Existe vida em outros planetas? Estamos sós ou existe vida inteligente e outras civilizações por aí, em rincões siderais distantes?
São perguntas difíceis de responder de forma positiva. Para começar, esqueça coisas do tipo “visita de habitantes de outros planetas ao nosso mundo a bordo de discos voadores”. Não existe uma única prova confiável, material ou pelo menos discutível da presença de E.T.s na Terra (embora ufólogos digam o contrário). Contudo, dada a infinidade de galáxias, de estrelas nessas galáxias e de planetas ao redor de pelo menos algumas estrelas, a vida em outros mundos é uma probabilidade estatística. A ciência sabe disso e existe até uma equação matemática que exprime a virtual impossibilidade de estarmos sós no Universo, criação da mente poderosa do astrônomo Francis Drake, pioneiro da busca de inteligência extraterrestre.
Pelo que se sabe até hoje, um lugar para abrigar e manter vida necessita de determinadas características. Algo como as condições oferecidas pela Terra, um planeta com atmosfera rica em oxigênio, água em estado líquido, carbono disponível e localizado a determinada distância (150 milhões de quilômetros) do nosso cotidiano Sol, uma estrela amarelo-alaranjada com diâmetro de 1,3 milhão de quilômetros. Não se descarta, ainda, a possibilidade de formas inusitadas de vida geradas em condições adversas (do ponto de vista terrestre, o que nos permite imaginar um ser asqueroso como o oitavo passageiro da série cinematográfica Alien).
Com milhões e milhões de galáxias e estrelas no Universo, dita o bom senso que exista um número incrível de planetas orbitando estrelas - além dos planetas conhecidos do Sistema Solar - e que desses planetas alguns tenham condições para gerar e manter vida. Desses, extraímos aqueles que virtualmente abrigam vida. Dos mundos com vida, computamos os que podem ter vida inteligente e, portanto, civilizações - ou algo próximo a isso. Como se sabe, nos últimos anos vêm sendo detectados planetas fora do Sistema Solar orbitando estrelas, o que confirma a primeira possibilidade concreta para a vida inteligente extraterrestre.
É bom definir as fronteiras. Uma coisa é vida em outro planeta. Outra coisa é vida inteligente em outro planeta. Em se tratando de vida inteligente, a melhor maneira para se pesquisar a vida fora da Terra é “ouvir estrelas”. Na verdade, o Universo todo é permeado por emissões eletromagnéticas naturais (ou não) de fontes como estrelas e outros objetos celestes. Entre essas emissões estão, além da luz, as ondas de rádio e o raio-x, por exemplo. Contudo, e se entre o turbilhão eletromagnético houver algo diferente, num padrão que nos leve a suspeitar de que tal emissão foi engendrada por uma civilização extraterrestre com domínio tecnológico? Sabemos que as ondas geradas por nossos meios de telecomunicação vão para o espaço e por lá viajam ad aeternum e, quem sabe, um dia poderão chegar a um planeta habitado. Ora, o contrário pode estar acontecendo: os vestígios eletromagnéticos de uma outra espécie inteligente podem estar viajando rumo ao nosso mundo. Esses seres, quem sabe movidos pela mesma angústia da solidão cósmica, podem estar propositadamente mandando recados a quem interessar possa. Entram em cena os radiotelescópios, potentes antenas cuja missão é captar as “vozes” dos astros. É bom salientar que, dada as enormes distâncias no espaço, os sinais viajam por dezenas, centenas, milhares e milhões de anos para chegar até nós, de modo que se captarmos as emissões de um mundo a mil anos-luz da Terra, estaremos “ouvindo” algo emitido há mil anos (lembrando que “anos-luz se” refere à distância percorrida pela luz em um ano, a 300 mil quilômetros por segundo).
Seti
Criado na década de 80 pelo saudoso astrônomo e divulgador científico Carl Sagan, o projeto Seti (do inglês Search for Extraterrestrial Intelligence), financiado com fundos particulares e capitaneado pela Universidade da Califórnia, tem como missão detectar vestígios de civilizações extraterrenas via emissões. Quando da criação do Seti, Sagan encabeçou um documento que pregava a necessidade de se prospectar pistas sobre vida inteligente no Universo, laudas que tiveram signatários do quilate de Sthefen Hawking e Linnus Pauling, entre outros notáveis das ciências.
A principal ferramenta do Seti é o gigantesco radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, “ligado” 24 horas diárias para a captação do eletromagnetismo cósmico. Ocorre que o volume de informação capturado por Arecibo, um prato parabólico fixo de 305 metros de diâmetro, é enorme, o que faz necessário o uso de um caríssimo supercomputador. No entanto, esse detalhe é contornado com uma rede de milhões de computadores mundo afora, analisando e “peneirando” os sinais que chegam a Arecibo em busca de algo que, grosso modo, “soe diferente” .
Assim funciona o Seti: o interessado baixa via internet um software; instalado no PC como uma proteção de tela, o programa usa os períodos de tempo em que o micro está ligado e ocioso para analisar dados captados do espaço; os dados devidamente “peneirados” são re-emitidos para o Seti. Existe ainda a possibilidade de se construir uma estação Seti particular, o que vai providenciar custos em torno de R$ 10 mil. Para conhecer mais o Seti e fazer o download do programa, os seguintes endereços podem ser acessados: www.setiathome.com.br/ ; http://setiathome.berkeley.edu/.
Atualmente, essa super-rede mundial permite cerca de 15 trilhões de cálculos por segundo, capacidade maior do que a de supercomputadores avaliados em mais de US$ 100 milhões. Além de usuários domésticos, algumas empresas disponibilizam os computadores das redes corporativas para caçar inteligências extraterrestres. Até agora, pouco mais de uma centena de sinais suspeitos foram computados, sem nenhuma evidência concreta de emissão feita por civilização.
Em um artigo publicado em maio de 1978 na Smithsonian Magazine, Sagan estimou que em nossa galáxia, a Via Láctea, existiriam 1 milhão de civilizações com conhecimentos tecnológicos que permitissem emissões eletromagnéticas. Mas, o próprio astrônomo admitiu que sua previsão era pouco mais que um chute.
Ninguém pode com certeza dizer que um dia encontraremos uma agulha no palheiro sideral. Contudo, vale a pena apostar na esperança
Via Láctea pode ter mais mundos como a nossa Terra
Cinco estrelas de nossa galáxia, a Via Láctea, similares ao nosso Sol, podem conter planetas parecidos com a Terra, que abrigariam civilizações inteligentes, anunciou a astrônoma americana Margaret Turnbull, do Carnegie Institution de Washington. Fazendo comparações em tamanho, composição, idade e cor com o nosso Sol, Turnbull elaborou uma lista de estrelas que teriam possibilidades de abrigar vida extraterrestre. O estudo pretende melhorar as chances de se captar sinais com os radiotelescópios.
Um dos corpos celestes da lista é a estrela Beta CVn, a cerca de 26 anos-luz da Terra, na constelação Canes Venatici. Um ano-luz equivale a 9 trilhões e 450 bilhões de quilômetros. As cinco estrelas com mais probabilidades de contar com civilizações inteligentes fazem parte de uma relação de dez estrelas avaliadas por Margaret, em seu futuro projeto Terrestrial Planet Finder (TPF), da NASA, com o objetivo de encontrar e observar planetas similares à Terra.
O TPF, que consistirá de dois telescópios espaciais, deverá ser lançado até 2016, apesar dessa data talvez ser adiada por causa da redução no projeto de orçamento da NASA para 2007, que foi apresentado pelo Congresso americano recentemente, explicou a cientista. “Existem mais de 400 bilhões de estrelas em nossa galáxia e é evidente que o TPF não poderá observar todas elas”, afirmou, em entrevista no final de fevereiro. Por isso, a astrônoma selecionou as estrelas mais próximas.
Outra estrela incluída na lista foi a Pegasus 51, descoberta em 1995 por astrônomos suíços e célebre por ter em sua órbita o primeiro planeta encontrado fora de nosso Sistema Solar. Também foi selecionada a 16 Sco, que se encontra na constelação de Escorpião, situada perto do centro da Via Láctea. (Da Agência France Press)
EQUAÇÃO DE DRAKE
Esta equação é escrita como
N = R x fs x fp x ne x fl x fi x fc x L onde,
N é o número de civilizações inteligentes na nossa galáxia
R é a taxa média de formação de estrelas na nossa galáxia (aproximadamente 20 estrelas por ano)
fs é a fração de estrelas que são adequadas (aproximadamente 0,1)
fp é a fração de estrelas com planetas (aproximadamente 0,5)
ne é o número médio de planetas que estão localizados em uma “zona habitável”, onde existe água na forma líquida
fl é a fração destes planetas sobre os quais alguma forma de vida evolui
fi é a fração de lugares onde alguma vida se torna inteligente
fc é a fração de espécies inteligentes que poderiam se comunicar conosco
L é o tempo de vida, em anos, de uma civilização (isto é muito incerto)
Fonte: Observatório Nacional
SAIBA MAIS
Exobiologia é o ramo da ciência que estuda os efeitos de ambientes extraterrestres em organismos vivos e o potencial da vida em outros planetas
12680 objetos voadores não identificados foram investigados pela Força Aérea dos EUA entre 1947 e 1961 e nenhum deles tinha qualquer indício de ser extraterrestre
Segundo cálculos da Nasa, para viajar a 70% da velocidade da luz uma espaçonave utilizaria o equivalente a toda a energia elétrica produzida na Terra por 100 mil anos. Se essa nave tivesse como destino o sistema triplo Alfa Centauri, as mais próximas estrelas depois do Sol, levaria 6 anos para chegar lá
2006-09-13 05:51:53
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answer #1
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answered by Rodrigo Celi Veiga Dias 3
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