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em que paiz foi a principal rota de transporte de escravo para todos os outros contenente

2006-09-12 06:55:20 · 3 respostas · perguntado por Anonymous em Governo e Política Participação Civil

3 respostas

"chupa essa manga"

A globalização não é um fenómeno dos dias de hoje: a viagem de Fernão de Magalhães, ao estabelecer a ligação entre os grandes oceanos, permitiu que a cartografia quinhentista pudesse mostrar a complementaridade existente entre os mares e os continentes. Como também entre os homens.

É no quadro de um conhecimento em constante elaboração que intervém a banalização da escravatura e a criação do tráfico negreiro. Se é certo que a História não dispõe dos elementos necessários a uma datação rigorosa do momento inicial deste processo esclavagista, tal não impede que possamos dar‑nos conta da sua intervenção na organização das sociedades modernas.

O inventário das mudanças verificadas desde o século XV permite constatar que as grandes transformações impostas pela criação das ecologias do capitalismo impuseram o recrutamento maciço da força de trabalho. Milhares e milhares de homens, mulheres e crianças africanos foram assim arrancados à sua terra, às suas famílias, às suas casas e às suas estruturas sociais e transportados para longe: primeiro, para a Europa, depois, para as Américas. Mas foram também levados para outras regiões de África e mais tarde, para a Ásia.

Este Colóquio pretende por em evidência essas transformações que, em primeiro lugar, atingiram os homens e as suas formas de organização. A distribuição das populações foi totalmente alterada a partir do século XV: os valores culturais de hoje resultam dessas operações de violência.

Mas estas operações arrastaram consigo a revisão das formas e das técnicas culturais: se a paisagem se modificou em consequência das viagens das plantas e das modificações verificadas no que respeita às estruturas e aos materiais de construção, é sobretudo importante reter a maneira utilizada pelas sociedades dos homens para fazer avançar a virtualidade das formas. Os campos e as cidades adquirem perfis inesperados, de que nós somos simultaneamente os historiadores e os utilizadores.

Se a música está em via de se tornar o sinal de um imaginário fortemente mestiçado, seria inaceitável esquecer a importância das línguas (será necessário referir que o substantivo banana, uma das palavras mais universais que existe, é de origem africana?), mas também não podemos deixar de salientar as formas de fazer e de consumir a cozinha. O homem socializa e ocupa a terra, tornando‑se o organizador das regras e dos direitos; mas torna‑se sobretudo o produtor e o mágico que assegura a metamorfose dos minerais e a alquimia dos alimentos.

Se o laço que une a África e a América mobiliza a música, não pode ‑ nem quer ‑ dissimular a importância da culinária, ao serviço do prazer, mas também numa relação estreita com os antepassados e com os espíritos que põe em evidência a associação entre os mortos e os vivos: a possessão, tal como a diversidade dos factos religiosos, faz parte dessa imensa rede das buscas do sentido.

Este laço existente entre os dois continentes atlânticos é igualmente visível na importância que assumem as formas de resistência ‑ tal como os quilombos e os mocambos ‑ que permitiram uma articulação entre as populações Índias e os Africanos que recusavam a violência da dominação. Tal situação conduziu ao aparecimento de formas de organização inovadoras, à criação de estruturas destinadas a reforçar a complementaridade das sociedades dominadas. As formas religiosas contribuíram também para tornar mais vigorosa essa procura da autonomia.

A vida não pode separar‑se da morte: os espíritos índios e africanos formam uma constelação virtualizada, que se mantém activa e eficaz nos espaços sagrados como é o caso dos terreiros . Se estamos longe de ter esgotado o conhecimento dos mecanismos que arrastados pela escravatura e pelo tráfico negreiro permitiram fabricar as sociedades americanas, e também africanas, é necessário ter em conta a contribuição dos Africanos ‑ mesmo submetidos à violência das escolhas feitas pela Europa e pelo mundo muçulmano ‑ para a construção da globalização. A violência, a brutalidade dos homens não podem impedir a emergência redentora das novas maneiras de imaginar e de construir o mundo: a tarefa deste Colóquio é torná‑las visíveis.

2006-09-12 07:06:31 · answer #1 · answered by John - Se chamarem digam que saí 7 · 0 0

"Paiz"??????, que ktso é isso????

2006-09-16 05:57:16 · answer #2 · answered by Anonymous · 0 0

Acredito ser Africa

2006-09-12 07:09:19 · answer #3 · answered by Adriana Paula S 5 · 0 0

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