Olá Paulo,
Acho que o processo de avaliação deve encorajar os alunos a expressar todo o seu potencial. Havendo uma boa abordagem situacional, todas as modalidades de avaliação que você citou podem ser úteis.
Contudo, a melhor forma de avaliação na minha opinião é aquela que pode materializar a expressão dos esforços, habilidades, talentos e conhecimentos de um aluno ou de um grupo.
Entendo que o estudo deve expressar valor prático e capacitação para a vida.
Acho que nosso modelo educacional sofre de uma miopia mortal onde poucos estudantes e mestres conseguem encontrar discernimento, rumo e estímulo para produzir resultados diferenciais.
É preciso valorizar, capacitar e estimular o professor, para ser um amigo, mestre, conselheiro e exemplo de pessoa capaz e realizadora, um grande referencial de inspiração para seus alunos.
Um grave equívoco em minha opinião é o fato de nosso modelo de ensino não ser focado em experimentação e sim na apresentação e avaliação da absorção de conceitos.
Entendo que a necessidade de buscar maior resultado de seus esforços no trabalho, levou o homem através dos séculos a aprimorar suas técnicas, pelo exercício da percepção, criando conhecimento.
O trabalho é a verdadeira forja do Conhecimento, através da Experimentação, Observação e Interação Direta.
Veja como uma criança se desenvolve nos primeiros anos.
Utiliza a observação, experimentação e prática para aprender coisas desafiadoras como andar, correr, sentar, falar e interagir no mundo a sua volta.
Tudo o que aprendemos na escola foi fruto do trabalho, esforço e experimentação de alguém. A escola contudo, nos dá o peixe e não nos ensina a pescar (experimentar, observar e interagir).
O trabalho é o laboratório onde é sintetizado o saber.
No modelo educacional atual, as pessoas estudam muitos anos para só depois ter contato com o trabalho.
O trabalho através da experimentação deveria ser o nosso principal quadro negro, não com fins lucrativos mas sim de aprendizado.
A pessoa deveria aprender a ser útil, capaz e produtiva ainda na infância, adquirindo maior consciência do seu real valor e potencial, procurando aprimorar seus conhecimentos, pesquisar, estudar e experimentar para agregar maior valor aos seus esforços, desenvolvendo habilidades.
Veja como o trabalho é realizado nas empresas.
Utilizamos os melhores recursos disponíveis e consultamos todas as fontes de informação ao alcance, procurando uma melhor solução para os problemas.
Trabalhamos em grupo procurando compartilhar recursos e informações da forma mais harmônica possível, procurando viabilizar um clima organizacional saudável, aprendendo a ser flexíveis, negociar e ceder quando necessário.
Veja como é estimulado hoje o trabalho em equipe entre os alunos numa escola, quando há.
Numa empresa existe a figura do lider de projeto, que planeja e coordena as atividades do grupo. Na maioria das escolas isto é deixado a critério dos alunos, sem disciplina e claras diretrizes, impossibilitando o exercício da liderança.
Resultado: Baixo nível interação, resultados e sinergia dos grupos.
Além disso, na escola você é condicionado a assimilar conteúdo e fazer provas desprovido de quaisquer fontes de recursos auxiliares de consulta ou facilitação.
Me diga, em que empresa se trabalha assim? Como é possível dar o máximo de si mesmo, construir e agregar valor, sendo condicionado em toda a vida acadêmica sempre trabalhar com recursos mínimos.
A subnutrição educacional não faz bem à ninguém, havendo hoje enormes contingentes de pessoas com diploma e sem emprego.
Nas organizações trabalha-se para fazer o máximo com uso estratégico dos meios, principalmente do tempo.
Não basta fazer a tarefa ou a lição, é preciso produzir excelência e agregar valor.
Isto só é possível quando se foi educado para aprender a dar o máximo de si, exercitando superação ao longo de toda a carreira escolar, não faltando recursos para expressá-los.
Ninguém no ambiente de trabalho leva prova dos alunos para corrigir em casa. A avaliação é contínua e em tempo real, observando-se atitudes, habilidades, conhecimentos, comprometimento e resultados.
A escola atualmente vive no mundo da lua, a realidade do mundo profissional é um duro choque para a maioria de nossos estudantes.
A educação deveria construir pessoas capazes e confiantes, primeiro no âmbito do lar, depois no da sociedade e, finalmente, no trabalho profissional.
Muitos estudantes com 2º grau completo hoje em dia, não foram sequer capacitados para administrar bem a própria casa.
Habilidades básicas como fazer uma boa limpeza, organizar as coisas nos lugares, cozinhar, passar e lavar e que são básicas para que o indivíduo sinta-se útil, capaz e mais independente, deixando de ser um peso na rotina familiar, não é ensinado na escola, pois lá ainda não se descobriu a importância da experimentação, disciplina e formação de hábitos.
A educação deve priorizar por parte do aluno o reconhecimento de seu próprio valor, capacidade e potencial de realização.
Atividades básicas como varrer e lavar o chão, arrumar um quarto, lavar os pratos, organizar o ambiente, fundamentais para uma interação saudável entre as pessoas no dia a dia, não são consideradas no plano pedagógico, focado mais em conhecimento e menos em capacitação para a vida no âmbito familiar, social e profissional.
O relacionamento estável, útil e agregador entre as pessoas é um conhecimento diferencial, que traduz-se em comportamento, gestos e atitudes saudáveis.
Deve ser desenvolvido, estimulado e avaliado ao longo de toda a vida escolar pois expressá-lo é muito mais complexo do que ler e responder perguntas.
Como podemos esperar que nossos estudantes sejam diferenciais num ambiente tão desafiador como é o do trabalho profissional se eles não são capacitados para cuidar de suas necessidades básicas como indivíduo.
Por não exercitar o trabalho experimentalmente em seu aprendizado escolar, vemos que fazer um trabalho profissional diferenciado é um desafio fora do alcance dos esforços normais da maioria de nossos estudantes.
Faço votos que cada pessoa tome para si o desafio de ser o principal artífice do desafio de sua educação e capacitação, não delegando para outros, 100% desta crucial missão.
Um grande abraço !!!
2006-09-09 06:45:11
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answer #1
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answered by Peregrino 6
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Sim , concordo , pelos motivos descritos abaixo :
Teste com consulta, acredito ser uma forma de ajudar o aluno a estudar. A nota(todo teste tem que ser avaliado) seria o estímulo, e na sala de aula, ele naõ teria a tentaçaõ de ir brincar como geralmente deve acontecer em casa.Trabalho em grupo, treina para seu futuro, onde hoje as empresas procuram pessoas sociáveis, e um ajuda o outro, opinando.Importante o professor observar de perto se TODOS participam e não sobrecarregam apenas um dos colegas do grupo. Já a prova sem consulta, serve para saber o que o aluno apreendeu .
2006-09-10 15:52:20
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answer #3
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answered by Anonymous
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