutamente idênticos, marcando extamente a mesma unidade de tempo. Um dos observadores é colocado na ponta do foguete, enquanto o outro fica na cauda. Esse observador da ponta, então, passa a emitir raios de luz com o intervalo de 1 segundo (contados precisamente em seu relógio). O observador da cauda, com isso, um segundo depois que o observador da ponta emitiu um raio de luz, vê esse raio chegando à cauda. Como o observador da ponta passou a emitir raios de luz no intervalo de 1 segundo, o observador da cauda também começa a marcar a chegada desses raios com o mesmo intervalo de tempo (1 segundo).
Agora imaginemos que esse foguete começa a acelerar. O observador mantém a emissão de raios de 1 em 1 segundo, o que pode ser medido em seu relógio. Contudo, o observador da cauda começa a marcar em seu relógio a chegada dos raios de luz com intervalos inferiores a 1 segundo, porque o espaço que aquele raio teve que percorrer até chegar a cauda diminuiu em função da aceleração do foguete).
Sendo assim, vemos que, observadores portanto relógios idênticos registram os mesmos fatos em tempos diferentes.
Ademais, como dissemos acima, não só a aceleração causaria esse efeito, como também a ação de um campo gravitacional também deformaria o espaço-tempo.
Com base em tal entendimento, se dois irmãos gêmeos idênticos fossem separados, sendo que um viveria ao nível do mar e outro no pico de uma montanha, depois de alguns anos o irmão que viveu ao nível do mar seria mais velho, por ter vivido sob efeito de uma força gravitacional maior (por estar mais próximo do centro da Terra).
2006-09-14 06:23:58
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answer #1
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answered by Marcelo S 1
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Nossa! Bem explicadinha a resposta do Marcelo! Parabéns! Será que tem alguma coisa a ver com: quando estamos lá em cima, dentro de um avião e olhamos para fora, parece que o avião está parado, no entanto sabemos que está, em média, a 900km/h.
2006-09-14 13:48:32
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answer #2
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answered by m_m_s 6
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