AHHHHHHH
BOBINHO !!!!
O DIA SEGUINTE
Uma amiga reclamou daquele cara. Aquele que todas nós já tivemos na nossa vida. O que não liga no dia seguinte. E não é um dia seguinte qualquer. É um dia seguinte pós noite virada em sexo selvagem, carnal, vil, sujo, mundano e sem amor (amém e abençoado seja em todos os dias santos e pagãos!).
Antes dos discursos pós-feministas do tipo “somos bem resolvidas, independentes e blábláblá” e de que não precisamos do raio da ligação no dia seguinte, sejamos honestas! Precisar não precisamos, mesmo! Não é nada do tipo uma pílula mágica que te emagreça dois quilos e além de tudo te faça uma abdomenoplastia (afe! É assim que se escreve isso?) sem cirurgia, anestesia, dor e pós-operatório e que, de preferência, custe apenas R$ 1,99. Ou uma cápsula de vitamina B2 mega concentrada que expulse a cólica menstrual de seu corpo mais rápido do que exorcismo, ou dinheiro da conta corrente em tempo de liquidação. Mas (sempre tem um, né?) ia cair o dedo do rapaz? Não ia.
Será que o coitado ainda acredita naquelas histórias horripilantes, do tempo dos nossos avós-pais, de que vamos querer andar de mão dada, ser apresentadas para os pais, tios, sobrinhos, cachorros e vizinhos, ser seguida do epíteto Fulana, A NAMORADA?!
Acorda, boçal! Notou a parte do sem amor, depois de toda a qualificação do sexo?! Não vamos te amar “para todo o sempre até que a morte nos separe”, não!
É tudo uma questão de pós-venda, sabe? Ligue, diga um oi, diga que “a gente combina”, ou qualquer dessas frases que remetem ao futuro que a Deus pertence e quase nunca se comprova. Vai lhe custar R$ 0,50 centavos, mais impostos, segundo a Telefônica, e você garante uma boquinha (perninhas, bracinhos e acessórios, aliás), para um momento de apetite sexual voraz, ou aquela mera vontade de repeteco, que sempre pode rolar.
Depois, um olá todo receptivo da moçoila sempre pode ser visto como pesquisa se satisfação do cliente. Porque, ainda que você garanta o seu taco, é sempre bom ouvir como a clientela anda contente, não? E, se você não garante, pode dar uma inflada no ego, além de outras partes do (in) consciente masculino... ou não (é sempre uma possibilidade, mas se ela se deu ao trabalho de fingir ontem, não vai fazer por menos amanhã).
E, garante a continuidade das noites maravilhosas de sexo sem compromisso, com ela e com as demais, porque sim, amigo, a prática reiterada da ausência do telefonema no dia seguinte é comunicada, repassada, reenviada e re-encaminhada. Roda mais do que e-mail de criança perdida.
E vai que resolvamos nos revoltar e, já que não vamos receber mesmo a ligação do dia seguinte, adotemos uma postura litigante?! Não vai ligar? Pode deixar o cartão de crédito (aquele cujo limite você não estourou), e uma quantia considerável ali na cômoda, meu bem... e, que fique claro, não estamos usurpando postos de trabalho... é mais do que merecida indenização por danos morais futuros aos nossos orgulhos de mulher fatal.
Eu, particularmente, só não acho que ligação no dia seguinte deveria ser direito fundamental e constitucionalmente garantido porque tenho certeza que o governo inventaria um imposto sobre a dita cuja, e se o cabra já é mesquinho a ponto de economizar R$ 0,50 centavos numa ligação, imagine se tivesse que pagar o ISLDS (Imposto sobre a Ligação do Dia Seguinte)!
Direitos constitucionais maculosamente ignorados pelo governo, à parte, se você não morreu, não sofreu um acidente horrível, não foi deportado ou se alistou na legião estrangeira, ligue! Consumidora feliz é retorno na certa, ainda que seja em propaganda para aquela nossa amiga gostosa.
2006-08-17 00:05:58
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answer #1
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answered by *BlondGirl* 4
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