Antes de Tennessee Williams (do maravilhoso "The Glass Menagerie" Algemas de Cristal, no cinema) o homem já era recomendado pela Bíblia: "Maldito o homem que confia no homem" Jeremias 17:5. É claro que devemos dar um contexto para tais palavras, pois como estaria nossa sociedade se não pudéssemos confiar em ninguém? Desconfiar pode ser uma defesa sim, mas sem nóia,obsessões.É estar sempre tranquilamente preparado para um "desvio", afinal o homem é falível.Confie...desconfiando... é menos desgastante do que confiar plenamente e vir a decepção depois..
2006-08-15 04:16:21
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answer #1
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answered by rossanadebora 3
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Eu penso justamente o contrário disso: quanto mais confiamos nas pessoas mais elas são honestas e fiéis a nós, porque a confiança faz com elas se esforçem por ser como a gente pensa que elas são; enquanto que a desconfiança incentiva a traição pois nós já estamos demonstrando pela desconfiança que não acreditamos nessas pessoas, sendo assim, já que ninguém acredita nelas, elas não tem nenhum incentivo para serem honestas. Há uma mensagem muito bonita e instrutiva que fala justamente sobre essa questão:
A força do Amor
Preparavam-se os noivos para os esponsais, quando os pais da jovem descobriram que o pretendente à mão da filha era freqüentador assÃduo de uma casa de jogos. Decidiram então se opor tenazmente à realização do matrimônio, a pretexto de que o homem que se dá ao vÃcio do jogo jamais pode ser bom marido. Mas, a jovem, obstinada em desconhecer as razões invocadas pelos pais, acabou por vencer-lhes a resistência e casou-se.
Nos primeiros dias de vida conjugal, o homem portou-se como um marido ideal. A pouco e pouco, porém, renascia-lhe, cada vez mais irrefreável, o desejo de voltar à mesa de jogo. Certa noite, incapaz de resistir à pressão do vÃcio, retornou ao convÃvio de seus antigos companheiros.
No lar, a esposa, sentada em uma cadeira de balanço, aguardava o regresso do marido, que tardava. Embora ocupada com alguns trabalhos de bordado, tinha a mente presa aos ponteiros do relógio, cujas horas pareciam suceder-se cada vez mais lentas. Já era quase uma hora da madrugada, quando o marido abriu a porta da sala. Visivelmente irritado com o surpreender a companheira ainda em vigÃlia, pois via nisso ostensiva censura à sua conduta, interrogou-a asperamente:
- Que fazes aÃ, há estas horas?
- Entretenho-me com este bordado, respondeu ela, imprimindo à voz um acento de ternura e bondade.
- Não vês que é tarde?
- Sinceramente, distraÃda como me achava, não havia atentado para o adiantado da hora...
E, sem dar maior importância à ocorrência, foi ela deitar-se.
No dia seguinte, à noite, repetiu-se a cena. O marido ausentou-se e a esposa, já ciente do que se passava, pôs-se de novo a esperá-lo. Quando ele chegou, já pelas duas da madrugada, encontrou a companheira de pé. Então, num assomo de cólera, bradou:
- Que é isto? Outra vez acordada?!
- Sim, não quis que fosse deitar-se, sem que antes fizesses um ligeiro repasto. Preparei-te um chá com torradas e aqui o tens quentinho! Espero que o aprecies.
E, sem indagar do marido onde estivera e o que fizera até aquelas horas, a boa esposa beijou-lhe carinhosamente a fronte e recolheu-te ao leito.
Na terceira noite, nova ausência do marido e nova espera da esposa. Lá por volta de uma e meia da madrugada, entrou ele e, antes que se insurgisse contra a atitude da companheira, esta se lhe prendeu ao colo, num afetuoso abraço, e exclamou:
- Querido, D. Antonieta, nossa vizinha, ensinou-me a receita de um bolo delicioso e eu não queria que te deitasses, sem que antes provasses dele.
A ocorrência repetiu-se por várias vezes, com visÃveis e crescentes preocupações para o marido. Na mesa de jogo, tinha o pensamento menos preso à s cartas do que à esposa que o esperava pacientemente, como um anjo da paz. Começou, então, a experimentar uma sensação de vergonha, ao mesmo tempo que de indiferença e quase de repulsa por tudo quanto o rodeava, porque já era mais forte do que o vÃcio o amor por aquela criatura que nele operava tão radical transformação. De olhar vago e distante, como se estivesse diante de outro cenário, levantou-se abruptamente, cedendo a um impulso quase automático, e retirou-se, para nunca mais voltar...
(Rubens Romaneli - Transcrito de “O Primado do EspÃrito”)
2006-08-15 10:32:05
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answer #2
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answered by Antonio Vieira Sobrinho 7
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