Nunca tantos copiaram tanto em tão pouco tempo. O filme que acabou de ser lançado. A última versão do simulador de vôo. A música no topo das paradas. Toques para o celular. Tudo isso pode ser obtido imediatamente e de graça na internet. Na rede, copiar é tão natural quanto respirar. Nenhuma geração na História teve, como a nossa, a possibilidade de conhecer e de usufruir tantas obras culturais. Hoje, pelo menos 2,5 milhões de brasileiros trocam pela internet arquivos de música, vÃdeo, programas de computador e jogos. Essa turma conectada inclui, para todos os efeitos, qualquer um que use computador ativamente. Copiar é tão fácil que nem sabemos quando estamos infringindo alguma lei. A verdade, caso alguém ainda tenha alguma dúvida a respeito, é bastante singela. Somos todos criminosos. Somos todos piratas. Todos? Bem, talvez nem todos. Mas você conhece alguém que - de verdade - nunca tenha feito uma cópia ilegal de músicas, filmes ou programas de computador?
2,5 milhões de brasileiros trocam música e vÃdeo pela internet
Pela lei, cada internauta que faz uma cópia não-autorizada pode ser punido. Nos Estados Unidos, mais de 10 mil já foram processados desde 2003. As multas chegaram a US$ 30 mil para cada um. Na Inglaterra, pela primeira vez a indústria fonográfica, usando rastreadores de fluxo de dados, acionou judicialmente 90 cidadãos britânicos. Eles foram condenados em abril do ano passado a pagar multas equivalentes a R$ 15 mil. Em novembro do ano passado, a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, em inglês) processou 2.100 cidadãos, de 16 paÃses, como Alemanha, China e Argentina. As ações são movidas por advogados em cada um dos paÃses envolvidos. Nenhum processo internacional atingiu usuários brasileiros. Ainda. Mas é difÃcil imaginar que a repressão dê cabo de uma prática tão difundida. Para que todos os 2,5 milhões de brasileiros que usam tecnologias que permitem cópias ilegais fossem detidos, seriam necessárias 350 penitenciárias com a capacidade do Carandiru. Se, como ocorreu na Inglaterra, cada um recebesse multas equivalentes a R$ 15 mil, o governo arrecadaria R$ 37,5 bilhões, valor equivalente ao lucro lÃquido somado dos cinco maiores bancos brasileiros nos últimos 11 anos, ou 2,2% do PIB.
RETORNO FINANCEIRO Vendas de DVDs em todo o mundo ajudam a indústria de cinema americana a faturar US$ 25 bilhões e produzir filmes revolucionários, como a trilogia Matrix
A forma mais comum e convencional de encarar a pirataria digital é acreditar na lei como está. Nesse caso, devemos mesmo pagar altas multas e ir todos para os novos presÃdios, construÃdos especialmente para abrigar piratas. Evidentemente, a realidade tem se encarregado de mostrar que essa lei é inaplicável. Pergunte a, entre tantos outros, João Eduardo Ãvila, de 13 anos. Ele nasceu em 1992, ano em que a internet saiu das universidades no Brasil. Eduardo é filho de uma era em que músicas, filmes e livros perderam a forma fÃsica e se transformaram em bits, viajando livremente à velocidade da luz. Com computador no quarto desde os 5 anos, descobriu o rock baixando gratuitamente as músicas de suas bandas favoritas. "Nem me lembro da última vez que fui à loja comprar um CD. Com certeza, foi há mais de um ano", diz. No inÃcio, ele baixava apenas uma ou duas canções por vez. Agora, baixa discografias inteiras, filmes recém-estreados, softwares e tudo quanto é joguinho de última geração. Ele deve ser preso? Ou será que há algum problema com uma lei incapaz de lidar com a velocidade da evolução tecnológica e com a naturalidade com que a nova geração encara esse fenômeno? Não haveria outra forma de lidar com a pirataria?
#Q:Somos todos piratas - continuação:#
VERSÃO
Mondini traduziu o eMule para o português
Ninguém em sã consciência pode pregar o desrespeito à lei. O direito à propriedade intelectual garante a remuneração dos criadores de bens culturais e a geração de riqueza e empregos. A primeira lei de proteção ao direito do autor foi criada em 1791, na França, justamente para evitar o final trágico de gênios como Wolfgang Amadeus ä Mozart, que morria como indigente naquele ano, depois de compor 600 obras. Hoje, graças à s leis que protegem a propriedade intelectual, Hollywood fatura US$ 25 bilhões, e a vigorosa indústria cultural brasileira emprega 63 mil pessoas. São essas as maiores vÃtimas da pirataria digital. Estima-se que as cópias ilegais custem US$ 50 bilhões no mundo todo e quase US$ 1 bilhão no Brasil. Em 1999, o disco As Quatro Estações, de Sandy & Junior, vendeu 2,5 milhões de cópias. Quatro anos depois, a venda de CDs piratas nos camelôs e o MP3 derrubaram a tiragem do CD Identidade para apenas 400 mil. "Para manter a mesma estrutura de empregados e equipamentos, tivemos de fazer muito mais shows que antes e de investir em outros mercados, como o licenciamento de produtos com o nosso nome", afirma Junior. "Mas vai chegar um ponto em que ninguém mais vai ter como viver de música. Os Ãdolos vão viver do passado." Aos 21 anos, Junior é um dos 43 milhões de aficionados do iPod, o tocador de faixas musicais da Apple, mas afirma que nunca fez download ilegal de música pela internet.
O eMule, site mais popular para troca de música e vÃdeo, tem 1,2 milhão de usuários no Brasil
Junior é uma exceção. Incontáveis sistemas de troca e compartilhamento de arquivos têm feito a festa entre jovens e adolescentes. Hoje, o mais popular é o eMule, usado por 1,2 milhão de brasileiros. Trata-se de um software de código aberto - sem nenhum dono, portanto, para ser processado -, com atualizações constantes realizadas por colaboradores anônimos. Um deles é o estudante paulista Rafael Mondini, de 21 anos, responsável pela versão brasileira. De sua casa, em São Paulo, ele entrou em contato com os responsáveis pelo projeto nos Estados Unidos e ajudou o eMule a falar português. "Existia uma tradução em português de Portugal, mas era muito capenga. Quando descobri que o programa era comunitário, resolvi ajudar", diz Mondini.
Para o desembargador André Fontes, que comanda uma turma no Tribunal Regional Federal responsável por julgar questões de direito autoral, a lei não pode punir o usuário doméstico por trocar arquivos na internet. "Se fosse eu julgando um caso desses, nunca condenaria quem baixa arquivos para uso próprio, sem intenção de obter lucro com a obra alheia", afirma. André Fontes vive a questão de perto. Tem um filho de 15 anos, Augusto, fanático por música e dono de um MP3-player. Fontes prefere não investigar o computador do filho para saber se ele está fazendo download ilegal. "O que faço é conversar com ele. Ele sabe que fazer isso é antiético", diz. Mas a fronteira ética é tão tênue que desconcerta os próprios artistas. A roqueira Pitty afirma que baixa músicas, mas de uma maneira que considera saudável. "Só faço download gratuito do que não conheço, para não comprar gato por lebre. Mas, se gosto, vou lá e compro", afirma. "Acho que quem tem condições tem de comprar o disco, senão a gente deixa de existir. Mas não posso cobrar isso de quem não tem grana."
CATALISADOR
O iPod banalizou troca de arquivos de música e vÃdeo
à pouco provável que jovens como João Eduardo, Rafael, Augusto ou a própria Pitty comprassem todas as músicas e os arquivos que obtêm de graça na internet. Só isso é o bastante para ver com um grão de ceticismo as estimativas de perdas da indústria para a pirataria, pois, normalmente, ela considera que cada um que copia um CD ou software pagaria pelo produto. Quando tanta gente, em princÃpio ordeira, desobedece à s leis estabelecidas de propriedade intelectual e de direito autoral, algo está errado em um sentido mais amplo. A troca livre de bens digitais representa, em sua dimensão global, uma ruptura no modo de produção cultural convencional. O sistema de direitos, que financiou a indústria, artistas e inventores durante séculos, está em xeque.
Mais de 10 mil internautas já foram processados nos EUA desde 2003
"Os donos das grandes empresas de entretenimento estão agindo deliberadamente, principalmente no Congresso americano, para inibir a criatividade dessas crianças. Antes, só eles ganhavam. Mas hoje estamos vencendo em muitas frentes", disse a ÃPOCA John Perry Barlow, fundador da Electronic Frontier Foundation. "Eles estão vendo que vão perder a briga. Estão desesperados. São um bando de velhos contra crianças, pequenos gênios criativos." Barlow sabe do que está falando. Antes de se tornar um dos maiores pregadores das liberdades digitais, ele foi letrista da banda de rock Grateful Dead - e permitia aos fãs a gravação de seus shows ao vivo.
A troca on-line de arquivos é desafiadora justamente porque melindra nossas noções mais básicas do que é certo ou errado. Pirataria é roubo? Sem dúvida. Mas é um tipo singular de roubo. A noção lógica do ato de roubar é tomar algo de alguém. Com a cópia de um arquivo, quem assiste a um filme ou ouve uma música pirata não precisou tomá-los de ninguém. A pirataria é um roubo cuja vÃtima - o criador da obra - não está presente ao ato. Os arquivos digitais são aquilo que os economistas chamam de bem "não-rival". Podem ser usados por muitas pessoas ao mesmo tempo, sem que uma prejudique a outra. Da mesma forma que a teoria da relatividade, de Einstein, é reproduzida nas escolas pelos professores de FÃsica, todos podem ouvir a mesma música, ver o mesmo filme ou usar o mesmÃssimo programa de computador.
#Q:Somos todos piratas - continuação:#
ARTISTAS
Junior afirma que só baixa músicas compradas para seu iPod
Diante de um inimigo tão insidioso, em vez de buscar o bandido que mora em cada um dos 700 bilhões de internautas no mundo, a indústria cultural provavelmente terá de se reinventar. Ela já fez isso antes. "A crescente e perigosa invasão dessa nova tecnologia ameaça a vitalidade econômica de toda uma indústria e a sua nova segurança no futuro", disse Jack Valenti, ex-diretor da associação da indústria do cinema americano, a MPAA. A frase foi proferida em 1982. Naquela ocasião, o medo era que o advento do videocassete fosse tirar as pessoas do cinema e levar a indústria cinematográfica à falência. Nada disso aconteceu, e as cópias dos filmes em fitas e hoje em DVD se tornaram uma fonte de receitas maior que as bilheterias.
Estima-se que as cópias ilegais custem US$ 50 bilhões no mundo e quase US$ 1 bilhão no Brasil
Agora, começa a haver reações mais criativas da indústria. Três anos depois que a Justiça fechou o Napster, o primeiro sistema de troca de arquivos na internet, a resposta da indústria fonográfica foi o iTunes, loja virtual de músicas e vÃdeos da Apple. No final de fevereiro, registrou 1 bilhão de obras vendidas. A tática é simples: se o problema é a cópia gratuita de música virtual, então é melhor vendê-la. A loja iTunes terminou o ano passado com vendas de 3 milhões de músicas por dia, por apenas alguns centavos de dólar cada faixa. Registrou um crescimento de 241% no número de usuários em relação a 2004, alcançando 20 milhões de cadastrados em 21 paÃses. Outras 335 lojas de música virtual entraram no mercado. A venda de músicas eletrônicas já responde por 6% do faturamento total no ramo fonográfico. Graças a isso, o ano de 2005 ficará na História como aquele em que, pela primeira vez depois do advento da internet, se vendeu mais do que se pirateou em dois importantes paÃses consumidores de músicas: Alemanha e Inglaterra. Para que isso fosse possÃvel, evidentemente a indústria foi obrigada a rever seus preços para ä baixo. Embora tal medida represente um risco, a história do videocassete mostra que não necessariamente haverá queda no faturamento total.
O site de venda legal iTunes tem milhões de usuários cadastrados em 21 paÃses
A discussão apresenta ainda um paradoxo mais importante. O conhecimento, a cultura e os bens culturais não surgem por geração espontânea. São resultado da soma de milhares de experiências, idéias e de muita, muita cópia e reinvenção de idéias dos outros. No primeiro capÃtulo de seu livro Free Culture, o advogado Lawrence Lessig, professor de Direito da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, e um dos maiores especialistas do mundo em Direito Digital, relata como o próprio Walt Disney reciclou idéias de outros. O primeiro filme com o camundongo Mickey, Steamboat Willie, de 1928, foi inspirado no musical Steamboat Bill, Jr. O primeiro longa de animação, Branca de Neve, é uma livre adaptação do clássico dos irmãos Grimm. Em ambos os casos, Disney não teve de se preocupar com direitos autorais. O que ele conseguiria fazer hoje? "Disney e a sua empresa extraÃram criatividade da cultura já existente, misturaram com o seu talento extraordinário e a devolveram à sociedade", diz Lessig. "Nosso foco deve ser como garantir a remuneração dos artistas, mas protegendo o espaço de inovação e de criatividade que a internet fornece."
ARTISTAS
Já Pitty diz que faz download gratuito, mas que compra depois se gostar do som
Para fortalecer a criatividade e garantir a livre troca de idéias, Lessig criou um sistema alternativo de remuneração de autores chamado Creative Commons. Substituiu a máxima "Todos os direitos reservados" por "Alguns direitos reservados". No Creative Commons, o autor escolhe os limites de reprodução de sua obra. Quem produz uma música, por exemplo, pode oferecer o download gratuito da obra para os ouvintes comuns, mas exigir o pagamento de direitos para uso comercial em filmes, celulares ou games. Quem escreve um livro pode autorizar cópias xerográficas para estudantes ou downloads na internet, mas exigir o pagamento por exemplares impressos pela editora. Trata-se de uma adaptação da lei atual, de modo a aproximá-la da realidade e torná-la aplicável. Hoje, essa flexibilidade vem sendo usada com sucesso principalmente por artistas iniciantes, que aproveitam a internet para divulgar seu trabalho e, assim, ser descobertos. A maior inspiração para o Creative Commons foi o sistema operacional Linux, uma alternativa aos softwares comerciais desenvolvida pela colaboração de milhares de voluntários e distribuÃda livremente pela internet. Outro fenômeno regido pelas licenças do Creative Commons é a Wikipédia, hoje a maior enciclopédia do mundo, também desenvolvida livremente por legiões de colaboradores on-line. Já há 1,5 milhão de músicas, filmes, livros e programas eletrônicos regidos pelas regras do Creative Commons.
1,5 milhão de músicas, livros, filmes e programas são regidos pelas regras flexÃveis do Creative Commons
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, é um entusiasta desse novo sistema. Foi o primeiro artista brasileiro a oferecer músicas gratuitamente ao público usando as regras do Creative Commons. Gil considera a indústria fonográfica nos moldes atuais uma barreira para o acesso do público à cultura. "Foi a pirataria que, de certa forma, chamou a atenção para a necessidade de uma flexibilização da propriedade intelectual", afimou em novembro do ano passado. De acordo com o advogado PlÃnio Cabral, autor do livro Revolução Tecnológica e Direito Autoral, tanto as leis quanto a indústria precisam se adaptar à s facilidades de distribuição trazidas pela internet. "Se isso não acontece, elas acabam atrapalhando o desenvolvimento da sociedade em plena era da informação", afirma Cabral. Muita gente chama de 'comunistas" os defensores das trocas de arquivo na internet, dos softwares livres ou do Creative Commons. Para as alas mais conservadoras da indústria cultural, é uma forma fácil de rotular o inimigo. Para a esquerda, o rótulo também vem a calhar, pois renova uma bandeira esfarrapada. Mas Lessig, Barlow ou Gilberto Gil não estão propondo que se acabe com a remuneração pela criação intelectual. Ao contrário. Sua principal intenção é permitir a inovação e construir talvez a única forma de salvar a própria indústria de software e de entretenimento diante do desafio digital. Ou então, o risco é punir quem não precisa ser punido e atrasar o incrÃvel desenvolvimento tecnológico e cultural em curso no planeta.
#Q:Somos todos piratas - continuação:#
COMBATE AO CRIME I
Tratores destroem milhares de CDs piratas apreendidos
COMBATE AO CRIME II
Mas os esforços não conseguem impedir o comércio dos camelôs
COMBATE AO CRIME III
A PF faz ações repressivas em pontos-de-venda, como o Stand Center, em São Paulo
A INDÃSTRIA I
Estúdios das gravadoras vÃtima dos piratas
A INDÃSTRIA II
O filme King Kong, também vÃtima da pirataria
PROMOÃÃO
Empresas de software lidam com a pirataria há décadas
VOZ DA LEI
Odesembargador Fontes diz que prefere não investigar o computador do filho, fanático por MP3
LIVRE
Walt Disney não precisou pagar direitos aos irmãos Grimm para criar sua Branca de Neve
ABASTECIDO
João Eduardo descobriu o rock baixando de graça a discografia completa de suas bandas favoritas
#Q:Entrevista com o professor Direito Lawrence Lessig:#
Para professor de Stanford, roubar não é um termo aplicável aos bens digitais
O professor de Direito Lawrence Lessig, da Universidade de Stanford (EUA), co-fundador do Creative Commons, acredita que as leis de direito autoral precisam ser atualizadas.
ÃPOCA - Leis de copyright existem em toda parte, mas a grande maioria das pessoas não as cumpre. Somos todos piratas?
Lawrence Lessig - Pela lei, sim. O intrigante é saber por que as pessoas, em paÃses democráticos, não se mobilizam para mudar as leis de modo que elas deixem de ser piratas. As pessoas já reconhecem o valor da distribuição mais livre do trabalho criativo e do conhecimento. E isso não significa que devemos abrir mão do copyright. Significa que devemos fazer com que as leis se adaptem ao século XXI. O copyright é necessário à sobrevivência da indústria cultural, por exemplo. Mas ele precisa ser atualizado para que possa ser mais efetivo nesse papel.
ÃPOCA - Quando você copia um bem digital, está compartilhando ou roubando?
Lessig - Se você copia com permissão, está compartilhando. Se você não tem permissão, pode estar violando os direitos do detentor do copyright. Roubar, porém, não é um termo que se aplica a bens digitais. Mas eu acho errado que as pessoas "compartilhem" trabalhos se essa não for a vontade do titular do direito autoral.
ÃPOCA - Qual é a principal diferença entre o usuário doméstico, que copia algo para uso pessoal, e o grande comerciante, que vende material copiado em grande escala?
Lessig - Eles são completamente diferentes. O grande comerciante está errado. O usuário doméstico pode estar.
#Q:As opçoes da internet:#
Os caminhos da música digital
iMusica
Maior site brasileiro de venda de músicas e toques de celular. Vende uma média de mil músicas por dia em todo o paÃs
Vantagem Desvantagem
Ãnico site brasileiro que tem acordo com várias gravadoras, inclusive grandes, como EMI e Warner Ainda não fechou acordo com as principais multinacionais: Sony/BMG e Universal. Só fornece músicas em formato WMA, da Microsoft
iTunes Music Store
Maior sistema de venda de músicas do mundo. Tem média de 3 milhões de downloads diários
Vantagem Desvantagem
Tem o maior acervo do planeta, com mais de 2 milhões de músicas digitais. à a loja oficial do iPod Brasileiros só podem comprar se tiverem um cartão de crédito americano, com endereço nos EUA
Napster
Depois de revolucionar o mundo da pirataria na internet, o Napster foi enquadrado pela indústria
Vantagem Desvantagem
Em vez de vender suas músicas uma por uma, cobra uma assinatura mensal de US$ 9,95 Tem metade do acervo do iTunes. Só vende canções em formato WMA, incompatÃvel com o iPod
eMule
à o programa de troca gratuita de arquivos pela internet mais usado e bem avaliado do mundo
Vantagem Desvantagem
Seu sistema divide os arquivos em partes para o download. à bom para arquivos pesados O sistema de prioridades confuso faz com que alguns downloads demorem a começar
Kazaa
Foi o primeiro programa a igualar o sucesso do Napster, depois que ele passou a cobrar por músicas
Vantagem Desvantagem
Sua busca é simples e os downloads começam quase de forma instantânea à um dos programas que mais escondem vÃrus dentro de músicas dos artistas mais famosos
Azureus
à o programa mais usado dos que utilizam a tecnologia BitTorrent, que fragmenta os arquivos
Vantagem Desvantagem
à rápido. Por isso, funciona bem para baixar CDs e filmes inteiros ou discografias completas Como é um programa de grande escala, é quase impossÃvel conseguir pegar músicas no varejot
#Q:Dá cadeia?:#
Por que a lei antipirataria não pega no Brasil
• Existem três maneiras de enquadrar legalmente você ou seu filho menor de idade se baixarem música na internet
Direito - A Constituição Federal e a Lei dos Direitos Autorais definem o que é ilegal e proÃbem a distribuição de obras ou fonogramas por fraude
Pena - O Código Penal prevê de três meses a um ano de cadeia e multa para quem violar os direitos do autor
• Por que, mesmo sendo crime no Brasil, você não será punido por isso?
Não há provas - Ainda não existe no paÃs tecnologia suficiente para rastrear o fluxo de dados e provar que um usuário doméstico armazena música ilegal
Não há prioridade - As empresas que têm prejuÃzo com a pirataria e a PolÃcia Federal preferem concentrar seus esforços em quem copia e vende CDs falsos em larga escala
• Quando o Brasil vai começar a prender usuários em suas casas, como se faz nos EUA e na Europa?
Em breve - A Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos (Apdif), ligada à s grandes gravadoras do paÃs, está se preparando tecnicamente para rastrear usuários que fazem download ilegal de músicas
#Q:A tecnologia facilitando a cópia:#
FICOU MAIS FÃCIL COPIAR
A evolução dos tocadores portáteis
de música, do walkman ao iPod, transformou os discos e fitas cassete em meros bytes de informação
Julho de 1979
TPS-L2 walkman
A Sony lança o primeiro tocador portátil de fitas cassete da História
Novembro de 1984
D-50 Discman
Cinco anos depois de lançar o walkman, a Sony mantém a vanguarda e lança o primeiro tocador portátil de CDs
Agosto de 1997
MPMan F10
A empresa Eiger Labs lança no mercado americano o primeiro tocador de MP3 portátil. à o pai do iPod
Setembro de 1999
SM-200C
A empresa Pine lança o primeiro tocador de CD portátil que toca MP3 gravados em CD, mas não faz sucesso
Outubro de 2001
iPod
Steve Jobs, presidente da Apple, lança o iPod usando o slogan "1000 músicas no seu bolso"
Outubro de 2005
iPod com vÃdeo
O aparelho agora também reproduz vÃdeos numa tela colorida
#Q:a balada do Bandido:#
Dois hackers armam festa de arromba com dinheiro roubado dos bancos
CÃSAR Ele começou pichando sites
No dia 24, André e César (nomes fictÃcios) dizem que vão comprar um camarote numa badalada festa paulistana. De limusine alugada, afirmam que levarão seus melhores amigos para o evento, comprarão garrafas e mais garrafas de uÃsque importado, combustÃvel para uma noite que pretendem tornar inesquecÃvel. Eles prometem não poupar gastos para se divertir na festa que marcará a despedida de ambos. Mas André e César não querem viajar nem se mudar. Apenas dizem que abandonarão no dia seguinte o estilo de vida que os fez torrar mais de R$ 200 mil em cinco meses. Foram roupas, tênis, bonés, festas, bebidas e mulheres, tudo comprado com o dinheiro proveniente do roubo de bancos pela internet. Aos 18 e 17 anos, respectivamente, André e César se dizem membros de uma das diversas quadrilhas que desviam recursos de contas bancárias no Brasil. à preciso fazer uma distinção entre o crime praticado por esses garotos, que roubam dinheiro de verdade, e a prática de milhões de internautas, que apenas copiam material protegido.
César diz ter começado pichando sites na internet. André afirma que entrou para o crime fazendo compras com cartões de crédito alheios. Em salas de bate-papo, dizem ter aprendido os truques e conseguiram as ferramentas para praticar o phishing, uma das mais disseminadas modalidades de crimes cibernéticos. Funciona assim: para conseguir as senhas das contas, eles enviam milhões de e-mails em nome dos bancos e solicitam os dados ou instalam um programa que os captura. Por incrÃvel que pareça, muita gente ainda cai no golpe, principalmente se considerarmos que a estatÃstica é favorável ao criminoso. Por exemplo, se ele dispara 5 milhões de e-mails, basta que 1% dos destinatários responda para que ele tenha em mãos nada menos que 5 mil senhas de contas correntes. "Não sou ladrão. Apenas peço as senhas e as pessoas me dão", afirma César, sem disfarçar o sarcasmo.
Com os dados bancários nas mãos, os bankers (como são conhecidos esse tipo de hacker) acionam os laranjas, pessoas que recebem as transferências em dinheiro em contas próprias ou de terceiros, e depois sacam a quantia em espécie. Normalmente, os laranjas ficam com 50% do total desviado. Outra forma bastante usual de tirar o dinheiro das contas invadidas é o pagamento de boletos bancários. O invasor paga contas dos laranjas e estes lhe repassam uma porcentagem do valor pago. à assim que André e César dizem ter alugado carrões para ir a festas e conseguem dinheiro para bebedeiras e farras com prostitutas. "Já gastei R$ 10 mil em uma viagem de final de semana e R$ 3 mil em uma única noite, na comemoração do meu aniversário. Fomos a uma casa noturna e paguei tudo para meus amigos", conta André.
#Q:A visão de Gilson Schwartz - sociólogo e diretor da Cidade do Conhecimento da USP:#
O CONSUMO DE MASSA DE AMANHÃ
Por Gilson Schwartz*
SCHWARTZ onde estão os inovadores
O revolucionário de ontem é o conservador de hoje e, talvez, o reacionário de amanhã. Na França, berço das revoluções modernas, o rebelde 68 virou diretor de empresa. No mundo digital, o "hackerismo" de ontem é o consumo de massa de amanhã. Em qualquer indústria, existem ciclos de inovação. Pesquisadores na academia ou empreendedores em garagens inventam mil soluções geniais, abrem várias garrafas, soltam-se gênios no ar. Nos EUA, a garotada voltou a ficar rica antes dos 30.
O "hacker" é um bisbilhoteiro, meio cientista, meio artista experimental. Pode inventar um software revolucionário que, um ou dois anos depois, vira negócio e provoca a fúria de Estados: caso dos moleques do Google à s voltas com o governo Bush e o Estado chinês (ao mesmo tempo!). Fora o impacto do MP3 na indústria fonográfica. Nosso conforto em casa, no trabalho ou nas férias ganha cada vez mais com a disseminação dessas invenções digitais incessantes, nem sempre saÃdas do seu fornecedor habitual de informação no governo, no mercado ou na escola.
No "front" da competição digital imperam duas forças com alto poder de penetração: a mobilidade e a portabilidade. A nova onda na civilização audiovisual é sem fios. No Brasil, em menos de cinco anos a telefonia celular bateu o número de computadores e alcança uma penetração próxima à da TV. Portabilidade e mobilidade são fatores crÃticos na convergência digital entre os dois principais setores da economia das telecomunicações no Brasil: televisão e telefonia. Um exemplo do efeito combinado das duas mÃdias é o Big Brother Brasil, que numa votação por celular mobiliza milhões de cidadãos.
Nos paÃses em desenvolvimento, as soluções criativas e colaborativas para promover a inclusão digital dos mais pobres são uma prioridade. Empresas, voluntários, governos e, claro, hackers participam de um esforço mundial contra o paredão digital. O custo dos equipamentos continua caindo enquanto aumentam potência e qualidade. Em Katmandu, Nepal, um professor da Finlândia ajuda uma empresa local a espalhar conexão sem fio entre vilarejos. Na Ãfrica, redes sem fio ampliaram oportunidades para empreendedores locais. O resultado é mais informação e cultura, remédio contra males da alma, do corpo e do planeta. à também uma nova fronteira para criar e abastecer canais de produção, distribuição e consumo de bens e serviços, digitais ou não.
2006-09-03 04:59:45
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answer #8
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answered by Eu mesmo 2
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