O Império Romano é o termo utilizado por convenção para definir o Estado romano nos séculos que se seguiram à reorganização polÃtica efectuada pelo primeiro imperador, César Augusto. Embora Roma possuÃsse colónias e provÃncias antes desta data, o estado pré-Augusto é conhecido como República Romana. A diferença entre Império e República está sobretudo na forma como os corpos governativos são instituÃdos. Pode-se definir como República um sistema de governo que leva em consideração os interesses dos cidadãos, estes elegem os seus representantes que irão governar a nação por um determinado perÃodo de tempo. No Império o governante, neste caso o imperador, é legitimado muitas vezes através de um golpe militar, ou de uma "suposta" descendência divina. Diferente da República, o cargo do governante do império é vitalÃcio (só cessa com a morte do mesmo).
Os historiadores fazem a distinção entre o Principado, perÃodo de Augusto à crise do terceiro século, e o DomÃnio ou Dominato que se estende de Diocleciano ao fim do império romano do ocidente. Durante o Principado (da palavra latina princeps, que significa primeiro), a natureza imperialista do governo estava escondida atrás de conceitos republicanos, e os imperadores eram muitas vezes relutantes - por falsa modéstia - em se assumir como tal. No DomÃnio (palavra com origem em dominus, senhor), ao contrário, os imperadores mostravam claramente a sua condição, usando coroas, púrpuras e outros ornamentos imperiais.
O princÃpio do Império
O centro de Roma durante o Império.O surgimento do Império vem como consequência do esforço de expansão crescente de Roma durante os séculos III e II a.C.. Segundo alguns historiadores, a população sob o domÃnio de Roma aumentou de 4 milhões em 250 a.C. para 60 milhões em 30 a.C., o que ilustra como Roma teve o seu poder ampliado nesse perÃodo, de 1.5% da população mundial, para 25%. Nos últimos anos do século II a.C., Gaius Marius transforma o Exército Romano num exército profissional, no qual a lealdade dos soldados de uma legião é declarada ao general que a lidera e não à sua pátria. Este facto, combinado com as numerosas guerras que Roma travou nos finais da República (Invasão dos Cimbros e Teutões, Guerras contra Mitridates, rei do Ponto, entre outras, a culminar nas guerras civis do tempo de César e Augusto) favoreceu o surgimento de uma série de lÃderes militares (Sulla, Pompeu, Júlio César), que, apercebendo-se da força à sua disposição, começam a utilizá-la como meio de obter ou reforçar o seu poder polÃtico.
As instituições republicanas encontravam-se em crise desde o princÃpio do século I a.C., quando Lucius Cornelius Sulla quebrou todas as regras constitucionais ao tomar a cidade de Roma com o seu exército, em 82 a.C., para se tornar ditador vitalÃcio de seguida. Sulla resignou e devolveu o poder ao senado romano, mas no entanto o precedente estava lançado.
Júlio César (100-44 a.C.).Esta série de acontecimentos culminou no Primeiro Triunvirato, um acordo secreto entre César, Pompeu e Crasso. Tendo este sido desfeito após a derrota de Crasso em Carrhae (53 a.C.), restavam dois lÃderes influentes, César e Pompeu; estando Pompeu no lado do Senado, este declara César inimigo de Roma, ao que César responde, atravessando o Rubicão e iniciando a Guerra Civil. Tendo vencido Pompeu em Farsalia (Agosto 48 a.C.) e as restantes forças opositoras em Munda (45 a.C.), torna-se efectivamente a primeira pessoa a governar unipessoalmente Roma, desde o tempo da Monarquia. O seu assassinato pouco tempo depois (Março 44 a.C.), à s mãos dos conspiradores liderados por Brutus e Cássio, termina esta primeira experiência de governo unipessoal do estado romano.
A Batalha de Actium, 2 de Setembro de 31 a.C..Por esta altura, já a República tinha sido decisivamente abalada, e após a derrota final dos conspiradores, o surgimento do Segundo Triunvirato, entre Octávio, Marco António e Lépido, e a sua destruição na Guerra Civil seguinte, culminando na decisiva Batalha de Actium (31 a.C.), deixou Octávio como a única pessoa com poder para governar unicamente Roma, tornando-se efectivamente no primeiro imperador romano, fundando uma dinastia (Júlio-Claudiana) que só a morte de Nero (68 d.C.) viria a terminar.
Uma vez que o primeiro imperador, César Augusto, sempre recusou admitir-se como tal, é difÃcil determinar o momento em que o Império Romano começou. Por conveniência, coloca-se o fim da República em 27 a.C., data em que César Augusto adquire este cognome e em que começa, oficialmente, a governar sem parceiros. Outra corrente de historiadores coloca o princÃpio do Império em 14 d.C., ano da morte de Augusto e da sua sucessão por Tibério.
Augusto (63 a.C.-14 d.C.).Nos meios acadêmicos, discutiu-se bastante a razão pela qual a sociedade romana, habituada a cerca de cinco séculos de república, aceitou a passagem a um regime monárquico sucessório. A resposta centra-se no estado endêmico de guerra civil que se vivia nos anos prévios a Augusto e no longo reinado de quarenta e cinco anos que se seguiu, notável pela paz interna. Com a esperança de vida média em cerca de quarenta e cinco anos, à data da morte de Augusto, o cidadão romano médio não conhecia outra forma de governação e estava já preparado para aceitar um sucessor.
O reinado de César Augusto é considerado por todos os historiadores como um perÃodo de prosperidade e expansão. A nova estrutura polÃtica criada por Augusto designa-se por principado, endo o chefe do império designado por princeps civium (o primeiro dos cidadãos) e ao mesmo tempo princeps senatus (o primeiro do Senado). O termo princeps está na origem da palavra prÃncipe, que não era o tÃtulo do chefe do Estado. O tÃtulo era César e foi este que Augusto e seus sucessores adoptaram.
Augusto era também comandante-chefe do exército e decidia a guerra ou a paz e auto-nomeou-se tribuno por toda a vida. Augusto, que não era especialmente dotado para a estratégia, mas tinha bons generais como Agripa na sua confiança, anexou oficialmente o Egipto, que já estava sob domÃnio romano havia 40 anos, toda a penÃnsula Ibérica, a Panónia, a Judeia, a Germânia Inferior e Superior e colocou as fronteiras do Império nos rios Danúbio e Reno, onde permaneceram por 400 anos.
O império que Augusto recebeu era vasto e heterogênio com várias lÃnguas. O grego era a lÃngua mais falada nos territórios orientais, e o latim progredia pouco nestes territórios, mas nos territórios ocidentaÃs era a lingua mais falada. Augusto passou a tratar todos os habitantes do império como iguais e visitou várias zonas para verificar quais os problemas de cada provÃncia, assim estas floresceram e atingiram o máximo do seu desenvolvimento.
[editar]
Julio-Claudianos
Ver artigo principal: Dinastia Julio-Claudiana: Tibério, CalÃgula, Cláudio, Nero.
Os sucessores de Augusto são conhecidos pela dinastia Julio-Claudiana (que inclui Augusto), devido aos casamentos idealizados por Augusto entre a sua famÃlia, os Julii, e os patrÃcios Claudii. Nos primeiros anos do reinado de Tibério, não houve grandes mudanças polÃticas ou organizativas em relação aos princÃpios estabelecidos por Augusto. No entanto, com o passar do tempo, a instabilidade surgiu dentro da própria famÃlia imperial. Tibério tornou-se paranóico com possÃveis conspirações e tentativas de golpe de estado, chegando, em 26, a retirar-se para a ilha de Capri de onde governou por procuração até ao fim da vida. Em consequência, mandou matar ou executar grande parte da sua famÃlia e senadores de destaque, provocando uma sensação de desconforto generalizada. O seu sucessor CalÃgula cresceu neste ambiente e mostrou-se um imperador igualmente instável. As perseguições tornaram-se norma e durante estes reinados muitas das famÃlias tradicionais romanas chegaram ao fim devido a assassinatos e execuções que se prolongaram pelos reinados de Cláudio e Nero. Em 68, a classe polÃtica tinha chegado ao limite de resistência a tanta insegurança polÃtica. Depois de alguns erros estratégicos graves e de ter arruinado as finanças do estado em aventuras como a construção do seu palácio dourado, Nero é declarado um inimigo do estado e declarado fora da lei. Fugindo de Roma acompanhado apenas pelo seu secretário, o imperador acaba por se suicidar antes de ser apanhado pela guarda pretoriana que ia em seu encalço. Com a sua morte, desaparecia a dinastia Julio-Claudiana e Roma acabaria por encontrar alguma estabilidade polÃtica, mas não imediatamente, como se verá mais em baixo.
Do ponto de vista organizativo, como já se disse, pouco mudou em relação ao estabelecido por Augusto. Apenas Cláudio introduziu algumas reformas e procurou a prosperidade do império, talvez porque à data da sua ascensão ao trono era já um homem maduro. Cláudio foi ainda o responsável pela iniciativa da invasão romana das ilhas britânicas em 43, que se saldou pela adição de mais uma provÃncia ao império. Em 64, durante o reinado de Nero, Roma foi consumida por um violento incêndio (do qual o próprio imperador é muitas vezes erroneamente considerado culpado) e começaram as perseguições aos cristãos. Os Julio-Claudianos foram eficazes em espalhar o culto imperial. Alguns deles, como Cláudio, foram deificados durante a sua vida e elevaram à dignidade divina muitos dos seus familiares (alguns subsequentemente assassinados)
[editar]
Flavianos
Ver artigos principais: Dinastia Flaviana, Ano dos quatro imperadores: Vespasiano, Tito, Domiciano.
Depois do suicÃdio de Nero, Servius Sulpicius Galba, um velho senador pertencente aos Sulpicii, uma velha famÃlia aristocrática, torna-se imperador por nomeação senatorial. O seu reinado não começou bem. Durante a viagem da Hispânia para Roma, Galba não hesitou em espalhar o caos e a destruição pelas cidades que não lhe prestaram honras imperiais de imediato. Em Roma, substituiu grande parte das chefias militares e depressa se revelou tão paranóico como os seus antecessores. A sua recusa em conceder os prémios monetários à s legiões e guarda pretoriana que o apoiaram serviu de impulsionador à organização de um golpe de estado e, em Janeiro de 69, e Galba foi assassinado pelos pretorianos no Fórum, juntamente com o seu sucessor designado. Em Roma, saudou-se Marcus Salvius Otho (Otão) como novo imperador, mas no Reno as legiões aclamaram Aulus Vitelius que de imediato iniciou a marcha para Roma. Em Abril, Vitélio derrota Otão e torna-se o único imperador, embora pouco tempo depois o exército estacionado na Judeia aclamasse o seu comandante Vespasiano como imperador. Durante a segunda metade do ano, todas as provÃncias foram-se declarando por Vespasiano e Vitélio perdeu terreno. Finalmente, a 20 de Dezembro, as tropas de Vespasiano entraram em Roma e assassinaram Vitélio. Vespasiano tornou-se então o único imperador e deu inÃcio à dinastia Flaviana.
Uma das mais notáveis obras de engenharia clássica, o Coliseu de Roma, mandado erigir por Vespasiano, serviu para inúmeros espectáculos, incluindo dramatizações de batalhas navais.Vespasiano (Titus Flavius Vespasianus) mostrou ser um imperador responsável e razoável em comparação aos excessos perpetrados pelos Julio-Claudianos. Apesar de ser um autocrata que pouca ou nenhuma importância polÃtica dava ao senado, Vespasiano procurou reorganizar o exército, as finanças do estado e a sociedade romana. Aumentou os impostos, mas erigiu grandes obras, como o Coliseu de Roma conhecido na altura como Anfiteatro Flaviano. Como antigo governador e general, Vespasiano sabia qual o melhor para as provÃncias e como manter o exército satisfeito, tudo condições indispensáveis para a estabilidade de um reinado. O seu filho, Tito Flávio, sucedeu-lhe em 79. Prometia ser um imperador à altura do seu pai, mas o seu breve reinado foi marcado por catástrofes. A 24 de Agosto do mesmo ano, o vulcão Vesúvio destruiu as cidades de Pompeia e Herculano e, em 80, Roma foi de novo consumida por um incêndio. Em 81, Tito é sucedido pelo irmão Domiciano, que haveria de se mostrar pouco à altura das capacidades dos seus familiares. Assim, tal como na dinastia Julio-Claudiana, o que começou por ser um perÃodo de prosperidade, depressa caiu em instabilidade polÃtica. Domiciano revelou-se tão paranóico como CalÃgula ou Nero e as atrocidades do seu reinado valeram-lhe o epÃteto de pior imperador de sempre. Quando em 96 Domiciano é assassinado, Roma encontra-se bastante céptica quanto à validade do modelo dinástico e a sucessão imperial evoluiu para o conceito do mais apto. Esta mudança deu origem ao perÃodo dos cinco bons imperadores.
[editar]
Antoninos: Cinco bons imperadores
As provÃncias do Império romano na sua extensão máxima (governo de Trajano). (clique para aumentar).
O Império Romano sob Adriano.Ver artigo principal: Os cinco bom imperadores: Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio.
Depois do assassinato de Domiciano, o senado nomeou Nerva como imperador romano. Apesar de ser já de meia idade e de não ter descendentes, Nerva era um homem considerado capaz, quer do ponto de vista militar quer do ponto de vista administrativo, mas sobretudo racional e confiável. A falta de filhos revelou ser uma vantagem, pois a sua sucessão foi determinada pelo valor do candidato e não por critérios familiares — embora já Trajano tenha sido formalmente adoptado por Nerva. Trajano, Adriano e Antonino Pio seguiram a mesma polÃtica de nomear o sucessor mais apto, o que resultou num perÃodo de estabilidade conhecido como os cinco bons imperadores. Durante o reinado destes cinco homens, Roma prosperou e atingiu o seu pico civilizacional, ao ponto de alguns analistas defenderem que o nÃvel civilizacional alcançado durante este perÃodo só foi novamente alcançado na Inglaterra do século XVIII. Trajano foi o responsável pela extensão máxima do Império em 117, ao estender a fronteira oriental até incluir a Mesopotâmia na alçada de Roma. O seu sucessor, Adriano, soube manter a enorme área do império e reconhecer que não valia a pena estendê-lo mais. Deu as conquistas por terminadas e construiu a muralha de Adriano no Norte de Inglaterra como sÃmbolo do fim do Império. Este perÃodo de manutenção, por oposição à conquista, ficou conhecido como a Pax Romana.
O ciclo de prosperidade terminou quando Marco Aurélio designou, para sucessor, não o homem mais apto, mas o seu filho Cómodo, que se sabia pouco à altura do seu pai e seus antecessores. Como na dinastia Julio-Claudiana (Nero) e Flaviana (Domiciano), um perÃodo de prosperidade foi seguido por uma governação errática por um homem paranóico, neste caso Cómodo, que incentivaria a revolta dos seus súbditos. Cómodo foi assassinado em 193, mas o Império caiu numa grave crise dinástica e social.
O mapa de Ptolomeu, reconstituÃdo da sua obra Geographia (ca. 150 d.C.), indicando as nações "Serica" e "Sinae" (China) à direita, além da ilha Taprobana (Sri Lanka) e a "Aurea Chersonesus" (penÃnsula do Sueste Asiático).[editar]
A crise do século terceiro (193 - 285)
Ver artigo principal: crise do século terceiro.
O fim do século II foi marcado por mais uma guerra civil de sucessão. SeptÃmio Severo acabou por assegurar a coroa imperial e levar o Império para um breve perÃodo de estabilidade. Os seus sucessores, no entanto, não tiveram a mesma sorte. Entre a morte de Severo em 211 e o inÃcio da tetrarquia em 285, o Império teve 28 imperadores, dos quais apenas 2 faleceram por causas naturais (de peste). Contemporaneamente, estão registados 38 usurpadores romanos, dos quais bastantes se tornaram imperadores de pleno direito. Para além da crise polÃtica endémica, o século III foi marcado pelo inÃcio das invasões dos povos bárbaros que habitavam as zonas fronteiriças do Império.
[editar]
Fim da Era Dourada (193 - 197)
SeptÃmio Severo (146-211).O reinado de Cómodo foi marcado por excessos vários, tendo sido terminado pelo seu assassinato a 31 de Dezembro de 192; foi sucedido pelo seu prefeito do pretório, Pertinax, um homem de origem humilde e que, ao fim de escassos três meses como imperador, acabou por sua vez por morrer à s mãos dos pretorianos. Seguiu-se uma situação caricata, em que a Guarda Pretoriana pôs o Império em leilão, tendo este sido ganho por DÃdio Juliano, ao oferecer um donativum maior (193).
A situação não durou muito, pelo que nas provÃncias vários generais se declararam eles próprios imperadores (Clódio Albino na Gália, Pescénio Niger na SÃria e SeptÃmio Severo na Panónia), tendo sido Severo quem ganhou após alguns anos de guerra civil (197).
[editar]
Os Severos (193 - 235)
Tendo-se tornado imperador, SeptÃmio Severo tornou o Império efectivamente numa monarquia militar, em mais um passo na direcção do Dominato; teve dois filhos, Caracala e Geta que, após a sua morte (211), degladiaram-se entre si, tendo Caracala assassinado Geta (Dezembro de 211).
Caracala tornou-se desconfiado, tendo favorecido os soldados; foi morto por um membro da sua guarda, presumivelmente a mando do seu prefeito do pretório, Macrino, o qual se declarou imperador (217). Uma irmã da mulher de SeptÃmio Severo, Júlia Maesa, conseguiu subornar uma legião e fazer com que declarassem o seu neto Heliogábalo, na verdade primo de Caracala, como seu filho e verdadeiro sucessor, tendo a revolta sido bem sucedida e Macrino morto (218).
O reinado de Heliogábalo foi marcado por excessos que levaram a que a sua avó mudasse o seu apoio para um primo, Alexandre Severo e que Heliogábalo e sua mãe fossem mortos (Março de 222).
Sob Alexandre Severo o império prosperou mas começaram os primeiros problemas: invasão dos Persas Sassânidas (233), invasões de povos germânicos e o imperador, que preferia negociar a paz em troca de tributo do que travar a guerra, foi morto em Mogúncia (Março(?) de 235), junto com a sua mãe, por tropas revoltadas ao verem tanto ouro ser dado aos bárbaros.
[editar]
Anarquia militar: os imperadores-soldados (235 - 285)
Durante os próximos 50 anos, o Império iria sofrer usurpações, derrotas e fragmentação; imperadores seriam assassinados, mortos em batalha ou pelos seus rivais, num desespero para encontrar uma solução e por fim, surgiria o Dominato, a monarquia absoluta, a qual removeria os poucos traços republicanos que Roma ainda conservava, por forma a dar ao império um último fôlego.
Após a morte de Alexandre Severo, o império caÃa uma vez mais nas mãos dos generais. Maximino, o Trácio é proclamado imperador pelas tropas e durante três anos prossegue com a guerra, devastando os povos germânicos; como este esforço militar exigia muito dinheiro, começaram a aumentar os abusos por parte dos funcionários imperiais em relação aos impostos. Em Ãfrica esses abusos foram notórios e provocaram uma revolta (238). Proclamaram imperador o senador Gordiano, o qual associou o seu filho, Gordiano II, tendo o senado de Roma reconhecido a nomeação; Gordiano II foi morto numa batalha, e Gordiano I suicidou-se ao saber da notÃcia. Maximino Trácio, ao tentar dirigir-se a Roma para suprimir a revolta, deparou-se com resistência inesperada por parte da cidade de Aquileia, e os seus soldados, furiosos, mataram-no. O neto de Gordiano, Gordiano III, foi proclamado imperador e aceite por todos.
Entretanto a situação do império complicava-se. No Oriente, começa uma guerra contra os Sassânidas; Gordiano III enfrenta-a, mas morre em batalha ou é morto durante a retirada (244). O seu prefeito do pretório, Filipe, proclama-se imperador.
[editar]
Usurpadores e derrotas (244 - 253)
Filipe celebra o milénio de Roma (247) com pompa e fausto. Mas a situação volta a piorar. Generais nas provÃncias revoltam-se e proclamam-se imperadores. Ao tentar lidar com um deles, Décio, o comandante que Filipe despachara para lidar com a revolta, é por sua vez proclamado imperador; defronta Filipe em batalha e este é morto pelas tropas (249).
O novo imperador adoptou uma polÃtica dura e conservadora como forma de lidar com os problemas do Império; assim, perseguiu os cristãos e travou guerra contra os Godos, na qual acabaria por ser derrotado e morto (251). Outros usurpadores ocuparam brevemente o trono durante este tempo. Em 253, Valeriano I ascenderia por sua vez ao trono e, com ele, o Império iria descer ao seu ponto mais baixo.
[editar]
Valeriano e Galiano: Fragmentação e Derrota, Soluções para o Futuro (253 - 268)
Moeda cunhada por Valeriano I.Valeriano I associa ao trono o seu filho Galiano, atribuindo-lhe a parte ocidental do império e reservando para ele a parte oriental. Durante este tempo, o império estava a ser invadido por vários povos, nomeadamente godos e alamanos, e ao mesmo tempo surgiam usurpadores. Em 258, Póstumo declara-se imperador na Gália, dando origem assim ao Império das Gálias, ao qual Galiano, demasiado fraco, não pode opôr-se com eficácia. No Oriente, os Persas avançaram, com alguma resistência de Valeriano no inÃcio, mas com o Exército Romano dizimado pela peste, tenta negociar a paz com rei sassânida Shapur I, apenas para se ver aprisionado, humilhado e mais tarde morto (260).
O seu filho Galiano tenta manter a notÃcia da captura e morte do seu pai um segredo, mas apenas o consegue durante um ano; por esta altura, desencadeia-se uma sequência de usurpações, em parte como resposta local à s situações de necessidade perante as invasões, em parte como tentativa de dar solução aos problemas. Galiano, demasiado ocupado a derrotar usurpadores e invasores diversos, deixa que, no Ocidente, o Império das Gálias se desenvolva, e no Oriente, que o reino de Palmira se apodere de território romano, mas que Roma já não está em condições de defender.
Aos poucos, a situação vai melhorando: Galiano consegue ir derrotando ou ver assassinados sucessivamente os seus rivais, reforma o Exército e consegue uma grande vitória contra os bárbaros (268) antes de ser assassinado; no Oriente, o reino de Palmira, inicialmente sob o comando de Odenato, e mais tarde, da sua viúva, Zenóbia, consegue deter os Persas, mas apoderando-se cada vez mais de território romano. Caberá aos sucessores de Galiano recuperarem e reunificarem o Império pela primeira vez em 15 anos.
[editar]
Recuperação e estabilização (268 - 285)
A recuperação do Império veio por fases: Cláudio II, o sucessor de Galiano, começa por inflingir uma grande derrota aos Godos (270) mas, atingido pela peste, morre antes de poder restaurar o Império. Aureliano, o seu sucessor, será mais bem sucedido. Em 4 anos, reincorpora no Império as Gálias e derrota Zenóbia, recuperando assim o Oriente. Sinal dos tempos, dota Roma da sua primeira muralha desde as invasões Gaulesas que haviam ocorrido já fazia mais de 650 anos. Administrador duro e competente, estaria prestes a iniciar uma guerra contra os Persas, quando é assassinado (275); com ele, pela primeira vez, os imperadores romanos são adorados como deuses em vida.
Após alguns anos, em que o Império mergulha uma vez mais na anarquia e na invasão, surge um novo e eficaz imperador, Probo (276-282), que consegue estabilizar a situação. Após o seu assassÃnio e os breves reinados de Caro e dos seus filhos, eis que surge o homem que irá enfim pôr ordem no império, Diocleciano (285).
Os tetrarcas, uma escultura porfÃria, saqueada de um palácio Bizantino em 1204, tesouro de São Marcos, Veneza.[editar]
Tetrarquia
Ver artigo principal: Tetrarquia.
A Tetrarquia foi um sistema de governo criado pelo imperador romano Diocleciano por forma a resolver o sérios problemas militares e económicos que o império romano vinha enfrentando.
[editar]
O Império cristão
O Império Romano passou a tolerar o cristianismo a partir de 313 d.C., com o Ãdito de Milão, assinado durante o império de Constantino I (do Ocidente) e LicÃnio (do Oriente), no mesmo dia em que ocorreu o casamento de LicÃnio com Constantia, irmã do imperador da porção ocidental do Império. Com este édito, o cristianismo deixou de ser proibido e passou a ser uma das religiões oficiais do Império.
As divisões administrativas do Império Romano em 395, sob Teodósio I.O Cristianismo tornou-se a única religião oficial do Império sob Teodósio I (379-395 d.C.). Inicialmente, o imperador detinha o controlo da Igreja. A decisão não foi aceite uniformemente por todo o Império; o paganismo ainda tinha um número muito significativo de adeptos. Uma das medidas de Teodósio I para que sua decisão fosse ratificada foi tratar com rigidez aqueles que se opuseram a ela. O massacre de Tessalônica devido a uma rebelião pagã deixa clara esta posição do imperador. Um dos conflitos entre a nova religião do Império e a tradição pagã consistiu na condenação da homossexualidade, uma prática comum na Grécia antes e durante o domÃnio romano.
O imperador chegou a ser proibido pelo bispo Ambrósio de entrar numa igreja sem que antes fizesse uma confissão pública. Teodósio I assim o fez, e a partir de então o poder da Igreja iniciou seu crescimento. A Igreja ganharia tamanho poder que acabaria tornando-se num dos factores que deram sobrevida ao Império do Oriente.
[editar]
A divisão
Depois da morte de Teodósio, o Império se dividiu em dois(o império ocidental e oriental). o império ocidental foi a parte invadida pelos barbaros e tinha como capital Roma e o império oriental tinha como capital Constantinopla.
[editar]
O fim do Império Ocidental
Ver artigo principal: Queda do Império Romano.
O Império Romano do Ocidente sofreu invasão dos povos bárbaros (qualquer povo não-romano ou não-dominado-pelos-romanos) e, já enfraquecido internamente, não conseguiu guerrear, vindo à ruÃna o maior e mais bem formado Império de todos os tempos. Após a ruÃna, a capital do Império foi transferida para o Império Oriental.
[editar]
Tópicos relacionados com o Império Romano
Imperador Romano - Lista de imperadores romanos
Império Gaulês – Lista de imperadores gauleses
Império Bizantino – Lista de imperadores bizantinos
Outros tópicos relacionados com Roma Antiga
Em Portugal (Lusitânia):
Nomes romanos das cidades portuguesas
Viriato
2006-08-30 12:48:45
·
answer #3
·
answered by regina o 7
·
0⤊
0⤋