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José Lins do Rego Cavalcanti (Pilar, 3 de julho de 1901 — Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1957) foi um escritor brasileiro, considerado um dos grandes nomes da literatura regionalista brasileira.
Infância
Filho de João do Rego Cavalcanti e de Amélia Lins Cavalcanti, fez as primeiras letras no Colégio de Itabaiana, no Instituto N. S. do Carmo e no Colégio Diocesano Pio X de João Pessoa. Depois estudou no Colégio Carneiro Leão e Osvaldo Cruz, em Recife. Desde esse tempo revelaram-se seus pendores literários. É de 1916, por exemplo, o primeiro contato com O Ateneu, de Raul Pompéia. Em 1918, aos dezessete anos portanto, José Lins travou conhecimento com Machado de Assis, através do Dom Casmurro. Desde a infância, já trazia consigo outras raízes, do sangue e da terra, que vinham de seus pais, passando de geração em geração por outros homens e mulheres sempre ligados ao mundo rural do Nordeste açucareiro, às senzalas e aos negros rebanhos humanos que a escravidão foi formando.
Juventude e início da carreira literária
Após passar sua infância no interior e ver de perto os engenhos de açúcar perderem espaço para às usinas, provocando muitas transformações sociais e econômicas, foi para João Pessoa, onde fez o curso secundário e depois, para Recife, onde matriculou-se, em 1920, na faculdade de Direito, formando-se três anos depois.
Nesse período, além de colaborar na imprensa local, fez amizade com Gilberto Freyre, que o influenciou e, em 1922, fundou o semanário Dom Casmurro.
Passou a colaborar periodicamente com o Jornal do Recife. Em 1922 fundou o semanário Dom Casmurro. Formou-se em 1923 na Faculdade de Direito do Recife. Durante o curso, ampliou seus contatos com o meio literário pernambucano, tornando-se amigo de José Américo de Almeida, Osório Borba, Luís Delgado, Aníbal Fernandes, e outros. Gilberto Freyre, voltando em 1923 de uma longa temporada de estudos universitários nos Estados Unidos, marcou uma nova fase de influências no espírito de José Lins, através das idéias novas sobre a formação social brasileira.
Ingressou no Ministério Público como promotor em Manhuçu, em 1925, onde entretanto não se demorou. Casado em 1924 com d. Filomena (Naná) Masa Lins do Rego, transferiu-se em 1926 para a capital de Alagoas, onde passou a exercer as funções de fiscal de bancos, até 1930, e fiscal de consumo, de 1931 a 1935. Em Maceió, tornou-se colaborador do Jornal de Alagoas e passou a fazer parte do grupo de Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda, Jorge de Lima, Valdemar Cavalcanti, Aloísio Branco, Carlos Paurílio e outros. Ali publicou o seu primeiro livro, Menino de engenho (1932), chave de uma obra que se revelou de importância fundamental na história do moderno romance brasileiro. Além das opiniões elogiosas da crítica, sobretudo de João Ribeiro, o livro mereceu o Prêmio da Fundação Graça Aranha. Em 1933, publicou Doidinho, o segundo livro do "Ciclo da Cana-de-Açúcar".
Perfil da obra e trajetória literária
O mundo rural do Nordeste, com as fazendas, as senzalas e os engenhos, serviu de inspiração para a obra do autor, que publicou seu primeiro livro - Menino de engenho - em 1932.
Como vimos, em 1926, decidiu deixar para trás o trabalho como promotor público no interior de Minas Gerais e transferiu-se para Maceió, Alagoas. Lá conviveu com um grupo de escritores muito especial: Graciliano Ramos (o autor de Vidas Secas), Rachel de Queiroz (a jovem cearense, que já publicara o romance O Quinze), o poeta Jorge de Lima, Aurélio Buarque de Holanda (o mestre do dicionário), que se tornariam seus amigos para sempre. Convivendo neste ambiente tão criativo, escreveu os romances Doidinho (1933) e Bangüe (1934). Daí em diante a obra de Zélins, como era chamado, não conheceu interrupções: publicou romances, um volume de memórias, livros de viagem, de conferências e de crônicas. E Histórias da Velha Totônia, seu único livro para o público infanto-juvenil, lançado em 1936.
Em 1935, mudou-se para o Rio de Janeiro. Homem atuante, participava ativamente da vida cultural de seu tempo. Gostava de conversar, tinha um jeito bonachão e era apaixonado por *futebol. Ou melhor: pelo Flamengo. Seus livros são adaptados para o cinema e traduzidos na Alemanha, França, Inglaterra, Espanha, Estados Unidos, Itália, entre outros países. Em meados dos anos 50, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.
Em 1957, o Brasil perdia um de seus grandes escritores. A obra de José Lins do Rego é publicada pela editora José Olympio.
A criação literária de José Lins do Rego, como ele próprio afirma, foi baseada, fundamentalmente, nas estórias de trancoso, contadas pela velha Totônia e pela leitura de Os doze pares da França, de Carlos Magno, que ele leu aos doze anos, ainda no internato de Itabaiana, tendo recebido, também, influências de Vítor Hugo, Proust, Hardy, Stendhal e os que ele chamava de "os grandes russos da minha vida: Tolstoi, Thecov e Dostoievski. Entre os nacionais, ele cita: Raul Pompéia, Machado de Assis, Gilberto Freyre e Olívio Montenegro. A obra de Zé Lins caracteriza-se, particularmente,pelo extraordinário poder de descrição. Reproduz no texto a linguagem do eito, da bagaceira, do nordestino, tornando-o no mais legítimo representante da literatura regional nordestina. Escreveu o seu primeiro romance em 1932, com Menino de Engenho, romance de reminiscência que abriu o conjunto de obras que formaram o Ciclo da Cana-de-Açúcar, recebendo o prêmio Graça Aranha. A Menino de Engenho, seguiram-se: Doidinho, 1933; Bangüê, 1934; Moleque Ricardo, 1935; Usina, 1936; Fogo Morto, 1936, fechando, com este, o Ciclo-da Cana-de-Açúcar. Em 1937, publicou Pedra Bonita e, em 1953, Cangaceiros que formaram o Ciclo do Cangaço. Outras publicações: Pureza; Riacho doce; Água mãe (prêmio da Fundação Felipe de Oliveira); Eurídice (Prêmio Fábio Prado); Meus verdes anos (memórias); Histórias da velha Totônia; Gordos e magros; Poesia e vida; Homens, seres e coisas; A casa e o homem; Presença do Nordeste na literatura brasileira; O vulcão e a fonte, (1958, póstuma). Conferências: Pedro Américo; Conferência no Prata; Discurso de posse na Academia Brasileira de Letras. Viagem: Bota de sete léguas. Em colaboração com Raquel de Queiroz e Graciliano Ramos Brandão entre o mar e o amor.
Obras
Menino de Engenho (1932)
Doidinho (1933)
Bangüê (1934)
O Moleque Ricardo (1935)
Usina (1936)
Pureza (1937)
Pedra Bonita (1938)
Riacho Doce (1939)
Água-mãe (1941)
Fogo Morto (1943)
Eurídice (1947)
Cangaceiros (1953)
Meus Verdes Anos (1953)
Histórias da Velha Totonha (1936)
Gordos e Magros (1942)
Poesia e Vida (1945)
Homens, Seres e Coisas (1952)
A Casa e o Homem (1954)
Presença do Nordeste na Literatura Brasileira (1957)
O Vulcão e a Fonte (1958)
Dias Idos e Vividos (1981)
BLZ???
2006-08-20 09:52:57
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answer #1
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answered by Skywalker 7
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José Lins do Rego, jornalista, romancista, cronista e memorialista, nasceu no Engenho Corredor, Pilar, PB, em 3 de julho de 1901, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de setembro de 1957. Eleito em 15 de setembro de 1955 para a Cadeira n. 25, na sucessão de Ataulfo de Paiva, foi recebido em 15 de dezembro de 1956, pelo acadêmico Austregésilo de Athayde.
Romancista da decadência dos senhores de engenho, sua obra baseia-se quase toda em memórias e reminiscências. Seus romances levantam todo um sistema econômico de origem patriarcal, com o trabalho semi-escravo do eito, ao lado de outro aspecto importante da vida nordestina, ou seja, o cangaço e o misticismo. O autor destacou como desejaria que a sua obra romanesca fosse dividida: Ciclo da cana-de-açúcar: Menino de engenho, Doidinho, Bangüê, Fogo morto e Usina; Ciclo da cangaço, misticismo e seca: Pedra Bonita e Cangaceiros; Obras independentes: a) com ligações nos dois ciclos: Moleque Ricardo, Pureza, Riacho Doce; b) desligadas dos ciclos: Água-mãe e Eurídice.
2006-08-20 16:53:17
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answer #2
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answered by Tsunami 5
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