Descontração - à a qualidade fÃsica compreendida como um fenômeno neuromuscular resultante de uma redução de tensão na musculatura esquelética. Pode ser de dois tipos:
Descontração total - treinadas em processos psicológicos.
Descontração diferencial - os grupos musculares não exigidos durante uma atividade devem relaxar (economia energética).
0 RELAXAMENTO E AS TEORIAS COMPORTAMENTAIS
(CAPITULO VI)
Dr Bernard Auriol
1. 0 MÃTODO DE JACOBSON
Durand de Bousingen (1) condena com vigor esse método, afirmando: "A participação em um estágio de formação nessa técnica, organizado pelo próprio E. Jacobson, convenceu nos totalmente da inadequação quase absoÂluta deste método para qualquer uso clÃnico válido. Na nossa opinião, esse sistema mecanicista , que utiliza uma pedagogia obsessiva, não pode ser utilizado a tÃtulo terapêutico". Essa abordagem do relaxamento fez escola principalmente nos E.U.A., onde não é tão desprezada. No entanto, seus utilizadores, e especialmente os terapeutas comportamentalistas, realizaram simplificações muito importantes. Assim, Wolpe (2) propõe uma aprendiÂzagem em seis lições, em vez do longo programa previsto por Jacobson (3). 0 doente é incentivado a executar em casa dois exercÃcios diários de quinze minutos cada.
Wolpe começa por provocar relaxamento dos braços. Ele pede ao indivÃduo um movimento de flexão, depois de extensão, ao mesmo tempo que se opõe a esse movimento segurando o pulso do praticante. Assim o paciente sente o que é a tensão muscular, que ele deverá reduzir ao mÃnimo enquanto o terapeuta, por seu lado, diminuirá a força de resistência. Quando o antebraço consegue tocar o braço da poltrona, o terapeuta solta
o punho, o que permite ao doente terminar ele próprio o movimento". Ele encoraja então a "continuar a se entregar", a "tentar ir além do que lhe parece ser o ponto mais extremo" do relaxamento. Em seguida, o cliente deverá conseguir essa descontração sem a preparação pela tensão, e obserÂvar as sensações que ocorrem a nÃvel muscular. Durante a segunda lição, um procedimento análogo (a partir de uma mÃmica de ansiedade) prepara o relaxamento da testa e dos olhos, que continuará com a descontração dos maxilares, na terceira lição. 0 pescoço e os ombros serão objeto da quarta lição. Os músculos das costas, do abdômen e do tórax serão aborÂdados na quinta lição. Utiliza se a expiração passiva como um meio de aprofundar o relaxamento já obtido nos diferentes grupos musculares citados. A sexta e última lição ensina ao paciente o relaxamento dos grupos musculares da perna, da coxa e do pé, sempre utilizando o mesmo proceÂdimento: uma tensão preparatória que se exagera para relaxar depois, além mesmo da não contração do inÃcio. 0 monitor pode controlar o grau de descontração obtido no conjunto da musculatura pelo que diz o paciente, pela verificação manual ou eletromiográfica, com um sinal sonoro tanto mais grave quanto mais relaxado estiver o indivÃduo.
Este sistema permite ao paciente um relaxamento cada vez mais inÂtenso. Wolpe observa que algumas pessoas dispõem de uma zona "gatilho" (mãos, pés, rosto, etc.) cuja descontração ocasiona um relaxamento generaÂlizado em todo o corpo(4).
Na verdade, o método de Jacobson Wolpe, se é muito utilizado pêlos behavioristas, pode ceder lugar a outras técnicas de relaxamento, desde que sua aprendizagem seja relativamente rápida, visando a uma utilização secunÂdária (pôr exemplo, para a dessensibilização a imagens anxiogênicas clasÂsificadas segundo uma hierarquia da angústia). Na França, o Treinamento Autógeno (5) é muito utilizado com esse propósito (pêlos sofrologistas, pela escola de Jarreau e de Mme. Klotz).
2. TÃCNICAS DE BIO FEEDBACK
Derivam da corrente de psicologia experimental behaviorista, particuÂlarmente dos trabalhos de Skinner, que mostrou o interesse, em psicologia animal e humana, do que ele chamou de condicionamento operante", que estaria na base da aprendizagem tanto de habilidades como dos modos complexos de reação emocional. Trata se de recompensar um movimento (já presente) que conduz ao comportamento que se deseja obter. FinalÂmente, freqüentemente com facilidade, o indivÃduo chega a esse comporÂtamento, que fica assimilado, e que bastará “reforçar positivamente” de vez em quando. N. Miller demonstrou que esta técnica poderia aplicar se não somente a uma atividade habitualmente voluntária (que requisite os músÂculos dos braços, das pernas, os olhos, etc.), mas também a uma atividade totalmente involuntária e geralmente inconsciente; por exemplo, a quantiÂdade de sangue que chega à orelha de um animal pode ser aumentada ou diminuÃda se for dada uma recompensa cada vez que ocorrer uma variação, mesmo mÃnima, de fluxo sangüÃneo, no sentido desejado. Isto é o que se chama bio feedback.
Isto se aplica tanto ao homem como ao animal; e existe no comércio toda uma série de aparelhos menos ou mais eficazes e precisos, que perÂmitem agir sobre a tensão arterial, o pulso (6), a quantidade de sangue que chega a este ou aquele órgão, a temperatura da pele, a produção de ondas cerebrais (7) de qualquer natureza (8), o grau do tônus muscular em determinado local(9), etc.
Benson, constatando que o bio feedback era eficaz sobre a pressão arÂterial, perguntou aos pacientes "o que se passava" neles. Eles responderam que, para reduzir a pressão arterial, evocavam idéias repousantes (10). Então, era necessário questionar o interesse de toda aquela aparelhagem. Benson abandonou a e pôs se a estudar as técnicas orientais e ocidentais de relaxaÂmento (cf. Cap. IX).
Entretanto o bio feedback é cada vez mais utilizado, mesmo na França, onde a bibliografia sobre o assunto começa a aumentar (cf. notas 6, 7, 9, 11 a 14).
A. Blanchard Rémond (cf. nota 9) obteve efeitos muito positivos com o bio feedback eletromiográfico em estados de angústia, fobias, estados depressivos `. Alguns sintomas localizados foram curados:
câimbras das pernas
câimbras de escritor
tiques da face e do pescoço
contrações dos maxilares.
P. Marchais 11 e M. Agathon (cf. nota 6) conseguiram tratar de fenôÂmenos de ansiedade cora manifestação cardÃaca. Pôr outro lado, os toxiÂcômanos poucos benefÃcios conseguem da retroação biológica muscular ou cerebral (alfa) (cf. nota 7). Para eles seria mais aconselhável o ouvido eleÂtrônico (Cap. XIV), os procedimentos orientais (Caps. VIII, IX, X) ou a sofrologia.
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17 Septembre 2002
NOTAS
1. DURAND DE BOUSINGEN, "La rééducation psychotonique", art. publicado in La Relaxation, op. cit., p. 24.
2. 1. WOLPE, Pratique de la psychothérapie comportementale, Maloine, 1975.
3. 0 fato de eu abordar tão superficialmente o método Jacobson deve se à sua pouca utilização na França.
4. A comparação com a técnica de neuralterapia é imediata: neste procedimento médico, anestesia se localmente uma cicatriz, ou um "campo perturbador localizado" (dente, amÃgdala, etc.). Dores incuráveis por outros meios e situadas à distância cedem imediatamente. (Segundo o "Séminaire de Neuralthérapie", G. PELZ e P. RICHARD, Paris, 21 22 janeiro 1977, CR. in Quotidien du Méd., n.o 1604, por P. PINAY.) Pode se estabelecer um paralelo entre estes dados e as técnicas ligadas à "emissividade" de R. VITOZ, que eu próprio retomei ao tratar da centração descentração em Prolégomènes à une Yogathérapie de groupe e em Yoga et psychothérapie, op. cit.
5. GEISSMAN, op. cit, p. 101.
6. M. AGATHON e A. ROUSSEL, "Etude préliminaire sur le conditionnement opéÂrant cardiaque. Son intérêt en psychopathologie", in Psy. Méd., 1973, 5, n.o 8, pp. 1377-1390.
7. Y. LAMONTAGNE e col., "Effets physiologiques et psychologiques de 1'entraîÂnement à la retroaction biologique (alpha et E.M.G.) chez les étudiants usagers de drogue", in L'encéphale, 1977, t. 3, n.° 3, pp. 203 206
8. Os aparelhos de "bio feedback"' normalmente vendidos na praça para intensiÂficar a produção de ritmo alfa do cérebro são os menos precisos e que apresenÂtam menores resultados experimentais e clÃnicos.
9. A. BLANCHARD RÃMOND, "Intérêt du 'bio feed back' dans la relaxation musÂculaire et dans les troubles psychosomatiques à traduction musculaire", EntreÂvistas de Bichat, Expansion, 1977, pp. 391 393.
10. H. BENSON e M. KILPPER, Réagir par Ia détente, Tchou, 1976.
11. A. BLANCHARD REMOND, “Bio feed back, son avenir", in Psychiatrie Française, 7.° A., 4, out. 1976, pp. 438 440.
12. P. MARCHAIS, "De nouveaux modes de pensée en psychiatrie. A propos des notions de système, de modèle et d'invariant", in Ann. Méd. Psychol., 1977, 135, n.o 4, pp. 615 623.
13. C. LAURANS e Y. BLANC, "Application de la rétroaction biologique à la rééducation fonctionnelle", in Ann. Méd. Phys., 1976, 19, n.° 1, pp. 72 83
14. R. LEMINEUR e E. MEURICE, "Le conditionnement instrumental de l'activité électrodermale", in 1'Année Psychologique, 1971, 2, pp. 521 545.
2006-09-04 02:04:14
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answer #2
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answered by regina o 7
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