O pecado original faz parte da doutrina judaico-cristã e pretende explicar a origem da imperfeição humana e a inclinação para o mal. Segundo esta doutrina, e baseando-se no relato do livro do Génesis, Adão e Eva, os primeiros seres humanos criados por Deus, ao desobedecerem a uma lei divina, viram a sua natureza e condição humana irreversivelmente alterada. Existem polémicas quanto ao significado exacto do pecado original - algumas organizações cristãs chegam mesmo a negar a sua existência. Na prespectiva Cristã, a morte imerecida de Cristo seria necessária para salvar os seres humanos do pecado que se tornou congénito, após a saída do Paraíso.
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O pecado original
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1. O conceito bíblico de pecado
O primeiro pecado aconteceu quando o homem, pela primeira vez usou mal da liberdade. Isto acontece com cada pessoa no mundo. O entendimento do pecado original na concepção antiga não pode mais ser aceito hoje em dia no sentido histórico de um homem e uma mulher que pecaram e os filhos estão sofrendo as conseqüências. É necessária uma nova compreensão desta verdade bíblica.
É importante, para melhor compreensão desta parte da Bíblia considerar Adão não como um só homem singular, mas como representante de toda a humanidade. O hagiógrafo, ao dizer que "tudo era bom", tinha em vista responsabilizar o homem pela entrada do mal no mundo. Nos primeiros capítulos do gênesis, apresenta o mundo perfeito. Do terceiro em diante, faz quase uma oposição do que disse: isto significa que o homem é inclinado para o mal pela sua própria natureza e nisto está a essência do que se chama 'pecado original'.
Até pouco tempo, se acreditava que o pecado original era uma herança do pecado de um só homem (Adão), o que sempre repugnou que uma criança inocente já nascesse em pecado. Atualmente, se crê e se aplica este conceito ao fato de que a pessoa, ao nascer num mundo onde já há o pecado, embora sem culpa dele, terá esta tendência para fazer o mal, que pode ser superada com a graça de Deus. Visto que o homem é um ser imperfeito, ele poderá vacilar e praticar o mal, e assim o 'pecado' de cada indivíduo vai "contribuindo" para a continuação do mal no mundo.
O Batismo, como se entendia antigamente, servia apenas para 'apagar' o pecado original. Mas não é este o sentido mais adequado deste sacramento. Antes de tudo, o Batismo é uma consagração para dar ao indivíduo condições de vencer a luta contra o mal. Cristo veio diminuir a força do mal com os meios que trouxe, isto é, com a graça que trouxe do Pai. Mas esta força que inclina o homem para o mal sempre existe, embora contra a sua vontade. E é tão evidente que foi personificada como o 'demônio'...
Se todos continuam pecando, o pecado vai aumentando no mundo, ao invés de se acabar, e a situação vai piorando a cada dia, em vez de melhorar. E a tal vitória final do bem, que se espera, como fica? Isto vai depender do esforço de cada pessoa. JC já fez a sua parte e deixou os meios para que cada um fizesse a sua. A promessa divina de que o bem vencerá finalmente é válida e se caminha para isso. Mas a liberdade humana também continua viva e só quando o homem souber utilizá-la devidamente é que o mal perderá terreno. E o uso pleno da liberdade pelo homem só se dará na plenitude.
2. O ponto de vista da ciência
Na perspectiva evolucionista científica, como se explica tudo isto? Há duas explicações:
a) a monogenista, que defende a teoria de ter havido um único casal de homínidas que ultrapassou a barreira da hominização (racionalidade);
b) a poligenista, que acredita terem sido vários os casais que, numa mesma faixa temporal, conseguiram ultrapassar a barreira da irracionalidade para a racionalidade.
O monogenismo tem em seu favor o próprio texto da Bíblia, sobretudo a posição de Paulo em Romanos, 5, 12-15. O poligenismo tem como principal dificuldade para sua aceitação pela Igreja exatamente este texto paulino, pelo conflito que inviabiliza qualquer tentativa de conciliação. Mas é preciso se considerar que São Paulo tem aí neste texto o interesse em opor o pecado existente no mundo com a graça divina: ou seja, se o pecado é grande, a graça é bem maior. Na verdade, ele não quer ensinar um conceito, por exemplo que o pecado original é de um só ou de muitos, mas enfatizar a superabundância da graça sobre o pecado. Entendido assim, para a validade do argumento de S.Paulo não é de necessidade absoluta a premissa de um só autor do pecado. Isto tem sido uma complementação histórico-cultural. Do mesmo modo que a história de Jonas, pelo fato de que JC a repetiu no Evangelho, nem por isso deixa de ser simbólica. Porém, explicar como se deu o pecado original, isto não se pode dizer com absoluta certeza nem no monogenismo nem no poligenismo.
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Deus criou o homem e a mulher à Sua imagem para que eles fossem plenamente felizes como homens e como filhos de Deus, quer dizer, para que eles pudessem participar na vida íntima de Deus, pudessem realizar-se pela doação desinteressada deles próprios. E a sua vida começou assim.
Infelizmente, o drama aconteceu. O homem, seduzido pelo demônio que o faz duvidar da palavra de Deus, decide não depender de ninguém a partir desse momento e ser ele mesmo a sua própria luz. Ele decidirá por si próprio o que é bom e o que é mau. O homem volta deliberadamente as costas a Deus e separa-se assim da fonte do amor. É aquilo a que chamamos pecado original. Deus respeita a decisão do homem. Então é a quebra irreparável. A dos primeiros homens, da qual ainda hoje, cada um de nós vê as repercussões em si próprio e à sua volta.
A ruptura com Deus leva- à perda do relacionamento com Deus como filhos. Pela primeira vez diante d'Ele tem medo, tem vergonha. O homem se esconde: "Ouvi o ruído dos teus passos e tive medo." (Gn 3,10). O homem vai para longe de Deus achando que é Deus que se afasta...
- uma sede de liberdade. Esta utilizada pela primeira vez contra o amor, a partir desse momento fica dividida entre o que é bom e o que é mau. A consciência e a inteligência ficam obscurecidas. Então o homem já não sabe como as deve exercer de forma ordenada e coerente. E a própria vontade, que é o instrumento através do qual se exerce a liberdade, está enfraquecida. "Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero é que pratico", diz S. Paulo. Com efeito, a vontade é incapaz de se impor com determinação e autoridade como uma força mestra de ação (ela se deixa dominar por diversas paixões, paralisar pela sua culpabilidade; ela se demite...) Ela vai assim perturbar muitas vezes o crescimento da liberdade. E segue-se a perda da unidade profunda do ser, o homem fica dividido no interior dele mesmo.
- uma ruptura nas relações. Com efeito, a decisão tomada pelo homem de só depender dele próprio e de existir para si e não para o outro propaga-se a todas as suas relações: acusamos o outro (o que me acontece é culpa dele). Passamos de aliados a rivais, tornamo-nos uma ameaça. Eu desconfio então dele e tenho medo; é por isso que o agrido e tento dominá-lo, ou então fujo dele... Ou então o vejo como um objeto para o meu próprio prazer. Não quero precisar do outro, queria que ele fosse como eu, e reivindicamos uma igualdade que acabaria com as diferenças... Tudo isto não preenche a necessidade de amor e o chamamento ao dom de si próprio que se encontra no mais fundo do coração do homem. Por isso, o homem vive uma dolorosa contradição interior, na relação consigo mesmo, com Deus e com os outros. Não é verdade que todos nós conhecemos, por experiência, um pouco desta realidade?
- a relação com o mundo criado fica igualmente perturbada. O homem, que tinha recebido a missão de o "submeter" no e para o serviço do amor, vai ser fortemente tentado a trabalhar para manifestar o seu poder sobre ele e dele tomar posse.
Mas Deus não se conforma com este desperdício. Não é possível ao homem restabelecer por si mesmo a sua relação com Deus. Então Deus toma a iniciativa extraordinária de enviar ao nosso meio o seu próprio Filho, também Ele Deus, que se faz homem (Encarnação). Ao dizer "sim" e ao oferecer até o fim a sua vida por nós, Jesus Cristo nos libertou do pecado. Tornou novamente possível uma relação filial com o Pai. Cada homem, ao acolher a salvação, é restabelecido como tal, porque se torna o filho do seu Pai. É uma nova criação...
2006-08-31 06:59:36
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answer #1
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answered by Marco Aurelio Angelo de Carlos S 3
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A desobediência dos nossos pais Adão e Eva,que recae sobre nós .Esse pecado foi desobedecer DEUS comendo um fruto do qual Ele disse para Não o comer.Sendo assim ,como viemos deles , ocasal Adão e Eva, trouxemos conosco esse pecado.Mas Deus deu um jeito para que eles não morressem eternamente nem nós.....porque todo pecado é pago com morte.Aí Deus para nos livrar deste pecado ,se tornou Filho e nasceu entre nós...porque só um Santo puro ,poderia nos resgatar do pecado original.Aí Ele veio a este mundo do qual criou e sofreu, morreu ,ressulcitou e nos lavou,limpou do pecado ORIGINAL....Agora estamos zerados com Deus.....Temos q prestar contas do pecado nossos....não mais dos nossos descendentes....
2006-08-31 14:06:11
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answer #7
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answered by normal 3
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