Olá Marcela,
Não sei a sua idade, de qualquer forma lhe faço um apelo...
ACREDITE EM SI MESMA, principalmente na sua capacidade de se superar. Frente a um desafio nos vemos pequenos e limitados.
Reaja a esta tendência e procure fortalecer a sua auto-estima, não entregue os pontos nem desmereça a sua capacidade.
Gostaria de compartilhar com você o meu depoimento pessoal neste desafiante tema do conhecimento que é a matemática.
Sou engenheiro. Embora esta profissão tenha alcançado grande fama no sentido de que quem é engenheiro gosta e tem facilidade para aprender matemática, passei por muitos percalços até viabilizar a minha formação e carreira.
É verdade que sempre gostei de matemática, indo muito bem também em muitas outras matérias como história, geografia, ciências, destacando-me entre os melhores alunos de turma.
Contudo, quando fiz a 8a série mudei de escola e tive, realmente, uma péssima professora de matemática.
Conquistei as melhores notas da classe em praticamente todas as matérias, com uma merecida fama de CDF, mas corri literalmente o risco de reprovar de ano em matemática pois esta professora explicava muito mal a matéria.
Além disso, suas provas eram difíceis e o seu critério de avaliação extremamente severo e rigoroso.
Pela primeira vez em minha vida escolar tive notas bimestrais capazes de abater minha auto-estima como 3, 4, 2, 5 indo no final de ano para a recuperação numa situação vergonhosa em que tive que prestar um exame com todo o conteúdo da matéria da 8a série numa única prova, sendo avaliado por uma professora, a meu ver, sem amor pelos seus alunos e que julgava injusta na adoção de seus critérios.
No último bimestre passei a não gostar mais de matemática tamanha era a perda de minha auto-estima, que estava literalmente arruinada, comprometendo meu ânimo até para estudar.
Contudo, uma série de circunstâncias muito mais graves que enfrentei neste período (separação de meus pais), fizeram algo que parecia impossível, minha preocupação com a matemática tornar-se uma questão tão menor que senti, dentre todas as minhas responsabilidades naquele momento, que passar de ano era o mínimo que eu precisaria fazer para superar os sacrifícios e este terrível drama vivenciado pela minha família.
Isto me obrigou num prazo exíguo de 20 dias a estudar matemática como nunca havia feito antes em minha vida.
Por estar com a auto-estima muito baixa e saber dos riscos existentes numa avaliação realizada por esta professora, comecei primeiramente a estudar toda a matemática da 5a até a 7a série em 12 dias para rever conceitos, adquirir maior confiança em minha revisão fazendo exercícios, antes de encarar, propriamente, todo o programa e conteúdo da 8ª série.
Esta atitude de rever toda a base anterior, foi uma das mais sábias decisões pessoais que já havia tomado em minha vida.
Foi como ter lido um livro de novo pela segunda vez. Acho que você já deve ter passado por uma experiência similar, quando lemos de novo, outras idéias surgem e percebemos pontos, que na primeira leitura ficaram desapercebidos.
No meu caso, ao revisar a matéria da 5ª a 7ª séries, vi que eu já entendia a matéria e que sabia fazer bem os exercícios, fortalecendo minha precária auto-confiança.
Contudo, algo novo foi acrescentado. Se antes eu só entendia, com a segunda revisão passei a COMPREENDER, com uma segurança e convicção muito grande, capaz de ir lá na frente e poder dar aula.
Na primeira vez havia aprendido como aluno, na segunda, de forma auto-didata, aprendi como se fosse professor.
Nos outros 8 dias que faltavam para a prova li todo o programa do ano de matemática da 8a série e fiz inúmeros exercícios, procurando educar minha concentração.
Aprendi lendo e exercitando a matéria de uma forma que nenhum professor anteriormente havia tido a capacidade de me explicar e estimular.
Meu conhecimento e segurança no assunto se fortaleceu tremendamente.
Esta auto-confiança adquirida foi tão alta que não temi mais nada pela frente. Fiz uma prova exaustiva que demorou 2 horas, com uma pressão psicológica do ambiente muito ruim, que influiu em minha concentração, procurando fazer e revisar todo o conteúdo.
A prova foi muito exigente, contudo fui aprovado com uma boa nota. Passei de ano em matemática e adquiri uma habilidade tão grande neste assunto à partir de então que quase me inspirou a fazer faculdade de matemática.
Com esta experiência adquiri o hábito de ser protagonista no estudo de uma matéria que seria ensinado na sala de aula, já tendo dúvidas a esclarecer com o professor sobre o tema.
Isto mudou radicalmente a minha forma de estudar, aprender e desenvolver habilidades de leitura e interpretação. Aprendi a estudar de forma mais independente das capacidades, habilidades e disposição de meus professores
No primeiro ano do segundo grau meu professor de matemática me elogiou em classe pelo domínio da matéria e excelente base adquirida.
No final das contas, embora tenha com certeza sido prejudicado por não poder contar com uma boa professora de matemática, correndo o risco de ser reprovado e perder todo o interesse na matéria, aprendi que somente eu teria o poder e a determinação de reagir para não ser mais uma vítima das circunstâncias.
Por este motivo, sempre escolhi os livros dos assuntos que iria aprender de forma mais independente do que o determinado ou adotado pelos professores.
Na faculdade de engenharia quase fui vítima novamente de uma situação semelhante com um professor de análise e estabilidade estrutural que havia feito mestrado e voltado com um linguajar irreconhecível para alunos que ainda estavam na graduação.
Muitos foram reprovados, passei com média 9 por estudar de forma independente consultando bons livros.
Desisti, inclusive, de assistir várias aulas dele por achá-las inúteis e incompreensíveis.
O pessoal de minha classe achava que eu estava louco e muitos não entenderam como consegui passar na matéria saindo no meio das aulas.
Cara Marcela,
Deixo-lhe algumas sugestões:
Avalie sua base de conhecimentos em matemática que é uma matéria muito ampla.
Se tivermos dúvidas ou dificuldades em alguns conceitos e fundamentos, os problemas se agravam no desenrolar desta disciplina.
Tenha bons livros de consulta para lhe orientar, exercite muito e pratique. É muito difícil gostar de cálculo sem praticar.
Dê a você mesmo a chance de reaprender a apreciar uma disciplina.
Tive todos os motivos na 8a série para odiar matemática, uma matéria que sempre gostei mas que foi capaz por um tempo, de destruir minha auto-estima.
Não dê a nenhum professor o poder de lhe deixar refém da sua boa vontade e comprometimento para sanar dúvidas, dificuldades e estimular o seu aprendizado.
Faça de você mesma o seu maior e mais dedicado mestre.
Faça consigo mesma um compromisso: Frente à um obstáculo, não importa o que houver, saia do outro lado mais forte, madura e preparada.
Um grande abraço.
2006-09-01 07:15:46
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answer #1
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answered by Peregrino 6
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