A questão é estrutural: o dinheiro e o poder estão concentrados de tal forma na cidade que a vida social tornou-se um conflito permanente de cada um contra todos – onde a chamada falta de tempo do cidadão paulistano é apenas outra expressão do uso errado dos recursos disponíveis e da falta de planejamento, ou seja, de poder de Estado. O Estado não redistribui, não corrige nem dirige.
A ordem na cidade tornou-se inviável desde que a segurança pública foi privatizada para que a PM e fizesse serviço nos bairros ricos e batesse continência para os homens de dinheiro. A escola pública se degradou para dar lugar ao ensino privado, que sempre foi visto como uma alternativa melhor pelos que têm poder -- o problema é o que fazer com a educação daqueles milhões que não têm dinheiro. Os melhores hospitais do país fazem vizinhança aos piores hospitais e nada parece muito espantoso. A desigualdade é uma provocação. O individualismo, valor básico da sociedade em que vivemos, transformou-se em egoísmo público. Não há espírito comunitário, a solidariedade é um valor abandonado.
A contrapartida pela falta de cadeias para os criminosos sempre será a opção por condomínios fechados para os ricos e a classe média.
No primeiro ataque do PCC, minha mulher me telefonou, presa no trânsito, para dizer que só sentira tanto medo na vida durante o 11 de setembro de 2001 – morávamos nos Estados Unidos e acompanhamos, bestificados, o ataque às torres gêmeas.
O que acontece? O Estado perdeu suas bases sociais. Não é aquela história de ficar com raiva porque os impostos levam tudo e o governo não entrega nada de volta. É um degrau inferior, mais degenerado. Ninguém apóia esse pacto social que o Estado representa. Ninguém consegue viver com ele e é claro que ninguém quer arriscar a vida por ele. Somos intimamente indiferentes a seu destino.
Por isso os homens de farda fogem, sem dar combate, e os civis se perguntam se ainda podem escolher de que lado ficar. A melhor atitude: se esconder.
E os nossos homens públicos? Seguem cobrando impostos altíssimos, que nunca chegam aonde deveriam. Por má consciência ou por espírito eleitoral, falam em "guerrilha" e outras coisas mais. O que está em curso não é uma revolta social, mas a liberação da bandidagem. Este processo, descontrolado, degenerado, só produz mazelas, riscos e mortes. O debate eleitoral, hoje, é de quem quer ganhar votos com mais facilidade com a tragédia de São Paulo.
2006-08-10 07:02:05
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answer #1
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answered by magrelu 3
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Bom, nós paulistas sempre carregamos o Brasil nas costas.....
2006-08-10 22:02:42
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answer #2
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answered by doug 4
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como o que por exemplo? financiar banquetes no palhaço dos bandeirantes aos convidados do não lembo?
2006-08-10 21:09:26
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answer #3
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answered by Jota Ceará 4
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Paulistas, você são uns otarios, nunca vi estas coisas acontecerem noutro lugar do Brasil, como é que você suportam estas coisas ?
Tai o Lula que veio de São Paulo, o FHC de São Paulo. São Paulo nem de longe lembra a história de luta quando decidia o futuro do Brasil, hoje é o irmão mais doente da federação.
Um lugar onde se debate direitos para assassinos em deprimento do cidadão e bem.
São Paulo, terra de ladrões e de muitos Maluf's
2006-08-10 21:06:24
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answer #4
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answered by Kyrie eleison - Christe eleison 6
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Na verdade ela não paga nada, apenas repassa verba de um ente para outro.
O que acontece na prática é uma simples troca de números, um fato contábil da contabilidade pública,mas pagamento que é bom mesmo nada.
2006-08-10 19:59:38
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answer #5
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answered by gffam1973 6
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Tudo tem um preço. Se o governo de São Paulo aceitar a ajuda proposta pelo Ministério da Justiça, é justo que pague. Até porque, depois de tanto "doce", eles merecem... Se vier uma força de alguns milhares e o PCC acalmar, será ótimo para a população.
2006-08-10 14:51:37
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answer #6
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answered by luluca 2
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Claro, o dinheiro é nosso e será usado para nos beneficiar, esses f.d.p usam nosso dinheiro pra tanta merd... que pra isso não querem gastar. Seus filho da p......... Desculpe, mais é isso que eu penso!
2006-08-10 13:59:44
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answer #7
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answered by Paulo R 2
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Tudo tem um custo. O deslocamento de uma força tarefa especial custa aos cofres públicos. Caso o governo de São Paulo aceite a ajuda proposta pelo Ministério da Justiça, é justo que pague. Não vejo em que essa tropa vai ajudar, a menos que venha 500.000 homens armado e fique na rua, nos cruzamentos, nos parques, nos pontos de ônibus, nos bancos, nas escolas. Se vier uma forrcinha de alguns milhares e o PCC ficar quietinho... fica provado que tem gato na tuba. É facção criminosa do partido dos trabalhadores sim!!!!!!
2006-08-10 13:59:04
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answer #8
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answered by Poeta N 3
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agora sim pois quando foi oferecido desde que houvesse um pedido formal o governo não aceitou pedir
2006-08-10 13:56:56
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answer #9
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answered by chtupi 2
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Isso eh uma injustiça, pagar pra ter exército??
Contrate então civis desempregados que sai mais barato!
2006-08-10 13:53:10
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answer #10
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answered by Intelectual 5
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