Quando a língua portuguesa foi normatizada, os gramáticos decidiram dar uma grafia diferente para cada função do encontro dessas duas palavras "por" e "que".
1) Por quê: é o encontro do "por" (preposição), com o "quê" (substantivo). Sempre que este "por quê" estiver em fim de frase, o "quê" será acentuado, o que - aliás - acontece sempre que o "que" estiver no final da frase, por ser ele um monossílabo tônico.
Alguns exemplos: (a) Só Deus sabe por quê. (b) Você faltou à aula na semana passada por quê? (c) Afinal, você é palhaço ou o quê?
2) Por que (duas palavras, sem acento). A ocorrência dessa disposição das duas palavras em causa aparece quando:
a) o "por" é uma preposição e o "que" é um pronome interrogativo, ou seja, está fazendo uma pergunta com o sentido de "por qual motivo, por qual razão".
Exemplo: Por que a Maria não veio hoje? que poderia ser dito: Por qual motivo a Maria não apareceu hoje?
b) o "por" é uma preposição e o "que" é um pronome relativo, que substituiu a palavra "qual motivo, qual razão". Exemplo: Não sei dizer por que Maria não veio hoje. Essa frase poderia ser: Não sei dizer por qual motivo/razão Maria não veio hoje.
c) o "por" é uma preposição e o "que" é um pronome relativo, que substituiu a palavra "pelo qual" (ou pela qual, pelos quais, pelas quais). Exemplo: O susto por que passei foi muito grande. Em outras palavras: O susto pelo qual passei foi grande.
3) Porquê (uma só palavra, com acento): escreve-se em uma só palavra quando é um substantivo e, nesse caso, aplicam-se todas as regras de acentuação válidas para todos os substantivos. Uma delas diz que os substantivos oxítonos (acento tônico na última sílaba) e terminados em -a, -e, -o, levam o acento circunflexo ou agudo, conforme o timbre. Exemplos: rapé, candomblé, bidê, mercê, porquê.
E como saber se é um substantivo? Basta colocar, como exemplo, uma das seguintes palavrinhas na frente do "porquê", se fizer sentido, está confirmado que é um
substantivo: o, um, algum, qualquer, nenhum, muitos. Exemplos: Quero saber "o" porquê. Muitos porquês e nenhuma resposta! Não é um porquê qualquer, é o porquê!
4) Porque (uma só palavra, sem acento): nesse caso, a função é de uma conjunção, que faz a união entre duas orações, com o sentido de causa, situação em que o "porquê" pode ser substituído por "já que"; ou com o sentido de finalidade, quando pode ser substituído por "para que".
Exemplos: O time não ganhou, porque os jogadores estavam descoordenados. (= causa). Corramos, porque não cheguemos atrasados. (= finalidade).
As situações mais difíceis de distinguir, para mim, são as mencionada em 2 (b) e 4. O truque é fazer a substituição, aquela que encaixar nos dará a solução. Exemplo: Não sei por que Maria não veio (por qual motivo). Maria não veio porque está doente (já que).
2006-08-12 07:39:00
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answer #2
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answered by Fernando V 2
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Separados: são para perguntas onde:
Por que: no início das orações
Por quê: no final das orações seguido de "?".
Juntos: atuam como resposta/explicação
porque: dando uma explicação
porquê: posterior ao artigo definido "o": ...o porquê....
Olha, é chato mesmo.
2006-08-12 05:42:22
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answer #4
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answered by Anonymous
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