Andando perdida pela floresta, a garotinha continuava sua busca: a busca pela saÃda do labirinto! Tudo a sua volta era seco e vazio... Ãrvores altas, secas, imersas na eterna escuridão. O desespero inundava-lhe a alma, ela já não sabia para onde ir, corria corria perdida na neblina. Os galhos mortos, sem vida, puxavam-lhe para trás, rasgavam-lhe suas vestes, sua vida, seu caminho. O labirinto constituÃdo por árvores altas e secas imersas na eterna escuridão era o caminho de sua existência. Ela podia correr, gritar, chorar que não ninguém para ouvi-la, ninguém para amar. Encontrava-se perdida e sozinha. Sabia que deveria tomar tal decisão sozinha, mas o terror que lhe invadia o ser, persistia em chamar... Chamar... Chamar o que pelo que como e por quê?
Uma garotinha encontrava-se na cozinha com um prato branco e vazio em suas mãos, olhando-o como se tal objeto fosse a coisa mais fascinante do universo. A mãe, que antes dormia, chega e indaga:
-Filha, o que faz com um prato vazio nas mãos?
-Esperando – responde melancolicamente sem tirar os olhos do prato.
-Mas esperando o que? – pergunta surpresa.
-Esperando ela voltar.
-Ela quem, meu Deus?
-Ela.
-Filha... – preocupada a mãe vai até ela. – Você está bem?
-O que é estar bem, minha mãe? – A pequenina fita por alguns segundos os olhos de sua mãe e em seguida voltar a mirar o prato.
-O que você tem???
-Nada. Eu não tenho nada. Apenas espero ela retornar...
-Cristo! Ajudai-me! Quem, filha???
-Ela...
Desesperada a mãe vai falar com o marido deixando a filha a continuar olhando o prato vazio.
-Olá! Será que pode me ouvir? Sou eu... lembra-se? – diz a menina consigo mesma. – Por favor, volte! Eu preciso de você, já não suporto viver sem ti, minha princesa.
O prato observava apenas, intacto, branco, limpo, sem reação alguma.
-Mas por que não volta se dizes lembrar-se de mim?
O prato antes branco é atingido por uma gota de tinta azul celeste que cresce até colorir todo o prato, iluminando o olhar da menina.
-Você me recusou. Prefere continuar vivendo na imensidão do vazio do que aceitar a realidade que a cerca. Preferiu escolher uma existência de dúvidas, angústia, desespero do que a mim, que trago tranqüilidade, alegria e conformação das pessoas. – diz o prato.
-Não!!! Não foi isso que escolhi!!! Jamais fiz essa escolha! Do que você está falando?
-Você escolheu, foi você!!! Acorde Cristina! Aceite-me e eu serei sua guia.
-Como posso aceita-la se estou a tanto tempo procurando-te e implorando o seu retorno?
-Hahaha... retorno? Minha querida, eu jamais fiz parte de ti. Sempre recusou-se. Repudiou-me como se eu fosse um ser que lhe causasse enorme nojo e desprezo.
Surpresa, Criss procurava entender o que estava havendo.
-Mas... como? Então quem é que eu procuro?
-Esqueça, tola! Trate de ser grata e aceitar a sublime oferta!
-Sim... tem razão...
-Ãtimo!
-Sou mesmo uma tola...
-Finalmente apr...
-Tola por acreditar que você seria o melhor, que você poderia me mostrar a saÃda, a resposta para minhas dúvidas... mas não, você livraria-me das dúvidas eliminando as perguntas... para acordar é preciso primeiro dormir...
-Mas o que...?
-E cá estava eu adormecida, na esperança de não ter mais perguntas para fazer, respostas para encontrar, motivos para correr pelo labirinto; buscava alivio para minha mente, buscava a sanidade, buscava o poder de ser como todas as pessoas; simplórias, com curtas expectativas, com sonhos proporcionais a seu meio de vida, sem poder enxergar o que há do outro lado da porta, sem ver a saÃda.
-Sua tola!!!
-Sim, sou uma tola, uma tola por duvidar do que meu ser tem para me dizer, uma tola por acreditar que eu saberia fazer as melhores escolhas para mim... mas eu fui escolhida para acordar. Então vivo! Vivo enquanto as pessoas dormem. Vivo para encontrar meu caminho dentro do labirinto. Não importa o quanto eu corra pela escuridão, quantas pedras venham fazer-me cair, eu sempre irei me levantar e continuar a correr, correr sem cansar, sem parar, sem voltar, pois eu sei aonde eu quero chegar. Eu ordeno, saia-te daqui! Desapareça para nunca mais voltar! Ordeno-te agora! à peste ordinária! Saia-te de minha existência, pois eu ordeno-lhe!
Então, seus pais que chegaram a pouco e ficaram horrorizados com a cena, chamam novamente pela filha, que agora sorria largando o prato da mão. Este se quebrou em mil pedaços, sujando de tinta preta o piso da cozinha.
-Querida...
-Olá pai! Como vai?
-Com quem você estava falando?
-Com um fantasma... apenas... mas não se preocupem ele já se foi e jamais tornará a voltar.
-Não entendo suas palavras... filha...
-Mamãe! Acalme-se tudo está bem agora!
-O que você estava na mão? O que jogou no chão?
-Oras, nada!
A menina agora limpava os restos do prato que havia no chão.
-Por que está limpando o chão limpo?
-Estou recolhendo os cacos e limpando o sangue que dele escorreu.
Os pais desesperados observam a filha rasgar o pano e joga-lo fora. Inquietos, abraçam a filha e ameaçam de leva-la ao médico.
-O que há com você???
-Comigo? Ah! Nada oras... há apenas... vida.
2006-09-12 15:53:32
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answer #5
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answered by maya 1
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MINHA LONGEVIDADE
ao longo dos anos aprendi que viver é mais que nascer. que ser feliz é mais que sorrir .Que entusiasmo é estado de Espírito.
E que experiência sem alguém pra compartilhar não vale nada.
Ao longo desses anos aprendi que rugas, não é sinal de idade e nem de beleza,mas sim de experiências vividas na alma e marcadas no coração.Bem ao longo desses anos eu aprendi , que minha longevidade é sinal de madureza , e minha experiência é prova de nobreza. ( autoria própria )
2006-09-12 15:33:59
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answer #6
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answered by EZEQUIEL ALVES FERREIRA DA SILVA 2
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