Zezé,
Conforme outros "Yahoolegas" já escreveram, a homossexualidade não é doença, mas é determinada geneticamente. O conceito de doença para a medicina, psicologia é psiquiatria é quando há sofrimento, dor e pode levar à morte. Há também o conceito de morte que inclui a deterioração do órgão, função, auto-estima, relacionamento interpessoal ou social. O que vemos na prática e nos consultórios são pessoas que, depois que se aceitam e que ficam em sintonia harmônica com seus desejos sexuais, são felizes, produtivas, responsáveis, pagam os impostos e fazem inúmeras contribuições culturais. Veja que há muitos heterossexuais que podem ser considerados doentes, pois não são úteis socialmente.
Há inúmeras provas científicas (diversos animais são gays, estudos de gêmeos univitelíneos (mesmo patrimônio genético) e relatos de sessões psicanalíticas) que atestam que não se trata de escolha, opção, mas sim de condição interna. O documentário que tenho gravado aqui é extremamente esclarecedor sobre animais gays. O vira-lata da minha mãe é um cão gay e quem descobriu isso foi o meu pedreiro. Na época, a gente pensava que ele estivesse zoando, mas assim que o animal chegou na adolescência, ele começou a ter relações de forma passiva com outros cães da rua. Quase todos os dias, esse cão era "visitado" por outro dois que, além de brincarem com ele, faziam sexo com penetração. Minha mãe, evangélica, não suportou tal prática e resolveu entregar esse vira-lata para o meu tio lá na praia. Mesmo em outro lugar, esse cão não parou de ter relações homo e, segundo o meu tio, ele não procura cachorras de forma nenhuma. Isso é da realidade e não é invenção não (deveria ter fotografado o cão quando ele morava aqui conosco).
Mais provas científicas: quando um gêmeo univitelíneo é gay ou lésbica, o outro também é, independente do tipo de criação que tiveram. Quando um foi criado num lar mais repressor ou punitivo, o gêmeo nessa condição costuma ser super discreto ou mesmo reprimir seus desejos. Quando procuram ajuda, eles contam suas fantasias mais secretas e elas são de natureza homoerótica. Aliás, as fantasias durante o auto-prazer (novo nome da masturbação) revelam a verdadeira orientação da pessoa (não é opção, pois ninguém faria tal escolha num mundo heterossexualista de longa data!).
Note que escrevi a palavra corretamente "homossexualiDADE" e não "homossexualismo", pois a nomenclatura que tem o "ismo" no final, dentro da medicina, psiquiatria e psicologia é um sufixo que designa doença, perversão ou desvio. Também não é correto escrever "bissexualismo" ou "travestismo". No entanto, é correto dizer "bestialismo", pois ter relações com animais é considerado uma perversão, assim como "necrofilismo" que é a atração e relação sexual com mortos.
Voltando ao nosso raciocínio, se a homossexualidade não é uma doença, então, não podemos falar em cura, tratamento ou mesmo o famoso "voltar a ser hétero" (mesmo porque nunca foi).
Agora existe uma complicação biológica, psicológica, social ou mesmo religiosa nessa questão. Muitas pessoas homossexuais sofrem por terem a crença de que essa atração, desejo ou vontade por pessoas do próprio sexo seja errado do ponto de vista da natureza, uma vez que não gerará filhos e que não está dentro dos padrões tidos "normais" ou da ditadura da heterossexualidade. Ninguém está preocupado com o nível de felicidade e qualidade de vida da pessoa, mas que ela deve ser hétero, isso sim. Essa ditadura é perversa, pois, assim como a da magreza, riqueza e inteligência, impõe uma estrutura que sufoca as diferenças, as singularidades e a própria individuação (conceito junguiano de ser quem você é). Pode haver culpa por ser "diferente" (até parece que há alguém igual a gente!). Medo de enfrentar a verdade com a família (temor em ser rejeitado, abandonado ou mesmo recriminado por "sair do armário"). No trabalho, alguns homossexuais são incentivados a manterem escondida suas orientações, pois temem ridicularização, não promoção ou mesmo a demissão.
Pode existir ainda o sentimento de pecado em relação a Deus, uma vez que, principalmente a igreja católica, reprova e condena tais práticas (nem sempre foi assim, mas depois da idade média é que houve a condenação de todas as práticas que não gerassem filhos - sexo anal, masturbação e felação). Agora, imagine todas essas forças negativas dentro de uma mesma pessoa: ou seja, sentimentos ruins vindo da biologia (o ânus não foi feito para receber o pênis e a vagina não deve ser friccionada por outra), psicologia (eu não me aceito gay ou lésbica), família (o que será de mim se eles souberem?), emprego (não serei convidado mais para as festinhas!) e religião (Deus não aprova essas práticas!). Entendeu por que motivo muitos procuram a "cura" para a homossexualidade? Diante de tantas informações não científicas, a mente fica desejando e fantasiando uma "cura", mas ela não existe, pois não é doença!
Pior é que muitas religiões divulgam que conseguem a famosa "reconversão". As pesquisas feitas por psicólogos e psiquiatras indicam que a pessoa "convertida" ou supostamente "curada" nada mais sofre do que utilizar a repressão (não vou mais fazer isso e todas as vezes que uma fantasia homoerótica aparecer eu vou "matá-la" ou "sufocá-la" para nunca mais aparecer na minha mente). As religiões fazem a "lavagem cerebral" naqueles que procuram a "cura". Dentro da cabeça do homossexual fica a repressão ou recalque (os mecanismos de defesa mais primitivos que existem). Por acreditar que o sexo com pessoas iguais seja pecado e coisa do demônio (satanás, capeta ou cramunhão), a pessoa tenta reprimir (dar um tempo) ou recalcar (tentar zerar para sempre) o desejo ou impulso homoerótico.
Minha experiência com pacientes que passaram por isso: assim que ela tiver uma oportunidade de praticar o sexo que sua biologia espera, ela o fará, sentirá culpa e poderá até se matar, acreditando que foi "fraca" frente às tentações demoníacas. Você já tentou fazer um regime parando de comer doces? O que aconteceu quando você teve uma oportunidade de comer uma balinha ou mesmo tomar um pequeno sorvete? Sua mente não pediu mais e mais? Pois é, tudo aquilo que a gente reprime na gente, volta mais forte e de um jeito que a gente não controla.
Finalmente, as pessoas que reprimiram seus desejos e impulsos homoeróticos, tentaram lá no fundo da sua biologia... sabe o que aconteceu? engordaram, ficaram deprimidas ou fanáticas pela religião que, supostamente, a "curou". Algumas pessoas (há diversos relatos sobre isso) cometeram o suicídio, pois se sentiram fracassadas no controle e repressão de sua natureza!
Espero, sinceramente, que você saia da categoria daqueles que têm mais preconceitos e idéias não validadas pela ciência em relação a um tema que é natural, mas que ainda sofre pela falta de informação e extrema homofobia.
2006-08-15 19:51:37
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answer #4
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answered by algreen41 5
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