O presidente tem muitos feitos na área econômica para mostrar aos eleitores. Cinco dias antes do inÃcio da campanha eleitoral, o Risco-Brasil chegou a 205, o menor da história. Algo inimaginável há quatro anos, quando chegava a 4 mil. O dólar está na casa dos dois reais. Em maio, o salário mÃnimo passou de R$ 300 para R$ 350, o maior dos últimos 20 anos. As exportações batem recordes e o superávit da balança comercial superou US$ 100 bilhões.
Além da economia estabilizada, Lula tem ações sociais concretas para mostrar no horário eleitoral gratuito. O PróUni levou jovens carentes à Universidade, um sonho até então inatingÃvel. A Farmácia Popular vende remédios a preços Ãnfimos. E há o Bolsa FamÃlia, o mais forte cabo eleitoral de Lula.
Sob o comando de Patrus Ananias, ex-prefeito de Belo Horizonte, o programa de transferência de renda foi implantado com sucesso, levando 8 milhões de famÃlias a receber uma ajuda mensal da ordem de R$ 100. Dinheiro que, em cidades pobres do Nordeste, passa a ser uma forte alavanca na economia.
E é uma fortÃssima alavanca na candidatura Lula. No inÃcio da campanha eleitoral, para cada eleitor de Geraldo Alckmin havia, no Nordeste, seis eleitores de Lula. Uma vantagem enorme em uma região responsável por 27% do eleitorado brasileiro.
Uma vantagem construÃda tendo como base o carisma de Lula. Ele fala diretamente com as pessoas mais pobres, sem “intermediários”. Suas metáforas abordando futebol, seus erros de português, sua origem pobre fazem o presidente ter uma comunicação direta com o eleitorado mais pobre, aquele que não merece o tÃtulo de “formador de opinião”, mas que dá a Lula o favoritismo nas eleições. Lula vence, mesmo com Alckmin tendo cabos eleitorais fortÃssimos como Antonio Carlos Magalhães, na Bahia, e Jarbas Vasconcellos em Pernambuco.
Inaugurou obras - algumas mais de uma vez - lançou pedras fundamentais e investiu no Bolsa FamÃlia. Afastou José Dirceu, seu poderoso chefe da Casa Civil e Antonio Palocci, mentor da polÃtica econômica conservadora com que conseguiu afastar turbulências na economia.
Mostrava aà o pragmatismo de sempre, caracterÃstica sua desde os tempos de movimento sindical. Nunca se ligou totalmente a uma corrente, nunca aceitou ser tutelado. Basta lembrar a história de Frei Chico, seu irmão, militante sindical do antigo Partido Comunista Brasileiro. Foi ele que levou Lula ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. E não consegui levá-lo ao PCB. Lula dirigiu os metalúrgicos de forma independente, criou o PT e fez História.
Voltou a ter Ãndices de intenção de votos muito robustos. E chega à fase final da eleição com o slogan “Lula de novo, com a força do povo”, muito forte e de imediata assimilação. Afastou-se do PT – nos cartazes de propaganda, as estrelinhas são verdes e amarelas – e, em um eventual segundo mandato buscará apoio também no PMDB.
Enfim, um Lula diferente do que concorreu a governador do Estado em 1982, ficando em quarto lugar, com 10% dos votos. Em 1984, comandou, com Franco Montoro e Ulysses Guimarães, a campanha pelas Diretas Já. O PT não foi ao Colégio Eleitoral, expulsando deputados como Airton Soares, Bete Mendes e José Eudes, que votaram em Tancredo Neves. Em 1986, Lula foi eleito deputado constituinte, com mais de 650 mil votos. A terceira votação nominal para esse cargo, em São Paulo, perdendo para Paulo Maluf, em 1986 e Enéas Camargo, em 2002.
Em 1989, Lula chegou ao segundo turno contra Fernando Collor de Mello, depois de superar Leonel Brizola por pequena margem. Diminuiu bastante a diferença e esteve a pique de vencer a eleição, apesar da barba desarrumada e da falta de ternos. Sobrava militância. A derrota veio em grande parte por conta de uma contestada até hoje edição do último debate contra Collor.
Em sua segunda participação, Lula era o favorito destacado, depois das viagens que fez pelo PaÃs, com suas caravanas da Cidadania. Foi derrotado pelos efeitos do Plano Real que catapultaram Fernando Henrique Cardoso, ainda no primeiro turno. Foi aprovada a reeleição e Lula perdeu novamente no primeiro turno em 1998.
Em 2002, iniciou a virada que o levaria à Presidência. Exigiu carta branca do PT para negociar. Levou o empresário José de Alencar, do PL, a ser seu vice, lançou a “Carta aos Brasileiros” onde prometia segurança na condução da economia e venceu, depois de quatro tentativas.
Lula volta às eleições com a bandeira da esperança. Diz que o Brasil é governado há 500 anos pelas mesmas pessoas, uma elite perversa que não aceita pessoas como ele. Mais do que um sobrevivente, é um vencedor e o povo sabe disso. Aà está a força de seu favoritismo.
Fonte(s):
http://br.news.yahoo.com/eleicoes/presid...
2006-09-08 22:31:37
·
answer #2
·
answered by Efeoitomeia 4
·
0⤊
0⤋