A palavra holocausto (em grego antigo: ὁλόκαυστον, ὁλον [todo] + καυστον [queimado]) tem origens remotas em sacrifícios e rituais religiosos da Antigüidade em que animais (por vezes até seres humanos) eram oferecidos às divindades, sendo completamente queimados durante a noite para que ninguem visse, nesse caso holocausto quer dizer cremação dos corpos. Este tipo de sacrifício também foi praticado por tribos judaicas, como se evidencia no Livro do Êxodo capítulo 18, versículo 12: Então, Jetro, sogro de Moisés, trouxe holocausto e sacrifícios para Deus; (...).
A partir do século XIX, a palavra holocausto passou a designar grandes catástrofes e massacres, até que após a Segunda Guerra Mundial o termo Holocausto (com inicial maiúscula) passou a ser utilizado especificamente para se referir ao extermínio de milhões de judeus e outros grupos considerados indesejados pelo regime nazista de Adolf Hitler. A maior parte dos exterminados eram judeus, mas também haviam militantes comunistas, homossexuais, ciganos, eslavos, deficientes motores, deficientes mentais, prisioneiros de guerra soviéticos, membros da elite intelectual polaca, russa e de outros países do Leste Europeu, activistas políticos, Testemunhas de Jeová, alguns sacerdotes católicos e sindicalistas, pacientes psiquiátricos e criminosos de delito comum.
Todos estes grupos pereceram lado a lado nos campos de concentração e de extermínio, de acordo com textos e fotografias, (extensa documentação deixada pelos próprios nazistas testemunhos de sobreviventes), perpetradores e de espectadores, e com o saldo de registros estatísticos de vários países sob ocupação, o número exacto de mortes durante essa passagem é desconhecido (ver Extensão do Holocausto mais abaixo). Mas segundo alguns especialistas estima-se que o número de pessoas desaparecidas, mortas ou assassinados durante o conflito somam cerca de seis milhões de pessoas.
Hoje em dia, o termo é novamente utilizado para descrever outros genocídio, quer antes como depois da Segunda Guerra Mundiale muitas vezes a palavra holocausto é usada para qualquer perda de vida preponderantemente massiva e deliberada, como na que resultaria de uma guerra nuclear, falando-se por vezes de "holocausto nuclear".
Shoá (השואה), também escrito da forma Shoah, Sho'ah e Shoa, que em língua iídiche (alemão) significaria calamidade, sendo o termo deste idioma para o Holocausto. É usado por muitos judeus e por um número crescente de cristãos devido ao desconforto teológico com o significado literal da palavra Holocausto que tem origem do grego e conotação com a prática de higienização por incineração; estes grupos acreditam que é teologicamente ofensivo sugerir que os judeus da Europa foram um sacrifício a Deus. É no entanto reconhecido que a maioria das pessoas que usam o termo Holocausto, não o fazem com essa intenção.
Similarmente, muitas pessoas ciganas usam a palavra porajmos, significando "devorar", para descrever a tentativa nazi do extermínio do grupo.
Tabela de conteúdo [esconder]
1 Perspectiva geral
2 Campos de concentração e de extermínio
2.1 Judeus
2.2 Eslavos
2.3 Ciganos
2.4 Outros
2.5 Extensão do Holocausto
2.6 Os triângulos
2.7 Funcionalismo versus Intencionalismo
2.8 Revisionistas e negadores
3 Teologia do Holocausto
4 Ramificações políticas
5 Ver também
6 Leitura adicional
6.1 Em língua portuguesa
6.2 Em língua inglesa
7 Ligações externas
7.1 Em língua portuguesa
7.2 Em outras línguas
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Perspectiva geral
Um aspecto de um Holocausto restrito a Alemanha que o destingue de outros assassínios colectivos foi a metodologia aplicada a grupos diferenciados. Foram feitas listas detalhadas de vítimas presentes e futuramente potenciais, encontraram-se registros meticulosos dos assassínios.
Quando os prisioneiros entravam nos campos de concentração ou de extermínio, tinham de entregar toda a propriedade pessoal aos Nazis - que era catalogada detalhadamente e etiquetada, sendo emitidos recibos. Adicionalmente, foi feito um esforço considerável ao longo do Holocausto para encontrar meios cada vez mais eficientes de matar mais pessoas, por exemplo ao mudar do envenenamento por monóxido de carbono, usado nos campos de extermínio de Belzec, Sobibór, e Treblinka para o uso de Zyklon-B em Majdanek e Auschwitz-Birkenau, na chamada Aktion Reinhard.
Ao contrário de outros genocídios que ocorreram numa área ou país específicos, o Holocausto foi levado a cabo metodicamente em virtualmente cada centímetro do território ocupado pelos nazistas, tendo os judeus e outras vítimas sido perseguidos e assassinados num espaço em que hoje existem 35 nações europeias, tendo sido enviados para campos de concentração em algumas nações e campos de extermínio noutras nações.
Para além das matanças maciças, os nazistas levaram a cabo experiências médicas em prisioneiros, incluindo crianças. O Dr. Josef Mengele, um nazi dos mais amplamente conhecidos, era chamado de "Anjo da Morte" pelos prisioneiros de Auschwitz pelos seus experimentos crueis e bizarros.
Os acontecimentos nas áreas controladas pelos alemães só se tornaram conhecidos em toda a sua extensão depois do fim da Guerra. No entanto, numerosos rumores e relatos e testemunhas de fugitivos e outros, ainda durante a guerra, deram alguma indicação de que os judeus estavam a ser mortos em grande número. Houve protestos, como em 29 de Outubro de 1942 no Reino Unido, que levou figuras políticas e da Igreja a fazerem declarações públicas manifestando o horror sentido pela perseguição de judeus na Alemanha.
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Campos de concentração e de extermínio
Campos de concentração de Buchenwald. Fotografia tirada no dia da libertação do campo pelas tropas aliadas em Abril de 1945. No segundo andar do beliche, o sétimo a contar da esquerda é Elie Wiesel e no andar de cima o seu primo, o segundo (aparentemente) palitando os dentes. Todos são testemunhasCampos de concentração para "indesejados" espalharam-se por toda a Europa, com novos campos sendo criados perto de centros de densa população "indesejada", frequentemente focando especialmente os judeus, a elite intelectual polaca, comunistas, ou ciganos. A maior parte dos campos situava-se na área de Governo Geral.
Campos de concentração para Judeus e outros "indesejados" também existiram na própria Alemanha e apesar de os campos de concentração alemães não terem sido desenhados para o extermínio sistemático - os campos de extermínio situavam-se todos no leste europeu, a maioria na Polónia - muitos prisioneiros dos campos de concentração morreram por causa das más condições ou por execução.
Alguns campos, tais como o de Auschwitz-Birkenau, combinavam trabalho escravo com o extermínio sistemático.
À chegada a estes campos, os prisioneiros eram divididos em dois grupos: aqueles que eram demasiado fracos para trabalhar eram imediatamente assassinados em câmaras de gás (que por vezes eram disfarçadas de chuveiros) e seus corpos eram queimados, enquanto que os outros eram primeiro usados como escravos em fábricas e empresas industriais localizadas nas proximidades do campo.
1944 - Documento Inédito - Flagrante do estado deplorável que se encontravam os judeus, em 1944 quando desembarcaram na estação de trens de Auschwitz, na Polónia ocupadaOs alemães também organizavam grupos de trabalho auto-sustentável entre os prisioneiros para trabalhar na reciclagem dos cadáveres e na colheita de certos elementos. Para alguns historiadores os dentes de ouro eram extraídos dos cadáveres e cabelos de mulher (raspado das cabeças das vítimas) antes de entrarem nas câmaras incineradoras. Acreditam eles que esses produtos eram reciclados da seguinte forma, se ouro eram fundidos e usados na confecção de jóias , se cabelos eram tecidos tapetes e meias e a gordura reprocessada para combustível.
Cinco campos — Belzec, Chelmno, Maly Trostenets, Sobibor, e Treblinka II — foram usados exclusivamente para o extermínio. Nestes campos, apenas um pequeno número de prisioneiros foi mantido vivo para assegurar a tarefa de desfazer-se dos cadáveres de pessoas assassinadas nas câmaras de gás.
O transporte foi frequentemente levado a cabo em condições horríficas, usando vagões ferroviários de carga, abarrotados e sem quaisquer condições sanitárias.
A organização logística envolvida no transporte ferroviário de milhões de pessoas com registros cuidadosamente catalogados e arquivados foi uma tarefa de um considerável grupo de pessoas pertencentes ao aparelho do Partido Nazista.
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Judeus
O anti-semitismo era comum na Europa dos anos 20 e 30 do século XX (apesar da história do anti-semitismo se estender ao longo de séculos). O anti-semitismo fanático de Adolf Hitler ficou bem patente no seu livro publicado em 1925, Mein Kampf, largamente ignorado quando foi publicado mas que se tornou popular na Alemanha uma vez que Hitler ascendeu ao poder.
Viena de Áustria em 1938, o ano da anexação da Áustria pela Alemanha Nazi - judeus austríacos são obrigados a esfregar o pavimento. Uma forma de humilhação pública.A 1 de Abril de 1933, os nazis, recém-eleitos, organizaram, sob a direcção de Julius Streicher, um dia de boicote a todas as lojas e negócios pertencentes a judeus na Alemanha. Esta política ajudou a criar um ambiente de repetidos actos anti-semitas que iriam culminar no Holocausto. As últimas empresas pertencentes a judeus foram fechadas a 6 de Julho de 1939.
Em muitas cidades da Europa, os judeus tinham vivido concentrados em zonas determinadas. Durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, os nazis formalizaram as fronteiras dessas áreas e restringiram os movimentos criando novos guetos aos quais os judeus ficavam confinados. Os guetos eram, com efeito, prisões nas quais muitos judeus morreram de fome e de doenças; outros foram executados pelos nazis e seus colaboradores. Campos de concentração para judeus existiram na própria Alemanha. Durante a invasão da União Soviética, mais de três mil unidades especiais de morte (Einsatzgruppen) seguiram a Wehrmacht e conduziram matanças maciças de oficiais comunistas e de população judaica que vivia no território soviético. Comunidades inteiras foram dizimadas, sendo rodeadas, roubadas de suas possessões e roupa, e alvejadas de morte nas bermas de valas comuns.
Em Dezembro de 1941, Hitler tinha finalmente decidido exterminar os judeus da Europa. Em Janeiro de 1942, durante a Conferência de Wannsee, vários líderes Nazis discutiram os detalhes da "Solução final da questão judaica" (Endlösung der Judenfrage).
O Dr. Josef Buhler pressionou Reinhard Heydrich a dar início à Solução Final no Governo Geral. Eles começaram a deportar sistematicamente populações de judeus desde os guetos e de todos os territórios ocupados para os sete campos designados como Vernichtungslager, ou campo de extermínio: Auschwitz-Birkenau, Belzec, Chelmno, Majdanek, Maly Trostenets, Sobibor e Treblinka II.
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Eslavos
Os polacos foram um dos primeiros alvos do extermínio de Hitler, como ficou sublinhado no discurso que fez a comandantes da Wehrmacht antes da invasão da Polónia em 1939.
A elite intelectual e socialmente proeminente ou pessoas poderosas foram os primeiros alvos, apesar de também ter havido assassínios em massa e instâncias de genocídio (donde se destaca Ustaše, na Croácia).
Durante a Operação Barbarossa, a invasão alemã da União Soviética, centenas de milhares (senão mesmo milhões) de prisioneiros de guerra pertencentes ao exército russo foram arbitrariamente executados nos campos pelos exércitos invasores alemães (em particular pelas famosas Waffen SS), ou foram enviados para campos de extermínio simplesmente porque eram de extração eslava. Milhares de vilas de lavradores russos foram aniquiladas pelas tropas alemãs mais ou menos pela mesma razão.
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Ciganos
Artigo principal: Porajmos
Imagem:Bergen Belsen.jpg
Vista de parte do campo de concentração de Bergen Belsen no norte da AlemanhaA campanha de genocídio de Hitler contra os povos ciganos da Europa era vista por muitos como uma aplicação particularmente bizarra da ciência racial nazi.
Antropólogos alemães foram forçados a enfrentar o facto de os ciganos serem descendentes dos invasores arianos, que regressaram à Europa. Ironicamente, isto torna-os não menos arianos que os próprios alemães, pelo menos na prática, senão em teoria. Este dilema foi solucionado pelo Professor Hans Gunther, um conhecido cientista racial, que escreveu:
"Os ciganos retiveram na verdade alguns elementos da sua origem nórdica, mas eles descendem das classes mais baixas da população dessa região. No decurso da sua migração, eles absorveram o sangue dos povos circundantes, tornando-se assim uma mistura racial oriental, asiática-ocidental com uma adição de ascendência indiana, centro-asiática e europeia."
Como resultado, no entanto, e apesar de medidas discriminatórias, alguns grupos de ciganos de etnia Roma, incluindo as tribos alemãs dos Sinti e Lalleri, foram dispensados da deportação e morte. Os ciganos restantes sofreram muito como os Judeus (em alguns momentos foram ainda mais degradados). Na Europa de Leste, os ciganos foram deportados para os guetos judeus, abatidos pelas SS Einsatzgruppen nas sua vilas, e deportados e gaseados em Auschwitz e Treblinka.
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Outros
Homossexuais foram um outro grupo alvo durante o tempo do Holocausto. No entanto, o partido nazi não fez qualquer tentativa sistemática de exterminar todos os homossexuais; de acordo com a lei nazi, ser homossexual em si não era uma razão de prisão. Alguns membros proeminentes da liderança do partido Nazi eram conhecidos (segundo outros líderes nazis) por serem homossexuais, o que pode explicar o facto de a liderança ter mostrado sinais contraditórios sobre a forma de lidar com o tema. Alguns líderes queriam claramente o extermínio dos homossexuais; outros queriam que os deixassem em paz, enquanto que outros queriam a aplicação de leis que proibissem actos homossexuais, mas de resto permitindo aos homossexuais viver tal como os outros cidadãos.
Estimativas quanto ao número de pessoas mortas pela razão específica de serem homossexuais variam muito. A maioria das estimativas situa-se por volta dos dez mil.
Números mais elevados incluem também aqueles que eram judeus e homossexuais, ou mesmo judeus, homossexuais e comunistas. Para além disso, registros sobre as razões específicas para o internamento são inexistentes em muitas áreas. Ver Homossexuais na Alemanha Nazi para mais informação.
Cerca de duas mil testemunhas de Jeová pereceram em campos de concentração, para onde foram enviados por razões políticas e ideológicas. Eles recusaram o envolvimento na política, não diziam "Heil Hitler", e não serviam no exército alemão. Ver Testemunhas de Jeová e o Holocausto.
A 18 de Agosto de 1941, Adolf Hitler ordenou o fim da eutanásia sistemática dos doentes mentais e deficientes, devido a protestos na Alemanha.
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Extensão do Holocausto
Em 1933, antes do Holocausto, havia cerca de nove milhões e meio de judeus na Europa. Finda a Segunda Guerra Mundial seriam cerca de três milhõesO número exacto de pessoas mortas pelo regime nazi continua a ser objecto de pesquisa. Documentos liberados recentemente do segredo no Reino Unido e na União Soviética indicam que o total pode ser algo superior ao que se acreditava. No entanto, as seguintes estimativas são consideradas muito fiáveis.
5.6 – 6.1 milhões de judeus
dos quais 3.0 – 3.5 milhões de judeus polacos
2.5 – 3.5 milhões de polacos não-judeus
3.5 – 6 milhões de outros civis eslavos
2.5 – 4 milhões de prisioneiros de guerra (POW) soviéticos
1 – 1.5 milhões de dissidentes políticos
200 000 – 800 000 roma e sinti
200 000 – 300 000 deficientes
10 000 – 25 000 homossexuais
2 000 Testemunhas de Jeová
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Os triângulos
Artigo principal: Triângulos Invertidos
A segregação: Identificação imposta pelos administradores alemães aos judeusFace a enorme migração somada as grandes distancias que separavam os campos de concentração das industrias bélicas alemãs, para efeito de identificação fora dos campos "em vez de números" , os administradores tiveram que elaborar uma solução geométrica de identificação que podia ser visualizada rápidamente. Os prisioneiros foram requeridos a usar triângulos coloridos nas suas vestes, cujas cores respondiam por seus endereços em campos "que geralmente atendiam a sua nacionalidade e preferência política etc." , essa solução, tinha por objetivo facilitar as equipes de transportes (por caminhão) identifica-los mais rapidamente no retorno diário "evidentemente após cumprirem suas missões" dos centros industriais aos campos.
Apesar das cores variarem de campo para campo, as cores mais comuns eram:
amarelo: judeus -- dois triângulos sobrepostos, para formar a Estrela de Davi, com a palavra "Jude" (judeu) inscrita; mischlings i.e., aqueles que eram considerados apenas parcialmente judeus, muitas vezes usavam apenas um triângulo amarelo.
vermelho: dissidentes políticos, incluindo comunistas
verde: criminoso comum. Criminosos de ascendência ariana recebiam freqüentemente privilégios especiais nos campos e poder sobre outros prisioneiros.
púrpura (roxo): basicamente aplicava-se às Testemunhas de Jeová, que por objeção de consciência negavam-se a participar dos empenhos militares da Alemanha nazista e a renegar sua fé por assinar uma termo declarando isto.
azul: imigrantes.
castanho: ciganos roma e sinti
negro: lésbicas e "anti-sociais" (alcoólatras e indolentes)
rosa: homossexuais
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Funcionalismo versus Intencionalismo
Os campos de extermínio montados pelos nazis na Polónia, aonde chegavam diariamente comboios de transporte de animais carregados de judeus de todas as paragens da EuropaUm tema frequente nos estudos contemporâneos sobre o Holocausto é a questão de funcionalismo versus intencionalismo. Os intencionalistas acham que o Holocausto foi planeado por Hitler desde o início. Funcionalistas defendem que o Holocausto foi iniciado em 1942 como resultado do falhanço da política nazi de deportação e das iminentes perdas militares na Rússia. Eles dizem que as fantasias de exterminação delineadas por Hitler em Mein Kampf e outra literatura nazi eram mera propaganda e não constituíam planos concretos (curiosamente esta foi também a estratégia da argumentação da defesa dos Nazis perante os julgamentos de Nuremberga).
Outra controvérsia relacionada foi iniciada recentemente pelo historiador Daniel Goldhagen, que argumenta que os alemães em geral sabiam e participaram com convicção no Holocausto, que ele acha que teve as suas raízes num anti-semitismo alemão profundamente enraizado. Goldhagen vê na Igreja cristã uma origem desse anti-semitismo. No seu livro "A Igreja Católica e o Holocausto - uma análise sobre culpa e expiação", Goldhagen reflecte sobre passagens do Novo Testamento claramente anti-semitas. Numa conferência que fez em Munique em 2003, Goldhagen colocou a seguinte questão: se em vez de frases como "pelos seus pecados os judeus têm de ser punidos", ou "os judeus desagradam a Deus e são inimigos de todos os homens" São Paulo tivesse escrito no Novo Testamento semelhantes frases sobre outro grupo qualquer, os negros por exemplo, será que não se poderia dizer que o Novo Testamento é racista ? Outros afirmam que sendo o anti-semitismo inegável na Alemanha, o extermínio foi desconhecido a muitos e teve de ser posto em prática pelo aparelho ditatorial nazi.
Goldhagen explora também o facto de milhões de alemães terem participado nas atrocidades da Guerra, afirmando depois da guerra, se acusados (o que raramente aconteceu), que eles tinham de seguir ordens para evitar represálias.
No entanto, houve alguns casos de alemães que recusaram participar nas matanças maciças e outros crimes e que não foram punidos em forma nenhuma pelos nazis. Alemães casados com judeus que optaram por se manter com o seu companheiro permaneceram não-castigados e suas esposas judaicas sobreviveram.
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Revisionistas e negadores
Vala comum do campo de concentração de Bergen-Belsen em Maio de 1945Mesmo sabendo com exemplos atualizados que a verdade e a razão depende somente do ponto de vista dos vencedor é consenso observar que quando se fala de qualquer revisão da história, esses grupos são automaticamente pré-definidos como os negadores do Holocausto, pessoas sejam elas quais forem que negam o Holocausto tenha acontecido, são imediatamente taxadas neonazis ou acusados anti-semitas e de tecer comentários que ferem a legislação (diversas nações ideologicamente vencidas) , conduzindo os infratores a julgamento "até em ultimas instancias" numa espécie de tribunal inquisitório.
Embora afirmem que a causa dos negadores tenha se beneficiado do facto de muitos alemães não terem falado sobre os seus feitos na guerra, por medos de castigo dos vencedores, muito judeus atualmente vivos (que gozam de boa saúde) que estiveram em campos de concentração também não testemunham ao contrário por medo de perseguições internas o que é extremamente prejudicial para as suas famílias.
O Revisionismo do Holocausto afirma que muito menos do que cinco ou seis milhões de judeus foram assassinados e que as matanças não foram o resultado da política deliberada dos nazis. Apesar de revisionistas do Holocausto dizerem que apresentam provas documentárias que apoiam as suas teses, críticos afirmam que essas provas são defeituosas, a pesquisa ilusória e as conclusões pré-determinadas.
Muitos que "acreditam na versão histórica" afirmam categoricamente que o revisionismo é uma forma de anti-semitismo e equivalente a negação do "Holocausto", portanto um crime de blasfemia , passível das penas e o infrator deve ser conduzido a julgamento. Muitos revisionistas afirmam não serem anti-semitas, e que querem meramente "contar a história como deve ser". Estas pessoas dizem que estão contentes por menos pessoas terem sido mortas do que previamente julgado e que desejam que outras pessoas interpretem os dados revisionistas como boas notícias. Ver também: Caso Faurisson.
Em alguns países, como a França, Alemanha, Áustria, Suíça e Israel, o revisinismo é crime. Em outros, como Canadá e Austrália , passíveis de outras sanções.
No Brasil, o revisionismo é associado ao anti-semitismo, e este foi considerado uma forma de racismo, crime hediondo segundo a legislação brasileira. Essa é a tônica da decisão do Supremo Tribunal Federal.
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Teologia do Holocausto
À vista da magnitude do que assistimos dos horrores das guerras, muitas pessoas reexaminaram as visões da teologia clássica sobre a bondade de Deus e acções no mundo. Como é possível as pessoas continuarem a ter fé com e depois do Holocausto? Para as respostas teológicas às questões levantadas pelo Holocausto ver Teologia do Holocausto.
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Ramificações políticas
O Holocausto teve várias ramificações políticas e sociais que se estendem até ao presente. A necessidade de encontrar um território para muitos refugiados judeus levou a uma grande imigração para o Mandato Britânico da Palestina, que na sua maior parte se tornou naquilo que é hoje o moderno Estado de Israel. Esta imigração teve um efeito directo nos Árabes da região, algo que é discutido nos artigos sobre o Conflito Israelo-Árabe, o Conflito Israelo-Palestiniano e nos outros artigos ligados a estes.
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Ver também
Adolf Eichmann
Anti-semitismo
Aristides de Sousa Mendes
Auschwitz-Birkenau
Babi Yar
Campo de deportação de Drancy
Campo de deportação de Breendonk
Conferência de Wannsee
Eugenia
Fases do Holocausto
Flossenbürg
Genocídio
Judenrat
Os triângulos do Holocausto
Oskar Schindler
Solução final
Triunfo da morte
Victor Klemperer
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Leitura adicional
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Em língua portuguesa
Daniel J. Goldhagen, "Uma dívida moral : A Igreja Católica e o Holocausto", Editora Notícias, Coleção "Biblioteca de História", 2004
Inga Clendinnen, "Um olhar Sobre o Holocausto", Editora Prefácio
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Em língua inglesa
Art Spiegelman, "Maus (I and II)" Pantheon Books 1991 N.Y., New York
John V. H. Dippel, Bound Upon a Wheel of Fire: Why so many German Jews made the tragic decision to remain in Nazi Germany, Basic Books, 1996, hardback, ISBN 0465091032.
Martin Gilbert, Auschwitz and the Allies, Henry Holt and Company, 1982, hardback, ISBN 0030592844. A devastating account of how the Allies responded to the news of Hitler's mass-murder.
Daniel J. Goldhagen, Hitler's Willing Executioners: Ordinary Germans and the Holocaust, New York: Knopf, 1996, hardback, ISBN 0679446958.
Norman G. Finkelstein, Ruth Bettina Birn, A nation on trial: the Goldhagen thesis and historical truth, Owl books, 1998, hardback, ISBN 0929087755. Criticizes Goldhagen's methods and theses.
Christopher R. Browning, Ordinary Men, Perennial, 1998 (reprint), ISBN 0060995068.
Raul Hilberg, Perpetrators, Victims, Bystanders: The Jewish Catastrophe 1933-1945, HarperCollins Publishers, 1992, hardcover, ISBN 0060190353.
Raul Hilberg, The Destruction of the European Jews, Yale University Press, 2003, revised hardcover edition, ISBN 0300095570
Deborah Lipstadt, Denying the Holocaust: The Growing Assault on Truth and Memory, Plume (The Penguin Group), 1994, hardback, ISBN 0029192358.
Karl A. Schleunes, The Twisted Road to Auschwitz: Nazi Policy Toward German Jews, 1933-1939. Urbana: University of Illinois, 1990, hardback, ISBN 0252000927. An argument for functionalism.
Art Spiegelman, Maus I: A Survivor's Tale: My Father Bleeds History, Pantheon Books, New York, 1991, hardback, ISBN 0394541553
Art Spiegelman, Maus II: A Survivor's Tale: And Here my Troubles Began, Pantheon Books, New York, 1991, hardback, ISBN 0-394-55655-0. Comic book format; story is of author's father, a survivor.
John Weiss, Ideology of Death: Why the Holocaust Happened in Germany,1997, paperback, ISBN 1566631742.
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Ligações externas
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Em língua portuguesa
O Holocausto
Material sobre o Holocausto no Portal NetJudaica.Com.Br
O Holocausto
O Holocausto e a Segunda Guerra Mundial
Vários episódios do Holocausto
O museu do Holocausto em Washington
Documentário Triângulos Roxos - As vítimas esquecidas.
Sobre a exposição "Holocausto — execução e repercussão" no Museu Histórico de Berlim (página da Deutsche Welle)
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Em outras línguas
United States Holocaust Memorial Museum (em inglês e castelhano)
Yad Vashem (em hebraico, inglês e russo)
Le Centre commémoratif de l’Holocauste à Montréal (em francês e inglês)
Shoah (em alemão)
Millersville University Annual Holocaust Conference (em inglês)
The Holocaust Chronicle (em inglês)
The Holocaust Chronology (PBS) (em inglês)
Holocaust History (em inglês)
Deathly Silence: Everyday People in the Holocaust (By Plater Robinson) (em inglês)
The Institute for Historical Review (em inglês)
"Remember Our Faces"--Teaching about the Holocaust. (em inglês)
Testemunho Audio do Dr. Walter Ziffer, Gravado em 11 de Abril de 2004 O Dr. Walter Ziffer, o último sobrevivente do Holocausto residente em Asheville, no estado norte-americano de North
2006-08-25 11:58:39
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answer #1
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answered by dietome 5
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O HOLOCAUSTO
O Holocausto consistiu em por em prática um plano de genocídio da população Judaica .
Em 1933 a vida dos Judeus era normal e estável, ou seja, iam à escola, brincavam, iam ao teatro, cinema, tinham os seus negócios e tudo que um cidadão alemão fazia.
No mesmo ano, em 30 de Janeiro, Hitler chega ao poder como Chanceler da Alemanha. Ressentido pela humilhação do Tratado de Versalhes, pois a Alemanha foi obrigada a pagar elevadas indemnizações, a perder as colónias, não podia possuir exército e nem qualquer tipo de fortificações e, como qualquer outro país, estava em dificuldades depois da Depressão, Hitler prometeu "rasgar" o Tratado e acreditava na superioridade da raça Ariana .
Com a subida de Hitler ao poder estava instalada na Alemanha uma ditadura absoluta, que era alimentada por uma ideologia nazi racista (só existe uma raça superior - a raça ariana . As outras raças eram um factor de perturbação na sociedade e haveria que destrui-las ou então teriam de servir a raça superior), com isto começa uma perseguição aos Judeus .
As SS haviam sido criadas como guarda pessoal de Hitler e seriam a vanguarda do movimento nazi para confirmar o povo alemão como raça superior. O chefe das SS (Himmler) pediu aos alemães que seguissem as teorias genéticas nazis e melhorassem a raça. O Estado concedia empréstimos para encorajar os casais a terem mais filhos e as mães com muitos filhos recebiam medalhas.
Os judeus começam por ser obrigados a registarem-se e a usar uma ligadura com uma estrela de David amarela no braço, para não se confundirem com a raça Alemã e para mais facilmente serem identificados.
Pelas ruas Alemãs vêem-se as primeiras frases contra os judeus como: "Nicht für Juden", (interdito a judeus ) ou "porcos Judeus". Estes vêem a sua vida a entrar num beco sem saída, pois são constantemente perseguidos, humilhados e mal tratados na rua. Por exemplo, os alemães iam buscar raparigas judias a casa e obrigavam-nas a esfregar as ruas, escolhiam homens ao acaso e espancavam-nos à frente de todos os Alemães, que se limitavam a assistir.
Os judeus que tinham possibilidades tomavam as devidas precauções para conseguir sair do país. Quanto aos outros teriam que se sujeitar ao domínio de Hitler.
Em 1933/35 são publicadas as leis raciais e são retiradas as lojas e negócios aos judeus, os médicos são proibidos de exercer a sua profissão, nenhum judeu pode ter um cargo político e é lhes retirado o direito de cidadão, ou seja, não são considerados cidadãos alemães.
Em 1938 dá-se a "Kristallnacht", (Noite de Cristal), mais de 200 sinagogas são destruídas, 7500 lojas fechadas, 30 000 judeus do sexo do masculino enviados para campos de concentração. Neste mesmo ano, foram construídos os primeiros ghettos na Alemanha, onde isolavam os judeus do mundo exterior (separados por um muro). Cerca de 600 000 judeus morreram em ghettos com fome e doenças .
Hitler decide então começar a eliminar em maior número os judeus. Para isso os Einsatzgruppen capturavam e levavam os judeus para valas, onde eram obrigados a despirem-se, para em seguida serem mortos a sangue frio. Nestes momentos a dor, o choro, os gritos e os tiros misturavam-se no ar . É então que em 1941 se encontra a "Solução Final"
Os Judeus eram capturados e levados em comboios para os campos de concentração. O que ficou mais conhecido foi o de Auschwitz. Mas muitos deles não conseguiam chegar com vida, pois morriam com doenças e fome, porque a viagem era muito longa e as condições higiénicas não eram as melhores, visto que viajavam em vagões para o gado, apinhados e só havia um balde para as necessidades. Não havia água nem alimentos. Com isto muitos judeus morriam ou adoeciam. Quanto aos outros (aqueles que aguentavam a viagem) não sabiam para onde iam nem o que os esperava embora lhes tivesse sido dito quando embarcaram nos comboios que iam emigrar para trabalhar no Leste da Europa.
Chegados aos campos eram separados por filas de mulheres, outras de homens e de crianças. Aqueles que estavam em condições físicas iriam trabalhar, (pensando que iriam sobreviver), os outros seriam imediatamente mortos. Os judeus eram levados para as câmaras de gás, onde se despiam e em seguida eram mortos com gás. Depois os corpos eram queimados em crematórios ou então faziam-se algumas atrocidades, como : utilização da pele para candeeiros ou experiências médicas com as crianças
Ver também:
Descrição de sobrevivente ("Aushwitz: Regresso ao Campo de Extremínio")
A Verdade de Auschwitz
A Lista de Schindler
2006-08-25 19:02:46
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answer #2
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answered by Macedo 2
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