O Teclado Em Que Pomos Nossas Mãos
Um pássaro canta melhor na sua árvore genealógica - Jean Cocteau
A Ricardo Branco
Você olha para o teclado de seu micro ou para a velha máquina de escrever de seu avô e lê, no alto, à esquerda, abaixo dos números e dos atuais F1, F2, etc., a seqüência QWERT.
Até a semana passada, o grande americano Robert Qwert estava esquecido. Seu estranho sobrenome é uma corruptela do alemão Kuerten que, por coincidência, é também o sobrenome de nosso mais notável tenista, Gustavo Kuerten, o Guga. Em 1904, Qwert era um simples funcionário da Remington quando foi realizado um concurso para se saber como deveriam ser colocadas as teclas das máquinas de escrever que a fábrica pretendia produzir. Resolvido a vencê-lo, Qwert pensou em imortalizar seu nome pondo-o em posição de destaque. Fez mais, montou uma verdadeira árvore genealógica em seu teclado. Sim, a maioria das pessoas que teclam diariamente em seus computadores nem imaginam que homenageiam a família de Robert, passando dedicadamente suas digitais sobre ele e sua ancestralidade. Observando seus nomes, veremos tratar-se de uma família que perambulou muito pela Europa, principalmente a oriental.
Vejamos: sob o nome Qwert, vemos as letras A e S, que são, concidentemente, as iniciais de seu pai, Arne Saknussemm Kuerten e de sua mãe Anna Kuerten, née Seghers. (O sobrenome Kuerten tornou-se Qwert devido a um americano brincalhão, que ria das idéias malucas do pai de Robert no guichê da imigração do porto de Nova Iorque. O casal viera de Marselha após longa espera nesta cidade.) Mais abaixo, temos os nomes de apenas três de seus avós, pois seu avô por parte de mãe, Peter Schlemihl Seghers, preferiu ficar à sombra, até para não repetir o S e atrapalhar seu neto. Ironicamente - fato que é hoje piada familiar -, Qwert deixou o P de vovô Schlemihl lá do outro lado do teclado, bem longe dele. Mas desçamos um pouco no teclado a fim de conhecermos mais sobre seus avós.
Os avós por parte de pai chamavam-se Zoltán Xzéperécki Kuerten (ZX) e Crysantemus Vrrschtzztwitsch Kuerten (CV). Pode ser que o nome polaco Xzéperécki soe algo rude a nossos ouvidos latinos, mas assevero-vos que é extremamente belo em bom polonês. Porém, para pronunciar-se corretamente o primeiro sobrenome de vovó Crys, é necessário espirrar-se, coisa comum na fungante e fria Varsóvia de seu nascimento. O avô por parte de mãe era o já citado Schlemihl e sua mulher era Betina Nina Schlemihl (BN), a preferida de Robert.
Vejam a comprovação abaixo. Aí está o que vemos hoje em nossos teclados:
QWERT.........P
AS
ZX CV BN
Trata-se da árvore genealógica de Qwert.
Pois bem, houve o concurso na Remington e Qwert não ganhou o primeiro prêmio. Este ficou com outro Robert, Robert Wise, o qual não deve ser confundido com o cineasta. Wise propôs um teclado alfabético, começando no A, indo deste para o B e daí para o C; uma coisa simples e lógica. Robert argumentou contra este teclado com crassas mentiras. Dizia que, no futuro, a ergonometria garantiria que sua distribuição de teclas era a mais confortável. Ficou furibundo em sua tentativa de imortalizar sua família a qualquer custo defendendo argumentos baseados na numerologia e na seção áurea (ou série de Fibonacci). A briga foi tão violenta que a direção da Remington colocou os dois querelantes juntos, a trabalharem numa mesma sala, até entrarem em acordo. Um dia, Robert escreveu em sua máquina Qwert:
Eu tenho uma mentalidade pacífica. Meus desejos são: uma cabana modesta, telhado de palha, uma boa cama, boa comida, leite e manteiga; em frente à janela, flores; em frente à porta, algumas belas árvores. E, se o bom Deus quiser me fazer completamente feliz, me permitirá a alegria de ver seis ou sete de meus inimigos nelas pendurados. De coração comovido eu haverei, antes de suas mortes, de perdoar todas as iniqüidades que em vida me infligiram - sim, temos de perdoar nossos inimigos, jamais antes, porém, de eles serem enforcados.
Este parágrafo, roubado a Heine, abre-nos as portas para um terrível crime. O delito, conhecido agora como "O Crime da Remington" acaba de ser revelado pela revista Newsweek: Robert, ao falecer, em 1956, declarou em seu testamento que gostaria de ver revelados fatos relativos a sua vida apenas 50 anos após sua morte. E agora, em 2006, temos a explicação. Não, Robert Wise não morreu engasgado por um sanduíche após tentar dizer o segundo nome da avó paterna de Qwert enquanto mastigava. Foi apenas assassinado.
2006-08-14 08:17:43
·
answer #1
·
answered by Anonymous
·
0⤊
3⤋
Segundo eu saiba, ele tem essa ordem exatamente para "dificultar" ou melhor, retardar a digitação. Parece que se fosse montado em qualquer outra ordem, as máquina de escrever, primeiro invento a usar o "teclado", seriam muito prejudicadas pela velocidade de digitação, que seria muito alta e faria com que emperrassem as teclas, cruzando umas com as outras.
Quanto a origem não sei.
2006-08-14 15:13:53
·
answer #2
·
answered by Julio Cesar T 3
·
1⤊
0⤋
MInha cara,
A origem não é do teclado... é da máquina de escrever. As letras estão nessa ordem porque era o melhor modo para que o mecanismo das teclas não travassem, quando apertadas ao mesmo tempo. Então, o cara posicionou as letras segundo o sistema mecânico (menos eficiente, pois as letras que são usadas próximas em muitas palavras ficaram juntas - no inglÊs - para não se apertar ao mesmo tempo) e não segundo uma escrita mais eficiente. MAS existe um teclado alternativo chamado Dvorac, feito para que se tenha melhor agilidade e menos esforço, ergonometricamente falando, para se escrever.
Espero ter ajudado!
Boa sorte!
2006-08-14 15:25:48
·
answer #5
·
answered by jonasbhcity 1
·
0⤊
0⤋
O Teclado Simplificado Dvorak (pronuncia-se /'dvoræk/), desenvolvido pelos designers August Dvorak e William Dealey em 1920 e 1930 como uma alternativa para o mais comum QWERTY.
O Teclado Simplificado Dvorak, é recomendado por ergonomistas, pois, uma pessoa digitando no DVORAK em inglês se esforça 20 vezes menos do que se estivesse digitando num teclado QWERTY.
O Dvorak nunca chegou a ser amplamente adotado. Tanto os fabricantes quanto os usuários foram resistentes ao layout radicalmente diferente do tradicional QWERTY, que exige a reaprendizagem da dactilografia.
Foram desenvolvidos diferentes adaptações do Dvorak para outras línguas, como por exemplo, o iDvorak (Italiano), Dvorak-fr (Francês), o BR-Nativo (Brasileiro) e outros.
Existem versões do Dvorak para uso de uma só mão. Esses layouts (um para mão direita e outro para mão esquerda) reagrupam as letras mais importantes em uma das metades do teclado, facilitando o uso para pessoas que, por uma razão ou outra, não possam se servir das duas mãos.
abraço amigo
2006-08-14 15:23:25
·
answer #6
·
answered by Fiapo 4
·
0⤊
0⤋