Vamos por partes, como diria Jack, o estripador.
Os soviéticos lançaram uma missão, a Luna 15 (ou Lunik 15), três dias antes dos americanos lançarem os astronautas que pisaram na Lua em 20 de julho de 1969. Foi uma das primeiras missões em que os dois lados tiveram que fazer alguma cooperação, apesar da Guerra Fria, por que nenhum dos lados queria que sua nave fosse danificada pela nave do outro lado. Em 21 de julho de 1969, a Luna 15 alunissaria para recolher amostras do solo lunar, mas na descida ela ficou muda, provavelmente por que se espatifou na superfície lunar.
A missão Luna 16, no ano seguinte, que foi a primeira missão soviética a retornar amostras de solo lunar, em 1970. Na verdade, a primeira amostra de solo lunar retornada por uma sonda automática.
Os americanos também tinham o seu programa de lançamento de sondas para a Lua, o programa Surveyor, feito em antecipação ao programa Apollo, e que pousou na Lua, tirou fotos, filmou a superfície, e analisou amostras de solo lunar. Como curiosidade, a Apollo 12 alunissou a pouca distância do local em que havia alunissado a Surveyor 3.
De qualquer forma, amostras de solo lunar foram recolhidas da Lua, tanto por astronautas como por sondas autônomas, mas com uma diferença crucial: as sondas só podiam coletar amostras do local de seu pouso (abre a cúpula, estica um braço mecânico com uma colher na ponta, pega alguma coisa, recolhe o braço, tira fotos da paisagem, faz algumas medições e volta para a Terra), enquanto que os astronautas podiam passear em torno do local do pouso (a pé ou de jipe) para procurar amostras representativas e amostras interessantes. Outra diferença crucial era que os astronautas tinham condições de trazer muito mais amostras que as sondas automáticas, assim a NASA tem quase 400 kg de amostras de solo lunar, enquanto os soviéticos tem quase 400 g de amostras de solo lunar. Mas a Lua é muito grande, mesmo sendo menor que a Terra, e seis missões são muito poucas para examinar toda a superfície lunar, e 12 homens não conseguem cobrir muito terreno em alguns dias, de forma que os cientistas tem amostras de certos locais da Lua, mas não de toda a Lua. É como na Terra, que tem locais de solos argilosos, solos arenosos, terra roxa, terra vermelha, etc, etc, etc - você precisa fazer um levantamento extensivo para fazer um mapeamento geológico.
A missão SMART-1, depois de ter feito um mapeamento geológico da Lua, vai ser lançada sobre o solo lunar numa tentativa de simular um impacto de meteoro, e também para propiciar uma chance de analisar o solo lunar daqui, da Terra. Ela já fez um mapeamento geológico da Lua por raio-X e espectroscopia. Espera-se que a análise do material ejetado pela SMART-1 no impacto revele se existe água congelada no fundo da cratera em que ela vai impactar. Bom, acho que a estas alturas, quando você vai ler esta mensagem, a sonda já terá se espatifado e os cientistas estarão ocupados analisando os dados.
A página "Space Exploration", abaixo, tem uma lista dos feitos e marcos na exploração espacial, e dá para ver que os soviéticos estavam quase sempre um passo adiante dos americanos. Mas perderam o marco mais importante, colocar um homem na Lua. Hoje todos os outros sucessos do programa espacial soviéticos são esquecidos, e só se lembram do feito dos americanos.
Finalmente, quem está viajando é quem vê conspiração e fraude em tudo que não entende. É como se dissesse "eu não sei como foi feito, então niguém pode saber como foi feito, então é mentira, e nunca foi feito". Uma mistura de arrogância, ignorância e egocentrismo ideológico.
Não é pecado ignorar alguma coisa, mas os conspiracionistas usam a dúvida como se fosse uma prova de fraude, e não vão atrás de informações, isto é desonestidade intelectual. É como se, pelo fato de eu duvidar que você seja inteligente, automaticamente você é burro e todos os trabalhos escolares que você já entregou fossem plágio - só por que eu duvidei de você...
2006-08-30 01:01:29
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answer #1
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answered by Sr Americo 7
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A missão SMART-1 não tinha por objetivo este choque com a Lua e sim testar nova tecnologia de propulsão iônica e efetuar fotografias de alta resolução da Lua. Esta foi a primeira missão da Agência Espacial Européia até a Lua. Estava previsto que no final da missão a sonda se chocaria com a Lua mas seria no lado oposto ao da Terra, invisível. Então resolveram aproveitar, já que ela estava lá e ia se chocar de qualquer maneira, para fazer mais este experimento modando a trajetória de descida para que ela se choque no lado visível e na parte da sombra da Lua, para facilitar a observação. Será muito interessante porque vai contar com a participação de muitos astrônomos amadores, inclusive do Brasil. Infelizmente eu estarei de viagem se não também iria observar o choque com a Lua. Eu faço parte da REA e gerencio a seção de impactos lunares. Veja no link abaixo mais informações:
http://www.reabrasil.org/lunar/smart1impact.htm (convocação e técnicas de observação; eu sou o José Agustoni citado na página)
http://www.slrea-smart1lunar-impact-project.blogspot.com/ (histórico com a explicação acima e dados atualizados da sonda)
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2006-08-30 08:28:25
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answer #2
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answered by Zeca 54_anos de experiência!!! 7
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Claro que tem e vc está corretíssimo ! Evidente que o homem sabe as diferentes composições médias do solo lunar, e o que está sendo testado é um dos muitos métodos desenvolvidos recentemente (a ciência tem evoluído de forma assustadora !) que se utiliza de espectrofotometria.
Um telescópio potente (no caso o Hubble) avalia a luz refletida na poeira levantada e traça um perfil ou espectro fotométrico. A sensibilidade e precisão do método é que está sendo definida e não a composição do solo.
Da mesma forma, antes de amostras lunares serem recolhidas, diversos cientistas já haviam "teorizado" sobre a composição média do solo lunar. Quando as primeiras amostras fooram analisadas, muitos cientistas vibraram com os resultados de seus métodos. ok?
V. um pouco da história em: http://www.launchpad9.hpg.ig.com.br/noticias/folhahubble98.htm
2006-08-30 00:28:17
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answer #3
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answered by WillyBigDog 5
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