Inspirados pelo existencialismo europeu dos anos 40, na década de 50 os beatniks adotaram o preto como cor, e Kerouac deu o pontapé inicial com o livro On the Road (se escrito hoje talvez fosse On the Web), traduzido por aqui como Pé na Estrada.
Jack Kerouac, Allen Ginsberb e William Burroughs montaram um grande cenário que se estendeu dos antros marginais de Greenwich Village, em Nova York, até as sarjetas de San Francisco.O filme Blackboard Jungle, Bill Halley e Elvis Presley, sem nada a ver com os beats, lançavam paralelamente outra loucura planetária: o rock & roll.
Apesar de ambos acabarem desembocando nos hippies, na década de 50 os beatniks e o rock nunca se encontraram. Os beats eram intelectuais e gostavam de jazz, os rockeiros não eram muito chegado às letras e gostavam, obviamente, de rock.Nos anos 60 os jovens juntaram a cultura beat, o rock, acrescentaram a droga, trocaram o preto pelas cores do arco-íris, a cultura pela contra-cultura, o ateísmo pela religião oriental e inventaram o movimento hippie.
A guerra do Vietnam chegou a dar alguma consistência política ao movimento, mas a droga acabou matando muita gente importante e o movimento esvaziou. Os velhos hippies diminuiram as doses e se tornaram executivos. Seus filhos se tornaram yuppies e passaram a desfilar em carros do ano. Paralelamente as igrejas proliferaram, e tudo isso deu no que vocês estão vendo agora: Generation-x, Wired, Internet, Unabomber, Igreja Universal, etc.
No Brasil, o nosso único e digno representante literário da época foi Jorge Mautner, hoje mais conhecido como compositor do que como o autor da Mitologia do Kaos.
Mautner foi o único escritor a incorporar de forma delirante toda aquela loucura que pairava no ar desde o fim da segunda metade da década de 50, quando o rock começou a possuir o mundo.
Em 1962 publicou Deus da Chuva e da Morte, em 63 Kaos, depois Narciso em Tarde Cinza, que completou a trilogia e foi seguido de tantos outros livros. Mas Mautner acabou sendo devorado pela intelligentzia da época, pelos revolucionários de copo de uísque na mão - como desabafou em 1966
Hoje, passadas quase cinco décadas, os malditos beats estão de volta à mídia. Jack Kerouac virou nome de restaurante em Chicago, seu livro On The Road é propaganda da Volvo, Coppola vai começar a filmar On The Road e os livros sobre a cultura beat vendem como nunca. De quebra o Whitney Museum of American Art, em Nova York, inaugurou agora em novembro uma fantástica exposição sobre a cultura beat.
Por aqui Carlinhos Brown lança o seu terceiro disco, o Andei Road, numa explícita e confessa referência ao On The Road de Kerouac, do qual diz ter recebido influências na concepção da nova obra.
O livro online Tristessa me parece ser um tributo não confesso ao romance homônimo de Kerouac, escrito em 1955 e 1956 - sobre uma amiga prostituta que conheceu no México - e publicado em 1960. Mas o autor não quer confessar.
Foi com os beats e com o rock do final de década de 50 que tudo começou. E eles estão de volta.
Adotavam um modo de vida comunitário ou estilo de vida nômade, negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnã, abraçavam aspectos de religiões e estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média americana. Eles enxergavam o paternalismo governamental, as corporações industriais e os valores sociais tradicionais como parte de um establishment único, e que não tinha legitimidade.
Como grupo, os hippies tendem a usar cabelos e barbas mais compridos do que o considerado "elegante". Muita gente não associada à contracultura considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por os acharem "anti-higiênicos" ou os considerarem "coisa de mulher". Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado off-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968, que a contracultura hippie já estava se diversificando e saindo dos centros urbanos tradicionaisPor volta de 1970, muito do estilo hippie se tornou parte da cultura principal, porém muito pouco da sua essência. A grande imprensa perdeu seu interesse na subcultura hippie como tal, apesar de muitos hippies terem continuado a manter uma profunda ligação com a mesma. Como os hippies tenderam a evitar publicidade após a era do Verão do Amor e de Woodstock, surgiu um mito popular de que o movimento hippie não mais existia. De fato, ele continuou a existir em comunidades mundo afora, como andarilhos que acompanhavam suas bandas preferidas, ou às vezes nos interstícios da economia global. Ainda hoje, muitos se encontram em festivais e encontros para celebrar a vida e o amor, como no Peace Fest
2006-08-14 06:42:52
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answer #1
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answered by Pandora 5
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Os "hippies" (no singular, hippie) eram parte do que se convencionou chamar movimento de contracultura dos anos 60. Adotavam um modo de vida comunitário ou estilo de vida nômade, negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnã, abraçavam aspectos de religiões como o budismo, hinduismo, e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média americana. Eles enxergavam o paternalismo governamental, as corporações industriais e os valores sociais tradicionais como parte de um establishment único, e que não tinha legitimidade.
Origens
O termo derivou da palavra em inglês hipster, que designava as pessoas nos EUA que se envolviam com a cultura negra, e.x.: Harry "The Hipster" Gibson. Em 6 de setembro de 1965, o termo hippie foi utilizado pela primeira vez, em um jornal de San Francisco, um artigo do jornalista Michael.
Estilo e comportamento
Como grupo, os hippies tendem a usar cabelos e barbas mais compridos do que o considerado "elegante". Muita gente não associada à contracultura considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por os acharem "anti-higiênicos" ou os considerarem "coisa de mulher". Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado off-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968, que a contracultura hippie já estava se diversificando e saindo dos centros urbanos tradicionais.
Outras características associadas aos hippies
Roupas de cores brilhantes, e alguns estilos incomuns, (tais como calças boca-de-sino, camisas tingidas, roupas de inspiração indiana)
Predileção por certos estilos de música, como rock psicodélico Grateful Dead, Jefferson Airplane, Janis Joplin e soft rock como Sonny & Cher; ou mais recentemente Phish, String Cheese Incident, the Black Crowes, ou a "trance music" de Goa;
Às vezes tocar músicas nas casas de amigos ou em festas ao ar livre como na famosa "Human Be-In" de San Francisco, ou no Festival de Woodstock em 1969. Atualmente, há o chamado Burning Man Festival (veja link no final);
Amor livre (veja também: revolução sexual). É curioso notar que muitos hippies, porém, não toleravam as relações sexuais ou amorosas entre homens;
Vida em comunidades onde todos os ditames do capitalismo são deixados de lado. Por exemplo, todos os moradores exercem uma função dentro da comunidade, as decisões são tomadas em conjunto, normalmente é praticada a agricultura de subsistência e o comércio entre os moradores é realizado através da troca. Existem comunidades hippies espalhadas no mundo inteiro;
O incenso e meditação são parte integrante da cultura hippie pelo seu caráter simbólico e quase religiosos;
Uso de drogas como marijuana (maconha), haxixe, e alucinógenos como o LSD e psilocibina (alcalóide extraído de um cogumelo). Porém muitos consideravam o cigarro feito de tabaco como prejudicial à saúde. O uso da maconha era exaltado mais por sua natureza iconoclasta e ilícita, do que por seus efeitos psico-farmacêuticos;
Quanto à participação política, mostravam pouco interesse. Eram adeptos do pacifismo e, contrários à guerra do Vietnã, participaram de algumas manifestações anti-guerra dos anos 60, não todas, como se acredita. Ir contra qualquer tipo de manifestação política também faz parte da cultura hippie, que privilegia muito mais o bem estar da alma e do indivíduo.
Legado
Por volta de 1970, muito do estilo hippie se tornou parte da cultura principal, porém muito pouco da sua essência. A grande imprensa perdeu seu interesse na subcultura hippie como tal, apesar de muitos hippies terem continuado a manter uma profunda ligação com a mesma. Como os hippies tenderam a evitar publicidade após a era do Verão do Amor e de Woodstock, surgiu um mito popular de que o movimento hippie não mais existia. De fato, ele continuou a existir em comunidades mundo afora, como andarilhos que acompanhavam suas bandas preferidas, ou às vezes nos interstícios da economia global. Ainda hoje, muitos se encontram em festivais e encontros para celebrar a vida e o amor, como no Peace Fest.
2006-08-14 04:26:53
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answer #2
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answered by José Leonides 3
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