Mortalidade
O Paraguai sofreu uma violenta redução de sua população, beirando os 70% de perda. A guerra acentuou um desequilÃbrio pré-existente entre a quantidade de homens e mulheres. Autores da década de 1970 chegaram a defender que o desequilÃbrio teria chegado a 28 mulheres para cada homem. Este número é certamente exagerado mas de qualquer maneira é provável que houvesse cerca de 2 mulheres para cada homem no Paraguai em 1870 no final da guerra.
Dos cerca de 123 mil brasileiros que combateram na Guerra do Paraguai as melhores estimativas apontam cerca de 50 mil óbitos e outros mil inválidos.
As forças uruguaias contaram com quase 5600 homens, dos quais pouco mais de 3100 morreram durante a guerra. Era formada em parte por estrangeiros.
Já a Argentina perdeu cerca de 18 mil combatentes dentre os quase 30 mil envolvidos.
Entretanto as altas taxas de mortalidade não são decorrentes do conflito armado em si. Doenças decorrentes da má alimentação e péssimas condições de higiene parecem ter sido a causa da maior parte das mortes. Dentre os brasileiros, acredita-se que até dois terços dos soldados tenham morrido em hospitais e durante a marcha, antes mesmo de terem enfrentado o inimigo. No inÃcio do conflito, a maior parte dos soldados brasileiros vinha das regiões norte e nordeste do paÃs. As mudanças bruscas tanto de um clima quente para frio quanto de alimentação (no teatro de guerra a dieta tinha a carne fresca como base), além do consumo de água dos rios foi fatal, à s vezes, para batalhões inteiros de brasileiros. A principal causa mortis durante a guerra parece ter sido o cólera.
Conseqüências da Guerra
Não houve um tratado de paz em conjunto. Embora a guerra tenha terminado em março de 1870, os acordos de paz não foram concluÃdos de imediato. As negociações foram obstadas pela recusa argentina em reconhecer a independência paraguaia.
O Brasil não aceitava as pretensões da Argentina sobre uma grande parte do Grande Chaco, região paraguaia rica em quebracho (produto usado na industrialização do couro). A questão de limites entre o Paraguai e a Argentina foi resolvida através de longa negociação entre as partes. A única região sobre a qual não se atingiu um consenso — a área entre o rio Verde e o braço principal do rio Pilcomayo — foi arbitrada pelo presidente estado-unidense Rutherford Birchard Hayes que a declarou paraguaia. O Brasil assinou um tratado de paz em separado com o Paraguai, em 9 de janeiro de 1872, obtendo a liberdade de navegação no rio Paraguai. Foram confirmadas as fronteiras reivindicadas pelo Brasil antes da guerra. Estipulou-se também uma dÃvida de guerra que foi intencionalmente subdimensionada por parte do governo imperial do Brasil mas que só foi efetivamente perdoada em 1943 por Getúlio Vargas, em resposta a uma iniciativa idêntica da Argentina.
O reconhecimento da independência do Paraguai pela Argentina só foi feito na Conferência de Buenos Aires, em 1876, quando a paz foi definitivamente estabelecida.
Paraguaios mortos esperam enterro dias depois da Batalha de Tuiuti (1866).Em dezembro de 1975, quando os presidentes Ernesto Geisel e Alfredo Stroessner assinaram em Assunção um Tratado de Amizade e Cooperação, o governo brasileiro devolveu ao Paraguai troféus da guerra.
As aldeias paraguaias destruÃdas pela guerra foram abandonadas e os camponeses sobreviventes migraram para os arredores de Assunção, dedicando-se à agricultura de subsistência na região central do paÃs. As terras das outras regiões foram vendidas a estrangeiros, principalmente argentinos, e transformadas em latifúndios. A indústria entrou em decadência. O mercado paraguaio abriu-se para os produtos ingleses e o paÃs viu-se forçado a contrair seu primeiro empréstimo no exterior: um milhão de libras da Inglaterra, que se pode considerar a potência mais beneficiada por esta guerra, pois além de exterminar a ameaça paraguaia na América do Sul como exemplo de desenvolvimento, conseguiu fazer com que o Brasil e a Argentina aumentassem suas dÃvidas externas, que se arrastam até hoje.
Depois da guerra, boa parte das melhores terras do Paraguai foi anexada pelos vencedores. O Brasil ficou com a região entre os rios Apa e Branco, aumentando para o sul o estado do Mato Grosso. A Argentina anexou o território das Missões e a área conhecida como Chaco Central (território argentino de Formosa) e tornou-se o mais forte dos paÃses do Prata. Durante todo o tempo da campanha, as provÃncias de Entre Rios e Corrientes abasteceram as tropas brasileiras com gado, gêneros alimentÃcios e outros produtos.
O Brasil, que sustentou praticamente sozinho a guerra, pagou um preço alto pela vitória. A guerra foi financiada pelo Banco de Londres e pelas casas Baring Brothers e Rothchild. Durante os cinco anos de lutas, as despesas do Império chegaram ao dobro de sua receita, provocando uma crise financeira. A escravidão passou a ser questionada, pois os escravos que lutaram pelo Brasil permaneceram escravos.
O Exército Brasileiro passou a ser uma força nova e expressiva dentro da vida nacional. Transformara-se numa instituição forte que, com a guerra, ganhara tradições e coesão interna e representaria um papel significativo no desenvolvimento posterior da história do paÃs. Além disso, houve a formação de um inquietante espÃrito corporativista no exército.
O "PORQUE" DA GUERRA DO PARAGUAI
Em represália à intervenção no Uruguai, no dia 11 de Novembro de 1864, Solano López ordenou que fosse apreendido o navio brasileiro Marquês de Olinda. No dia seguinte, o vapor paraguaio Tacuari apresou o navio brasileiro, que subia o rio Paraguai rumo à então ProvÃncia de Mato Grosso, levando a bordo o coronel Frederico Carneiro de Campos, recém-nomeado presidente daquela provÃncia, que foi feito prisioneiro. Sem perda de tempo, as relações com o Brasil foram rompidas e já no mês de dezembro o Mato Grosso foi invadido. Em março de 1865 as tropas de Solano López penetraram em Corrientes (Argentina), visando o Rio Grande do Sul e o Uruguai, onde esperavam encontrar apoio dos blancos.
No dia 13 de Dezembro, o Paraguai declarou guerra ao Brasil. Três meses mais tarde, em 18 de Março de 1865, declarou guerra à Argentina. O Uruguai, já então governado por Venâncio Flores, solidarizou-se com o Brasil e a Argentina.
Na verdade, o Brasil achava-se despreparado para entrar em uma guerra. Apesar de sua imensidão territorial e densidade populacional, o Brasil tinha um exército mal-organizado e muito pequeno. E, na verdade, tal situação era reflexo da organização escravista da sociedade, que, marginalizando a população livre não proprietária, dificultava a formação de um exército com senso de responsabilidade, disciplina e patriotismo. Além disso, o serviço militar era visto como um castigo sempre a ser evitado e o recrutamento era arbitrário e violento. As tropas utilizadas até então nas intervenções feitas no Prata eram constituÃdas basicamente pelos contingentes armados de chefes polÃticos gaúchos e por alguns efetivos da Guarda Nacional. Um reforço era, portanto, necessário. A infantaria brasileira que lutou na Guerra do Paraguai não era formada de soldados profissionais, mas pelos chamados Voluntários da Pátria, cidadãos que se apresentavam para lutar. Muitos eram escravos enviados por fazendeiros e negros alforriados. A cavalaria era formada pela Guarda Nacional do Rio Grande do Sul.
A Ofensiva Paraguaia
Durante a primeira fase da guerra (1864-1866) a iniciativa esteve com os paraguaios. Os exércitos de López definiram as três frentes de batalha iniciais invadindo Mato Grosso, em dezembro de 1864, e, nos primeiros meses de 1865, o Rio Grande do Sul e a provÃncia argentina de Corrientes. Atacando, quase ao mesmo tempo, no norte (Mato Grosso) e no sul (Rio Grande e Corrientes), os paraguaios estabeleceram dois teatros de operações.
A invasão de Mato Grosso foi feita ao mesmo tempo por dois corpos de tropas paraguaias. A provÃncia achava-se quase desguarnecida militarmente, e a superioridade numérica dos invasores permitiu-lhes realizar uma campanha rápida e bem-sucedida.
Um destacamento de cinco mil homens, transportados em dez navios e comandados pelo coronel Vicente Barros, subiu o rio Paraguai e atacou o forte de Nova Coimbra. A guarnição de 155 homens resistiu durante três dias, sob o comando do tenente-coronel Hermenegildo de Albuquerque Porto Carrero, depois barão do Forte de Coimbra. Quando as munições se esgotaram, os defensores abandonaram a fortaleza e se retiraram, rio acima, a bordo da canhoneira AnhambaÃ, em direção a Corumbá. Depois de ocupar o forte já vazio, os paraguaios avançaram rumo ao norte, tomando, em janeiro de 1865, as cidades de Albuquerque e de Corumbá.
A segunda coluna paraguaia, comandada pelo coronel Francisco Isidoro Resquin e integrada por quatro mil homens, penetrou, por terra, em uma região mais ao sul de Mato Grosso, e logo enviou um destacamento para atacar a colônia militar fronteiriça de Dourados. O cerco, dirigido pelo major MartÃn Urbieta; encontrou brava resistência por parte do tenente Antônio João Ribeiro, atual patrono do Quadro Auxiliar de Oficiais, e de seus 16 companheiros, que morreram sem se render (29 de dezembro de 1864). Os invasores prosseguiram até Nioaque e Miranda, derrotando as tropas do coronel José Dias da Silva. Enviaram em seguida um destacamento até Coxim, tomada em abril de 1865.
As forças paraguaias, apesar das vitórias obtidas, não continuaram sua marcha até Cuiabá, a capital da provÃncia, onde o ataque inclusive era esperado (Augusto Leverger havia fortificado o acampamento de Melgaço para proteger Cuiabá). O principal objetivo da invasão de Mato Grosso foi distrair a atenção do governo brasileiro para o norte do Paraguai, quando a decisão da guerra se daria no sul (região mais próxima do estuário do Prata). Era o que se chama de uma manobra diversionista, destinada a iludir o inimigo.
A invasão de Corrientes e do Rio Grande do Sul foi a segunda etapa da ofensiva paraguaia. Para levar apoio aos blancos, no Uruguai, as forças paraguaias tinham que atravessar território argentino. Em março de 1865, López pediu ao governo argentino autorização para que o exército comandado pelo general Venceslau Robles, com cerca de 25 mil homens, atravessasse a provÃncia de Corrientes. O presidente Bartolomeu Mitre, aliado do Brasil na intervenção contra o Uruguai, negou-lhe a permissão.
No dia 18 de março de 1865, o Paraguai declarava guerra à Argentina. Uma esquadra paraguaia, descendo o rio Paraná, aprisionou navios argentinos no porto de Corrientes. Em seguida, as tropas do general Robles tomaram a cidade.
Ao invadir Corrientes, López pensava obter o apoio do poderoso caudilho argentino Justo José Urquiza, governador das provÃncias de Corrientes e Entre RÃos, chefe federalista hostil a Mitre e ao governo de Buenos Aires. No entanto, a atitude ambÃgua assumida por Urquiza manteve estacionadas as tropas paraguaias, que avançaram ainda cerca de 200 km em direção ao sul, mas terminaram por perder a ofensiva.
Em ação conjugada com as forças de Robles, uma tropa de dez mil homens sob as ordens do tenente-coronel Antônio de la Cruz Estigarriba cruzava a fronteira argentina ao sul de Encarnación, em maio de 1865, dirigindo-se para o Rio Grande do Sul. Atravessou-o no rio Uruguai na altura da vila de São Borja e a tomou em 12 de junho. Uruguaiana, mais ao sul, foi tomada em 5 de agosto sem apresentar qualquer resistência significativa ao avanço paraguaio.
A Primeira Reação Brasileira
A primeira reação brasileira foi enviar uma expedição para combater os invasores em Mato Grosso. A coluna de 2.780 homens comandados pelo coronel Manuel Pedro Drago saiu de Uberaba, em Minas Gerais, em abril de 1865, e só chegou a Coxim em dezembro do mesmo ano, após uma difÃcil marcha de mais de dois mil quilômetros através de quatro provÃncias do Império. Mas encontrou Coxim já abandonada pelo inimigo. O mesmo aconteceu em Miranda, onde chegou em setembro de 1866. Em janeiro de 1867, o coronel Carlos de Morais Camisão assumiu o comando da coluna, reduzida a 1.680 homens, e decidiu invadir o território paraguaio, onde penetrou até Laguna, em abril. Esta expedição ficou famosa pela retirada forçada que empreendeu, perseguida pela cavalaria paraguaia.
Apesar dos esforços da coluna do coronel Camisão e da resistência organizada pelo presidente da provÃncia, que conseguiu libertar Corumbá em junho de 1867, a região invadida permaneceu sob o controle dos paraguaios. Só em abril de 1868 é que os invasores se retiraram, transferindo as tropas para o principal teatro de operações, no sul do Paraguai.
A grande reação brasileira , sem dúvida, foi:
A Batalha do Riachuelo
Foi no setor naval que o Brasil, mais bem preparado, infligiu, logo no primeiro ano de guerra, uma pesada derrota aos paraguaios na batalha do Riachuelo.
Na bacia do rio da Prata as comunicações eram feitas pelos rios; quase não havia estradas. Quem controlasse os rios ganharia a guerra. Todas as fortalezas paraguaias tinham sido construÃdas nas margens do baixo curso (parte do rio perto de sua foz) do rio Paraguai.
Em 11 de junho de 1865, travou-se a Batalha Naval do Riachuelo, na qual a esquadra comandada pelo chefe-de-divisão Francisco Manuel Barroso da Silva derrotou a esquadra paraguaia cortando as comunicações com o general paraguaio Estigarribia, que estava atacando o Rio Grande do Sul, obrigando-o a render-se em Urugaiana sob a presença de Pedro II, Mitre e Flores. Nesta batalha foi destruÃdo o poderio naval paraguaio, tornando-se impossÃvel a permanência dos paraguaios em território argentino. Ela praticamente decidiu a guerra em favor da TrÃplice Aliança, que passou a controlar, a partir de então, os rios da bacia platina até a entrada do Paraguai
O Recuo das Tropas Paraguaias
Enquanto López ordenava o recuo das forças que ocuparam Corrientes, o corpo de tropa paraguaio que invadira São Borja avançava, tomando Itaqui e Uruguaiana. Uma divisão que dele se separara e marchava em direção ao Uruguai, sob o comando do major Pedro Duarte (3.200 homens), foi derrotada por Flores na Batalha de JataÃ, na margem direita do rio Uruguai.
Nessa altura, as tropas aliadas estavam-se reunindo sob o comando de Mitre no acampamento de Concórdia, na provÃncia argentina de Entre RÃos, com o marechal-de-campo Manuel LuÃs Osório à frente das tropas brasileiras. Parte destas deslocou-se para Uruguaiana, onde foi reforçar o cerco a esta cidade pelo exército brasileiro no Rio Grande do Sul, comandado pelo tenente-general Manoel Marques de Souza, barão de Porto Alegre. Os paraguaios renderam-se no dia 18 de Setembro de 1865.
Nos meses seguintes foram reconquistados os últimos redutos paraguaios em território argentino: as cidades de Corrientes e de São Cosme. No final do ano de 1865, a ofensiva era da TrÃplice Aliança. Seus exércitos já contavam mais de 50 mil homens e se preparavam para invadir o Paraguai
A Invasão do Paraguai
A primeira fortificação a ser tomada foi a de Itapiru. Após os combates do Passo da Pátria e do Estero Bellaco (2 de Maio), as forças aliadas acamparam nos pântanos de Tuiuti, onde foram atacadas. A primeira batalha de Tuiuti, a maior batalha campal da história da América do Sul e um dos mais importantes e sangrentos combates da Guerra do Paraguai, foi vencida pelos aliados em 24 de Maio de 1866 e deixou um saldo de 10.000 mortos.
Por motivos de saúde, em julho de 1866 Osório passou o comando do 1.° corpo de exército brasileiro ao general Polidoro da Fonseca Quintanilha Jordão. Na mesma época, chegava ao teatro de operações o 2.° corpo de exército, trazido do Rio Grande do Sul pelo barão de Porto Alegre (dez mil homens
Para abrir caminho até Humaitá, a maior fortaleza paraguaia, na confluência dos rios Paraná e Paraguai, Mitre determinou o ataque às baterias de Curuzu e Curupaiti. Curuzu foi tomada de surpresa pelo barão de Porto Alegre, mas Curupaiti resistiu ao ataque de 20 mil argentinos e brasileiros, guiados por Mitre e Porto Alegre, com apoio da esquadra do almirante Tamandaré. Em 22 de setembro, os paraguaios sairam vencedores. Este ataque fracassado (cinco mil baixas em poucas horas) criou uma crise de comando e deteve o avanço dos aliados.
Nessa fase da guerra, destacaram-se muitos militares brasileiros. Entre eles, os heróis de Tuiuti: o general José LuÃs Mena Barreto, o brigadeiro Antônio de Sampaio, patrono da arma de infantaria do Exército brasileiro, o tenente-coronel EmÃlio LuÃs Mallet, patrono da artilharia e o próprio Osório, patrono da cavalaria, além do tenente-coronel João Carlos de Vilagrã Cabrita, patrono da arma de engenharia, morto em Itapiru.
O Comando de Caxias
A Dezembrada constituiu-se de uma série de vitórias obtidas por Caxias em dezembro de 1868, quando voltava em direção ao sul para tomar Piquissiri pela retaguarda: Itororó (6 de Dezembro); Avaà (15 de Dezembro), Lomas Valentinas e Angostura. As batalhas da Dezembrada exibiram espantosas mortandades dos dois lados, bem como tentativas de debandadas das tropas brasileiras, impedidas graças à presença de Caxias na linha de frente. Na tomada da ponte de Itororó - onde o exército paraguaio, comandado por Bernardino Caballero, foi vencido - Caxias, aos 65 anos de idade, partiu a galope em direção ao inimigo, com espada em punho, exclamando: "sigam-me os que forem brasileiros!"; não foi morto por sorte. Após destruir o exército paraguaio em Lomas Valentinas, Caxias acreditava que a guerra tinha acabado. Não se preocupou em organizar e chefiar a perseguição de López, pois parecia que o ditador fugia para se asilar em outro paÃs e não, como se viu depois, para improvisar um exército e continuar a resistir no interior.
No dia 24 de Dezembro os três novos comandantes da TrÃplice Aliança (Caxias, o argentino Gelly y Obes e o uruguaio Enrique Castro) enviaram uma intimação a Solano López para que se rendesse. Mas López recusou-se a ceder e fugiu para Cerro León.
O comandante-em-chefe brasileiro se dirigiu para Asunción, evacuada pelos paraguaios e ocupada em 1° de Janeiro de 1869 por tropas imperiais comandadas pelo coronel Hermes Ernesto da Fonseca, pai do futuro Marechal Hermes da Fonseca. No dia 5, Caxias entrou na cidade com o restante do exército e 13 dias depois deixou o comando. A partida de Caxias e de seus principais chefes militares fez crescer entre as tropas o desânimo, com a multiplicação dos pedidos de dispensa dos oficiais e voluntários.
O Fim da Guerra O Comando do Conde d'Eu
No terceiro perÃodo da guerra (1869-1870), o genro do imperador Dom Pedro II, LuÃs Filipe Gastão de Orléans, conde d'Eu, foi nomeado para dirigir a fase final das operações militares no Paraguai, pois buscava-se, além da derrota total do Paraguai, o fortalecimento do Império Brasileiro. O marido da princesa Isabel era um dos poucos membros da famÃlia imperial com experiência militar, já que na década de 1850 participara, como oficial subalterno, da campanha espanhola na Guerra do Marrocos. A indicação de um membro da famÃlia imperial pretendia diminuir as dificuldades operacionais das forças brasileiras, problema agravado pelos muitos anos de campanha, pela insatisfação dos veteranos e pelos conflitos, polÃticos e pessoais, que se alastravam entre os oficiais mais experientes. Em agosto de 1869, a TrÃplice Aliança instalou em Assunção um governo provisório encabeçado pelo paraguaio Cirillo Antônio Rivarola.
Solano López organizou a resistência nas cordilheiras situadas a nordeste de Assunção. à frente de 21 mil homens, o conde d'Eu chefiou a campanha contra a resistência paraguaia, a chamada Campanha das Cordilheiras, que se prolongou por mais de um ano, desdobrando-se em vários focos. Os combates mais importantes foram os de PeribebuÃ, para onde López transferiu a capital, e de Campo Grande ou Nhugaçu (16 de Agosto), nos quais morreram mais de cinco mil paraguaios. Após a batalha de PeribuÃ, no dia 12 de Agosto, o Conde d'Eu parece ter-se exasperado com a obstinação paraguaia em continuar a luta, nada fazendo para evitar a degola de prisioneiros capturados durante e depois dos combates. Na batalha seguinte, Campo Grande, as forças brasileiras se defrontaram com um exército formado, em sua maioria, por crianças e idosos, criminosamente recrutados pelo ditador paraguaio. A derrota paraguaia encerrou o ciclo de batalhas da guerra. Os passos seguintes consistiram na mera caçada a López.
Dois destacamentos foram enviados em perseguição ao presidente paraguaio, que se internara nas matas do norte do paÃs acompanhado de 200 homens. No dia 1.° de março de 1870, as tropas do general José Antônio Corrêa da Câmara (1824-1893), o visconde de Pelotas, surpreenderam o último acampamento paraguaio em Cerro Corá, onde Solano López foi ferido a lança e depois baleado nas barrancas do arroio Aquidabanigui. Suas últimas palavras foram: "Morro com minha pátria". Assim chegou ao fim o mais sangrento conflito internacional das Américas, a guerra do Paraguai.
Finalmente
Assim foi meu amigo, contudo, apesar do lastimável final dessa guerra, e do tragico e marcante tombamento de Solano Lopes.
Se houveram culpas, e elas existiram, não foram somente nossas, pois , os paraguaios atacaram de forma sorrateira, um povo desarmado e pacifico. Causaram inumeras baixas e tambem muita antipatica e revolta entre nós.
à lastimável que não tenhamos tido a grandesa necessaria para abandonar a luta sem sentimento de vingança, sem revanchismo, sem magoas ou rancores reprimidos.
O fato , é que cometemos erros , para os quais não temos respostas, mas , por outro lado, temos pagado essa conta no decorrer dos anos com muita doação, amisade e parceria.
Que Deus e os amigos paraguaios nos perdoem, mas entendam que tão culpados quanto nós , são os seguidores e parceiros de Solano Lopes, dirigente paraguaio, que tinha o sonho maluco da conquista fácil e da traição aos vizinhos de fronteira.
2006-09-13 16:11:28
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answer #6
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answered by lourenço l 4
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