Em 1167 realizou-se o Concílio Cátaro de Saint Feliz de Caramon, presidido pelo patriarca cátaro de Constantinopla, Nicéia ao que parece houve insucesso da pregação.
No Concílio de Lombers (1178) a heresia foi condenada de novo. O III Concílio de Latrão em 1179, os heréticos são entregues ao braço secular. Vejamos o que diz o Cânon 27, que se refere parcialmente aos Cátaros:“Embora a Igreja se satisfaça com um julgamento sacerdotal e não realize execuções sangrentas, ela deve recorrer às leis seculares e pedir ajuda aos príncipes para que o temor de um suplício temporal obrigue os homens a utilizar o remédio espiritual. Deste modo, como os heréticos que alguns denominam Cátaros, outros patarinos e outros publicanos, fizeram grandes progressos na Gasconha, em Albi, em Toulouse e em outras regiões, onde ensinam os seus erros e se esforçam em perverter os simples, nós os anatemizamos, bem como a seus protetores. Nós proibimos a todos de ter qualquer relação com eles. Se persistirem no pecado, não se fará nenhuma ação em seu favor e não se lhes dará sepultura entre os cristãos.”
Apesar das repressões, a heresia cátara continuou se expandindo no Languedoc, até o advento ao trono papal de Inocêncio III em 1198. Este papa procurou alertar o Rei Felipe Augusto, no sentido de levar em consideração a Bula Ad-Abolenda a qual privava de feudos os vassalos que proteção dessem aos heréticos. Assim Inocêncio III referiu-se: “É preciso que os heréticos sejam esmagados pelo vosso poder e que as misérias de guerra os aproximem da verdade”.
Mesmo com toda repressão eclesiástica e civil a heresia cátara continuou se expandindo por vastas regiões do Languedoc.
A Cruzada Albigense: Em 1209 uma cruzada anti-albigense é conduzida por barões originários do norte da França, em direção ao sul, para esmagar a heresia pelo chefe Simon de Montfort. Este conflito interno durou cerca de 10 anos. A Cruzada Albigense é um marco tão importante para a história do medievo, que subestimar seus passos é desconhecer a luta ferrenha do poder local e do nacionalismo do midi versus aliança do papado com o poder monárquico.
Em primeiro lugar, o caso surgiu por motivos puramente religiosos e morais.Motivou a iniciativa de Inocêncio III, decidido restabelecer a ortodoxia ameaçada por uma heresia, cujas consequências sociais comprometiam a própria moralidade cristã.
Em segundo lugar, este conflito tinha raízes políticas profundas na oposição que existia em França entre o Norte e o Sul: oposição baseada na diversidade dos costumes, das culturas e das próprias línguas.A isto se juntavam as rivalidades e ambições feudais. O pretexto religioso serviu aos senhores do Norte para empreender uma cruzada, em causa própria, com as mesmas vantagens e indulgências das cruzadas longínquas, custosas e aleatórias.
As demais causas foram secundárias ou ocasionais, como a intolerância e resistência dos Cátaros, as pretensões de certos feudais sulistas, o assassinato do legado do Papa e tendências guerreiras do mundo feudal daquela época.
Formou-se um exército cruzado em Lyon. Formado por senhores eclesiásticos e laicos, vassalos, cavaleiros assalariados e voluntários e aventureiros que ansiavam ganhar indulgências do Papa. Algumas fontes dão conta que aproximadamente vinte mil cavaleiros armados e mais de dois mil vilões e camponeses participaram desta cruzada. Desta feita, verificou-se a destruição de Béziers e Carcassone.
Simão de Montfort declarou guerra ao vice-condado de Trencavel em 1211, reduto herético sob proteção de Raimundo e Rogério de Trencavel. A campanha militar estendeu-se depois ao condado de Toulouse em 1212. Simão de Montfort, senhor de Toulouse, promulgou os estatutos de Pamiers, codificando as conquistas dos novos senhores feudais. O próprio Concílio de Latrão de 1215, confirmou as novas possessões de Simão de Montfort e a conciliação dos senhores do Sul com a Igreja, desde que perseguissem a heresia.
Inocêncio III tentou convencer o rei da França, Felipe Augusto, da necessidade de sua intervenção na questão albigense, mas não o conseguiu. Depois de ter excomungado Raimundo VI, o Papa enviou o seu legado, Pedro de Casteunau, a converter os hereges, mas este foi assassinado por um escudeiro do conde (1208). Resolveu então organizar uma cruzada, e, os senhores do Norte, não hesitaram em aproveitar a ocasião. Colocou-se à frente da expedição punitiva o conde Simon de Montfort. Os castelos do Languedoc foram tomados um após o outro e quando Pedro, rei de Aragão, interveio em favor de seu cunhado Raimundo VI, deu-se à Batalha de Muret (1213) na qual morreu o aragonês e foi vencedor Simont de Montfort, que acabou ocupando Toulouse. Foi uma guerra civil selvagem em que o fanatismo das massas foi aproveitado pelas ambições dos nobres. Episódios como a tomada de Béziers, o sangue e o massacre das populações se multiplicaram em toda a região.
O conflito terminou perdendo seu aspecto religioso e revelava-se quase exclusivamente político. Simont de Montfort morreu no sítio de Toulouse em 1218. Foi então que Filipe Augusto enviou seu filho Luís que, depois de rei sob o nome de Luís VIII, ocupou toda a região, que, o rei da França, aproveita-se do pretexo anti-herético para anexar o Languedoc, à França dos Capetíngios, pelo Tratado de Meaux, em 1229.
Apesar dos inquisidores serem repelidos pelo povo e pelas autoridades municipais, durante o reinado de Filipe, o Belo, em 1302, acentuam-se as perseguições aos Cátaros.
Mesmo com toda cruel perseguição aos hereges, o catarismo ainda reviveu após 1250, na aldeia de Montaillou, devido entre outras causas, a ação enérgica e militante dos irmãos Authié, de Ariége, que se tornaram missionários albigenses.
Não obstante, o inquisidor Fournier e seus assessores, conseguiram desalojar o último ninho de resistência, com condenações à fogueira, prisão, as cruzes amarelas (pregadas nas costas dos vestuários) para distinguir os condenados.
Após o golpe de 1320 foi difícil o catarismo se reerguer. A Cruzada contra os albigenses ordenada por Inocêncio III, foi uma grande carnificina. os cruzados reprimiram cruelmente, os cátaros e a população, de cidades inteiras foi aniquilada. O legado papal dizia: “matem a todos, Deus, no outro mundo reconhecerá os seus, isto é, Deus distinguirá entre o católico e o herege”.
Duas consequências principais daí decorreram: Foi consolidada a monarquia francesa com a extinção da heresia e a ocupação de regiões que davam ao domínio real acesso ao Mediterrâneo. De outro lado, tendo o Papa Gregório IX julgado necessário averiguar por meio de inspetores os casos de heresia, instituíu, em 1123, o Tribunal da Inquisição. Esta instituição vinha provar à Santa Sé que a Cruzada contra os Albigenses havia sido desvirtuada e que outro processo devia ser encarado para combater as heresias. A moderação dos primeiros inquéritos foi cedo substituída por processos mais severos e abusos. Os proveitos e confiscos que daí resultaram para o poder civil levaram o braço secular a tomar parte ativa na Inquisição e torná-la odiosa. De “eclesiástica” que era no século XIII, tornou-se em alguns países, no século posterior, uma instituição da realeza. Muitos condenados à prisão eram logo queimados, se tinham bens para confiscar.”
A Cruzada Albigense abateu-se sobre o sul da França, extirpou-se a heresia cátara, que serviu de pretexto para expandir os limites da França, durante a monarquia dos Capetos. Foi um etnocídio. O Midi : religião, literatura, poesia – foi devastado e assolado os habitantes do Languedoc, tornaram-se súditos do rei da França. Ocupado com a cruzada que redundou em interesses políticos, destruiu o Midi, com toda florescência cultural. A França perdeu a oportunidade de ser a pioneira do Renascimento Cultural, fenômeno que explodiu belamente na Itália.
2006-09-05 03:06:57
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answer #1
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answered by kikizinha 4
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"Matem todos, Deus saberá quem são os seus."
O exército da Cruzada Albigense (muitos deles vagabundos, aventureiros e mercenários) criado pelo Papa Inocêncio III, foi incentivado pela Igreja a ver os cátaros como discípulos de Satanás que incentivavam o suicídio e proibiam o casamento e a procriação. Mas todos concordam que os Cátaros jamais juravam e condenavam a usura, conforme ensino de Jesus e dos apóstolos.
Expulsão dos Cátaros de Carcassonne, em 1209Em 1208, foi estipulada uma lei imposta também pela Inquisição que declarava o catarismo como herege e em 1209 foi feita a Cruzada Albiginese, um exército sedento de sangue mandado para aniquilar os Cátaros em Carcassonne (capital cátara) e em outros locais. Muitos albigenses foram lançados vivos nas fogueiras ordenadas pelo Papa Inocêncio III. Guardadas as devidas proporções, muitos comparam o holocausto albigense ao holocausto judeu praticado pela intolerância nazista na segunda guerra mundial.
2006-09-05 00:15:54
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answer #2
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answered by Anonymous
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A cruzada Albigense foi um exército criado pelo Papa Inocêncio III para aniquilar os Cátaros que eram um grupo que se opunha ao poder centrar da Igreja Católica e pregavam o retorno ao cristianismo primitivo.
O que eu acho deste empreendimento? Acho que a intolerância sempre existiu porque o ser humano não sabe viver com os desiguais e precisa de poder para se autoafirmar. Acho também que todas as instituições hoje vigentes não passam de uma grande hipocrisia social. Sou pelo anarquismo.
2006-09-05 00:24:33
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answer #3
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answered by Anonymous
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A Cruzada Albigense:
De acordo com este cenário, temos um motivo político para que a Igreja promova mais uma cruzada. Compondo as “Cruzadas do Ocidente”, a Cruzada Albigense vem por objetivo acabar com a heresia cátara no sul da França.
Em 1206, chegou ao Languedoc o bispo espanhol Diego de Osma, acompanhado pelo superior Domingos de Guzman, estes pretendiam instruir as massas ignorantes no catolicismo através da pregação. Obtiveram alguns êxitos, porém o assassinato de Pierre de Castelnau (legado do papa), em 1208, precipitou uma mudança na condução política da Igreja. Qual seria o motivo do assassinato? Seria os bispos apenas um ardil para um plano já definido de repressão violenta? Qual seria o real objetivo desta cruzada?
O conde Raimundo de Toulouse era o suspeito do assassinato, sendo excomungado pelo papa Inocêncio III, que escreveu ao rei da França, Felipe Augusto, para expulsar o acusado dos estados do Languedoc, ordenando uma cruzada contra Raimundo VI.
O novo legado do papa, Amaury, anunciou a cruzada contra os cátaros e contra os senhores que os protegiam. Um exército mercenário comandado por Simão de Montfort declarou guerra ao vice-condado de Trencavel, que estava sob proteção de Raimundo VI e Rogério de Trencavel. Raimundo VI teve que se humilhar ante a igreja, e acabou perdendo seus domínios.
Na primeira fase da cruzada, foram destruídas as cidades de Béziers (1209), onde 60.000 pessoas morreram. Destruída a cidade, os cruzados marcham para Carcassone, onde Raimundo VI foi preso, acabando por morrer na prisão. Simão de Montfort se apossa dos condados de Trencavel (carcassone, Béziers), conquistando também Alzonne, Franjeaux, Castres, Mirepoix, Pamiera e Albi.
Em 1216, ouve outra investida contra os cátaros. Desta vez, Raimundo VII, filho de Raimundo VI, obtém vitória contra Montfort, na batalha de Beaucaire. Simão morre em 1218, acabando também a cruzada, sem, entretanto, extinguir a heresia. Amaury, filho de Montfort, oferece as terras conquistadas por seu pai a Felipe Augusto, rei da França que as recusa, seu filho Luís VIII acabará aceitando as terras. Raimundo VII entra em luta com Amaury para retomar seu feudo em Languedoc. Em 1224 Luís VIII liderando os barões do norte, empreendeu uma nova cruzada que durou cerca de três anos alcançando muitas conquistas até chegar a Avignon, onde termina o cerco contra os hereges. O resultado dessa disputa foi um acordo entre o rei da França e conseqüentemente que os domínios disputados passariam para a coroa da França (Tratado de Meaux, 1229). Raimundo VII teve que se submeter ao rei da França, sendo coagido a reconhecer a vontade da Igreja e atacar a heresia.
As cruzadas contra os albigenses duraram em torno de 50 anos.
A relação entre os cátaros e os Cavaleiros Templários:
Desde seus primeiros tempos a Ordem do Templo mantinha uma certa relação compreensiva com os cátaros, especialmente em Languedoc, onde os Templários, a exemplo dos Cavaleiros Teutônicos, intensionavam criar um estado próprio.
Muitos cátaros e simpatizantes doaram grandes extensões de terra a Ordem. Existem autores que afirmam que pelo menos um dos fundadores da ordem era cátaro. Um pouco improvável, embora saibamos que Bertrand de Blanchefort, o sexto grão-mestre da Ordem Templária, procedia de uma família cátara. Quarenta anos depois da morte de Bertrand seus descendentes combatiam ombro-a-ombro com outros senhores cátaros contra os invasores nortenhos.
Desde o princípio das investidas contra os albigenses os Ordem Templária. Ao se estudar a os Cavaleiros do Templo, levantamos grandes suspeitas quanto ao real sentido de sua criação: se para a proteção as rotas de peregrinação cristã no oriente ou para encontrar e salvaguardar um grande segredo para a Igreja. Estranhamos a intimidade dos Templários com os cátaros, embora a própria história oficial tente explicar esta relação.
Talvez toda esta relação entre cátaros e Templários teve seu preço: não apenas por esta relação, mas pelos riscos que representavam para o Papado, os Templários, 70 anos mais tarde teriam um fim muito parecido com o dos cátaros. Morria também em uma fogueira, em Paris, o último grão-mestre da Ordem Templária: Jacques DeMolay. O que politicamente assustava tanto a Igreja?
2006-09-05 00:15:26
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answer #4
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answered by Eça Nonsey 4
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De acordo com os meus conhecimentos, A Cruzada Albigiense, tem como objetivo, acabar com a heresia catara no sul da França.Em 1206, o bispo espanhol Diego de Osma juntamente com seu superior Domingos de Guzman, chegaram a Languedoc, pretendiam instruir as massas ignorantes do catolicismo atraves da pregaçao.Obtiveram algum exito,mas o assassinato de Pierre de Castelnau, precipitou uma mudança na conduçao da igreja.Qual seria o motivo do assassinato? Qual seria o real objetivo desta Cruzada?
O CondeRaimundo de Toulose era suspeito do assassinato, sendo excomungado pelo papa Inocencio III, que escreveu ao rei da França, Felipe Augusto,para expulsar o acusado dos estados do Languedoc.
O novo legado do papa, Amaury, anunciou a cruzada contra os cataros e os senhores que o protegiam.Na primeira fase da cruzada, foram destruidas as cidades de Beziers{1209}, onde 60.000,00 pessoas morreram. Destruidas a cidade, os cruzados marcham para Carcassone. Simao de Montefort se apossam dos condados de Trencavel, conquistando tambem Alzonne, Franjeaux, Castres, Mirapoix, Pamiera e Albi.
Em 1216houve outra investida contra os cataros, desta vez,Raimundo VII, filho de RaimundoVI, obtem vitoria contra Montefort, na batalha de Beucaire.Simao morre em 1218,acabando tambem a cuzada, sem tambem conseguir extinguir , a heresia. Amaury, filho de Montfort, oferece as terras conquistadas por seu pai a Felipe Augusto, rei da frança, que as recusa,seu filho, Luis VIII acabara aceitando as terras.Em 1224,Luis VIII, liderando os baroes do norte, empreendeu uma nova cruzada que durou cerca de tres anos alcançando muitas conquistas ate chegar a Avignon, onde termina o cerco contra os hereges.
As Cruzadas contra os albigenses duraram em torno de 50 anos.
2006-09-05 02:59:19
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answer #5
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answered by fifi2006 2
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Num acho por não ter conhecimento.
2006-09-05 01:12:41
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answer #6
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answered by Ines M 5
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