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Acredito que até o final da década de noventa, o ensino público e particular tinha um nível razoável.
O que está acontecendo então? Por que o nível decaiu tanto?
Culpa dos professores, governos, alunos, sociedade...?

2006-08-21 00:10:51 · 9 respostas · perguntado por Anonymous em Educação e Referência Ensino e Instrução

Concordo com a opinião de vocês. É muito triste observar tanto descaso em relação à educação.
Fico chocada ao perceber que meus primos (quinta e sétima séries) mal sabem ler e escrever, não conseguem concatenar idéias, são péssimos em interpretação e na tabuada.
Falta base para os alunos de hoje em dia, como foi ressaltado no comentário de um dos colegas abaixo. Falta compromisso do governo e da família, falta dar dignidade para os nossos tão prejudicados professores, falta incentivo...
Quando isso vai mudar? Vamos deixar do jeito que está?
Não!! Não podemos! Nós também fazemos parte da sociedade e não podemos admitir isso!
Devemos participar ativamente, tanto nas escolas quanto em casa! Se cada um fizer a sua parte, com certeza teremos progresso! :)

2006-08-21 05:27:06 · update #1

9 respostas

São vários os fatores que fazem com que o ensino não funcione no Brasil:
1° ) Em primeiro lugar é o interesse político por detrás da educação.
Exêmplo:
Um prefeito quer que em sua cidade o numero de repetências seja zero, para isso ele fala com a secretária de educação que não reprove ninguém, aí ele sai falando aos 4 ventos que no período em que ele era prefeito não tinha repetencia na escola.
Isso agora virou lei sabia? Não se pode mais reprovar no ensino fundamental.
Conclusão: O aluno chega até a 5ª série sem sequer saber ler, aí ninguém lembra a raiz do problema.

2°) Paternalismo exagerado.
Os professores são verdadeiros fefêns dos alunos. Se o professor falar alto com o aluno ele perde o emprego; se o professor ofender um aluno ele é demitido; se o professor repreende o aluno por mal comportamento ele é demitito.
Cá entre nós: Qualquer pessoa que passe 4 horas ou mais por dia 5 dias por semana com alguém, chega a um nível de intimidade que permite agir desta forma. Mas a lei não permite e o aluno sabe disso e usa isso a seu favor. O professor não consegue mais impor disciplina na sala de aula, não consegue trabalhar sua matéria, e ainda por cima é ofendido, humilhado e muitas das vezes até agredido por alunos e nada pode ser feito para evitar isso.
Realmente existiram alguns casos em que professores agrediram alunos mas acho que cada caso é um caso e seria importante investigar o porque. Por causa de alguns, agora todos os professores estão pagando, e não conseguem mais comandar suas salas de aula, são comandados pelos alunos mimadinhos que já vem de casa sem receber educação e respeito pelos mais velhos e que tornam inviável o ensino.
Isso sem falar naquelas periferias em que tem até aluno que ameaça de morte o professor e depois da aula cumpre a promessa.

3°) Ausência dos Pais:
Os pais somente aparecem na escola para reclamar dos professores que trataram mal o "anginho" deles. Dificilmente aparecem em qualquer reunião para saber dos problemas da escola e o que eles podem fazer para ajudar. São omissos, entregam as crianças na escola e a escola sem recursos, sem materia, sem mão de obra qualificada que se vire. "E aí desta escola se fizer algo de mal com meu "anginho". Eu vou aí e quebro tudo." Se todo pai ou mãe fosse um amigo da escola, a educação no Brasil seria outra, com certeza.

4°)Falta de Investimento

O investimento em educação no Brasil representa menos de 0,5 % do PIB. Com um investimento desses, como qualificar professores? Como colocar recursos de multimídia na sala? Como adquirir livros de qualidade? Como dar treinamento especializado para os professores e corpo docente? Impossível.

5°) Professores mal Remunerados.

Dá pra acreditar que um profissional, com nível superior de educação, receba apenas dois salários mínimos? Alguém que investiu em uma faculdade (uma ou mais de uma) e agora não recebe mais que um trocador de ônibus. Como esperar motivação de uma pessoa assim? Alegria em dar aulas? Sem chance.

Bem, eu acho que isto é o que há de errado com o ensino no Brasil. E olha que nem falei das escolas e faculdades particulares, verdadeiras empresas com fins altamente lucrativos.

2006-08-21 01:07:12 · answer #1 · answered by mestrejedi2003 2 · 1 0

Na minha opinião é a falta de compromisso da sociedade em priorizar a educação. Quantas escolas você conhece que está realmente aberta à participação da comunidade? Quandos pais participam ativamente no que acontece na escola dos seus filhos? Geralmente só vão a escola quando ocorre algo comprometedor ou quando os filhos perdem de ano. Claro, isso acontece em virtude de vários fatores socio-econômicos. Contudo, se pararmos para pensar, copiamos tanta coisa dos países desenvolvidos, mas não copiamos o Serviço Social dado a população. No nosso país, Serviço Social é sinônimo de paternalismo. Isso que precisa ser revisto, o respeito ao cidadão. O país sem educação não é nada.

2006-08-21 10:45:15 · answer #2 · answered by mamita 1 · 1 0

É bem simples. Com a implantação do "cíclo"(o aluno tem cíclos a serem respeitados de acordo com sua faixa de idade), em lugar do ensino ****** (aprovação para 1ª série, 2ª série,etc) não há mais reprovação. Isto foi feito para que o Brasil apareça bem na foto da ONU e suas sucursais, UNICEF por exemplo, onde o analfabetismo decresce e há a possibilidade de recebimento de renda para investimento na educação e sociedade como um todo. Sendo impossível reter (reprovar) o aluno por falta de conhecimento como seria no ensino seriado, os jovens estão chegando ao antigo 2º grau hoje ensino médio sem sequer saber o básico para uma boa leitura, aí entram em uma faculdade particular que também não reprova ninguém e dá no que vemos com a OAB, 97% de reprovação em provas de ingresso nesta entidade. Basta os políticos perderem o medo da conscientização que o ensino dá ao cidadão para que esta concepção de estudo arcáico e ultrapassado de manipulação da sociedade caia e o Brasil passe a ser uma nação altamente capaz de surpreender em sabedoria. Vote e peça voto certo nesta eleição para candidatos realmente comprometidos com o ensino no Brasil... Difícli é saber onde estão estes políticos!

2006-08-21 08:07:42 · answer #3 · answered by PROFESSOR 3 · 1 0

Da sociedade que não cobra seus direitos.
Principalmente dos governantes, que precisa de uma população analfabeta e pobre para poder enganar.

2006-08-21 07:30:56 · answer #4 · answered by Augusto 3 · 1 0

Em primeiro lugar acredito que existe responsabilidade tanto governamental, como social. O governo não faz a sua parte, alocando pouco recurso para o pagamento justo aos professores, que em função disto, obrigam-se a trabalhar 44 h semanais, não sobrando tempo para preparar as aulas a serem dadas, elaborar trabalhos para serem feitos em casa pelo aluno e corrigi-los, elaborar provas bem pensadas que realmente possam avaliar o aprendizado e corrigi-las. Além disso, o poder público transferiu muitas responsabilidades para o município, tal como o transporte escolar, sem o repasse das verbas que possibilitem sua eficiência. Não existem orientadores pedagógicos, psicólogos, nutricionistas, professores competentes e bons prédios, suficientes para todas as escolas públicas. De nossa parte, deixamos as responsabilidades da educação de nossos filhos unicamente nas mãos destes professores já tão atarefados com a própria subsistência, errando, muitas vezes, por omissão.

2006-08-21 07:26:16 · answer #5 · answered by NanaMT 3 · 1 0

Veja este estudo interessante sobre o problema do ensino na Bahia e no Brasil.

O problema do ensino, na Bahia, prende-se, no seu condicionamento geral, ao problema do ensino no Brasil.

A mesma vastidão da terra, o mesmo disseminado da população diversa e disassimilada, o mesmo número vertiginoso de analfabetos, colocam a solução científica do problema em uma inexorável dependência da sua solução econômica.

O aparelhamento completo do serviço de educação popular, atingindo a cifras inacreditáveis, romperia com os mais sólidos orçamentos. A luta contra o analfabetismo está, assim, jungida a esse embaraço invencível.

Empenhadas nesta árdua solução do problema, duas correntes se destacam, entretanto, no Brasil.

Uma delas sacrifica as linhas essenciais do problema, fixando-o dentro nas condições brasileiras, para uma solução, que chamarei econômica, forçadamente incompleta e deficiente nos resultados do ensino que ministra, mas completa na disseminação desse ensino.

A outra aceita o problema na sua integridade e resolve-o parcialmente, para uma fração da população escolar.

Solução extensiva ou intensiva, ensino primário incompleto para todos ou ensino primário integral para alguns, esse o dilema atirado ao administrador e ao legislador pelas condições brasileiras do problema.

São Paulo escolheu a primeira solução. Empreendeu uma organização econômica do ensino primário.

Curso de dois anos, idade escolar de 9 a 10 anos e escolas multiplicadas por toda a extensão do território paulista.

A educação popular reduzida a uma alfabetização trepidante de dois anos, mas assegurada a difusão completa do ensino.

A corajosa solução paulista valerá, pelo menos, por uma experiência utilíssima.

Com a outra corrente, compreendidas soluções de ordem intermediária, está, ainda, a maioria dos estados brasileiros. Busca-se, então, menos que uma difusão impossível, uma educação popular eficiente, capaz de reerguer o nível do país, tornando cada cidadão um valor novo da produção nacional.

Em São Paulo, onde circunstâncias especiais criaram um ambiente de progresso geral, é possível que uma simples alfabetização seja o degrau indispensável, mas, eficaz para um desenvolvimento intelectual que marchará, daí em diante, continuamente, auxiliado por mil e uma forças circundantes. É possível.

No meio brasileiro do norte, porém, a iniciação de um homem no jogo, mais ou menos complicado, das vinte e seis letras do alfabeto e o conhecimento rudimentar da aritmética, da geografia e da história fornecem-lhe, apenas, um instrumento cujo uso lhe não foi ensinado. Armado dele, esse homem inculto e primitivo será, na sociedade, mais frágil e mais desadaptado às condições de vida.

A instrução parcialíssima que lhe deram, revelou-lhe, certo, um mundo novo de aspirações e conquistas, mas, sob o ângulo limitado de sua visão esse novo mundo é, apenas, uma oportunidade de inquietação e de perturbação.

O novo alfabetizado será um brasileiro mais infeliz e menos adaptado do que o ignorante anterior.

Retirado do seu mundo elementar e sem asas seguras para atingir o progresso que o fizeram antever, será um elemento de desequilíbrio social, presa de todas as utopias e de todos os erros que inquietam a sociedade de hoje e que os fascinarão irremissivelmente.

Será, ao que julgo, essa instrução incompleta, o modo de mais eficientemente nos prepararmos um ambiente propício à explosão bolchevista ou socialista.

O analfabetismo merece mais alongado tratamento.

Já que a isso nos obrigam as condições materiais de nossa vida pública, seja o problema resolvido parcialmente.

O escol cultivado de nosso povo, tenha, porém, nas suas qualidades cívicas o traço profundo da nacionalidade; nas suas qualidades de ação a têmpera de uma vontade a que um treinamento intensivo ensinou dirigir-se e fazer-se valer; nas qualidades morais e intelectuais esse aprimorado equilíbrio da civilização.

Inteligência esclarecida, sentido nacional desenvolvido, vontade cultivada e robusta: e mais nítido se erguerá dentro no país, definitivamente consolidado, esse tipo brasileiro que a raça, o clima e o meio já modelaram e já talharam.

A lei baiana orientou-se para essa corrente.

Entretanto, a serviço escolar na Bahia sofreu de um longo período de abandono, abandono que emprestou ao nosso ensino primário uma atmosfera de desânimo.

O educador baiano de entusiasmo arrefecido, vivia num ambiente subalterno de servidor inferior do estado.

Diminuiu-lhe a sede de progresso e de avanço, mas, ficou-lhe a tenacidade esforçada e paciente. Trabalhou sempre.

Já não há razões para nos atermos a esse passado, próximo no tempo, mas, distante na imaginação dos baianos confortados com o amanhecer de uma administração nova, que abriu para a Bahia, um dia novo de trabalho e de patriotismo.

Restabelecida a ordem nos serviços públicos, o problema do ensino logo avultou, como um dos problemas centrais da administração.

A atitude do Governo foi um rebate de entusiasmo que percorreu todo o estado, como uma nota de muito tempo esperada. Das mais afastadas localidades do interior, eu recebo, hoje, pedidos de escolas e de professores. E o interesse pela instrução se generaliza e se fortalece promissoramente.

Entretanto o Governo, cumprindo o seu programa, lançava as bases de uma reforma de ensino, que não visava inovações, mas aperfeiçoar o aparelho escolar segundo moldes já vitoriosos em outros estados.

Discutida e estudada amplamente, como convinha ao assunto, em uma grande comissão de membros do Congresso estadual, autoridades superiores do ensino e pessoas de reconhecida competência, presidida pelo Dr. Governador do Estado, foi, afinal, depois de numerosas e sucessivas reuniões, enviada ao Congresso a proposta de lei do ensino, que, no parecer da comissão, preenchia as necessidades imediatas da instrução do estado.

Não logrou o Congresso de então, dada a exigüidade de tempo e ao critério de uma limitada minoria oposicionista que timbrava em se mostrar digna do Governo a que tinha servido, ser aprovada a proposta de lei.

Acentuamos, aqui, o sentido dessa reforma e os motivos que a tornam necessária e adequada à Bahia.

O problema da educação da criança reúne os mais complexos e variados aspectos.

Em redor da escola primária enxameiam, ruidosas e inquietas, questões de psicologia, pedagogia e sociologia.

A lei vigente organizou o ensino primário sem a preocupação desses problemas.

A Bahia que temos a nossa frente e que a escola primária se propõe a educar é, além da Bahia mais ou menos civilizada de algumas cidades, a Bahia rudimentar e sertaneja, de pequenos agricultores elementares, de vaqueiros e criadores primitivos, de pescadores e operários rurais aventureiros e nômades.

Ilustre professor e pedagogo baiano dizia-me, certa vez, que o seu primeiro passo para a organização de uma reforma de ensino na Bahia seria o levantamento rigoroso das diferenças zonais geográficas do estado.

Caracterizadas tais zonas, indicadas a sua produção, a natureza de seu trabalho e da sua gente, daria ele, na sua reforma, a cada região a escola adequada para educar e civilizar o seu elemento humano.

A lei vigente, além de organizar administrativamente mal o serviço de ensino, limitava-o, pedagogicamente, à escola elementar e complementar, ambas absolutamente universais, que poderiam existir aqui ou no Afganistão e onde se ministra uma instrução livresca e teórica.

Tais escolas floresciam, isto é, funcionavam pelo estado mastigando uma alfabetização enfadonha e monótona, desprovidas de prédios e de material didático, sem fiscalização, sem estímulo e impulso administrativo, na mais absoluta das autonomias, a autonomia do abandono.

O mecanismo da instrução pública servido por tal lei; relegado pela incúria administrativa a um plano subalterno, urgia por se restaurar em bases novas e adequadas à terra e à gente baianas.

Foi o que visou o projeto de reforma. Restabelecendo o ensino em uma organização administrativa forte e eficiente, criando um organismo de ensino primário baiano com o curso elementar e um curso primário superior, curso que à sua cor determinadamente regional ajunta a expressão técnica de uma escola de ensino profissional generalizado, regulamentando a obrigatoriedade escolar e o ensino particular, unificando o ensino estadual e municipal, o projeto de reforma é uma promessa de reorganização de serviço que vale a pena ser experimentada.

Analisemos mais demoradamente os seus diversos capítulos.

OBS: Este relatório (incompleto) consta do arquivo Anísio Teixeira, na Fundação Getúlio Vargas / CPDOC, sob o código ATpi 24/25.00.00 (Filme 03).

2006-08-21 07:17:00 · answer #6 · answered by Anonymous · 1 0

Alunos que não querem aprender, professores que não querem ensinar. Enfim o que há de errado ? ? Tudo.

2006-08-21 12:39:53 · answer #7 · answered by anjo33190 5 · 0 0

Culpa do governo e alunos que não querem nada. Culpa tb dos políticos que desviam as verbas, porque o investimento na educação é mais do que suficiente.

2006-08-21 07:27:20 · answer #8 · answered by Anonymous · 0 0

Os professores devem fingir que dão aulas e os alunos devem fingir que aprendem. Essas são as diretrizes das secretarias de educação para que a evasão escolar e número de repetentes diminua em suas estatísticas.

2006-08-21 07:21:13 · answer #9 · answered by fox18cm 6 · 0 0

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