O bullying é um termo de origem inglesa utilizado para descrever actos de violência fÃsica ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivÃduo (bully) ou grupo de indivÃduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivÃduo (ou grupo de indivÃduos) incapaz de se defender.
Caracterização do bullying
No uso coloquial entre falantes de lÃngua inglesa, bullying é usado com maior freqüência para descrever uma forma de assédio perpetrado por alguém que está, de alguma forma, em condição de exercer seu poder sobre alguém ou um grupo mais fraco.
Estudiosos aceitam geralmente que o bullying contém três elementos essenciais:[1]
1. o comportamento é agressivo e negativo;
2. o comportamento é executado repetidamente;
3. o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilÃbrio de poder entre as partes envolvidas
O bullying se divide em duas categorias:[2]
1. bullying directo;
2. bullying indirecto, também conhecido como agressão social
O bullying directo é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos.
A agressão social ou bullying indirecto é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vÃtima ao isolamento social. Este isolamento é obtido através de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:
* espalhar fofocas;
* recusa em se socializar com a vÃtima
* intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vÃtima
* criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a raça da vÃtima, religião, incapacidades etc).
O bullying pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo paÃses. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e a vÃtima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende somente da percepção da vÃtima, que parece estar por demais intimidada para oferecer alguma resistência. Todavia, a vÃtima geralmente tem motivos para temer o agressor, devido à s ameaças ou concretizações de violência fÃsica/sexual, ou perda dos meios de subsistência.
CaracterÃsticas dos bullies
Pesquisas[3] indicam que adultos agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido[4] que um déficit em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser factores de risco em particular.
Estudos adicionais[5] têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do bullying, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os bullies sofram de qualquer déficit de auto-estima.[6]
Outros pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o acto de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com a auto-imagem e o empenho em ações obsessivas ou rÃgidas.[7]
à freqüentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância:
"Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a prática do bullying durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta."[8]
O bullying não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por exemplo, o bullying freqüentemente funciona através de abuso psicológico ou verbal.
Tipos de bullying
Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Abaixo, alguns exemplos das técnicas de bullying:
* Insultar a vÃtima; acusar sistematicamente a vÃtima de não servir para nada.
* Ataques fÃsicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.
* Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas etc, danificando-os ou fazendo pilhérias por meio deles sobre um indivÃduo, de qualquer forma.
* Espalhar rumores negativos e fofocas sobre a vÃtima.
* Depreciar a vÃtima sem qualquer motivo.
* Fazer com que a vÃtima faça o que ela não quer, valendo-se de ameaças para se assegurar que a vÃtima seguirá as ordens.
* Colocar a vÃtima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vÃtima, por acto que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully.
* Fazer comentários depreciativos sobre a famÃlia de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, raça, nÃvel de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência.
* Isolamento social da vÃtima.
* Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vÃtima em sites de relacionamento etc).
* Chantagem.
* Expressões ameaçadoras.
* Grafitagem depreciativa.
* Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vÃtima (isto ocorre com freqüência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vÃtima perfeita").
Locais de bullying
O bullying pode acontecer em qualquer contexto no qual seres humanos interajam, tais como escolas, universidades, famÃlias, entre vizinhos e em locais de trabalho.
Escolas
Em escolas, o bullying geralmente ocorre em áreas com supervisão adulta mÃnima ou inexistente. Ele pode acontecer em praticamente qualquer parte, dentro ou em torno do prédio da escola.
Um caso extremo de bullying no pátio da escola foi o de um aluno da oitava série chamado Curtis Taylor, numa escola secundária em Iowa, Estados Unidos, que foi vÃtima de bullying contÃnuo por três anos, o que incluÃa alcunhas jocosas, ser espancado num vestiário, ter a camiseta melada com leite achocolatado e os pertences vandalizados. Tudo isso acabou levando-o ao suicÃdio em 21 de Março de 1993. Alguns especialistas em "bullies" denominaram essa reação extrema de "bullycÃdio".
Nos anos 1990, os Estados Unidos viveram uma epidemia de tiroteios em escolas (dos quais o mais notório foi o massacre de Columbine). Muitas das crianças por trás destes tiroteios afirmavam serem vÃtimas de bullies e que somente haviam recorrido à violência depois que a administração da escola havia falhado repetidamente em intervir. Em muitos destes casos, as vÃtimas dos atiradores processaram tanto as famÃlias dos atiradores quanto as escolas.
Como resultado destas tendências, escolas em muitos paÃses passaram a desencorajar fortemente a prática do bullying, com programas projectados para promover a cooperação entre os estudantes, bem como o treinamento de alunos como moderadores para intervir na resolução de disputas, configurando uma forma de suporte por parte dos pares.
Dado que a cobertura da mÃdia tem exposto o quão disseminada é a práctica do bullying, os júris estão agora mais inclinados do que nunca a simpatizar com as vÃtimas. Em anos recentes, muitas vÃtimas têm movido ações judiciais diretamente contra os agressores por "imposição intencional de sofrimento emocional", e incluindo suas escolas como acusadas, sob o princÃpio da responsabilidade conjunta. VÃtimas norte-americanas e suas famÃlias têm outros recursos legais, tais como processar uma escola ou professor por falta de supervisão adequada, violação dos direitos civis, discriminação racial ou de gênero ou assédio moral.
O bullying nas escolas (ou em outras instituições superiores de ensino) pode também assumir, por exemplo, a forma de avaliações abaixo da média, não retorno das tarefas escolares, segregação de estudantes competentes por professores incompetentes ou não-actuantes, para proteger a reputação de uma instituição de ensino. Isto é feito para que seus programas e códigos internos de conduta nunca sejam questionados, e que os pais (que geralmente pagam as taxas), sejam levados a acreditar que seus filhos são incapazes de lidar com o curso. Tipicamente, estas atitudes servem para criar a polÃtica não-escrita de "se você é estúpido, não merece ter respostas; se você não é bom, nós não o queremos aqui". Freqüentemente, tais instituições (geralmente em paÃses asiáticos) operam um programa de franquia com instituições estrangeiras (quase sempre ocidentais), com uma cláusula de que os parceiros estrangeiros não opinam quanto a avaliação local ou códigos de conduta do pessoal no local contratante. Isto serve para criar uma classe de tolos educados, pessoas com tÃtulos acadêmicos que não aprenderam a se adaptar à situações e a criar soluções fazendo as perguntas certas e resolvendo problemas.
Local de trabalho
O bullying em locais de trabalho (algumas vezes chamado de "Bullying Adulto") é descrito pelo Congresso Sindical do Reino Unido ([9]TUC, 1998) como:
"um problema sério que muito freqüentemente as pessoas pensam que seja somente um problema ocasional entre indivÃduos. Mas o bullying é mais do que um ataque ocasional de raiva ou briguinha. à uma intimidação regular e persistente que solapa a integridade e confiança da vÃtima do bully. E é freqüentemente aceita ou mesmo encorajada como parte da cultura da organização".
Ciberespaço
O cyberbullying ocorre no espaço eletrónico[10]. De acordo com o educador canadiano Bill Belsey, o criador original do termo, ele:
"envolve o uso das tecnologias de informação e comunicação tais como e-mail, mensagens de texto de telemóveis e pagers, comunicadores instantáneos, sÃtios difamadores na Web, blogs e páginas pessoais difamatórias de pesquisa on-line para apoiar o comportamento deliberado, repetido e hostil de um indivÃduo ou grupo que pretenda prejudicar outrem."
Vizinhança
Entre vizinhos, o bullying normalmente toma a forma de intimidação por comportamento inconveniente, tais como barulho excessivo para perturbar o sono e os padrões de vida normais ou fazer queixa à s autoridades (tais como a polÃcia) por incidentes menores ou forjados. O propósito desta forma de comportamento é fazer com que a vÃtima fique tão desconfortável que acabe se mudando da propriedade. Nem todo comportamento inconveniente pode ser caracterizado como bullying: a falta de sensibilidade pode ser uma explicação.
PolÃtica
O bullying entre paÃses ocorre quando um paÃs decide impôr sua vontade a outro. Isto é feito normalmente com o uso de força militar, a ameaça de que ajuda e doações não serão entregues a um paÃs menor ou não permitir que o paÃs menor se associe a uma organização de comércio.
Militar
Em 2000 o Ministério da Defesa (MOD) do Reino Unido definiu o bullying como : "...o uso de força fÃsica ou abuso de autoridade para intimidar ou vitimizar outros, ou para infligir castigos ilÃcitos”.[11]
Todavia, é afirmado que o bullying militar ainda está protegido contra investigações abertas. O caso das Deepcut Barracks, no Reino Unido, é um exemplo do governo se recusando a conduzir um inquérito público completo quanto a uma possÃvel prática de bullying militar.
Alguns argumentam que tal comportamento deveria ser permitido por causa de um consenso acadêmico generalizado de que a "soldadesca" é diferente das outras ocupações. Dos soldados se espera que estejam preparados para arriscarem suas vidas, e alguns acreditam que seu treinamento deveria desenvolver a força do corpo e do espÃrito para aceitar isto.[12]
Em alguns paÃses, rituais humilhantes entre os recrutas têm sido tolerados e mesmo exaltados como um "rito de passagem" que constrói o carácter e a resistência; enquanto em outros, o bullying sistemático dos postos inferiores, jovens ou recrutas mais fracos pode na verdade ser encorajado pela polÃtica militar, seja tacitamente ou abertamente (veja dedovschina). Também, as forças armadas russas geralmente fazem com que candidatos mais velhos ou mais experientes abusem - com socos e pontapés - dos soldados mais fracos e menos experientes.[13].
Alcunhas ou apelidos (dar nomes)
Normalmente, uma alcunha (apelido) é dada a alguém por um amigo, devido a uma caracterÃstica única dele. Em alguns casos, a concessão é feita por uma caracterÃstica que a vÃtima não quer que seja alardeada, tal como uma verruga ou forma obscura em alguma parte do corpo. Em casos extremos, professores podem ajudar a popularizá-la, mas isto é geralmente percebido como inofensivo ou o golpe é sutil demais para ser reconhecido. Há uma discussão sobre se é pior que a vÃtima conheça ou não o nome pelo qual é chamada. Todavia, uma alcunha pode por vezes tornar-se tão embaraçosa que a vÃtima terá de se mudar (de escola, de residência ou de ambos).
Efeitos do bullying
O bullying persistente pode ter uma série de efeitos em um indivÃduo, e no ambiente onde o bullying ocorre.
* Efeitos sobre o indivÃduo incluem:
o Depressão Reativa, uma forma de depressão clÃnica causada por eventos exógenos
o Estresse de desordem pós-traumática
o Tornar-se também um agressor
o Ansiedade
o Problemas gástricos
o Dores não-especificadas
o Perda de auto-estima
o Medo de expressar emoções
o Problemas de relacionamento
o Abuso de drogas e álcool
o Auto-mutilação
o SuicÃdio (também conhecido como bullycÃdio)
* Efeitos numa escola incluem:
o NÃveis elevados de evasão escolar
o Alta rotatividade do quadro de pessoal
o Desrespeito pelos professores
o Alto nÃvel de faltas por males menores
o Porte de arma por parte de crianças visando proteção
o Ações judiciais:
+ contra a escola ou autoridade responsável pela área educacional
+ contra a famÃlia do agressor
* Efeitos sobre a organização (tal como um local de trabalho):
o Perda de moral
o NÃveis elevados de faltas por depressão, ansiedade e dor nas costas
o Queda de produtividade e lucro
o Altos nÃveis de rotatividade de pessoal
o Perda de clientes
o Má reputação no meio empresarial
o Repercussão negativa na mÃdia
o Ações judiciais:
+ contra a organização por injúria pessoal
+ contra a organização e o agressor sob o império das leis anti-discriminação
2006-08-10 02:58:04
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answer #2
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answered by Anonymous
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O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.
Alguns dos casos citados na imprensa, como o ocorrido na cidade de Taiúva, interior de São Paulo, no início de 2003, nos quais um ou mais alunos entraram armados na escola, atirando contra quem estivesse a sua frente, retratavam reações de crianças vítimas de BULLYING
Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de BULLYING possíveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas ações que podem estar presentes:
Colocar apelidos
Ofender
Zoar
Gozar
Encarnar
Sacanear
Humilhar
Fazer sofrer
Discriminar
Excluir
Isolar
Ignorar
Intimidar
Perseguir
Assediar
Aterrorizar
Amedrontar
Tiranizar
Dominar
Agredir
Bater
Chutar
Empurrar
Ferir
Roubar
Quebrar pertences
2006-08-10 03:22:10
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answer #3
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answered by neisimples 5
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