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serio to precisando d ajuda n acho um texto aceitavel sobre o assunto e tenho um trabalho disso pra amanha

2006-09-03 14:54:37 · 5 respostas · perguntado por buh 2 em Educação e Referência Ajuda para Lição de Casa

5 respostas

faz sobre imperialismo cultural..que é a mesma coisa..substitua imperialismo por invasão ...e tera um excelente trabalho...

segue o link abaixo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Imperialismo_cultural

2006-09-03 14:59:49 · answer #1 · answered by Anonymous · 6 0

no meu conceito invasão cultural e ver um presidente pronunciar AGENTE, uma professora,e certos repórteres de televisão;

2006-09-03 22:24:44 · answer #2 · answered by jose s 1 · 0 0

invasao cultural : tipo de cultura de outro país esteja invadindo nosso país trazendo beneficios ou maleficios.Exemplo: a "cultura dos americanos " é rapp, bonés, sons de carros altos ,tal cultura invade nossso país,onde xerocamos o que eles fazem maleficamente.a nossa cultura brasileira é pouca invdida lá fora,mas nós temos a invsao de cultura de outras regioes do Brasil:nossa literatura brasileira q é diversificada em varias regioes,músicas ,danças,comidas típicas,td isso chama-se invasao cultural.

2006-09-03 22:20:01 · answer #3 · answered by sozinha no mundo 1 · 0 0

Exemplo:

Invasão cultural é o que os americanos fazem conosco: mandam um monte de "lixo" (produtos americanos que não servem mais pra eles) e nós aqui abraçamos com um sorriso largo tudo que nos é lançando, incluindo posturas e linguajar (vide os "gerundismos" em grande alta).

Dessa forma, nos tornamos brasileiros com cultura de outro país.

2006-09-03 22:15:58 · answer #4 · answered by aeiou 7 · 0 0

http://www.airtonjo.com/oriente_medio.htm

Sério...dê uma olhada nesse site e vá desmembrando conforme vc precise pro seu trabalho.
Acho que é um dos maiores exemplos do que é invasão cultural e veja o texto abaixo, é muito sério!
Bom trabalho!

IVAN PROENÇA
Professor e escritor, conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa



Ivan Cavalcanti Proença é professor universitário e doutor em Literatura Brasileira. Autor de inúmeros livros de literatura e cultura brasileiras como "O golpe militar e civil de 64 - 40 anos depois" e "Futebol e Palavra", já foi diretor de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e presidente do Conselho de Folclore do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa.

Entrevista concedida a Thaís Tibiriçá e Lívia Cabral. Foto de Thaís Tibiriçá.

Machado de Assis, Lima Barreto, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, entre tantos outros, foram escritores belíssimos que contribuem até hoje para o nosso enriquecimento cultural. Atualmente, não se vêem escritores desse tipo. Por quê?
Hoje, a literatura nacional vai mal, obrigado. Primeiro, esse relacionamento autor, editor e livreiro é muito complicado. O livro, como dizem os donos da editoras de best-sellers, é um negócio como outro qualquer, como se fosse sabonete. Ora, não é não, pois existem as isenções tributárias, todo um compromisso cultural que envolve o livro, que não é apenas um produto como outro qualquer. Com essa teoria típica do mundo capitalista, prevalecem os livros vendáveis. Existem pesquisas de mercado, existem ledores dentro das editoras que encaminham o livro que deve fazer sucesso; ou seja, é como se houvesse uma sensibilidade para perceber o que o público quer e editar o livro. Isso é rigorosamente incompatível com o fazer artístico-cultural, pois não se pode julgar o aspecto qualitativo através de resultados financeiros. É um ciclo vicioso que eu não sei como resolver. Acho que no mundo capitalista você não resolve isso porque, no fundo, é oferta e procura, mercado. Autores novos importantíssimos se desiludem porque nada acontece em relação a esse contexto. Por exemplo, o Jornal Idéias, do Jornal do Brasil, é rigorosamente sem idéias; Prosa e Verso, do jornal O Globo, de prosa e verso também não tem nada. Tudo fica ao sabor do marketing; há modelos pra se fazer um best-seller: uma pitadinha de violência, de sexo, outra de expectativa, um happy-end. Porém, quando o entretenimento se sobrepõe à consciência reflexiva, aí é problema. A distribuição é um outro problema. Se você vai à Havana, vê que as crianças, de dois em dois meses, entram nas livrarias e escolhem o livro que desejam no setor infanto-juvenil e levam para casa. O papel é modesto, as capas não são multicoloridas, mas o hábito de leitura vem desde criança, porque educação lá é projeto prioritário no governo cubano. No fundo o Lula achou tudo isso uma bobagem; colocou Gil na Cultura e na Educação uma figura que ninguém conhece.

Nos artigos de Fausto Wolff ele diz que os escritores foram vencidos pela mídia, você acredita nisto?
Como a mídia também foi vencida pelo impacto do marketing da editoras. Fausto Wolff tem razão, mas também o contrário, porque um estimula o outro nessa grande jogada chamada marketing. Tudo é mercado. Parece que mercado é gente. O mercado "não gostou", o mercado "tá feliz", "tá satisfeito", "acordou bem", ou seja, você pensa que é uma figura com "m" maiúsculo.

Em meados de 2005, Bill Gates declarou que seu novo objetivo seria o fim do papel e a total transposição de textos e artigos para as telas dos computadores. Como escritor, de que forma o senhor encara esse plano, tendo em vista os livros eletrônicos, as bibliotecas virtuais e o acesso ao livro no contexto sócio-econômico e político do Brasil?
Há muito tempo que se decreta o fim do livro. Eu não acredito no fim do livro, como não acredito no fim da poesia, que também já está decretado há muito tempo. Como se decretou o fim do cinema. Cinema é cinema. Nem todos querem o imediatismo do computador; quem gosta e se interessa por livros, quer folhear o livro, não quer teclar e ver apenas um fragmento do livro.

"Os donos dos meios de comunicação são contra os cursos de jornalismo"

Como você vê a qualidade dos futuros jornalistas, já que a maioria lê muito pouco e o instrumento de trabalho do jornalista é a palavra? Segundo Mino Carta, não deveria haver faculdade de jornalismo e sim um curso de especialização após o término de alguma faculdade de ciências humanas. Você concorda? Acha que isso melhoraria a qualidade dos profissionais?
Absolutamente não. O estudante universitário tem hábito de leitura? A criança tem? Não tem. O adolescente tem? Não tem. Por que o estudante universitário iria, de repente, ganhar dos céus um projeto de hábito de leitura? Não existe isso. É coisa de base, vem de lá de longe. Alguns professores da geração múltipla-escolha, dessa técnica do não-pensar, fazem parte de um ensino que eu chamo de maldito. Múltipla-escolha é incompatível com cultura humanística; quem trabalha com múltipla-escolha é preguiçoso, despreparado, incompetente, na melhor das hipóteses. O estudante universitário é conseqüência. Cadê o segundo grau? Não existe mais segundo grau. Então, ficam esses governos fazendo mil projetos demagógicos e não recuperam o segundo grau. Eu não acho que todo jovem tenha que ter o terceiro grau. Acho que tinha que enfatizar o profissionalizante e seguir carreiras independentes do terceiro grau. Os professores universitários também estão dentro do mesmo contexto. Ninguém se iluda achando que o meio intelectual e universitário é melhor. Ele é tão poluído quanto o meio político, econômico, social e quanto a sociedade. Hoje, a estrutura capitalista é isso que está aí. No meio universitário, os professores competem uns com os outros de maneira antropofágica. As "unhas" e nuances que envolvem a vida de um professor universitário é algo lastimável, uma competição permanente. Os alunos universitários são conseqüência desse contexto educacional medíocre, falido, decadente. E os professores pedem para tirar xerox de capítulos. Isso é crime de direito autoral e é imediatista. O estudante nem sequer lê livros, lê fragmentos. Claro que o fator econômico influencia. Os donos dos meios de comunicação são contra a faculdade de jornalismo. Eles bloqueiam a questão da necessidade do diploma. No entanto, o diploma nunca trouxe restrições aos velhos jornalistas e eles continuam nas redações. Como disse Noel Rosa, "o samba não se aprende no colégio". Muitos deles, porém, também são jornalistas viciados e medíocres, compondo com a direção do meio de comunicação. Mas, o jovem que tira a faculdade é uma esperança de, pelo menos, tentar uma reação diante de tudo, ter uma consciência mais nítida, política, ser mais ideologizado, ter muito mais amplitude sócio-cultural. O estudante deveria ter uma consciência reflexiva; eles não querem isso. Vão querer um jovem que pergunte, que questione, que faça matérias que não agradem? Claro que não querem. Embora também muitos dos jovens se adaptem, claro. Esses estudantes representam, de alguma forma, ou representarão um dia, alguma esperança, ao passo que se mantiver essa idéia de acabar com a faculdade de jornalismo e retirar a idéia do diploma como indispensável ao exercício da profissão; se isso prevalecer, aí mesmo que eles vão deitar e rolar e não haverá mais esperança, e será "manda quem pode e obedece quem tem juízo", que é uma práxis indecente do mundo capitalista. Então, anexar a mais um núcleo da ciência humana é tapear, pra não dizer que é contra, faz um "apendicizinho" como se não tivesse a importância que tem uma faculdade de jornalismo.

O sistema de cotas em universidades públicas foi adotado pela primeira vez na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) em 2001. Recentemente, o jornal O Globo publicou uma matéria sobre o projeto de implantação do sistema de cotas também em universidades federais. Qual a sua opinião sobre esse sistema que pretende reservar 50% das vagas em universidades federais para estudantes de ensino público, negros e índios?
Os índios wayapi estão fazendo a própria faculdade no Amapá. Ao invés de resolver pra valer os problemas de desigualdade social, do não acesso do negro e das populações menos favorecidas, não resolver o problema no sentido de que a Educação é um direito de todos e para todos, uma Educação de qualidade, você vai ter que fazer coisas desse tipo, tampão. Acho que isso é indigno, inclusive para as minorias, até para os próprios negros, no caso seria indigno esse processo das cotas. Insisto em dizer que isso não resolve nada e é uma "enganação".

Com a experiência no Conselho de Cultura e Esportes, como você analisa os Jogos Pan Americanos de 2007, e os problemas que a equipe organizadora está passando? Você acredita que o Rio de Janeiro esteja preparado para sediar o Pan?
O contexto esportivo brasileiro é uma outra tragédia. Em todos os setores tem uma disputa feia, protecionismo, carreirismo. Haja vista o futebol. O grande marechal do futebol do Brasil é o Ricardo Teixeira, uma figura lastimável; aqui no Rio de Janeiro, voltou o Caixa D'Água e o doutor Eurico Miranda, duas figuras trágicas para a história do futebol. Estou falando em futebol, pois o Brasil se projeta no mundo todo e chega na capital dita cultural, que é o Rio de Janeiro, e você esbarra nessas figuras e nos dirigentes dos clubes, figuras inconfiáveis sob vários aspectos. Então, o contexto do esporte entre nós passa pelo mesmo quadro da inconfiabilidade do contexto sócio-político, sócio-econômico, sócio-cultural. Agora estão mendigando verba federal, aí o estadual diz que é obrigação do federal, e o federal diz que é do município, o município diz que é do estado, pedindo migalhas para completar os recursos para o Pan-Americano. Em uma cidade que está passando fome, com catástrofes de toda natureza, com os traficantes tomando conta, com hospitais sem remédios, escolas públicas decadentes, como pode alguém reclamar que o César Maia concedeu apenas um 1 milhão e meio para os jogos? Nós podemos fazer o Pan-Americano? Tínhamos condição de fazer isso? Não temos condições. Esse Carnaval que está aí é tudo uma mentira. 90% da renda do Carnaval é dos bicheiros. A Riotur não ganha nada com isso. O César Maia conseguiu o milagre de tornar a Riotur sócia dos bicheiros. Ele gastou R$140 milhões nessa Cidade do Samba e deu para os bicheiros de mão beijada. O engenheiro que faz a vistoria do Sambódromo é da liga dos bicheiros. Em troca de quê? Um jogo político sujo do César Maia. Vamos esperar que surjam candidatos confiáveis porque essa turma é muito viciada, medíocre e o que eles querem é melhorar o capitalismo. Então, é muito triste esse quadro político e isso tudo implica nesse negócio de Pan-Americano. Essa vaidade em dizer que o Rio vai sediar o Pan. O Rio não tem condições disso. Ou tem? No fim, eles acham que vai dar certo; o prestígio e tal.

Lembrando um pouco seu livro "Futebol e Palavra", que remete a uma pesquisa sobre 400 palavras e expressões utilizadas no futebol, muitos professores e jornalistas acreditam que o Jornalismo Esportivo traz maior liberdade de expressão dentro de uma redação, que os textos podem ser ousados e diferenciados. Você concorda? Como você vê atualmente a cobertura jornalística nos esportes?
Não, isso daí não tem haver com o tema. Agora, não pode ter preconceito em relação ao jornalismo esportivo, eu escrevi dois livros sobre isso. E também um livro com o João Saldanha, "Meus amigos", eu dei o nome. João Saldanha está fazendo muita falta no mundo do futebol brasileiro, mas eu não tenho preconceito. O texto do jornalista esportivo pode ser literário sim, bem escrito. Nós tivemos Mário Filho, Osvalmar, Armando, Nogueira, João Saldanha, Nelson Rodrigues. Nelson não tanto, eram mais as metáforas, alegorias. Nós temos aqui na ABI também dois que escreveram bom textos sobre o futebol brasileiro, Maurício de Azedo e Sérgio Cabral. Escreve bons textos de futebol. No momento, Tostão, no jornal do Brasil, está me surpreendendo com um texto bem conduzido, enfim não tenhamos preconceito. Não há tema que não possa ser tratado com literariedade. Não quer dizer que isso seja a única coisa, existe jornalismo esportivo que comenta o jogo em si, mas outros que são tratados com mais literariedade. Agora dizer que "por ser jornalismo esportivo", isso não tem menor fundamento, não há privilégios, nem prevalência de tema na questão da boa escrita.

Qual a influência da Segunda Guerra Mundial na cultura brasileira? Você costuma dizer que a cultura americana invadiu o Brasil nesse período, porém a cultura nacional demonstrou resistência, logo interrompida pela ditadura. Quais as principais conseqüências dessa interrupção nos movimentos culturais da época?
O que ocorreu foi que a Segunda Guerra Mundial nos aproximou muito dos Estados Unidos. Claro que tínhamos que entrar na guerra e estar do lado dos Aliados, disso não resta a menor dúvida. Mas nos atrelamos muito aos Estados Unidos porque estávamos no mesmo continente. E esse atrelamento nos trouxe problemas. Primeiro, essa questão da dívida de guerra que vocês devem estar estudando em outras disciplinas; segundo, a partir do momento em que os Estados Unidos tomou conta dos territórios norte e nordeste com nosso consentimento. Afinal de contas, aquela área do nordeste ficava mais perto da África, então eles fizeram portos, aeroportos, quartéis, etc. em Recife, Natal, Fortaleza. Eles ocuparam aquela nossa região com nosso consentimento. Agora, lidar com os Estados Unidos tem sido um problema crucial. A partir daquele momento eles planejaram também a invasão cultural. Porque esvaziando a cultura de um povo, você melhor o conquista político, social e economicamente. Então eles tinham essa invasão cultural extremamente bem planejada. Não com os inocentes "IBEU e Cultura Inglesa", mas com artes, costumes, cinema, música. E foi uma invasão terrível a partir da Segunda Guerra durante os anos 40 e 50. Só que nós resistimos a essa invasão, nosso processo cultural estava consolidado a partir dos anos 30, e resistimos. Aí não sofremos um grande transtorno. A partir da Segunda grande Guerra que isso tudo foi deflagrado - nossa aproximação muito intensa com os Estados Unidos. Contra aquele negócio do Tio Sam nós resistimos muito bem. Depois, durante os anos 70, e boa parte dos anos 80, nós fomos alvos dessa invasão com muito problema para nós. Nós ficamos colonizados culturalmente e continuamos, embora agora haja uma ressurreição no processo cultural brasileiro. Mesmo assim são muito grandes as influências, na língua, nos trajes, nos hábitos e costumes, na música, ainda existe muito. Embora estejamos bem, recuperando nossa identidade cultural. Manter a identidade cultural é um ato político.

"Não vejo como os meios de comunicação de massa podem ajudar a conscientizar"

Como você vê o papel dos meios de comunicação de massa com relação à invasão cultural que se deu com a chegada do rádio e segue até hoje?
Os meios de comunicação social de massa estão nas mãos dos grandes patrões. Hoje em o Estadão, a Folha menos ruim; no Rio de Janeiro tem O Globo, Jornal do Brasil falindo, as televisões. Tudo isso você faz um jogo do poder, e todos são "devedores do poder". Então não vejo como eles podem ajudar a conscientizar, ou transformar nada. Porque eles dependem, é um jogo toma lá dá cá. O governo depende dos meios de comunicação e os meios de comunicação dependem do governo. Aí fica um jogo de interesses. Os meios de comunicação não vão favorecer as transformações sociais, porque existe um monopólio dos meios de comunicação. É preciso, sim, uma campanha como a que a ABI tem feito: democratizar os meios de comunicação. Mas como democratizar se o capital comanda tudo? Se o capitalismo é quem rege, é difícil democratizar num momento em que o próprio capitalismo tem a estrutura da própria prevalência do capital.

Por que você não considera a "Jovem Guarda" um movimento cultural? Atualmente, qual movimento cultural poderia ser destacado e qual você também desconsidera?
Eu considero a Jovem Guarda um movimento medíocre, em todos os sentidos. É um movimento musical correto, aquela música é versão, predominantemente versão, e quando não é versão é o ritmozinho do nhenhenhe, do ritmozinho do pop strogem, que não tem nada haver conosco. Todo ele é um movimento em si de interpretes medíocres, compositores também. A versão, a música, não é nossa, e ainda que fosse as letras são muito assim: Banho de Lua, o Calhambeque. Quem era desse grupo era o Roberto Carlos. É um movimento dançante, mas não tem nada haver com o processo cultural brasileiro. E eu fiz uma pergunta para eles uma vez no ar: Vocês guardam o quê? É Jovem Guarda de quê? A Velha Guarda guarda a tradição da escola, as raízes da Mangueira. Vocês guardam o quê? Nem a música brasileira vocês guardam. Biquíni de bolinha amarelinho, o que é isso, Splish Splash, o tapa que o cara levou no cinema. Até a onomatopéia não é nossa. Desculpe o termo, mas a porrada brasileira não é Splish Splash que a mulher deu no cara. Enfim, é um movimento que não tem nada a ver com processo cultural. Medíocre também musicalmente, e com os cantores também. Ninguém vai me dizer que Vanderléia e Erasmo Carlos cantam alguma coisa. E os cantores de rock brasileiros nunca foram cantores, sempre foram gritões. Eles não tem estrutura, divisão de voz, timbre, nada. Essas coisas precisam ficar claras, porque não é contra o movimento em si, mas porque ele não tem qualidade artística nenhuma. Esses conjuntos que vemos hoje, os caras fazem aeróbicas, agora imitados por causa dessa praga do Axé Music. Axé é uma saudação afro. Agora, o que é Music? Eu não sei o que é. Porque é aquela praga corre para lá corre para cá, fazem aeróbica, jogo de luzes, tudo para encobrir a mediocridade das letras, do acompanhamento musical, isso tudo é extremamente medíocre.

No livro "O golpe militar e civil de 64 - 40 anos depois" é relatada a sua experiência como militar durante a ditadura e, depois, a vivência como um militar cassado pelo regime em vigência. Você poderia nos contar um pouco sobre esse momento de sua vida e como vê o papel da imprensa na época? Alguns jornais se disseram contra o regime militar, mas até que ponto isso foi verdade e quais foram eles?
Eu não vou falar de mim, porque ai eu vou cair naquele papo do herói, essas coisas. No livro tem um resumo, o Grupo Tortura Nunca Mais fez um histórico, me deu uma medalha do Chico Mendes... As moças que estão dirigindo o grupo Tortura Nunca Mais eram umas mocinhas iguais a vocês, que estavam no dia em que fiz aquelas coisas. [Um grupo de estudantes foi cercado no Centro Acadêmico de Direito da UFRJ pelo Comando de Caça aos Comunistas, que tinha ordem para matar todos. Ivan, então capitão do exército, levou seus homens ao local e garantiu a saída dos estudantes, entre os quais se encontrava Cecília Coimbra, que anos depois viria a fundar o Grupo Tortura Nunca Mais]. Sobre o papel da imprensa: ela foi totalmente colaboracionista sem dúvida nenhuma. Agora eles ficam aí tirando onda, a Rede Globo até parece que foi contra o golpe. Aí colocam aqueles documentários, põem Juscelino no ar como eles fossem democráticos. Toda essa grande imprensa, começando com o Lacerda contra Getúlio e as reformas na área trabalhista, depois contra Juscelino, tentaram impedir a posse do Juscelino, a imprensa toda ali. Os que reagiram desapareceram no tempo. Jornal do Brasil, Globo, Tribuna da Imprensa, todos foram a favor dos golpes. Tribuna da Imprensa com Hélio Fernandes, Amaral Neto e Carlos Lacerda. Hoje são arautos da democracia Todos foram colaboracionistas do golpe, sim. Fazendo apologias da marcha com Deus, família e propriedade, fazendo apologias que interessavam ao Ibes. Enfim, essa imprensa foi cúmplice do golpe.

A década de 70 foi, certamente, marcada por uma "tirania cultural", havendo censura às manifestações artísticas nacionais. Quais as conseqüências da ditadura na cultura brasileira, você acha que elas influenciam até hoje?
Muitos companheiros meus atribuem aos vinte anos de ditadura a nossa pobreza cultural, a mediocridade sócio-cultural, a decadência do ensino. Claro que isso influi muito, eles intervieram na Educação, plantaram aquele triste órgão de triste memória, o CESGRANRIO, na questão da múltipla escolha. Eles se basearam no ensino, lançaram aquelas disciplinas "Problemas brasileiros", aquelas lavagens cerebrais, censuraram os diretórios acadêmicos, as salas dos professores, cinemas, teatros, livros. Então muitos atribuem a isso a situação atual. A isso eu não atribuo não. Eu atribuo, sim, durante algum tempo, mas a ditadura se encerrou em 84 e houve mais 10 anos de atuação implícita ou explícita da ditadura. Mas, hoje já faz muito tempo, são 21 anos. Já era para termos nos reestruturado, nos reorganizado, já era para ter tido uma reação da juventude. Ai eu pergunto, cadê a UNE? Cadê os diretórios acadêmicos, onde eles estão? Gostaria de saber. Uma história tão bonita dos diretórios, da UNE. E cadê? Cadê o movimento estudantil? Cadê os sindicatos dos professores? Cadê a luta sindical? Cadê a sociedade se mobilizando? A sociedade não se mobiliza para nada. Quer dizer, eu acho que o capitalismo corrompe e polui de uma maneira muito violenta. Já se vão 21 anos e nada acontece. É claro que hoje há liberdade de denunciar, de criticar, de agir, de manifestar, mas cadê o tudo mais? A mobilização das classes e tal. Eu vejo duas coisas importantes: o grupo Tortura Nunca Mais, com essas mulheres extraordinárias, e outro grande movimento no Brasil que é o MST, um movimento de mobilização. Mas vocês vêem como a imprensa trata o MST, como fossem marginais invasores. Existe um jornal em São Paulo chamado Brasil de Fato que é extraordinário. De vez em quando a CartaCapital. Mas o povo não compra revista. A classe média compra Veja, Isto é, a Época. Como eu disse numa palestra na faculdade, é Não Veja, Isto não é, e Fora de Época. São três revistas lamentáveis no processo dos meios de comunicação.

Você já foi presidente do Conselho de Carnaval e Cultura Popular do Rio de Janeiro. Como você vê o atual Carnaval brasileiro?
Uma notícia boa o Carnaval de rua vem progredindo. Não digo esses blocos da Zona Sul que são meio farsantes. Os blocos estão se recuperando, os carnavais de bairro, de praças, o Carnaval espontâneo vem se recuperando. Este do Sambódromo está nas mãos dos bicheiros, sócios da Riotur. Mesmo assim, eu digo sempre: mesmo com o futebol poluído é a maior projeção do Brasil no mundo; e mesmo o Carnaval sendo o que é, você ainda vê coisas notáveis. Ninguém sufoca a iniciativa e criatividade do nosso povo. Você vê, ninguém sufoca a criatividade do nosso jogador brasileiro. Ele vive nesse contexto de dirigentes da pior espécie, negociatas, empresários. E ainda tem jogadores com talento. Eu presidi durante 10 anos o Conselho de Carnaval do Rio de Janeiro, julgando as escolas fora da Rede Globo e fora dos bicheiros, amiga deles. Nós vemos coisas lindíssimas ainda acontecendo, ninguém sufoca. De repente vem um passista notável, vem um mestre-sala e porta-bandeira extraordinários, vem de repente um samba. Por que o samba de hoje não é samba, é tudo marchinha. Vem um sambinha. Ver um samba bom, de enredo, não é samba-enredo não. Eu que fiz os critérios de julgamento do samba, é samba de enredo. Ele não é enredo, ele é conseqüência do enredo. Até marcado para que ele desenvolva certos temas. Então de vez em quando você vê um samba de enredo muito bonito, uma ala significativa, vê as crianças, as baianas evoluindo, uma bateria autêntica. Não é hip hop, teve uma que deu uma batida de funk e parece que vai repetir esse ano. Isso não é um colonialismo cultural, isso é uma rendição. Toda essa coisa começou quando os bicheiros entraram nos anos 70, e Joãozinho Trinta, essa figura também muito triste da história do carnaval brasileiro. É a consagração dos carnavalescos. Carnavalesco pode tudo, e é também uma praga. Aí você vai assistir e ver ainda muita coisa boa no Sambódromo, como no Maracanã. Porque ninguém sufoca essa criatividade. Mas esse contexto do Sambódromo é poluído, é uma indústria, hoje mestre-sala e porta-bandeira trocam de escola pela grana maior. Quem der mais leva, o chamado puxador de samba que o Jamelão diz que é interprete. É bobagem também, mudam também em função da grana. Madrinha de bateria, exceção da Mangueira, uma outra tem madrinhas da comunidade. As outras pegam essas mulheres que não sabem sambar, se tirar a música elas nem notam. E de mais a mais isso é um jogo de publicidade. Alas e alas que não cantam, nem sabem a letra. Eu sempre colocava um júri na pista, tem muitos que não cantam, tem grupos de jovem da Zona Sul que ficam lá com os braços para cima, feito um show de rock, vão dançar discoteca ali. Ao mesmo tempo essa coisa favorece a chegada de turistas, chegam as vésperas do Carnaval, já tudo comprado em dólar. Esse ano a média do preço das fantasias foi R$480. O povo compra a prestação, pagando R$ 30, R$ 40 por mês. Então, é uma coisa lamentável esse contexto do Sambódromo, embora ainda ocorram coisas significativas.

E, atualmente, com está a cultura do Brasil, na sua opinião?
Um pouco mais significativas do que na época da ditadura, mas muito aquém do que era de se esperar na evolução do processo cultural brasileiro. A recuperação da identidade cultural brasileira que é um ato político, então estamos muito distantes. Mas também é proibido perder as esperanças. Agora, dentro do capitalismo, dessa estrutura capitalista, é muito difícil chegar lá. É muito difícil chegar aonde pretendemos dentro dessa estrutura do capital. Porque é a prevalência da quantidade sobre a qualidade, a ânsia de posse que prevalece no mundo capitalista, enfim todo esse contexto não favorece o "chegar lá". Porque quem detém o poder econômico detém o domínio, ainda mais que os Estados Unidos julgam que o comunismo acabou. É um engano, porque o comunismo nunca existiu no mundo, ele é um ciclo ainda. O que existiu foi um paizão lá, mas sozinho não pode. O hino do comunismo é internacional, um país isolado não consegue sobreviver. Não consegue, com todas as conquista belíssimas a partir de 1917 em tudo, até na corrida espacial, balé, artes, literatura erudita, uma beleza. A China taí, fez algumas concessões para manter a estrutura socialista. Temos alguns exemplos como a Coréia do Norte. Agora, Cuba é um milagre. Ela está mostrando para toda a América Latina que é possível. Está sofrendo embargada, sofrida, bloqueada impiedosamente. Está mostrando que é possível. Ali sim há identidade cultural, educação, saúde. Não dá para ter grandes ambições de riquezas, isso não existe lá, é impossível. Haverá um momento em que mundo favorecerá a ascensão mais ainda das classes sociais, mas lá a criança não passa fome. Embora embargada, sofrida, está mostrando que é possível. Aqui no Brasil nós não podemos perder a esperança, tem que manter. Agora, tudo é mais difícil enquanto nós ficarmos subordinados aos grandes interesses internacionais.

Como você vê o trabalho do Hugo Chávez na Venezuela?
Maravilhoso. O correspondente dele é aqui da ABI, então ele nos põem a par de tudo que esta ocorrendo lá. Coragem e competência, muita competência. Agora, os jornais brasileiros dizem que é maluco, irresponsável. Porque ele está questionando o grande império. Lá nos Estados Unidos a Condoleeza Rice - essa mulher é uma praga - já disse que o Hugo Chávez é aliado de Fidel. Só que ele está seguindo o rumo que acha importante para seu país. E que ele seja aliado, eles não são aliados do Blair, da Inglaterra. E porque o lado de cá não pode se unir também? Quis o destino que no exato momento em que a América Latina tem o Kirchner, o Morales, o corajoso e guerreiro Chávez, todos na linha de Fidel, no exato momento maravilhoso que a América vive, quis o destino que o nosso Lula ficasse bancando o bom moço pagando a dívida externa integralmente e ainda se orgulha disso. Quer dizer, é o terceiro governo Fernando Henrique.

(Não julgue essa entrevista sob o aspecto político e sim sob o da invasão cultural)

2006-09-03 22:06:27 · answer #5 · answered by regina o 7 · 0 0

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