Tudo leva a crer que foi a Zori, sandália japonesa, a fonte de inspiração para a criação das sandálias Havaianas em 14 de junho de 1962. Mas a versão nacional trazia um diferencial: eram feitas de borracha. Um produto natural, 100% nacional e que garantia calçados duráveis e confortáveis. A sandália apareceu como alternativa de calçado confortável e barato. O nome remetia ao paraíso da época, o Havaí, onde os milionários e famosos americanos iam passar as férias na praia, sob o sol escaldante e num clima glamuroso. Exatamente dois anos depois, já fazendo sucesso, a direção da São Paulo Alpargatas resolveu entrar com pedido de patente de modelo indutrial n.5891, sob o título "Novo modelo de palmilha com forquilha". O pedido chegou ao Departamento Nacional da Propriedade Industrial do Ministério da Indústria e do Comércio em 13 de agosto de 1964. O aval definitivo veio em 1966, concedendo o uso exclusivo pela São Paulo Alpargatas S/A pelo prazo de três anos contados da data da concessão da patente. O relatório descritivo refere-se a pluralidade de frisos de forma elíptica uniformemente distribuídos em toda a superfície da palmilha, e a ornamentação da forquilha por duas gregas de direções paralelas, formadas cada uma, por frisos em linha quebrada, entrelaçadas.
Era tão simples a idéia da nova sandália que sua fama se espalhou feito rastilho de pólvora. Em menos de um ano, a São Paulo Alpargatas fabricava mais de mil pares por dia, o que levou ao aparecimento das imitações, mas "legítimas, só as havaianas" (slogan criado pela agência JW Thompson), as únicas que "não deformam, não têm cheiro e não soltam as tiras". As cópias, de qualidade inferior, eram citadas pelos comerciais da marca como cópias "fajutas", e o novo termo acabou parando no Dicionário Aurélio como sinônimo de produto de má qualidade. Quando o primeiro par saiu da fábrica da São Paulo Alpargatas, em junho de 1962, a idéia era vender um produto inovador. Os comerciais mostravam uma mulher de maiô à beira da piscina, com Havaianas nos pés. Ao longo dos anos, o calçado não mudou de cara nem de cor. Resultado: perdeu o charme e passou a carregar a fama de ser dirigido a pessoas pouco exigentes. "Elas se transformaram em artigo popular. Se alguém possuía um par, não tinha coragem de sair de casa com ele", lembra Carlos Miranda, analista da Ernst & Young. De tão básico, o item chegou a fazer parte da cesta com preços regulados pelo extinto Conselho Interministerial de Preços (CIP), nos anos 70 e 80.
Como produto de massa e, portanto, de baixa margem de lucro, as Havaianas foram perdendo o encanto até para o fabricante. Nem o domínio de 90% do mercado de sandálias de borracha garantia rentabilidade adequada. "Mesmo a classe popular foi deixando de comprá-las, porque não havia prestígio em usar a marca", explica Paulo Lalli, diretor das Alpargatas. A virada veio em 1994, depois da forte concorrência dos chinelos de PVC, liderados pelo modelo Rider, da Grendene. Investiu-se no design das Havaianas e a linha foi diversificada com a criação do modelo monocromático, batizado de Havaianas Top. Inspirado na mania dos surfistas de virar as solas das sandálias, foi anunciado por personalidades do esporte e da televisão. No primeiro ano, foram comercializadas 300 mil unidades das novas sandálias. Hoje elas respondem por 30% das vendas, algo em torno de 36 milhões de pares. A margem de lucro da Alpargatas com o produto deu um salto. Os novos modelos disputam agora meio a meio a responsabilidade pela receita total.
A cada segundo são vendidos três pares de sandálias Havaianas no Brasil. São quase 200 pares por minuto, 12.000 por hora e, nessa progressão, deverão ser 105 milhões neste ano, pelas projeções da São Paulo Alpargatas. A empresa já fabricou e vendeu mais de 2,2 bilhões de pares desde que elas foram lançadas, em 1962. Revistas de moda, como Elle e Cosmopolitan, não cansam de sugerir as tais “flip-flops” às suas leitoras, numa verdadeira febre. O que os americanos acabam de descobrir os brasileiros conhecem há 40 anos como Havaianas. O destaque mais recente aconteceu no início do mês, quando os chinelos chegaram à capa do Wall Street Journal, um dos mais respeitados jornais americanos. “Agora existe uma marca global de sandálias: Havaianas”, disse Carlos Roza, gerente geral de exportações. Ao contrário do que ocorreu no Brasil, onde as Havaianas passaram de um produto das classes D e E para a glória das passarelas, no mercado externo elas já surgem como artigo de luxo. Na Europa, chegam a custar US$ 20 o par. Descontando impostos e frete, ainda assim o preço fica muito acima dos US$ 3 que os chinelos custam, em média, no Brasil. "Elas precisam custar caro, senão as consumidoras da Galeries Lafayette, na França, não compram", diz Roza.
2006-08-22 10:22:32
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answer #1
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answered by dietome 5
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Em 14/06/1962 foram lançadas as primeiras sandálias "havaianas", pela "Alpargatas". (http://jbonline.terra.com.br/jseculo/1962b.html)
O começo de tudo é assim:
http://sec.adaltech.com.br/intercom/2005/resumos/R1641-2.pdf
ALPARGATAS E HAVAIANAS – UMA HISTÃRIA DE SUCESSOS
Em 03 de Abril de 1907, O escocês Robert Fraser, recém chegado da Argentina, associou-se a um grupo inglês para construir a primeira fábrica brasileira de Alpargatas e calçados. O local escolhido foi à cidade de São Paulo, no bairro da Mooca.
A Alpargatas foi fundada no dia 3 de abril de 1907 por um grupo de empresários escoceses e ingleses, representados por Jonh F. Shalders e Robert Fraser, na época estabelecida no bairro da Moóca, em São Paulo.
Tinha como objetivo fabricar alpargatas, também conhecida como “sapato espanhol” feito de lona e solado de corda, e artigos populares para a crescente população industrial paulistana. (Arquivo Alpargatas S.A. 2004)
Em 1962, a empresa inova com o lançamento Havaianas, a primeira sandália de borracha 100% nacional. A marca Havaianasâ, alvo de estudo deste projeto, foi a pioneira na
introdução do conceito “chinelos de dedos” no Brasil. Com um design totalmente inspirado no modelo de sandálias japonesa, popularmente conhecidas como Zori – Composta por um
fino solado de palha (a mesma usada para produção de tatame) e tiras de tecido, a São Paulo Alpargatas utilizou como matéria-prima, a borracha para a produção do solado e o PVC
(composto plástico) para a produção das tiras da adaptação do modelo japonês ao mercado brasileiro.
Embora o design das sandálias Havaianas seja de origem oriental, seu nome foi inspirado no HavaÃ, o paraÃso do sol e do mar, onde os ricos e famosos norte-americanos passavam suas férias. Esse nome era considerado ideal, já que o calçado era adequado para o uso em paÃses de clima quente, pois deixava os pés descobertos, evitando o excesso de transpiração.(Arquivo Alpargatas S.A. 2004)
2006-08-22 17:35:33
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answer #3
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answered by ╬Fox╬ 4
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Havaianas é uma marca de calçado brasileira de chinelos de borracha produzidas pela Alpargatas. As Havaianas já atingiram sucesso mundial e são vendidas desde o Brasil à Europa passando pela Austrália. Só no Brasil já foram comercializados cerca de 2 bilhões de pares desde a sua introdução em 1962.
A ideia para a marca surgiu das zori, sandálias japonesas feitas de palha de arroz ou madeira lacada e que são usadas com os kimonos. Desde a seu aparecimento, as Havaianas evoluíram dos modelos simples de chinelo de enfiar no dedo, que continuam a ser um sucesso de vendas, para designs mais elaborados com aplicações variadas ou inspirados na bandeira do Brasil. Recentemente foi lançado um modelo que inclui um salto alto.
Apesar de serem chinelos, as havaianas já adquiriram um estatuto que as torna um calçado aceitável mesmo em ocasiões mais elegantes.
O slogan mais conhecido do produto é "As legítimas", uma vez que, devido ao sucesso, muitas outras empresas lançaram produtos semelhantes para concorrer com as Havaianas. Esse slogan começa a ser veiculado em campanha publicitária com Chico Anísio como garoto propaganda.
O sucesso das Havaianas por todo o mundo se dá a partir de 1994, com uma estratégia de marketing bem sucedida, que remodela o produto e redireciona o posicionamento para públicos com maior poder aquisitivo, tornando-se ícone fashion, primeiro no Brasil, e à seguir, mundo afora.
2006-08-22 17:22:51
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answer #4
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answered by mew 3
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