Clarice Lispector
No Submarino o livro está à venda e o texto descritivo é este:
Quando escreveu "Perto do coração selvagem", seu primeiro livro, Clarice Lispector não tinha nem 20 anos. Foi uma estréia e tanto. Aqui está a base sólida de sua arte, a mais radical de todas. Sua linguagem não é um instrumento submisso de descrição do mundo, mas um espaço de invenção. Da personagem principal do romance, Joana, conhece-se apenas a memória. Desde pequena, ela é uma alma atribulada que convive com o invisível, criando em torno de si uma camada impenetrável de incompreensão que a afasta das pessoas comuns. Com esse livro, Clarice Lispector mostra toda a sua capacidade de penetrar o mistério da alma feminina nas suas relações com o universo e com os homens. Longe da razão e de definições que explicam o mundo, "Perto do coração selvagem" está próximo de intuições, de assombros e sobressaltos. O título foi extraído da epígrafe de "Retrato do artista quando jovem", de James Joyce. A técnica do escritor irlandês é, sem dúvida, uma das influências do livro. -- por Celso Borges
2006-08-07 13:07:21
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answer #1
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answered by Gi 2
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Clarice Lispector.
2006-08-08 21:52:40
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answer #2
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answered by edi 5
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Clarice Lispector
2006-08-07 23:15:23
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answer #3
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answered by Princesa Mitiko 4
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Clarice Lispector...aliás a escritora é fantástica e o livro é muito bom!!!!
2006-08-07 22:55:43
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answer #4
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answered by ZÊ 1
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A genial Clarice Lispector.
2006-08-07 20:33:02
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answer #5
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answered by Noel Prosa 3
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Clarice Lispector. Na verdade ela nasceu na Ucrânia, veio para o Brasil com 3 anos de idade, e este foi o primeiro romance dela.
2006-08-07 20:32:09
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answer #6
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answered by Gerson 2
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Lispector -.-
2006-08-07 20:05:39
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answer #7
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answered by Gaelle 2
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Clarice Lispector
A amoralidade diante da maldade. O instinto na condução da trama, com uma certa dose de automartírio. A história de Joana - não a Virgem d'Orleans, mas a personagem de Clarice Lispector nesta obra de estréia, marcou a ficção brasileira em 1944. A narrativa inovadora (ainda hoje) provocou frisson nos círculos literários. A técnica de Clarice Lispector funde subjetividade com objetividade, alterna os focos literários e o tempo cronológico dá lugar ao psicológico (o presente entremeado ao intermitente flashback).
A prosa leve discorre com fluência e fluidez nos meandros da protagonista, na sua visão de mundo e interação com os demais personagens. Tudo isso revelou Clarice Lispector como mais que mera promessa na prosa da Geração de 45. É o texto do sensível e do imaginário, ora enfrentando ora diluindo-se aos incidentes reais de Joana.
Deve-se ler a obra com instrumentos de anatomia: usa-se bisturi para dissecá-la e pinça para estudar os personagens como órgãos autônomos, que se ligam por estranhas artérias e nervos à personagem de coração e cérebro Joana. São eles: o pai prematuramente falecido, incentivador das brincadeiras na infância; a tia assustada com as estripulias da órfã, a quem chama de víbora; o tio fazendeiro, afetuoso com Joana e abúlico diante das reclamações da mulher; o professor confidente e orientador (como a paixão da puberdade); Otávio, o rapaz que se casa com Joana ao romper o noivado com Lígia, de quem posteriormente se torna amante; Lígia, grávida de Otávio, conta tudo à protagonista; o homem sem nome, sustentado pela mulher, participante silenciosa do romance clandestino e sem compromisso dele com Joana.
A leitura é caleidoscópica. A protagonista ora tem uma cor, ora outra, conforme o momento ("real" ou onírico). As cores dançam no enredo misturado ao cenário e às sensações da menina-mulher-amante. Joana desfila na vida dos outros personagens, destilando o veneno de víbora, instilado com ironia e respostas cruéis diante dos fatos. A leitura também é lúdica, quando o leitor tenta adivinhar o que a autora preparou páginas adiante e se surpreende com o que presencia.
2006-08-07 20:03:18
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answer #8
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answered by IVO V 3
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